sexta-feira, 3 de setembro de 2010

3160 - XINTOISMO

]Jornal - "MISSÃO JOVEM"

Religiões - Xintoísmo



lá, amiguinhos. Eu sou a Mila Shintô, uma menina japonesa que segue as tradições xintoístas. Quero agradecer-lhes por oferecer-me este espaço para conversar um pouco com vocês aí do Brasil sobre a minha religião.

A nossa religião praticamente existe só no Japão e é mais antiga do que o Budismo. A formação xintoísta praticamente se identifica com a cultura japonesa, de modo que não é possível separar as duas.

A palavra “Xinto” significa “caminho dos deuses” e nós, xintoístas, veneramos os nossos antepassados e os imperadores que reinaram no Japão. Veneramos também os “kamis”, espíritos ou divindades que acreditamos terem criado o Japão.

A História

Para vocês, cristãos, é fácil identificar o fundador de sua religião: Jesus Cristo. Mas, no Xintoísmo, não há um fundador definido, o que faz a nossa ser diferente da maioria das religiões. A nossa religião foi se formando com a espontaneidade do povo e reelaborada, mais tarde, pela vontade da classe imperial. O Xintoísmo é anterior ao Budismo e ganhou força sobretudo no século VI. O contato entre o Xintoísmo e o Budismo acabou modificando ambas as religiões.

O Culto


O sacerdote toca o tambor para avisar o Kami de sua presença
O Xintoísmo tem muitos deuses e, para honrá-los, cada vilarejo possui um santuário. Quando os lugares de culto são muitos, nós os chamamos de “casa de Deus”. Ao centro, no “hodon”, se encontra o “corpo de Deus”.

Pode ser algo muito simples como um espelho ou uma pequena vasilha, para significar que Deus está presente em cada coisa: na natureza, na rocha, no vento, nas plantas, nos animais...

Somente os nossos sacerdotes podem entrar naquele lugar sagrado. Em nossas casas possuímos um altar doméstico, chamado de kamidana. Nós rezamos todos os dias aos kamis (divindades) e oferecemos a eles arroz, sal, água, frutas e outros alimentos.

As nossas tradições

As principais crenças do Xintoísmo baseiam-se na importância das tradições familiares e na pertença à comunidade local. Por ocasião de um nascimento, de um matrimônio ou de um funeral, cumprimos cerimônias religiosas com as nossas famílias, amigos e vizinhos. Juntos, vamos rezar no templo local, mas, antes de entrar no templo, nós lavamos a boca e as mãos para nos purificarmos.

Virtudes cultivadas no Xintoísmo


Japoneses tansportam um Kami para obterem progresso para o povo da região
O senso de honra, considerado até mesmo como um valor com fim em si mesmo. A fidelidade, especialmente ao imperador e, em seguida, ao grupo a que se pertence. A obediência aos superiores. O sucesso nos estudos e na vida. O autocontrole e o não prejuízo ao próximo, ao grupo e à sociedade.

Festas e costumes

Aqui no Japão, as festas são celebradas com ritos variados e boas comidas. A palavra matzuri indica o culto cotidiano e também as festas particulares e familiares. Uma das mais importantes festas é a do ano novo.

Durante os festejos nós rezamos aos kamis com danças, músicas e outros cantos. Cada santuário tem uma data especial para venerar o seu kami. Aos peregrinos fazemos uma representação dos kamis que, para nós, são símbolos de esperança.

A festa das cerejeiras em flor

É uma das festas mais antigas do Japão. É o símbolo da renovação e da esperança. As festas acontecem nos santuários xintoístas e nos montes sagrados como o Fuji Yama. Nesta ocasião, o povo organiza seus lanches nos parques.


Piquenique por ocasião da festa das Cerejeiras em Flor

A festa da noite Chichibu

No mês de dezembro, grandes carros percorrem as estradas e em num deles é transportada uma caixa decorada que contém um Kami. Atrás dos carros vêm os sacerdotes.

É feita é encerrada com uma magnífica chuva de fogos de artifício, um espetáculo maravilhoso. Sempre dentro de uma caixa, outro kami é levado pelo lago, para obter a renovação de toda a região.

A festa Shichi-go-san

Nós chamamos esta festa de sete-cinco-três. As meninas com sete ou três anos e os meninos com cincoanos, vestidos de roupas novas, são levados pelos pais a um santuário. É uma festa bonita para a criançada!

Para concluir

Meus amiguinhos, fiquei muito feliz em poder conversar com vocês. Ultimamente temos recebido muitos missionários católicos aqui no Japão, inclusive do Brasil. Um dos motivos de isso estar acontecendo é o fenômeno dekassegui. Há anos que muitos japoneses imigraram para o Brasil. Agora, muitos dos filhos e netos destes estão voltando para sua pátria de origem para buscar trabalho.

Acontece que muitos deles se tornaram cristãos no Brasil e, para continuar a evangelização deles, diversos missionários vêm para cá para trabalhar com os dekasseguis. Isso está sendo muito legal também para nós xintoístas. Afinal, o diálogo educa e leva a descobertas que ajudam a melhorar a nossa maneira de ser e de viver. Um mundo de paz somente será possível com muito diálogo. Obrigada amiguinhos, e um abraço a todos!


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