domingo, 6 de maio de 2012

DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO

PÁGINA PRINCIPAL | QUEM SOMOS | ONDE ENCONTRAR | FALE CONOSCO Edição atual Edições anteriores Artigos Reportagens Entrevistas Economia Melhores práticas Tecnologia Comércio exterior Educação Giro Estante Circuito Indicadores Exibição de Notícia 49 PERFIL (06/04/2009 - 12:07) Dínamo de um Brasil grande Por Pedro Henrique Barreto, de Brasília Ele foi o responsável pela consolidação do processo brasileiro de industrialização e de inserção do País no comércio internacional. Defendia a tese de que o progresso é um processo de longo prazo, mudando a cultura dos empresários da época. E sempre foi a favor de uma remuneração justa para os trabalhadores Roberto Simonsen é um dos mais respeitados empresários e intelectuais da história brasileira. Seus discursos, publicações e grande engajamento político ajudaram a nação a se desenvolver com base em um projeto de industrialização inédito, que acabou abrindo as portas para o crescimento econômico e o fortalecimento do Brasil nas relações comerciais com outros países. Nas primeiras décadas do século 20, época na qual a economia e a política eram dominadas pelos grandes produtores de café, Simonsen era o porta-voz de uma reestruturação produtiva que pregava o estímulo à indústria. Acreditava que não só o desenvolvimento econômico, mas também político, social, cultural, tecnológico e científico do País dependiam dessa nova visão. Em 1928, escreveu: "Em toda parte, as indústrias são consideradas padrão do adiantamento de um povo. Os núcleos devotados à pesquisa industrial são verdadeiros centros de elaboração mental, centros de permutas de idéia, centros de irradiação de inteligência e progresso. A competição industrial exalta a inteligência do homem, estimulando-o a novas pesquisas, a novos estudos, a novas descobertas, na ânsia incessante de desbravar os campos infinitos da ciência". A articulação desse pensamento, que colocava a industrialização como um projeto de longo prazo em busca do progresso, teve reflexos na atuação do setor empresarial desde então. "O espírito empreendedor de Roberto Simonsen ainda hoje inspira as ações de milhares de empresários brasileiros. Ele deu uma contribuição decisiva ao processo de industrialização e de inserção do Brasil no comércio internacional. Acreditava que esse era o caminho para melhorar os salários dos trabalhadores, reduzir os preços dos produtos, aumentar a capacidade de consumo, fortalecer o mercado interno e alimentar um ciclo virtuoso de crescimento", afirma Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). HISTÓRIA Nascido em 1889, em Santos (SP), Roberto Cochrane Simonsen formou- se engenheiro pela Escola Politécnica de São Paulo. Trabalhou na companhia ferroviária Southern Brazil Railway e também na Prefeitura de Santos. Em 1913, fundou a Companhia Construtora de Santos, fato que marcou seu início na vida empresarial. Três anos mais tarde, ajudou na criação - e ocupou a presidência - do Centro dos Construtores e Industriais de Santos. Em 1919, começou a carreira na área da diplomacia. Integrou missão comercial brasileira na Inglaterra, foi representante no Congresso Internacional dos Industriais de Algodão, na França, e na Conferência Internacional do Trabalho, nos Estados Unidos. Paralelamente, mantinha publicações sobre a necessidade de impulsos à industrialização brasileira: sustentava uma intervenção limitada e seletiva do Estado, de modo a estimular a iniciativa privada. Na esfera política, Simonsen teve participação ativa, em 1932, no Movimento Constitucionalista paulista, que lutava contra o golpe de estado surgido após a Revolução de 1930. Na época, foi um dos fundadores da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a primeira do País. Simonsen lecionou sobre temas como a história econômica brasileira e publicou trabalhos acadêmicos que norteariam o pensamento intelectual nas décadas seguintes. Segundo o professor de História Econômica da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), Renato Colistete, Simonsen tinha uma visão avançada sobre os rumos do desenvolvimento do País. "Foi um grande líder da consolidação da indústria brasileira. Conseguiu que essa visão se fortalecesse e ganhasse influência por vários governos e em diversas instituições, o que comprova sua enorme relevância". HOMENAGEM Em 1933 e 1934, Roberto Simonsen foi eleito deputado classista, como representante do empresariado. No ano seguinte, assumiu a presidência da Confederação Industrial do Brasil (CIB), rebatizada posteriormente como Confederação Nacional da Indústria (CNI). Até 1937, ocuparia também o cargo de deputado federal por São Paulo. Nesse mesmo ano, tornou-se presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Elegeu-se ainda senador pelo Partido Social Democrático, cargo que ocupava quando faleceu, em 1948. Monteiro Neto lembra o papel central desempenhado por Simonsen na criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Industria (Sesi), respectivamente, em 1942 e 1946. "Deixou um importante legado para os trabalhadores. O Senai e o Sesi são instituições que formam recursos humanos para a indústria e oferecem educação básica e programas que melhoram a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros". Simonsen foi membro da Academia Paulista de Letras e da Academia Brasileira de Letras (ABL). Recebeu diversas homenagens no Brasil e no exterior. Leia o arquivo na íntegra>> 2011 - Ano 8 - nº 65 Copyright © 2007 - DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação sem autorização. Revista Desafios do Desenvolvimento - SBS, Quadra 01, Edifício BNDES, sala 1515 - Brasília - DF - Fone: (61) 3315-5334 COPYRIGHT REVISTA DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas