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O RIO PURUS

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Todas as mensagens do blogMeu blogAdicionarRetalhos da História - Euclides da Cunha e a Expedição do Alto Purús
Postado por Vieira a.j.fontes em 4 junho 2010 às 5:17 Exibir blog Euclides da Cunha, engenheiro militar, positivista, escritor, professor, nascido em Cantagalo-RJ, “bugre” Carirí, como dizia, descendente de um avô traficante de escravos na Bahia, arruinado em 1850 pela Lei Euzébio de Queiroz que proibiu a importação de escravos.

Euclides é nomeado pelo Ministro das Relações Exteriores, Barão do Rio Branco, chefe da Comissão do Alto Purús. Chega á Manaus em dezembro de 1904, embarca imediatamente, acompanhado de uma flotilha composta por 1(um) *batelão e 2(duas) lanchas sob o comando do capitão D. Pedro Buenaño, peruano, profundo conhecedor do Purús. Sua missão era estabelecer os limites territorias Brasil-Peru.

A expedição durou um ano, terminando em 1905. Euclides escreve no seu relatório que a Amazônia é ciclópica, muita água, imensa, perigosa, muito mato e muito bicho, uma “ imensidão deprimida”. -“O homem é um intruso, moradores todos pobres, pendurados nas palafitas, castigados pelas enfermidades, sobrevivem pelo nomadismo. No Oeste da Amazônia, excetuando-se Manaus, uma vida civilizada não era possível, o seringueiro (hominículo da civilização) é o homem que trabalha para escravizar-se, impiedosamente explorado pelo coronel de barranco. Um reino á margem da história”.

O rio Purús nasce no cerro Fitzgarraldo, departamentos de Ucayali e Madre de Dios, percorre 3.590 km , atravessa os estados do Acre e do Amazonas, deságua no Rio Amazonas, margem direita, sua bacia hidrográfica tem 63.166 km2, seu vale chegou a produzir 6.750 ton de borracha, 33% da produção do Estado do Amazonas.

Bendita viagem, expôs a pobreza e a miséria do interior da Amazônia. Após 100 anos, pouca coisa mudou, o ribeirinho continua desassistido, abandonado, do mesmo modo como relatou Euclides. O mundo tem os olhos voltados para a Amazônia: ONGS, ecologistas, conservacionistas, roqueiros e cineastas. Pela vontade dessa gente, os 20.000.000 de habitantes da região teriam que ser removidos, ultimato dos ricos.

Os defensores da Amazônia têm boas universidades, educados, charmosos, moram em belas cidades, consumistas, usam energia nuclear, são cidadãos do primeiro mundo, têm direito a tudo. O homem amazônico não tem direito a nada.

A.J.Vieira. * Batelão- barco de carga.



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