sexta-feira, 25 de maio de 2012

bioma caatinga

CaatingaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Caatinga Caatinga em Pernambuco. Bioma Caatinga Área 850.000 km² Países Brasil Rios Rio São Francisco Caatinga (do tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos tornam-se esbranquiçados e secos. A caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). Ocupando cerca de 850 mil km² (aproximadamente 10% do território nacional), é o mais fragilizado dos biomas brasileiros. O uso insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com que a caatinga esteja bastante degradada. Entretanto, pesquisas recentes vem revelando a riqueza particular do bioma em termos de biodiversidade e fenômenos característicos. Chapada Diamantina Paisagem de caatingaDo ponto de vista da vegetação, a região da caatinga é classificada como savana estépica. Entretanto, a paisagem é bastante diversa, com regiões distintas, cujas diferenças se devem à pluviometria, fertilidade e tipo de solos e relevo. Uma primeira divisão que pode ser feita é entre o agreste e o sertão. O agreste é uma faixa de transição entre o interior seco e a Mata Atlântica, característica da Zona da Mata[1]. Já o sertão apresenta vegetação mais rústica. Estas regiões são usualmente conhecidas como Seridó, Curimataúcu, Caatinga e Carrasco[2]. Segundo esta distinção, a caatinga seridó é uma transição entre campo e a caatinga arbórea. Cariri é o nome da caatinga com vegetação menos rústica. Já o Carrasco corresponde a savana muito densa, seca, que ocorre no topo de chapadas[3], caracterizada pelo predomínio de plantas caducifólias lenhosas, arbustivas, muito ramificadas e densamente emaranhadas por trepadeiras. Ocorre sobretudo na Bacia do Meio Norte e Chapada do Araripe. Nas serras, que apresentam mais umidade, surgem os brejos de altitude. Índice [esconder] 1 As regiões da caatinga 2 Flora 3 Fauna 4 Degradação Ambiental 5 Ver também 6 Referências 7 Bibliografia 8 Ligações externas As regiões da caatingaO Seminário de Planejamento Ecorregional da Caatinga, realizado pela The Nature Conservancy do Brasil em parceria com a Associação Plantas do Nordeste em 2000 propõe oito ecorregiões no bioma Caatinga[4]. Complexo do Campo Maior: localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Consiste nas regiões que sofrem inundações periódicas nas planícies sedimentares. Complexo do Ibiapaba-Araripe, composto pelas Chapadas da Ibiapaba e do Araripe. Depressão Sertaneja Setentrional, desde a fronteira norte de Pernambuco, estende-se pela maior parte dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e prolonga-se até uma pequena faixa ao norte do Piauí. A principal característica desta ecorregião são as chuvas irregulares ao longo do ano. É a área mais seca da caatinga. Planalto da Borborema: abrange partes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O relevo movimentado e altitudes superiores delimitam a região. Depressão Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem típica do sertão nordestino. Distingue-se da Depressão Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários. Dunas do São Francisco: localiza-se no centro-oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas. Complexo da Chapada Diamantina: localiza-se no centro-sul do bioma e corresponde à parte mais alta da caatinga. É a região de menor temperatura. Apresenta ilhas de campos rupestres nas partes mais altas, cercadas de caatinga nas regiões mais baixas. Raso da Catarina: localiza-se no centro-leste do bioma. Caracteriza-se pela caatinga arbustiva de areia muito densa. FloraA vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa ideia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea. Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI. FaunaCom relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros. Na Caatinga vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. O último exemplar da espécie vivendo na natureza não foi mais visto desde o final de 2000. Outros animais da região são o sapo-cururu, asa-branca, cutia, gambá, preá, veado-catingueiro, tatu-peba e o sagui-de-tufos-brancos, entre outros. Degradação AmbientalPorém este patrimônio encontra-se ameaçado. A exploração feita de forma extrativista pela população local, desde a ocupação do semiárido, tem levado a uma rápida degradação ambiental. Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo homem e somente 0,28% de sua área encontra-se protegida em unidades de conservação. Em 2010, no primeiro monitoramento já realizado sobre o bioma, constatou-se que a caatinga perde por ano e de forma pulverizada uma área de sua vegetação nativa equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo. A área desmatada equivale aos territórios dos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro somados. O desmatamento da caatinga é equivalente ao da Amazônia, bioma cinco vezes maior. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, resta 53,62% da cobertura vegetal original. A principal causa apontada é o uso da mata para abastecer siderúrgicas de Minas Gerais e Espírito Santo e indústrias de gesso e cerâmica do semiárido. Os dois estados com maior incidência de desmatamento deste tipo de bioma são Bahia e Ceará [5][6]. Estes números conferem à caatinga a condição de ecossistema menos preservado e um dos mais degradados conforme o biólogo Guilherme Fister explicou em um recente estudo realizado na Universidade de Oxford. Como consequência desta degradação, algumas espécies já figuram na lista das espécies ameaçadas de extinção do IBAMA. Outras, como a aroeira e o umbuzeiro, já se encontram protegidas pela legislação florestal de serem usadas como fonte de energia, a fim de evitar a sua extinção. Quanto à fauna, os felinos (onças e gatos selvagens), os herbívoros de porte médio (veado-catingueiro e capivara), as aves (ararinha azul, avoante) e abelhas nativas figuram entre os mais atingidos pela caça predatória e destruição do seu habitat natural. Para reverter este processo, estudos da flora e fauna da caatinga são necessários. Neste sentido, a Embrapa Semiárido, UNEB e Diretoria de Desenvolvimento Florestal da Secretaria de Agricultura da Bahia aprovaram o projeto "Plantas Da Caatinga Ameaçadas De Extinção: Estudos Preliminares E Manejo" junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), tendo por objetivo estudar a fenologia, reprodução e dispersão da aroeira do sertão, quixabeira, imburana de cheiro e baraúna na Reserva Legal do Projeto Salitre, em Juazeiro, na Bahia. Este projeto contribuirá com importantes informações sobre a biologia destas plantas e servirá de subsídios para a elaboração do plano de manejo destas espécies na região. Cerca de 930 espécies vegetais são encontradas somente na caatinga baiana, sendo 320 exclusivas [6]. A proposição de criar fontes alternativas de energia é defendida pelo ministro Carlos Minc como a forma de combater o desmatamento [7]. Ver também A Wikipédia possui o Portal do Brasil Lista de plantas da vegetação da Caatinga Lista de espécies de animais da Caatinga Referências↑ Leite, M. (2001): Brasil. Paisagens Naturais, São Paulo:Editora Ática, ISBN 978850810863-3 ↑ Cortez et al, 2007: Caatinga. Editora Harbra ↑ Descritas novas espécies de répteis no Cerrado e Caatinga, Jornal O Globo, edição de 23 de janeiro de 2007 ↑ nes Velloso, Everardo Sampaio, Frans Pareyn (2001) Ecorregiões propostas para o Bioma Caatinga. Página da Associação Plantas do Nordeste, acessada em 12 de agosto de 2010 ↑ Caatinga perde 2 cidades de SP por ano - Folha de S.Paulo, 3 de março de 2010 (visitado em 3-3-2010) ↑ a b Caatinga perdeu 45% da área original - O Estado de S.Paulo, 3 de março de 2010 (visitado em 3-3-2010) ↑ Ministério do Meio Ambiente divulga dados sobre o desmatamento da caatinga - Globo Rural, 3 de março de 2010 (visitado em 3-3-2010) Bibliografia(pt) SILVA, J.M.C. et al (org), 2003: A Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente. (pt) SAMPAIO, E.V.S.B. et al. (eds.): Vegetação e Flora da Caatinga - Contribuição ao Workshop Avaliação e Identificação de Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade do Bioma Caatinga, em Petrolina, 5/2000. Recife: Associação Plantas do Nordeste - APNE; Centro Nordestino de Informações sobre Plantas - CNIP, 2002. (pt) MAIA, Gerda Nickel: Caatinga: arvores e arbustos e suas utilidades, 2004, 413 p. ISBN 978-85-86587-50-4 (pt, en) MAJOR, István et al.: Aves da caatinga = Birds of the caatinga. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; Associação Caatinga, 2004. ISBN 85-7529-240-4 (pt) PEREIRA,Sidclay Cordeiro et al.: Plantas Úteis do Nordeste do Brasil. Recife: Centro Nordestino de Informações sobre Plantas - CNIP, Associação Plantas do Nordeste - APNE, 2003. ISBN 85-86692-01-9 (pt) SAMPAIO, E.V.S.B. et al. (eds.): Espécies da Flora Nordestina de Importância Econômica Potencial - Recife: Associação Plantas do Nordeste - APNE, 2005. ISBN 85-89692-05-1 Ligações externasO Commons possui uma categoria com multimídias sobre CaatingaAs aves da Caatinga - Associação Mãe-da-lua ONG Associação Caatinga Site WWF Brasil mostra uma visão geral do bioma. Fotos do bioma Caatinga Fotos da biodiversidade da Caatinga Caatinga Cerrado – Comunidades Eco-produtivas [Esconder]v • eBiomas do Brasil Biomas Amazônia • Caatinga • Cerrado • Mata Atlântica (Mata de Araucárias) • Pampa • Pantanal Portal Brasil Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Caatinga&oldid=29880374" Categorias: Biomas terrestresBiomas do BrasilCaatinga Ferramentas pessoaisEntrar / criar conta Espaços nominaisArtigo Discussão VariantesVistasLer Ver código-fonte Ver histórico AçõesBusca NavegaçãoPágina principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Informar um erro ColaboraçãoBoas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportarCriar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentasPáginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Ligação permanente Citar esta página Noutras línguasБългарски Català Deutsch English Esperanto Español Euskara Suomi Français Italiano Қазақша Lietuvių Nederlands ‪Norsk (bokmål)‬ Occitan Polski Русский Svenska Українська Esta página foi modificada pela última vez à(s) 16h04min de 28 de abril de 2012. Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes. Política de privacidade Sobre a Wikipédia Avisos gerais Versão móvel copyright wikipédia

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