A Comunicação pela imprensa
Lindoval G. F. Oliveira*
Pesquisas revelam que o consumidor de um produto é o primeiro leitor do noticiário publicado na imprensa sobre esse produto. A Brasil Rotário é um produto bem aceito, hoje, pelos públicos rotário e não-rotário, tantas são as manifestações de aplausos que recebemos. Baseados nas informações dessas pesquisas, aproveitamos o mês de abril, dedicado pelo RI às revistas, para conversar com você, leitor que nos prestigia, sobre a nossa, ou melhor, sobre a sua revista. É, também, uma rara oportunidade para conhecermos, em rápida visão retrospectiva, um pouco da história da imprensa.
A necessidade de comunicar-se - informando e se informando - sempre existiu no homem. Manifestações do que pode ser considerado a pré história do jornalismo já eram registradas no mundo antigo. Uma dessas antecipações é o Kinf-Pao, de Beijing(China), que existiu 1.000 anos antes de nossa era. O Egito de 1750 a.C., também tinha seus "jornais", sobretudo satíricos e de correspondência. Em Roma, os graffiti publicavam nos muros as vendas e locações, a perda de objetos e os espetáculos, os acta diurna populi forneciam informações sobre a vida do Estado, os acontecimentos do dia, as guerras e os jogos. A história da imprensa moderna, no entanto, só começa no século XV, com a invenção da impressão com tipos móveis por Gutenberg e o aparecimento posterior de folhas periódicas. A primeira iniciativa é do austríaco Miguel Von Aitzing, que em 1583 lança a Relatio Historica, uma publicação semestral. A partir dai, surgem jornais com periodicidade regular em Veneza, Alemanha e Holanda. De Veneza, em 1631, Théophraste Renaudot levou o nome para o primeiro jornal francês - La Gazette - de gazzeta, moeda com que se pagava o jornal.
Brasil
A imprensa foi introduzida no Brasil com a chegada de D. João VI, tangido de Portugal pelas forças napoleônicas do general Junot. O material gráfico - que era pertencente à Secretaria dos Estrangeiros e da Guerra - foi colocado no porão do navio Medusa, pelo conde da Barca e, posteriormente, instalado em sua casa. Depois de um ato real, a casa passou a funcionar como Imprensa Régia e de lá saiu, a 10 de setembro de 1808, o primeiro jornal editado no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro. O jornal, que a principio saía duas vezes por semana, tinha quatro páginas. Depois de passar por várias direções e denominações, sempre com caráter oficial, tornou-se, em 1º de janeiro de 1892, o Diário Oficial, que se conhece até hoje.
Praticamente ao mesmo tempo, nascia em Londres o Correio Braziliense, destinado ao mundo lusíada, fundado por Hipólito José da Costa, que se beneficiou da liberdade de imprensa existente na Inglaterra, podendo assim criticar livremente os atos do governo português.
O segundo jornal editado no Brasil surgiu na Bahia em 1811: Idade d' Ouro do Brasil, lançado sob a proteção do conde dos Arcos, que lhe impôs como regra a isenção total no noticiário político. Apesar disso, durante seus 12 anos de vida, defendeu abertamente o domínio português...
Entre junho de 1821 e dezembro de 1822, cerca de 20 periódicos surgiram no Rio, dos quais um dos mais importantes foi o Diário do Rio de Janeiro, fundado pelo português Zeferino Vito de Meireles e com algumas características do jornal moderno de informações. Publicava anúncios e noticias sobre furtos, assassínios, espetáculos, compra, venda, achados, aluguéis etc. Distanciava-se tanto da política que não noticiou nem a proclamação da independência...
De grande importância foi também o ano de 1827, quando apareceram o Aurora Fluminense, de Evaristo da Veiga: o Jornal do Comércio, que circula até hoje, e o Farol Paulistano, primeiro jornal impresso em São Paulo.
Nova fase
Com o advento do império, cessada a quadra de turbulência política, o jornalismo entrou numa fase predominantemente cultural, abrigando homens de letras em centenas de publicações literárias e acadêmicas. Quase todos os escritores e poetas começaram nos jornais ou passaram por eles: Machado de Assis, Coelho Neto, Aluisio Azevedo, Olavo Bilac, Euclides da Cunha, Alphonsus de Guimarães, Rui Barbosa.
Em 1891 surgia o Jornal do Brasil, trazendo inovações importantes como o grande número de correspondentes estrangeiros e o sistema de distribuição em carroças... O JB inovou em outras áreas e em 1971, o seu parque gráfico é o maior da imprensa brasileira. Concorrendo com o Jornal do Brasil e o Jornal do Comércio, está o Correio da Manhã, mais modesto empresarialmente, porém, com a preferência popular.
A 29 de julho de 1925 começou a circular no Rio de Janeiro, O Globo, fundado por Irineu Marinho. A 17 de julho de 1928, José Eduardo de Macedo Soares funda o Diário Carioca e precedida de grande campanha publicitária, aparece a revista O Cruzeiro, fundada por Carlos Malheiro Dias e que passa a integrar, com A Cigarra, a cadeia dos Diários Associados, conseguindo circulação nacional, no que foi pioneira, com 800 mil exemplares semanais de tiragem.
Na década de 50, a tendência à concentração se acentuou tanto que numerosos jornais e revistas desapareceram, enquanto poucos foram lançados. Revistas que tinham boa situação no princípio do século desapareceram: A Careta, Fon-Fon, Ilustração Brasileira, O Malho, O Tico-Tico, Eu Sei Tudo, Revista da Semana; e mesmo as posteriores: A Noite Ilustrada, Carioca, Vamos Ler, Vida Nova. Apenas uma revista apareceu nessa fase de concentração progressiva: Manchete (1953), que iria trazer apreciável contribuição às artes gráficas no Brasil.
Dois fatos que contribuíram decisivamente para a modernização técnica da imprensa brasileira em meados deste século foram as reformas do Diário Carioca, em 1947, e do Jornal do Brasil, a partir de 1956. A do Diário Carioca caracterizou-se pela reformulação da linguagem jornalística criando um estilo direto e objetivo de narração; instituiu a diagramação e o departamento de texto; criou o colunismo social como se conhece hoje; e dinamizou a fotografia, que pasou a ser um elemento de informação, e não apenas de ilustração. A reforma do Jornal do Brasil começou com o aparecimento do suplemento dominical, que lançou o movimento concretista no Brasil. Esse suplemento antecipou várias inovações gráficas que foram depois aproveitadas e sistematizadas no corpo do jornal: uniformização dos tipos, uso funcional de grandes espaços em branco e paginação ousada.
Outras contribuições importantes foram dadas pelas editoras. É o caso da Abril, primeiro com o lançamento da revista Realidade e, em seguida, com a Veja. Hoje, a Veja tem centenas de milhares de assinantes sem prejuízo da sua sempre crescente venda em banca. É o caso de Caras, que encontrou um nicho próprio, o de Isto É, que a cada semana se firma como uma revista bem produzida, a qual, aliás, iniciou o ruidoso processo Collor. Além de informar, noticiar e debater com o leitor assuntos momentosos, a imprensa está sempre vigilante na defesa do cidadão. Vejam o exemplo recente do Brasil. Graças à ação da imprensa foi possível o impeachment de um presidente da República.
Circulação dirigida
As exigências da vida moderna. onde a disponibilidade de tempo é cada vez menor, inclusive para a leitura, aliado ao custo elevado da comunicação publicitária, fortaleceu os veículos de circulação dirigida. O mercado de leitura está segmentado. Existem as revistas, poucas, de interesse geral e de circulação nacional mas o preço dos seus anúncios, alto devido ao custo de produção industrial desses veículos, reduziu a gama de anunciantes que podem programá-las. Hoje, em uma campanha de propaganda, o anunciante quer saber precisamente a quem está se dirigindo, conhecer bem o perfil do leitor-consumidor. Essa necessidade de marketing beneficia as publicações destinadas a segmentos específicos.
Cada centavo investido deve trazer o resultado de vendas esperado. Não pode haver desperdício. A Brasil Rotário tem a sua circulação dirigida para um público seletivo, com poder de compra e formador de opinião.
Brasil Rotário
Há pouco mais de três anos, as tendências do jornalismo internacional vêm sendo incorporadas no texto e na diagramação da Brasil Rotário. A revista dos rotarianos atingiu um patamar técnico que pode ser considerado bom, a partir do qual foi possível avançar para um jornalismo mais elaborado, mais eficaz do ponto de vista visual, melhor escrito e mais útil para o leitor.
Entre os melhoramentos introduzidos, destacamos: o tratamento jornalístico dado às matérias; o emprego de novas fontes; diagramação moderna compreendendo um melhor planejamento do espaço - arejamento das matérias visando a uniformização da revista; tratamento visual adequado a cada matéria; colocação de retrancas para facilitar a identificação do assunto e valorização da parte visual com o recurso de ilustrações, gráficos, fotos, manchas d água, texturas etc. Nos trabalhos de redação e editoração adotamos as normas da Folha de São Paulo.
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Guia para a
preparação
de matérias Sabemos que os companheiros são pessoas de destaque em suas respectivas atividades e que poucos exercem as profissões de escritor e jornalista. Por isso, vamos fornecer alguns elementos que poderão ajudá-lo na preparação das matérias para publicação na Brasil Rotário.
Artigos
Escreva como se estivesse conversando com um amigo, coloquialmente. Se você não é escritor, não se preocupe em dar um estilo literário ou jornalístico ao seu artigo. Aqui na Redação temos profissionais que irão copidescar a matéria.
Dê preferência a temas ligados ao Rotary.
Aborde, se desejar, assuntos não-rotários mas que sejam conjunturais. Ex.: Drogas - os seus malefícios e como combater o seu uso. Caso o seu clube esteja desenvolvendo ações para atacar esse flagelo, cite-as e registre os resultados obtidos.
Escreva o seu artigo em 90 linhas, no mínimo, e 120, no máximo, observando 30 batidas por linha.
Notas de eventos
Escreva a noticia seguindo a ordem: o que aconteceu; onde aconteceu; quando aconteceu; como aconteceu; por que aconteceu e quem realizou.
Dê ênfase ao aspecto humano. Por exemplo: em vez de enfatizar a cerimônia de entrega de um cheque a alguma instituição ou causa, dirija o foco da notícia para quem ou o que será beneficiado com o resultado do trabalho do clube para levantar fundos.
Inclua comentários ou citações da opinião dos sócios do clube e de outros participantes do evento.
Se possível, anexe à matéria recortes de jornal ou outro material informativo, como folhetos ou artigos.
Forneça o número do telefone ou do fax do responsável pela matéria, para o caso de haver necessidade de mais informações.
As matérias devem ser enviadas datilografadas ou digitadas; ou em disquete, ou mesmo pelo e-mail.
Fotografias
As melhores imagens são aquelas que mostram ação, têm interesse humano e apresentam seu objeto de forma especial. Fotografias que podem captar com perfeição um flagrante são raras: por isso, é bom ter em mente que o enquadramento e a pose são muito necessários. O objetivo é criar uma imagem tão natural quanto possível.
A revista só publica fotos em cores.
Não escreva no verso das fotos. Use uma folha de papel à parte para escrever as informações correspondentes, como nomes, descrição e crédito.
Proteja as fotos ao enviá-las pelo Correio. Muitas vezes, uma boa foto não é publicada porque foi danificada no transporte. Embale bem as fotografias, com papelão ou papel cartão, ou envie pelo Sedex.
Se você souber com antecedência quando e onde ocorrerá o evento que seu clube vai realizar (como, por exemplo, a inauguração de um banco de cadeira de rodas) é aconselhável a contratação de um fotógrafo profissional, que terá equipamento e conhecimentos técnicos para a obtenção de excelentes fotografias, que só valorizarão o trabalho que o clube realizou.
Uma boa idéia é que o clube faça cópias das fotografias ou guarde os negativos das fotos enviadas.
Nunca nos envie fotos tremidas ou fora de foco. Elas não serão publicadas.
Não transmita fotos pela Internet, pois elas são de baixa resolução e não podem ser publicadas.
Endereço para envio de matérias
Cooperativa Editora Brasil Rotário
Av. Rio Branco, 125 - 18º andar - Centro - Rio de Janeiro, RJ
CEP 20040-006
Fax: (021) 509-8130
E-mail: redação@brasil-rotario.com.br
Ao chegar à Brasil Rotário, a sua matéria é encaminhada à analise da Comissão Editorial e só depois será programada para publicação.
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*O autor é sócio do Rotary Club
do Rio de Janeiro, RJ (D.4570)
e editor da Brasil Rotário.
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