segunda-feira, 24 de setembro de 2012

NIILISMO

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Filosofia ateísta

Textos sobre ateísmo e filósofos ateus.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Ateísmo niilista

Da religiosidade ao ateísmo niilista. Márcio Lima *

A Idade Média foi um período histórico em que o cristianismo se tornou a crença predominante em toda Europa Ocidental.1 Em quase todo continente, a maior parte da vida social, moral e política das pessoas era determinada pelos ensinamentos e pela ação da Igreja Católica Romana.



A disseminação dos dogmas cristãos era tão intensa que no século IX, não existia na Europa Ocidental ninguém que não acreditasse em Deus. A Igreja controlava a fé, normatizava os costumes, a produção cultural, o comportamento e, sobretudo, a ordem social. Até mesmo o tempo era controlado pela religião cristã, pois, as pessoas marcavam o ritmo de suas vidas pelo toque dos sinos das igrejas. Como eram completamente voltados para as práticas religiosas, acreditavam que a vida na Terra seria apenas um momento antes da eternidade, que seria vivida ao lado de Deus.



A influência da Igreja também se fazia presente nas relações políticas, onde os Papas sagravam os Reis e legitimavam o poder dos senhores feudais. Como a sociedade era constituída por pessoas iletradas e desprovidas de conhecimento, a Igreja mantinha o controle do saber erudito, pois, detendo informações e conhecimentos importantes, garantia de forma inabalável a extensão de seu domínio ao longo de vários séculos.



Aqueles que questionavam ou discordavam das práticas impostas pelos dogmas religiosos, eram considerados adversários da Igreja de Deus, chamados de hereges. Contra os hereges, a religião desencadeou uma guerra sem tréguas. Como forma de repressão, criou a Excomunhão e o Tribunal do Santo Ofício, conhecido como Santa Inquisição. A excomunhão era o ato que impedia o cristão receber os benefícios da salvação, concedidos por seu intermédio. Nesse caso, era preferível para muitos homens medievais, morrer a ser excomungado. A Inquisição julgava os hereges dissidentes e os que recusavam a se retratar eram condenados à morte na fogueira.



Na Filosofia, os pensadores medievais, chamados doutores da Igreja, voltaram-se para as questões relativas aos dogmas e aos preceitos da fé, combinando por vezes elementos da filosofia greco-romana com ensinamentos cristãos. A Escolástica foi a filosofia predominante e representava uma tentativa de conciliar fé e razão à luz do pensamento aristotélico, agregando elementos da filosofia pagã com a doutrina cristã.



No campo do conhecimento científico, grande parte dos historiadores afirma que a Igreja pouco, ou nada, favoreceu ao seu crescimento. Aqueles que tentaram produzir um saber científico sem o aval da religião cristã foram reprimidos. Roger Bacon, monge franciscanos, foi condenado à prisão, Galileu foi reprimido e Giordano Bruno foi condenado à fogueira. (sendo os dois últimos pós-medievais)



[...] O cristianismo rompeu a união entre o homem e a natureza, entre o espírito e o mundo carnal, potencialmente distorcendo o relacionamento entre os dois em direções opostas e atormentadas: o ascetismo e o ativismo. [...] Ambrósio de Milão expressou a nova opinião oficial ao condenar como ímpias até as puramente teóricas ciências da astronomia e da geometria. [...] 2



Até meados do século XVII, a fé cristã permeava toda e qualquer parte da organização social, política e econômica da Europa e dos Países por ela colonizada.3 Porém, novos acontecimentos mudaram o rumo da história. A partir do Renascimento,4 deu-se início ao embate entre Deus (teocentrismo) representado pela Igreja e o homem (antropocentrismo). O mercantilismo incentivou as Grandes Navegações, época em que foi percebida a possibilidade de se navegar diretamente pelos mares, já que a terra tinha a forma esférica e não plana como se acreditava na Idade Média. O Capitalismo foi tomando lugar na economia, contrariando a Igreja que condenava o lucro e a usura. A própria Reforma Protestante5 representou a possibilidade de se questionar os dogmas da Igreja Romana. No século XVIII, o Iluminismo,6 com suas idéias críticas e libertárias, propiciou o avanço da racionalização na sociedade. A produção cultural se deslocou do domínio da Igreja (o sagrado) para o das pessoas comuns (o profano, o leigo). Começava-se a laicização ou dessacralização, era a chamada Idade Moderna. Deus, tendo a Igreja como seu principal representante na terra, começava a perder seu espaço e sua autoridade entre os homens, que pouco a pouco se desprendia da dogmática religiosa.



A Modernidade é marcada, principalmente, pela nova concepção do pensar. A rejeição de Deus, dos dogmas e instituições eclesiásticas; o individualismo; a crítica das ilusões; o desenvolvimento das técnicas e o fortalecimento do Estado democrático. A ruptura do indivíduo com o bloco sócio-religioso, aparece logo no início da modernidade, tendo conseqüências em todos os segmentos: cultura, economia, direito e política.7 Para os modernos, a vida moral deverá desprender-se da religião. A Igreja terá que renunciar ao governo e ao controle da vida política.



No pensamento moderno, Descartes rompeu com o aparato escolástico e iniciou o discurso racional. Kant, com sua visão agnóstica, afastou a fé de qualquer entendimento racional (Fé e razão atuam distintamente). Strauss identificou a vida de Cristo com a Teoria do Mito, entendendo o Evangelho como algo historicamente datado, longe de qualquer caráter sobrenatural ou divino. Feuerbach assegurou ser Deus uma projeção dos desejos de perfeição do homem. Para ele, era a alienação do homem que havia criado a crença no Ser Supremo. Marx afirmou que a religião seria o ópio do povo. Darwin, com sua "Origem das Espécies",8 abalou a teoria bíblica da criação do homem e da natureza. Por fim, Freud mostrou que as ações humanas são determinadas pelo inconsciente e que Deus seria uma projeção da imagem paterna impregnada desde cedo na mente do homem.





A modernidade destruiu a "totalidade" da religião, ou seja, separado o que era revelado por Deus e codificado pela Igreja, daquilo que era percebido pelos homens e por eles transformado em teorias. A religião autorizou a Ciência, como também a Arte, a Política e, mais tarde, a Ética a adquirir sua autonomia e constituir sua própria escala de valores. Uma distinção encontrada no próprio livro sagrado cristão, (dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus) 9 divisão direta entre poder temporal e poder espiritual. A partir daí, uma nova visão vai marcar o pensamento do homem moderno. Se antes era tarefa da religião oferecer uma consciência à sociedade, agora cabia às Ciências apresentar explicações racionais para os fenômenos ocorridos no mundo (dentro e fora dele).





Essa forma de pensamento teve seu ponto culminante no século XX, quando não só a Ciência desagregou, de forma definitiva, qualquer apelo ao sobrenatural, como também, a maioria das constituições políticas que surgiram, afirmaram sua posição secular e agnóstica, separando-se das crenças. O próprio regime socialista soviético chegou a se declarar um Estado Ateu. Desta forma, mesmo que a religião ainda constitua um poderoso fator de mobilização das massas e um insubstituível apoio ético e moral, faz-se necessário o reconhecimento de que as elites modernas deram as costas para Deus.





Diante desse contexto, e analisando de forma reflexiva a sua volta, Nietzsche (1844-1900) declarou, nas palavras do personagem Zaratustra, A morte de Deus:





"Zaratustra, porém, ao ficar sozinho falou assim ao seu coração: Será possível que este santo ancião ainda não ouviu no seu bosque que Deus já morreu?"10





A morte de Deus é a constatação do niilismo na modernidade, é a percepção cada vez maior da ausência de Deus no pensamento e nas práticas do Ocidente moderno. Para ele, o homem moderno perdeu a confiança em Deus e suprimiu a crença no "mundo verdadeiro", o mundo perfeito que vem após a morte do corpo material, originário da metafísica e do cristianismo. A substituição da Teologia pela Ciência e o ponto de vista de Deus pelo ponto de vista do homem, provocou a ruptura com os valores absolutos, com a essência e com o fundamento divino.



Na verdade, a morte de Deus já se fazia presente na consciência do europeu desde o século XIX, o que ainda não haviam percebido era que esse fato implicava na desvalorização dos valores morais, ou seja, o fim do Deus cristão também foi o fim da moral por ele estabelecido, através do cristianismo. O culto do progresso, a proclamação da igualdade e o crescimento do conhecimento científico, transformaram a humanidade numa massa de indivíduos indefinidos ainda mais escravizados, sem força e sem autenticidade. Ao perder a legitimidade provinda de suas origens tradicionais e as suas garantias exteriores, representada pelos deuses, heróis e as monarquias de instituição divina, a sociedade moderna é condenada a tomar a si mesma como fundamento, pois não existe mais proteção divina (ela é auto-suficiente, atéia). Terá agora que reinventar seus próprios valores.





A modernidade apreende então uma crítica aos seus próprios valores. As grandes Guerras, os Estados totalitários socialistas, nazistas e fascistas fizeram, por si só, as críticas práticas. A crítica agora não é feita apenas aos antigos valores, às hierarquias do antigo regime, à moral religiosa nem às autoridades hereditárias. A crítica visa agora os próprios valores modernos, a liberdade, a igualdade e a razão.





O século XX foi a época em que a razão se propôs a guiar a humanidade. O triunfo das ciências iluminou as zonas de incertezas e ilusão que atormentava os homens. A modernidade se apresentou como um começo absoluto de uma nova era, a instituição de um novo mundo e de novos valores edificados sobre o reino da Razão. Até que o totalitarismo desenfreado e as duas Guerras Mundiais puseram em contradição a sociedade moderna. Em 1914, a primeira Grande Guerra deu início à barbárie. As forças criadas para a organização e para a técnica contrapuseram-se às forcas da razão e da ciência que outrora lhes haviam produzido.



A partir deste momento, a Europa (e o Ocidente) entra em estado de convulsão. Em plena guerra, a Revolução Bolchevique assume o poder na Rússia, onde mais tarde se transformara numa ditadura socialista, influenciando também outros países. Em 1933, o nazismo chega à Alemanha e, a partir daí, grande parte da Europa vai permanecer sob o domínio de ditaduras nazi-fascistas. Em 1936, começa a Guerra Civil espanhola que antecede a Segunda Guerra Mundial, tendo como conseqüência o holocausto de judeus. Na atualidade, o terrorismo globalizado, seguido da violência brutal contra os direitos humanos, evidencia um novo surto de barbárie.





O homem moderno agora faz pergunta tipo: Como ser um santo sem Deus? Ou como substituir Deus? Os primeiros modernistas responderam que seria através da moral da humanidade, baseada na razão. Mas esta razão é fria, seca e individualista. Na medida em que os valores se contradizem, os fatos e a realidade demonstram inconsistência. Como fugir da barbárie? A segunda fase da modernidade, iniciada com a primeira Grande Guerra, faz a humanidade tomar consciência de que é frágil e que sua salvação encontra-se na sua própria capacidade de recriar, sem cessar, seus valores e suas instituições. Deverá o homem moderno agora, relançar permanentemente a democracia. A pergunta talvez seja a seguinte: Recriar valores e relançar democracia, baseado em quê? Na fé ou na ciência? O homem moderno parece perdido, solitário e desprotegido.

[...] parece, pelo menos a esses, que um sol acaba de se pôr, que uma antiga e profunda confiança se tornou dúvida: o nosso mundo parece-lhes fatalmente todos os dias mais vesperal, mais desconfiado, mais estranho, mais ultrapassado. [...] 11





Nietzsche percebeu a humanidade em sua elevada pretensão de aumentar seu conhecimento e seu poder, sem perguntar sobre os fins (mais tarde, a bomba atômica foi o exemplo). O moderno, acreditando que tudo seria explicado, descobre que há uma falha na explicação. Agora, tudo se afunda, nada mais tem sentido. Percebe-se que nada é visado, não existe objeto futuro, instalou-se o niilismo. O homem será agora uma consciência infeliz, sabe que o mundo, tal como imaginara, não existe, e o que existe de fato, não deveria existir.





A proposta nietzscheana é a transmutação dos valores, no qual surge o (Übermensch) super-homem, aquele que através da vontade de poder, rompendo com os valores cristãos, superará o niilismo e criará novos ideais.

Eu vos apresento o super-homem! O Super-homem é o sentido da terra. Diga a vossa vontade: seja o Super-homem, o sentido da terra. 12





Para Nietzsche, o niilismo tem início ainda na antiguidade a partir da teoria socrático-platônica que inventa um mundo ideal, onde a verdade pode ser encontrada, e condena o mundo real, dito das aparências e ilusões. Esta teoria é mantida pelo cristianismo. Porém, se esse mundo em que vivemos não existe, toda filosofia desenvolvida em nome dele é um erro, o que remete ao niilismo do homem moderno. Após a morte de Deus, a interpretação moral da vida e do mundo se esfacelou, abrindo caminho para a propagação do niilismo.





A morte de Deus marca o fim da dualidade entre o sensível e o supra-sensível, o mundo que sobrou parece falso e desprovido de valor. Ao eliminar o mundo ideal, formulado pelo cristianismo, a morte de Deus elimina também o mundo real em que estamos. Como conseqüência, se o mundo verdadeiro não existe, tudo em que se acreditou até aqui, era mentira. A morte de Deus criou um vazio na modernidade. Este vazio pode ser preenchido, segundo Nietzsche, pelo super-homem, produto da manifestação de novos valores.





Noutros tempos, blasfemar contra Deus era a maior das blasfêmias; mas Deus morreu, e com ele morreram tais blasfêmias. Agora, o mais espantoso é blasfemar da terra, e ter em maior conta as entranhas do impenetrável do que o sentido da terra. 13





Diante dos fatos, o homem moderno se encontra cansado da vida, sua vontade deseja o nada, pois há muito já está esgotada. A morte de Deus representa a falta de perspectiva para criar novos valores e superar o estado niilista em que se encontra. Até este acontecimento, toda moral era divina, aceitava-se e obedecia-se sem questionar, mas, e agora? A desvalorização desses valores trouxe o niilismo, a falta de sentido. Porém o niilismo possibilita também, como dizia Nietzsche, a possibilidade de criar novos valores, uma mudança na mentalidade, que só a partir daí seria possível. A questão é: qual a base para fundamentar esses novos valores, a fé representada pela religião, ou a razão representada pelas ciências? Na contemporaneidade, o homem tem bastante o que refletir. Só através da reflexão analítica a razão poderá prevalecer sobre o niilismo.





(*) Graduando em História e Filosofia





1. Exceto na península ibérica, ocupada pelos árabes de religião muçulmana.

2. ANDERSON, Perry. Passagem da Antiguidade ao Feudalismo, Brasiliense. p.128

3. Os países colonizados seguiam a religião oficial das Metrópoles.

4. Movimento cultural que teve início na península itálica ainda no século XIV.

5. Movimento de transformação religiosa representado inicialmente por Martinho Lutero.

6. Movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII.

7. Sendo fato de objeção entre alguns pensadores contemporâneos, a total laicização do Estado.

8. Livro em que Darwin propõe a teoria de que os organismos vivos evoluem gradualmente através da selecção natural.

9. Bíblia Sagrada - Mateus 22:21

10. NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra, tradução Pietro Nassetti. São Paulo. Martin Claret, 2002. p.25

11. ____________________. A Gaia Ciência, tradução Jean Melville. São Paulo. Martin Claret, 2007. p. 181

12. NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra, tradução Pietro Nassetti. São Paulo. Martin Claret, 2002. p.25

13. Ibidem. p. 25

Referencias:

ALMEIDA, Giuliano Cézar Mattos de. Revista Ética & Filosofia Política, Volume 8, Número 1, junho/2005.

CARVALHO, José Jackson Carneiro de. A modernidade e os caminhos da razão: ensaio de Filosofia social e política, 2ª. ed. Atual, amp. – João Pessoa: Editora Universitária / UFPB, 2006.

NIETZSCHE, Friedrich. Breviário de citações ou para conhecer Nietzsche, seleção, tradução e notas de Duda Machado. 2ª ed. São Paulo, Landy, 2001.

___________, Friedrich. A Gaia Ciência, tradução Jean Melville. São Paulo. Martin Claret, 2007.

___________, Friedrich. Assim falou Zaratustra, tradução Pietro Nassetti. São Paulo. Martin Claret, 2002.



Fonte: texto enviado por e-mail pelo Cepec- Centro de Estudos Politicos Econômicos e Culturais. (Revisei ortográfico e gramaticalmente - Ramiro R. Batista)

Postado por Adriano às 05:18

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Caio Scheidegger disse...

Muito bom, adorei o texto.

Está de parabéns,

conseguiu condensar a história ocidental de uma maneira bem incisiva.



23 de janeiro de 2011 10:17

VATICANO ON LINE disse...

http://vaticano-on-line.blogspot.com/2011/01/santo-agostinho-da-um-banho-de.html



24 de janeiro de 2011 04:30

Albert disse...

Ateísmo é tão somente a descrença em divindades. SÓ !



Absurdo dizer que isso cria uma "filosofia".



Filosofia é feita em termos de construção obejtiva de um tema.



O ateísmo apenas destroe o tema, e esse é o único objetivo dele.



É como se eu não acreditasse em pudins e criasse uma filosofia "apudinsísta".



O que impĺica a não crença em Deus ?



Como você desenvolve a descrença em Deus que não seja com o único objetivo de destruir uma por uma as crenças ? E se acabarem todas elas, que sentido que tem essa "filosofia ateista" ?



Se não existem mais deuses a serem descreditados, não tem mais propósito.



E o propósito acaba exatamente porque não existe uma filosofia, apenas uma metodologia de campanha anti-religiosa cujo único objetivo é fazer as pessoas pararem de crer em algo.



Oras, ateus mais maturos sabem que não crer em Deus, não implica num sistema filosófico, esses são ateus que não acreditam em deuses e ponto, não são petardas de tentarem achar um significado mais profundo na "inexistência" de algo.



Ateísmo, se for gerar algo, só pode gerar o niilismo mesmo.



6 de fevereiro de 2011 11:57

Rayom Ra disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

22 de março de 2011 06:39

dayvid disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

6 de maio de 2011 08:31

dayvid disse...

Albert, se o ateu não fundamentar a sua não-crença, cairá no mesmo erro que faz com que a maioria dos ateus não tenha crença: tentar se sustentar apenas com o peso das palavras.

Quem costuma afirmar algo sem uma sólida base, são os religiosos. Creem em Deus, e pronto! O ateísmo não se resume a "não crer em Deus e pronto". Nós, os ateus, tentamos explicar sob o ponto de vista científico e filosófico por que não acreditamos na existência divina. Considerando assim, a Filosofia Ateísta é perfeitamente aceitável.



6 de maio de 2011 11:16

tsu disse...

Albert: Como você desenvolve a descrença em Deus que não seja com o único objetivo de destruir uma por uma as crenças ? E se acabarem todas elas, que sentido que tem essa "filosofia ateista" ?



----------------------------------



Sou ateia e não quero destruir nenhuma crença. Muito pelo contrário, quanto menos pessoas serem ateus, melhor.



O que será da humanidade sem religião, sem uma crença?

A humanidade é guiada pela religião, se não houver, 'coisas ruins' irão acontecer, mais do que já acontecem. Digamos que a religião, de certa forma, mantém a ordem.



28 de junho de 2011 19:23

Fabiano Guimarães da Rocha disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

25 de julho de 2011 16:22

Fabiano Guimarães da Rocha disse...

"Existem dois tipos de ateu:

O que não consegue concebe Deus em seu íntimo e o que consegue concebe-lo, mas não é capaz de aceitá-lo"

Fabiano.



Este post está de parabéns!Historicamente e politicamente bem resumido com bastante clareza e fundamento.



Porém, a questão de Deus e do que isto significa cognitivamente vai mais a fundo.

Não é porque a sociedade não acredita mais em Deus que ele vai deixar de existir na realidade ou vice-versa.

Como está implícito neste texto: os seres humanos, através da razão e do antropocentrismo, conseguiram extirpar do psicológico idéia de divindade (e de qualquer coisa que esteja fora do mundo material)

nos eruditos; e desacreditar ou banalizar esta idéia nos menos instruídos.

A ciência a meu ver, também falhou. Falhou porque se fundamenta e avança no "como" e nunca no "porque" das coisas.

Falhou porque, de certa forma, trabalha para que o universo, a natureza e como toda a substância seja manipulada para nosso bem estar e neste "egoísmo" antropocêntrico, O planeta está morrendo, a moral está morrendo, nós seres humanos estamos doentes. Esta apologia da ciência já é antiga.

Hoje a humanidade procura meios para se reintegrar com o universo pacificamente ou não existirão mais inquisições, nem desigualdades, nem tirania; Haverá a extinção do homem.

Percebo um grande defeito em nossa civilização ocidental: a falta de reflexão e a incapacidade de pensar de maneira diferente das impostas desde a antiguidade pelos gregos, romanos e pelos hebreus. O nossa gramática e a nossa forma de pensar e falar não conseguem transpor esta barreira efetivamente. Somos escravos destes moldes. O próprio Nietzsche observou isto:



"originalidade é dar um nome a algo que ainda não possui um. Mas em geral, somente o nome é qua faz ver a coisa" [A Gaia Ciência]



"Nossos Olhos, sobre uma indicação dada, acham mais fácil invocar uma imagem já invocada (que já nos foi dada)com frequência do que conceber em si a divergência e a novidade de uma impressão: para isso é preciso mais força." [Além do bem e do mal]



"O entendimento já está atuante no momento mesmo da percepção de um objeto. Para Nietzsche a gramática é a essência da lógica e não sua 'roupagem'" [Thelma Lessa da Fonseca, Doutora em filosofia. revista Mente Cérebro e Filosofia n.3]



Não quero aqui, criticar o ateu nem defender religião qualquer que seja, muito menos questionar as descobertas da ciência; Busco sem descanso a verdade e uma possível solução para a conduta da vida. Mesmo que seja somente para a minha, porém, todo avanço que eu obter estará a disposição de todos. Não, não é presunção, amigo, é desespero, é espanto por ver as coisas, segundo após segundo, de maneira intensa e peculiar e constatar que quase ninguém compartilha desta visão.



Num mundo onde não existe deuses, que não foi criado, não discordo de uma filosofia de esclarecimento, ora isto é o compromisso com a verdade (ou quem sabe com uma crença?). Por outro lado já que a religião está morta. todavia, seria mais útil ao ateu promover a ética e a moral, bem como o amor e a tolerância. pois já que a vida não tem um "porquê" (ou tem?) para ser vivida, temos que achar um "como" para ela, sendo de maneira científica ou não.

Uma vez que me estendo demais em um comentário, sugiro que visite meu blog: http://oelisio.blogspot.com/

e se quiser estender este debate, estarei sempre a disposição, caso contrário, apenas remova este comentário.

De uma maneira ou de outra seguirei seu blog, até porque ainda não li muito de suas interessantes postagens.



Um abraço.



25 de julho de 2011 16:36

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