quinta-feira, 2 de setembro de 2010

3141 - VEDISMO

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Compilado por Beraldo Lopes Figueiredo

107.1 - HINDUÍSMO, VEDISMO E BRAHMANISMO:

Brama, também conhecido pela grafia Brahma, é o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo, que forma junto com Vixnu e Shiva.

Brama é considerado pelos hindus a representação da força criadora ativa no universo.

A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído por Shiva, Vixnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado num Lótus, que brotou do umbigo de Vixnu e recria todo o universo.

Depois que Brama cria o universo, ele permanece em existência por um dia de Brama, que vem a ser aproximadamente 4.320.000.000 anos em termos de calendário hindu. Quando Brama vai dormir, após o fim do dia, o mundo e tudo que nele existe é consumido pelo fogo, quando ele acorda de novo, ele recria toda a criação, e assim sucessivamente, até que se completem 100 anos de Brama, quando esse dia chegar, Brama vai deixar de existir, e todos os outros deuses e todo o universo vão ser dissolvidos de volta para seus elementos constituíntes.

Brama é representado com quatro cabeças, mas originalmente, era representado com cinco. O ganho de cinco cabeças e a perda de uma é contado numa lenda muito interessante. De acordo com os mitos, ele possuía apenas uma cabeça.

Depois de cortar uma parte do seu próprio corpo, Brahma criou dela uma mulher, chamada Satrupa, também chamada de Sarasvati. Quando Brahma viu sua criação, ele logo se apaixonou por ela, e já não conseguia tirar os olhos da beleza de Satrupa.

Naturalmente, Satrupa ficou envergonhada e tentava se esquivar dos olhares de Brama movendo-se para todos os lados.


Para poder vê-la onde quer que fosse, Brama criou mais três cabeças, uma à esquerda, outra à direita e outra logo atrás da original. Então Satrupa voou até o alto do céu, fazendo com que Brama criasse uma quinta cabeça olhando para cima, foi assim que Brama veio a ter cinco cabeças. Da união de Brahma e Satrupa, nasceu Suayambhuva Manu, o pai de todos os humanos.



Nas escrituras, é mencionado que a quinta cabeça foi eliminada por Shiva. Brama falou desrespeitosamente de Shiva, que abriu seu terceiro olho e queimou a quinta cabeça de Brama.

Brahma tem quatro braços, e nas mãos segura uma flor de lótus, seu cetro, uma colher, um rosário, um vaso contendo água benta e os Vedas. O veículo de Brama é o cisne Hans-Vahana, o símbolo do conhecimento. A esposa de Brama é Sarasvati, a Deusa da Sabedoria.

Na Índia em si, o deus é pouco cultuado, pois na visão hindu, sua função já se acabou depois que o universo foi criado. As lendas sobre Brama não são tantas nem tão ricas quanto as de Vixnu e Shiva. Para estes deuses existem incontáveis templos de adoração, mas para Brama, apenas um, que fica no lago Pushkar em Ajmer.

Brâmane é um membro da casta sacerdotal hindu. A palavra não deve ser confundida com o deus Brahma ou Brahman, embora o termo brâmane signifique literalmente "aquele que realizou / tenta realizar Brahman - a divindade". Segundo o Purusha Sukta, canto à glória de Vishnu, os brâmanes surgiram da boca do purusha.



AS CASTAS INDIANAS:

Originalmente, as castas eram apenas quatro:

os brâmanes (religiosos e nobres);

os xátrias (guerreiros);

os vaixás (comerciantes) e;

os sudras (camponeses, artesãos e operários).

À margem dessa estrutura social havia os párias, sem casta (categorizados abaixo dos escravos), considerados intocáveis, até pelos escravos, para não serem "amaldiçoados"; hoje chamados de haridchans, haryans ou "dalits". Com o passar do tempo, vem acontecendo centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar. A origem do sistema de castas é incerta.

Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes dos povos brancos de famílias indoeuropéias. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 a.C.

Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo.

Fonte: Wikipédia.



Vedismo e Hinduismo:

A origem do Hinduismo se perde no tempo, não há precisão histórica, o que se encontra são evidências nos sítios arqueológicos, como Mohenjo Daro e Harappas. Atualmente aceita-se que a origem do hinduismo remonta 7000 anos.


O Hinduísmo vem a partir dos Vêdas. Define-se Vedismo ou Veda (a pronúncia correta é Vêda) pelo livro-texto sagrado que serve de base para o estudo religioso. A palavra Vêda significa literalmente em sânscrito, "sabedoria, conhecimento", e vem da mesma raíz de "Vid", da qual se originaram centenas de outras palavras e vocábulos, inclusive o termo "Vidya"."Vêdico ou Vedista" é o seguidor do Vedismo. E o Vedismo consistia, originalmente, numa mitologia muito profunda, na qual se explicavam todos os deuses. O Vedismo é a forma mais antiga do Hinduísmo.

O Hinduísmo possui fontes autorizadas e estas dividem-se em dois grandes grupos: Shruti e Smriti.

Shruti - A tradução de Shruti é "aquilo que é ouvido" ou "transmissão iniciática recebida por revelação divina". Afirma-se que os grandes "rishis" ou sábios, recebem uma inspiração espiritual para transmitir as verdades eternas.



Smriti - Seguido em importância ao Shruti (inspiração divina) vem o Smriti - a memória. O Smriti é, então, o processo de registro "daquilo que foi ouvido" . Smriti é a segunda parte da divisão do Hinduísmo.

SHRUTI:

Dentro do SHRUTI temos os Quatro Grandes Livros do Hinduísmo, que são chamados Vedas:

1. Rig Veda - hinos de louvor à Energia Cósmica
2. Yajur Veda - trata dos sacrifícios aos deuses e ao Absoluto
3. Sama Veda - melodias
4. Atharva Veda - fórmulas de Magia e Ritualísticas

Nos Vedas encontramos capítulos especiais que tratam de diversas outras áreas da espiritualidade hindu, que são:

Mantras - vocalização de cânticos, e repetição de sons místicos
Brahmanas - são as explicações dos mantras e dos rituais
Upanishads - literalmente quer dizer "aos pés do Mestre" - são expressões e revelações espirituais.

SMIRITI:

No SMRITI temos a interpretação dos grandes sábios (Maharishis) para o povo, e encontramos as seguintes divisões: Smiriti, Puránas, Itihasas, Ágamas e Dárshanas.

1. Smriti - são os Códigos de Lei da sociedade. Foram sistematizados pelos antigos sábios Maharishis Shri Manú, Shri Yájña Válkya e Shri Paráshara.

2. Puránas - são as lendas e parábolas para educação e instrução popular. Literalmente significam "antigüidades". São textos em verso e que tratam de lendas, parábolas, e histórias para a educação popular, sempre com um fundo moral-espiritual. Entre os Puranas, encontramos 18 Puránas maiores e 18 Puránas menores.

Há a Doutrina dos Avatares que trata dos "Seres Enviados", e que pretende dar uma representação de ajuda ao Homem, na Terra, nas suas diferentes etapas de evolução. Tal doutrina encontra-se nos Brahmanas e, segundo ela, existem 10 avatares de Shri Vishnu, Aquele que detém o poder de preservar o Universo criado. O objetivo do Avatar é salvar o mundo de algum grande perigo ou dificuldade.

Segundo o Hinduísmo, as 10 encarnações de Shri Vishnu, são:
MÁTSYA, o peixe
KURMA, a tartaruga
VARÁHA, o javali
NARASIMHA, o homem-leão
VÁMANA, o anão
PARASHURÁMA, o herói Rama com machado
RAMACHANDRA, o herói do Ramayana
SHRI KRISHNA, do Bhagavad Gita
SHRI BUDDHA, o Siddhartha Gautana, o Buddha
SHRI KÁLKI, o herói montado num cavalo branco.

Há ainda 5 divisões ou categorias, que são:
Bhupurána - que trata da criação do Universo;
Pávanapurána - que trata da destruição e renovação do Universo;
Devapurána - que comenta sobre os diversos deuses;
Manúpurána - que comenta sobre os diversos Manús e seus reinados;
Purushapurána - que trata das histórias das raças solares e lunares

3. Itihásas - são os grandes épicos da Índia. Os mais conhecidos são:

Ramayana - Foi escrito por Shri Valmiki. É uma obra composta de 24.000 estrofes e narra a maravilhosa história do herói Shri Rama e da contenda entre ele e Rávana, o monstruoso gigante demoníaco, que os deuses não podiam matar, mas somente os homens.

Tantras - São livros para a educação popular, sendo considerados "complementos" dos Puránas. Os Tantras falam da criação do mundo, da chegada do Homem à Terra, da criação do Yoga, etc.

Mahabhárata - É uma epopéia composta de mais de 90.000 estrofes, dividido em 18 livros espetaculares, com apêndice denominado Harivarusha, que fornece dados que vão do século V ou IV a.C. até alguns séculos depois de Cristo. Esta epopéia descreve com precisão a rivalidade entre as linhas descendentes da antiga Índia: de um lado, os Kôravas, e de outro lado, os Pándavas.

Bhagavad Gita - Mais conhecido simplesmente como "Gita", é um dos capítulos do Mahabhárata, que conta o diálogo realizado entre Shri Arjúna - um militar guerreiro da classe dos Kshátriyas - e Shri Krishna - seu fiel cocheiro, uma personificação do Absoluto.

4. Ágamas - A termo sânscrito "Ágama" têm vários significados, tais como: "conhecimento erudito, doutrina, aproximação, tendência, conexão, chegada", etc. Contudo, dentro do Hinduísmo, no Smriti, o vocábulo Ágama tem um significado especial, isto é, "tendência devocional".

Os Ágamas são, portanto, as tendências devocionais, religiosas e/ou filosóficas da Índia. Dentro dos Ágamas, encontramos as seguintes divisões:

• Shaiva, Shaivismo, Shivaísmo ou Shivaíta;
• Vaishnáva, Vaishnavismo, Vishnuísmo ou Vishnuíta;
• Shákta, Shaktismo, Shaktaísmo ou Shaktaíta;
• Smarta, Smartismo ou Smarta Dasamáni;
• Bráhmana ou Brahmanismo (quase inexistente).

Pouco ou quase nada se fala da tendência devocional Bráhmana (devotos de Brahma). Entretanto, encontramos na classificação acima, uma tendência denominada Smarta Dasamáni, a qual tem se fortalecido muito nos últimos séculos na Índia. O Smarta Dasamáni é um conjunto de 10 ordens de Sannyásins (monges) seguidores de Shri Adi Shankarachárya, o codificador do Vedanta.

Ainda dentro dos Ágamas, encontramos as deidades hindus adoradas na Índia classificando-as em 3 principais grupos (Shaiva, Vaishnava e Shakta), onde surgem os primeiros e mais importantes colégios superiores de filosofia e religião, que são:

Shaiva Siddhanta - ligados a Shiva;
Pancharátra Ágama - ligados a Vishnu;
Tantras ou Shákti Ágama - ligados a Shakti.

5. Dárshanas - Dárshana é um vocábulo sânscrito que significa "visão, aparição, inteligência, demonstração, compreensão, sistema, método, consideração, consciência", etc. Os Dárshanas são consideradas as "Escolas Filosóficas ou pontos de vista do Hinduísmo".

Os Dárshanas são classificados em: Ástika Dárshana e Nástika Dárshana

Ástika Dárshana - São as Escolas Filosóficas autorizadas ou reconhecidas, como pontos de vista oficiais do Hinduísmo. As 3 Escolas Filosóficas mais importantes, são:
Yoga - filosofia puramente prática*;
Sámkhyá - filosofia naturalista espiritualista;
Vedanta - filosofia religiosa espiritualista.

* Comumente, o Dárshana Yoga está associado a um outro Dárshana (pode ser Sámkhyá ou Vedanta), e a partir daí, desenvolvem-se outras escolas com tendências diversas. Isto porque, tanto o Sámkhyá como o Vedanta, têm suas próprias divisões.

Nástika Dárshana - Os Nástika são as Escolas Filosóficas "não-autorizadas" ou "não-reconhecidas" oficialmente pelo Hinduísmo, mas que possuem uma grande influência e com bases sólidas de raciocínio, lógica e prática. Dentre os Nástika, encontramos também 3 Escolas Filosóficas:
Buddha - com a fundação da Escola Buddhismo original;
Cháraka - com a fundação da Escola de Medicina Ayurvêdica original;
Jaina - com a fundação da Escola Jainista, que nega os Vêdas


HINDUISMO:

Atualmente, o Hinduísmo conta com um pouco mais de um bilhão de praticantes em todo o mundo. Isso significa um número extremamente grande e significante de seguidores. Entretanto, definir o Hinduísmo não é uma tarefa fácil.

O Hinduísmo não é uma religião convencional e limitada. Aliás, podemos dizer que o Hinduísmo é mais uma filosofia religiosa, um caminho de vida. Desde os tempos imemoriais, as religiões primitivas indígenas da Índia, e seu sistema cultural, condicionaram uma miscelânea de crenças que foram sendo acrescidas ao saber popular.

O Hinduísmo é também conhecido e chamado como "Sanátana Dharma" ou "eterna religião", e para os Vedantinos como "Vaidika Dharma" ou "religião dos Vêdas".


O processo de evolução religiosa se deu de forma gradativa, culminando hoje no Hinduísmo. Hoje em dia, o Hinduísmo é - para alguns -, uma filosofia de vida, e - para outros -, uma religião muito ampla e aberta, que aceita os aspectos religiosos de outras crenças e religiões, pois afirma serem caminhos diferentes para atingir o mesmo objetivo.

"O Hinduísmo é a soma de diversos dogmas e crenças, que vai do teísmo pluralista até o absoluto monismo. Várias tendências devocionais fazem parte do Hinduísmo. Podemos encontrar atualmente o Shaivismo - seguidores de Shiva, o Vaishnavismo - seguidores de Vishnú, os Shaktas - seguidores da Mãe Divina, e os Smartas - seguidores de Shri Adi Shankarachárya.

Mas, segundo o Mestre Swami Chinmayananda, membro fundador do Vishwa Hindu Parishad , o Hinduísmo possui diversas ramificações em todo o mundo, estando dividido em três grupos: organizações Hindus, quase-Hindus e não-Hindus.

Quem são os Hindus?

O resultado da pesquisa feita pelo Vishwa Unnyayan Samsad e Vishwa Hindu Parishad aponta as três divisões Hindus em todo o mundo, incluindo a Declaração de Intenções. Veja abaixo:

1. Organizações Hindus

Arya Samaj

Chinmaya Mission

Hindu Students Council

Hindu Temple Society of North America

Ramakrishna Mission (New York)

Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS)

Saiva Siddhanta Church

Vishwa Hindu Parishad (VHP)

Sociedade da Vida Divina Brasil

Ramakrishna Vedanta Brasil

Sociedade Internacional Gita do Brasil

Ramakrishna Vedanta Curitiba

Sivananda

2. Organizações Quase-Hindus

Arsha Vidya Gurukulam

Divine Life Society

Siddha Yoga Dham (Chidvalasananda)

Sivananda Yoga Vedanta Centers

Ananda Marga

M.A. Ashram (Mata Amritanandamayi)

Saddhu Vaswani Mission

Integral Yoga Institute (Satchidananda)

Self-Realization Fellowship

Sri Sri Ravi Shankar

Ordem Filosófica Mundial Vidya Yoga Ashram
Cultura Hindu Rishi

Jñana Mandiram

KRSNA

Suddha Dharma Mandalam

Suddha Dharma Mandalam - Ribeirão Preto

3. Organizações Não-Hindus

Vishwa Unnyayan Samsad

Brahma Kumaris

Transcendental Meditation

Veerashaivite



Fonte: http://www.vidyayoga.org/ensinamentos/hinduismo-02.shtml



EM QUE AS GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS ACREDITAM?

O QUE PROFESSAM?

Sabemos que muitas são as fés e os credos. Existem mais de trezentas religiões em todo o mundo, incluíndo inúmeras seitas, filosofias, correntes diversas de pensamento, ocidentais e orientais. Mas, segundo a Filosofia Vidya Yoga, só existe uma Verdade e diversas Realidades ou pontos pontos de vista. E esta Verdade independe de credo, raça ou nação: "é a Verdade Espiritual que envolve a todos nós em seu manto!" - afirmam os hindus.

Se uma ou filosofia religião causa confusão e transtorno permanente ao seu crente ou, se uma filosofia ou religião não fornece as respostas satisfatórias ao buscador, então é o momento de mudar. Isto serve para qualquer filosofia ou religião. Cada pessoa tem o seu momento de compreender.

Podemos citar algumas importantes seguintes religiões e filosofias, a saber:

Hinduísmo

Brahmanismo

Cristianismo

Budismo

Confucionismo

Xintoísmo

Sikhismo

Taoísmo

Judaísmo

Jainismo

entre outras

Existem muitas semelhanças e diferenças entre as grandes filosofias e religiões mundiais. Contudo, uma coisa é certa: quase todas as religiões construíram suas bases em estruturas dogmáticas, algumas intocáveis. Portanto, dogma é um ponto ou princípio de fé definido por uma religião; é o fundamento de qualquer sistema ou doutrina. O conjunto das doutrinas fundamentais de qualquer religião, filosofia ou partido político.

ESCLARECIMENTO FILOSÓFICO DE ALGUNS TERMOS

(ORIENTE x OCIDENTE):

Antes de iniciarmos propriamente este capítulo, vamos tentar conceituar alguns termos que sempre causam muita confusão. Sempre estaremos citando a epadronização OCIDENTE e ORIENTE.

1. DEUS, ABSOLUTO, ENERGIA CÓSMICA

OCIDENTE - É possível definir Deus. Deus é o Ser superior, infinito, perfeito, criador e perservador do universo; a causa necessária de tudo o que existe, sendo ainda cada uma das pessoas da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo. Deus, para os Ocidentais, possui qualidades extraordinárias e se impõe ao culto dos homens, se tornando objeto de viva e profunda veneração.

ORIENTE - não se pode definir Deus, porém apenas tentar conceituá-lo. Na verdade, Deus ou Deva é a manifestação da Divindade presente em nós. A Divindidade é o Ser supremo, o Absoluto, o Incognoscível. É a causa e o efeito de tudo no Cosmos. É a Energia Cósmica Superior.

2. CÉU e INFERNO

OCIDENTE - céu e inferno são lugares para onde o homem irá após a sua morte.

ORIENTE - céu e inferno são apenas estados de consciência que criamos em nossa mente.

3. ETERNIDADE

OCIDENTE -a palavra eternidade quase sempre está associada à vida eterna, seja ela no inferno ou no céu.

ORIENTE - Do ponto de vista Oriental, a palavra "eternidade" é relativa. Diz respeito sempre a uma existência curta ou longa até o fim de um kalpa (ciclo de tempo para os Hindus).

4. CRIAÇÃO e CRIAÇÃO

Em Latim, creatio, em Inglês, creation, em Francês, création. A palavra original - creação - que significava "emanação", mais tarde foi substituída pela palavra criação, e está presente em quase todas as línguas vivas ou mortas e tem um sentido muito amplo e variado. Do ponto de vista Ocidental, a palavra criação é uma noção de origem Bíblica: "...e Deus criou o céu e a terra..." Do ponto de vista Oriental, a palavra criação ou creação é a ação de emanar o Absoluto.

5. ESPIRITUALISMO, ESPIRITUALIDADE e ESPIRITUALIZAR

A palavra espiritualismo diz respeito à doutrina filosófica que baseia-se na existência de Deus e da alma. A palavra espiritualidade é a qualidade daquilo que é espiritual, e neste sentido, tudo vem do Espírito Supremo, portanto, tudo é espiritual . E a palavra espiritualizar significa assimilar alguma coisa na essência e na sua forma ao espírito. Significa ainda, desapegar-se de todas as afeições materiais.

6. RELIGIÃO e RELIGIOSIDADE

O estudo das religiões comparadas demonstra que, no fundo, os ensinamentos espirituais são semelhantes em todas as crenças no mundo. A diferença está na metodologia aplicada. A palavra religiosidade, do ponto de vista da Filosofia Oriental, não está vinculada à uma determinada categoria ou modalidade de religião, no sentido dogmático e, sim na convicção intuitiva de uma pessoa no mundo espiritual e na sua vivência pessoal e interior. A palavra religião apresenta um serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer, expresso por meio de ritos, preces e observâncias, as quais se considera mandamento divino. Tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável.

7. REVELAÇÃO

Do ponto de vista Oriental, revelação é a prova, a certeza ou a demonstração da verade com a autoridade competente e empírica. Do ponto de vista Ocidental, revelação é a inspiração sobrenatural com que Deus faz conhecer, em certas circunstâncias, seus mistérios e desígnios.

8. SEITA

Seita, do latim secta, é uma doutrina herética de algum teólogo célebre, que se destaca através de um corpo doutrinário e é seguido por muitos que a consideram como verdade. No popular, seita é um partido ou facção.

9. ATEÍSMO

Do latim, atheismus, é a doutrina que nega a existência de Deus. Seus seguidores são tidos como descrentes e impiedosos.

10. FILOSOFIA

Do latim e grego, philosophia, é a ciência geral do conhecimento das coisas por suas causas ou primeiros princípios. É um sistema de princípios que tem por objetivo agrupar uma certa ordem de fatos para tentar explicar as coisas. A filosofia proporciona firmeza, elevação de espírito, razão e sabedoria.

11. FILOSOFIA DE VIDA

É a opção voluntária que um indivíduo ou um grupo faz, no que diz respeito à sua estrutura de pensamento, sentimento e comportamento e que serve de base para a sua vida. A filosofia de vida poderá ser materialista ou espiritualista

ALGUMAS SEMELHANÇAS ENTRE AS RELIGIÕES E FILOSOFIAS:

12. Quais as semelhanças existentes entre as Religiões Ocidentais e Orientais?

As Religiões Ocidentais ou teologias ocidentais acreditam num Deus Supremo, criador de todas as almas e de todas as coisas. Acreditam numa hierarquia de anjos e em um exército celestial.

As Religiões Orientais acreditam numa Divindade Suprema, mais especificamente numa Energia Cósmica Absoluta, criadora de todas as coisas materiais e imateriais. Acreditam também numa hierarquia celeste e nas diversas dimensões da matéria.

13. Qual é a visão sobre a salvação da alma?

As Religiões Ocidentais acreditam que a salvação do homem se faz através da rígida obediência a Deus, usualmente através de um Messias, profeta ou presbítero, pelos quais o indivíduo conquista o Reino dos Céus.

As Religiões Orientais afirmam que a salvação do homem se faz através da obediência a Deus e das Leis Cósmicas. Somente através da Sua benevolência é que se manifesta a presença de um preceptor espiritual ou Satguru para orientação e condução do homem.

14. Como deve ser a conduta do homem?

As Religiões Ocidentais dizem que o homem deve ter uma conduta ética e moral guiando-se pelo caminho de Deus.

As Religiões Orientais ensinam que o homem deve viver uma vida ética e moralmente correta, pois isto é o essencial para o seu progresso e desenvolvimento espiritual e para sua libertação.

15. E sobre o destino do espírito humano?

As Religiões Ocidentais ensinam que o destino da humanidade é viver de acordo com os princípios e mandamentos de Deus, para que seja concedida a oportunidade de merecer o descanso e a felicidade eterna, ou o sofrimento eterno.

Para as Religiões Orientais a proposta da vida é evoluir e desenvolver o homem através da experiências diretas e indiretas no caminho espiritual. As coisas do mundo não são as verdadeiras propostas, mas apenas uma alavanca para sua evolução.

16. Quais as semelhanças quando se fala de Natureza e de Universo?

As Religiões Ocidentais afirmam que a alma é imortal e eterna, e que a vida é uma só. O homem viverá para sempre ao lado de Deus, o Creador, uma vez obedecidos os seus mandamentos e princípios, ou então, o homem viverá separado de Deus, no eterno fogo do inferno.

As Religiões Orientais afirmam que há mais realidades e dimensões em todo o universo do que nós imaginamos. O espírito (Purusha) é imortal. O processo da vida, da morte e da eternindade são baseados no ciclo da reencarnação e dos renascimentos (Samsara). A libertação final (Moksha) é o processo final na condição de ser humano. A partir daí, o homem se encontrará em outras dimensões e planos do universo. Para as Religiões Orientais não há apenas um sistema solar ou apenas uma galáxia. A Via Láctea é infinita e eterna.

17. E sobre a criação do universo?

As Teologias Ocidentais afirmam que o mundo foi criado por Deus e que no futuro será destruído por Ele. Então, este será o Dia do Juízo Final, quando aqueles que tiverem sido bons e justos serão salvos, e aqueles que não tiverem seguido os mandamentos e as orientações de Deus, do Messias, dos profetas ou do presbítero, não serão salvos. Os mortos serão chamados outra vez à vida.

As Teologias Orientais ensinam que o universo não tem princípio nem fim, que existe num interminável ciclo de criação, preservação e destruição. Não existe absolutamente fim nem começo, nem tampouco existe uma dualidade entre o Absoluto e o mundo, mas sim uma unidade eterna.

18. E sobre a legitimidade de Deus?

As Teologias Ocidentais dizem que Deus existe e que há somente um Deus e uma religião verdadeira. Aqueles que aceitam esta verdade estarão nas graças de Deus-Pai. Todos os demais, a menos que se redimam, irão para o fogo do inferno.

As Teologias Orientais dizem que não há um Deus, mas sim um Absoluto, uma Energia Cósmica inominável. Este Absoluto (Brahman) é tudo, está em tudo e em todos os seres animados e inanimados, humanos e animais, nos vegetais, nas pedras, na terra, no fogo, no ar, em todos os elementos da natureza. E o homem pode apenas testemunhar sua presença através da experiência direta por qualquer caminho ou crença, de acordo com a sua evolução espiritual.

19. Quais são as provas da existência de Deus?

As Religiões Ocidentais afirmam a existência de Deus mostrando seu amor e seu compromisso em salvar os homens, através da figura do Messias chamado Jesus, que é o Filho de Deus, em pessoa de carne e ossos, além das revelações de sua escritura sagrada denominada Bíblia, que é a revelação da inspiração divina. As Teologias Ocidentais dizem que é um grande absurdo e presunção do homem querer buscar saber sobre personalidade divina de Deus. A grande virtude da Religião não é experimentar, mas ter fé, casar, constituir família e ter uma vida virtuosa e sempre à serviço de Deus.

Já as Religiões Orientais afirmam que a maior prova sobre a existência do Absoluto é através das diversas formas de manifestação da vida, através do amor e da presença de um Guru. O Guru é "aquilo que dissipa as trevas", que elimina a ignorância e desperta a consciência do discípulo para a espiritualidade. E sobre o conhecimento do Absoluto, os orientais afirmam que é uma vivência pessoal interior e, muitas vezes, oferece uma experiência mística de sua realidade através da manifestação de estados alterados da consciência, ora permanentes, ora temporários, onde o homem se torna notoriamente um "iluminado", um vidente, um santo.

20. Quais são os caminhos para se chegar a Deus?

As Religiões Ocidentais afirmam que há somente um caminho para guiar-se até Deus, pois os outros são infrutíferos. O verdadeiro para as religiões ocidentais caminho é a conversão e obediência a Deus. Todos devem converter-se para a verdadeira religiosidade. O homem que fraquejar e estiver com sua mente em dúvida de Deus, será levado ao pecado e condenado no Dia do Juízo Final ao fogo do inferno. O sofrimento do homem vem da sua desobediência a Deus, por não aceitar e por não acreditar na sua lei.

As Religiões Orientais, entretanto, afirmam que o homem é livre para optar pelo caminho que deseja seguir: o bem ou o mal. Todos os caminhos, finalmente, o guiarão ao Absoluto. O céu e o inferno não existem como lugares, contudo apenas como estados de consciência, nada mais. Não há Dia do Juízo Final, nem juíz, nem pecado. O homem é o responsável por todos os seus atos, pensamentos e sentimentos. Consequentemente, é quem faz a trama do seu destino.


FONTE: http://www.vidyayoga.org/ensinamentos/religioes-02.shtml


107.2 - CONFUCIONISMO


CONFUCIONISMO:



O confucionismo é um sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu (Confúcio). Entre as preocupações do confucionismo estão a moral, a política, a pedagogia e a religião. Conhecida pelos chineses como Junchaio (ensinamentos dos sábios). Fundamentada nos ensinamentos de seu mestre, o confucionismo encontrou uma continuidade histórica única.



O confucionismo é um sistema filosófico chinês criado por Kung-Fu-Tzu (Confúcio). Entre as preocupações do confucionismo estão a moral, a política, a pedagogia e a religião. Conhecida pelos chineses como Junchaio (ensinamentos dos sábios). Fundamentada nos ensinamentos de seu mestre, o confucionismo encontrou uma continuidade histórica única.

Filosofia, ideologia política, social e religiosa do pensador chinês Confúcio (551-479 a.C.), grafia latina do nome Koung Fou Tseu (ou mestre Kung). O princípio básico do confucionismo é conhecido
pelos chineses como junchaio (ensinamentos dos sábios) e define a busca de um caminho superior (tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da terra e as do céu. Confúcio é mais um filósofo do que um pregador religioso. Suas idéias sobre como as pessoas devem comportar-se e conduzir sua espiritualidade se fundem aos cultos religiosos mais antigos da China, que incluem centenas de imortais, considerados deuses, criando um sincretismo religioso. O Confucionismo foi a doutrina oficial na China durante quase 2 mil anos, do século II até o início do século XX. Fora da China, a maioria dos confucionistas está na Ásia, principalmente no
Japão, na Coréia do Sul e em Cingapura.
Doutrina:

- No Confucionismo não existe um deus criador do mundo, nem uma igreja organizada ou sacerdotes. O alicerce místico de sua doutrina é a busca do Tao, conceito herdado de pensadores
religiosos anteriores a Confúcio. O tao é a fonte de toda a vida, a harmonia do mundo. No confucionismo, a base da felicidade dos seres humanos é a família e uma sociedade harmônica. A família e a sociedade devem ser regidas pelos mesmos princípios: os governantes precisam ter amor e autoridade como os pais; os súditos devem cultivar a reverência, a humildade e a obediência de filhos.


Os cinco livros:

- Os ensinamentos do confucionismo estão reunidos em cinco livros, chamados Wu Ching ou Os Cinco Clássicos, que
incluem textos atribuídos a Confúcio e a outros autores de períodos anteriores. As obras são o Shu Ching (Clássico de Política); Shih
Ching (Clássico de Poesia); Li Ching (Livro dos Ritos, visão social);
Chun-Chiu (Anais das Primaveras e Outonos, visão histórica) e o I Ching (Livro das Mutações, que aborda os aspectos metafísicos da
vida). Dos Cinco Clássicos, o I Ching é o mais conhecido no Ocidente. Ele afirma que o universo é regido por duas forças ou
qualidades, complementares e opostas, o yin (feminino) e o yang (masculino), que provocam constante mudança. O homem nobre
deve saber equilibrá-las, e, para isso, o livro traz um oráculo baseado em 64 hexagramas (conjunto de seis linhas que podem ser contínuas
ou interrompidas), cada uma com um texto decifrativo. Na forma de consulta mais habitual, três moedas são jogadas seis vezes seguidas e
as combinações de cara e coroa indicam o hexagrama.

O confucionismo inclui ainda outras obras importantes, entre os quais o livro de pensamentos diversos Lun Yu, conhecido no Ocidente como
Analectos.


Rituais e tradições:

- Os confucionistas prestam culto a seus antepassados pela veneração e oferendas, que podem ser feitas em altares domésticos ou nos templos. Os rituais mais importantes são os da vida familiar, com destaque para o casamento, por criar uma nova família, e para os funerais. Um dos aspectos do confucionismo que têm conseguido adeptos no Ocidente é o Feng Shui, conjunto de definições sobre como construir e ocupar casas ou edifícios, da escolha do terreno à disposição dos cômodos, suas funções e objetos, de forma a garantir que a energia vital da terra, chamada Chi, possa fluir e garantir saúde, harmonia, paz, prosperidade e felicidade a seus ocupantes.

Confúcio ensina que o ser humano deve cultuar seus antepassados mortos, de forma a perpetuar o mesmo respeito e amor que tem por seus pais vivos. De acordo com a doutrina, o ser humano é composto de quatro dimensões: o eu, a comunidade, a natureza e o céu - fonte da auto-realização definitiva. As cinco virtudes essenciais do ser humano são amar o próximo, ser justo, comportar-se adequadamente, conscientizar-se da vontade do céu, cultivar a sabedoria e a sinceridade desinteressadas. Somente aquele que respeita o próximo é capaz de desempenhar seus deveres sociais. O único sacrilégio é desobedecer à regra da piedade.





Bibliografia:
HUAI, Chin Nan. TAO Transformação da Mente e do Corpo. São Paulo: Pensamento,
1993; il.
JUNG, G.G.; WILHELM. O Segredo da Flor de Ouro - Tradução de Dora Ferreira da Silva
e Maria Luíza Appy. 7ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1992.
MACIOCIA, Giovanni. A Prática da Medicina Chinesa Tratamento de Doenças com
Acupuntura e Ervas Chinesas. São Paulo: Editora Roca, 1996; il.
ROHDEN, Huberto. Lao-Tse Tao Te King. 3ª ed. São Paulo: Alvorada.
SHAKER, Artur. Buddhismo e Christanismo – Esteios e Caminhos. Rio de janeiro: Vozes,
1997.

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