quarta-feira, 2 de maio de 2012
TELÉGRAFO (BARÃO DE MAUÁ)
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Sala de Aula Muito antes da Internet
Em 1874, o telégrafo ligou o Brasil e a Europa por cabos submarinos. Assim, inseriu o Império brasileiro no grupo das nações civilizadas
Lia Jordão
19/1/2011 Versão para impressão Envie essa matéria para um amigo Rádio, televisão, transmissões via satélite, correio eletrônico, telefonia celular: é notório que o mundo contemporâneo tem passado por uma profunda revolução nos meios de comunicação. Quando se trata deste assunto, é fácil pensar em Internet e agilidade. Mas é preciso lembrar que as tecnologias de transmissão de informações têm origens muito mais antigas do que o envio do primeiro e-mail, em 1965, nos EUA.
Um interessante par de mensagens telegráficas encontradas na Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional marca um momento muito importante neste processo. Datados de 22 de junho de 1874, os telegramas noticiam a conclusão da instalação da linha telegráfica por cabo submarino que ligou pela primeira vez a Europa (mais precisamente, Inglaterra e Portugal) ao território brasileiro.
Os telegramas eram enviados de Pernambuco ao imperador D. Pedro II, no Rio de Janeiro. O posto da empresa que detinha os direitos de exploração comercial do telégrafo nacional, The Western & Brazilian Telegraph Company Limited, fazia a transcrição das mensagens. Em uma delas, Robert Halpin, comandante do navio que lançou os cabos ao mar, avisa que a última seção de cabos submarinos conectando o Império com Portugal e Grã-Bretanha havia sido concluída naquele dia. Por seus serviços, D. Pedro II o nomeou Cavaleiro da Ordem Imperial da Rosa. Outra mensagem, escrita por Halpin a pedido do diretor da Telegraph Construction Company, Sir Daniel Gooch, congratula o imperador pelo feito marcante, ressaltando que, desta forma, “a Companhia havia cumprido todas as suas promessas”.
A essa altura, o telégrafo elétrico já era conhecido de muitos brasileiros, pois havia sido introduzido na Corte em 1852. De início, serviu basicamente para comunicações internas do governo, ligando a polícia aos quartéis e aos palácios que hospedavam o Poder Executivo. Posteriormente, foi aberto também para uso particular, mediante pagamento dos serviços. Nas décadas seguintes, as linhas foram ampliadas, e, pouco a pouco, todas as províncias do Império estavam interligadas. Essa foi uma mudança que contribuiu para que o território nacional, de dimensões continentais, ganhasse uma unidade e uma integração nunca antes alcançadas.
A ligação telegráfica transoceânica foi uma proposta do empresário Irineu Evangelista de Souza (1813-1889), então barão de Mauá. Recursos financeiros ingleses tornaram possível sua concretização em 1874. E, como prêmio por essa iniciativa, o barão foi elevado a visconde.
A comunicação por telégrafo com o Velho Mundo (“the Old World”, em um dos telegramas) desempenhou um papel fundamental para a inclusão do Império brasileiro no conjunto das nações civilizadas. O Brasil podia, finalmente, tornar-se um “vizinho da Europa”, estreitando relações e aumentando o intercâmbio político, econômico e cultural. Era um novo impulso ao progresso do país. As informações podiam ser transmitidas na velocidade de 25 mil quilômetros por segundo – muito diferente das longas semanas que separavam, por correspondência postal, os dois continentes –, integrando o Brasil à primeira rede mundial de comunicações que começava a se formar.
Mas os documentos não representam apenas uma transformação histórica; também apresentam curiosidades. No espaço para “Nome e Endereço do Destinatário”, por exemplo, é possível ver que consta apenas “His Majesty, the Emperor of Brazil”. Nome? Endereço? Ora, o imperador era único e dispensava esse tipo de indicação. As opções para encontrá-lo não eram muitas: podia estar em alguma solenidade no Paço Imperial, na varanda do Palácio da Quinta da Boa Vista ou mesmo descansando na residência de Petrópolis.
Outro ponto interessante é que os remetentes e destinatários não estavam desamparados, já que contavam com o “Serviço de Atendimento ao Consumidor” da época. Nas letras miúdas do rodapé do formulário, constavam as instruções bilíngues sobre como proceder no caso de “queixas de inexatidão, demora ou de entrega errada de qualquer telegrama que tenha passado pelos cabos da Companhia”.
Chama atenção também o detalhe da cobrança pelos serviços prestados. Aparece no formulário que “o destinatário pagará os gastos”. Pelo visto, como muitas outras vezes na História, o tão sonhado progresso chegou com a ajuda do capital estrangeiro, mas a fatura, mais cedo ou mais tarde, seria cobrada dos cofres públicos brasileiros.
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