quinta-feira, 19 de abril de 2012

HISTÓRIA DOS JARDINS BOTÂNICOS

História dos jardins botânicos Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Três aspirações que desde sempre estimularam o homem a viajar para longe: ouro, especiarias e drogas. São estas últimas duas necessidades universais do homem que remontam à origem e fundação dos Jardins Botânicos. O valor das especiarias levou à fundação de vários Jardins Botânicos nos trópicos, enquanto que a necessidade de drogas deve ser atribuída aos Jardins Botânicos mais antigos da Europa.

O Jardim mais antigo de que se conhece representação é o Royal Garden of Thotmes III ( c 1000 a.c.), que foi idealizado por Nekht, chefe-jardineiro do Jardins ligados ao templo de Karnak. Apesar da beleza destes Jardins, pensa-se que a sua importância se deve a motivos económicos. No entanto, pode-se considerar que os Chineses foram os verdadeiros inventores do conceito de Jardim Botânico, uma vez que se comprova que os colectores de plantas eram enviados para partes longínquas e as plantas que traziam consigo eram cultivadas pelo seu valor económico e medicinal.

Supõe-se que o mítico Imperador Shen Nung (c. séc. 28 a.c.) testou as qualidades médicas das plantas e com estas a cura de doenças. Se este facto for correcto, é uma repetição da história que levou à fundação dos Jardins Monásticos do séc IX.

A Idade Média é por muitos considerada como a idade das trevas, no que também diz respeito ao avanço do conhecimento científico. No entanto, e no que diz respeito às ciências biológicas, verificaram-se alguns pequenos avanços. Muitos estudiosos de medicina começam a orientar o seu trabalho também para a área da botânica.

Durante o século XIII, Alberto Magno escreveu De Vegetabilis et Plantis e De animalibus. Este autor deu especial relevância à reprodução e sexualidade das plantas e animais. Tal como Roger Bacon, seu contemporâneo, Alberto Magno estudou intensivamente a natureza, utilizando de modo intensivo o método experimental. Em termos do estudo da botânica, os seus trabalhos são comparáveis, em importância aos de Teofrasto.

A flora local até agora desconhecida e o aparecimento de novas espécies de plantas torna-se objecto de estudo. O interesse pela representação fiel das plantas medicinais introduziu um novo conceito de literatura. A Matéria Médica de Dioscórides foi a principal fonte de informação do séc. I até ao séc. XVII e a fonte inspiradora do Renascimento. Otto Brunfels (1489-1534) escreve o primeiro Herbarum vivae eicones, no qual descreve as plantas e inclui a sua representação. Leonhart Fuchs, contemporâneo de Otto Brunfels, escreve De historia stirpium, descrevendo e ilustrando cerca de meio milhar de plantas pertencentes à flora alemã.

Na Europa, o estudo da obra de Dioscórides suscitou o mesmo interesse que para Otto Brunfels e Leonhart Fuchs, pelo que em Inglaterra William Turner (1508-1568) e John Gerard(1545-1612) escreveram obras sobre botânica. Também os franceses Mathieude l’Obel (1538-1616) e Jacques Daléchamps (1513-1588) fizeram o seu contributo para o aparecimento de obras sobre botânica. Com este movimento, todos os ingredientes necessários para o crescimento da importância da botânica estavam reunidos. O surgimento de jardins botânicos e disciplinas universitárias dedicadas ao seu ensino foi uma consequência natural deste movimento.

Em 1533, na cidade de Pádua, surge o primeiro professor de botânica e a primeira disciplina de botânica - Lectura Simplicium. Segue-se um fluorescimento de Jardins Botânicos. Os Jardins Botânicos mais famosos foram os de Pisa, Pádua, Bolonha, Leiden, Leipzig, Basle, Montpellier e Paris. Como mencionado anteriormente, estes jardins botânicos, denominados hortus medicus, hortus academicus ou jardins de plantas medicinais, surgiram com o objectivo de auxiliarem o ensino da matéria médica e de fornecerem as boticas. Com a expansão geográfica europeia eles foram utilizados para o estudo botânico das novas espécies vegetais exóticas. A sua importância foi notória por permitirem o estudo e fornecimento das farmácias em espécies locais devidamente controladas, e posteriormente o estudo e aclimatação de espécies exóticas provenientes do novo mundo. No entanto, por razões sazonais ou geográficas, era impossível ter as plantas vivas para serem estudadas. Para fazer face a este problema, tornou-se corrente o recurso à herborização, uma técnica conhecida desde o século XIV, mas difundida a partir do Orto dei Simplici de Pisa desde a década de 1530, como o nome de hortus siccus.

A evolução dos Jardins Botânicos e a evolução dos Herbários foi simultânea e inseparável. A necessidade de estudar a flora natural acompanhou a evolução das técnicas de herborização e a colecção das espécies em Herbário, numa primeira fase sob a forma de livro com indicações terapêuticas e numa fase mais recente sob a forma organizada de espécies de plantas devidamente descritas e conservadas, que por sua vez levou a uma constante preocupação em obter espécies de plantas vivas que pudessem ser observadas durante todo o ano e por isso mantidas e cultivadas em Jardim.


Jardim botânico de CoimbraÍndice [esconder]
1 Cronologia
1.1 Século XVI
1.2 Século XVII
1.3 Século XVIII
1.4 Século XIX
2 Jardins botânicos históricos
2.1 Alemanha
2.1.1 Göttingen
2.1.2 Heidelberg
2.2 Dinamarca
2.2.1 Copenhaga
2.3 França
2.3.1 Montpellier
2.3.2 Paris
2.4 Grã-Bretanha
2.4.1 Londres
2.4.2 Oxford
2.5 Holanda
2.5.1 Leiden
2.6 Itália
2.6.1 Florença
2.6.2 Pádua
2.6.3 Palermo
2.6.4 Pisa
2.7 Portugal
2.7.1 Coimbra
2.7.2 Lisboa
2.8 Suécia
2.8.1 Uppsala
3 Bibliografia

[editar] Cronologia[editar] Século XVI
1544 - Luca Ghini funda o Jardim botânico de Pisa.
1545 - Fundados o Jardim botânico de Pádua e o Jardim dos simples de Florença.
1568 - Ulisse Aldrovandi cria um jardim botânico em Bolonha.
1590 - A Universidade de Leiden é autorizada pelo burgomestre da cidade a estabelecer um hortus academicus, para cuja direcção é nomeado Carolus Clusius (1526-1609).
1593 - Henrique IV de França confia a Pierre Richer de Belleval, professor de botânica e anatomia em Montpellier, a criação de um Jardin Royal, inspirado no de Pádua.
- Henricus Smetius, professor de medicina, cria o hortus medicus da Universidade de Heidelberg.
[editar] Século XVII1600 - Fundado o Hortus Medicus de Copenhaga.
1621 - Fundado o Jardim botânico de Oxford.
1635 - Publicado o édito que cria o Jardin des plantes de Paris, com o nome de Jardin royal des plantes médicinales.

Plano primitivo do Jardim de Lineu. Uppsala, 1675.1655 - Olaus Rudbeck, professor de medicina na Universidade de Uppsala, inicia a plantação do que se tornará o Jardim de Lineu de Uppsala.
1673 - É estabelecido o Chelsea Physic Garden como Apothecaries’ Garden em Chelsea, Londres.
[editar] Século XVIII1736 - Jardim botânico de Göttingen é fundado por Albrecht von Haller (1708-1777).
1768 - Começou a ser construído o Jardim Botânico da Ajuda.
1772 - Criado o Jardim botânico de Coimbra, no âmbito da reforma da Universidade.
1779 - A Accademia dei Regi Studi de Palermo institui uma catedra de "Botânica e Matéria médica", à qual atribui um terreno para plantar um jardim botânico.
[editar] Século XIX1840 - Os jardins de Kew, em Londres, são adoptados como jardim botânico nacional, sob a direcção de William Hooker.
[editar] Jardins botânicos históricosJardins botânicos fundados até 1900. Ver também: Lista de jardins botânicos

[editar] Alemanha[editar] GöttingenJardim botânico de Göttingen
[editar] HeidelbergJardim botânico de Heidelberg
[editar] Dinamarca[editar] CopenhagaJardim botânico de Copenhaga
[editar] França[editar] MontpellierJardin des plantes de Montpellier
[editar] Paris
Jardin du roi, gravura de Frédéric Scalberge (1636).Jardin des plantes de Paris
[editar] Grã-Bretanha[editar] LondresChelsea Physic Garden
Jardins botânicos de Kew ou Royal Botanic Gardens, Kew
[editar] OxfordJardim botânico de Oxford
[editar] Holanda[editar] LeidenJardim botânico de Leiden ou Hortus Botanicus Leiden
[editar] Itália
O jardim botânico de Pádua (ou Orto dei Semplici); ao fundo, a Basílica de Santo António.[editar] FlorençaJardim dos simples de Florença
[editar] PáduaJardim botânico de Pádua
[editar] PalermoJardim botânico de Palermo
[editar] PisaJardim botânico de Pisa
[editar] Portugal[editar] CoimbraJardim botânico de Coimbra
[editar] LisboaJardim botânico da Ajuda
Jardim botânico de Lisboa

O jardim botânico de Lineu.[editar] Suécia[editar] UppsalaJardim botânico de Lineu em Uppsala ou Linnéträdgården.
Portal de história da ciência. Os artigos sobre história da ciência, tecnologia e medicina.
[editar] BibliografiaA. W. Hill, The History and functions of botanical gardens, Reprinted from Annals of the Missouri Botanical Garden 2: 185-240. February-April, 1915.
J.S.P. Dias, A Farmácia e a História-Uma introdução à História da Farmácia,
da Farmacologia e da Terapêutica, versão 0.8.1.

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