quinta-feira, 29 de julho de 2010

2394 - HISTÓRIA DA IMPRENSA

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A história da Imprensa Oficial em SC
Por Cesar Valente ⋅ 5 de dezembro de 2009, às 11:03 ⋅ Compartilhe este post⋅ Comente
De vez em quando falo aqui no Diário Oficial. Tanto para divulgar notinhas que o governo gostaria de manter escondiadas em suas páginas, quanto para reclamar que o governo da modernidade do LHS ainda não conseguiu criar uma versão online que seja fácil de encontrar e consultar.

O acadêmico Jali Meirinho chamou minha atenção esta semana para um artigo que ele publicou, em 2008, na revista da Academia Catarinense de Letras, justamente contando um pouco da história da Imprensa Oficial, que é de onde sai o Diário aquele.

O motivo da lembrança (e da republicação do artigo) é a situação, como direi… peculiar em que a instituição acabou sendo deixada pelo governo, em desacordo com suas finalidades históricas.

DA TYPOGRAFIA PROVINCIAL À IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO
Jali Meirinho (Cadeira 30 da ACL)

A divulgação dos atos públicos, gerados pela burocracia administrativa do Estado foi imperativo para que os governados pudessem inteirar-se das ações dos governantes. Princípio da comunicação na gestão portuguesa sabe-se dos “pregões, anúncios em púlpitos das igrejas ou momentos de concentrações populares em praças públicas em ocasiões especiais. Foi prática no Brasil Colônia e no Império enquanto a imprensa não existiu.

Com a criação da Imprensa Régia em 1808, na vinda da Família Real, “A Gazeta do Rio de Janeiro” dirigida pelo frei Tibúrcio José da Rocha tornou-se o primeiro órgão oficial da imprensa no Brasil.

Após a Independência, em 1822 nas províncias brasileiras lentamente a imprensa foi prosperando. Em Santa Catarina ocorreu com a fundação do jornal “O Catharinense” cuja edição inaugural deu-se em 28 de julho de 1831. Folha oposicionista e de pouca duração, não chegou a publicar atos oficiais, mas a partir da sua prensa manual nasceu, o que podemos caracterizar como “imprensa oficial catarinense”.

Ao instalar-se a Assembléia Legislativa Provincial de Santa Catarina, em 1º de março de 1835, foi proposto que os seus atos fossem publicados no jornal “O Expositor”, pertencente a “Sociedade Patriótica de Santa Catarina” da qual fazia parte o secretário da Casa, deputado Jerônimo Francisco Coelho. Fora ele o primeiro proprietário do prelo em que se imprimiu o jornal “O Catharinense”, marco fundador da imprensa barriga verde.A proposta não obteve aprovação, naquela legislatura sob a presidência do deputado Manuel Paranhos da Silva Velloso.

Em abril de 1836, o governo da Província de Santa Catarina,adquiriu o estabelecimento gráfico. A “Sociedade Patriótica” deixou de existir, como instituição que atuava em várias províncias brasileiras, braço da maçonaria e que tinha entre os seus propósitos impedir a influência portuguesa, “os restauradores”, na vida política nacional. Afastada a hipótese, com a morte de D.Pedro, em Portugal, este grêmio perdeu os seus objetivos.

O Presidente da Província, José Mariano de Albuquerque Cavalcante, nomeou Domingos Dias de Sousa Medeiros para administrar a tipografia, que funcionava junto ao quartel no Campo do Manejo.

As Leis provinciais nº 26, de 26 de abril de 1836 e nº 40, de 31 de maio de 1836, dispunham da administração da Província sobre a tipografia, para editar os atos oficiais tanto do Executivo como do Legislativo. Também, publicar um jornal, cuja denominação “Expositor Oficial”, foi sugerida pelo deputado Silvério Candido de Faria. Ao nosso tempo não chegaram exemplares deste periódico.

A Typografia Provincial manteve-se precariamente, pelo menos até o inicio dos anos 850. Lei nº 132, de 10 de abril de 1840, na presidência do marechal Francisco José de Sousa Soares de Andrea e a Lei nº 176, de 20 de maio de 1843, sendo presidente Antero Jose Ferreira de Brito, trataram do funcionamento do estabelecimento tipográfico, que, inclusive, atuava na formação de profissionais na arte da composição dos tipos móveis e da impressão de textos.

Foi nesta oficina, que em 1845, quando da visita de D. Pedro II, à província de Santa Catarina, editou-se o jornal “Relator Catarinense “. Foram 08 números, entre 13 de outubro e 18 de novembro, noticiando o dia a dia da presença imperial, suas incursões pelas freguesias da ilha de Santa Catarina e continente fronteiro. Não registrava responsáveis pela redação. Entretanto, dois nomes podem ser detectados como responsáveis pelos textos, o padre Joaquim de Oliveira Paiva, o major Manuel Joaquim de Almeida Coelho e o professor José Joaquim Lopes. Este último , tornou-se nome predominante no jornalismo catarinense no século XIX, como editor de vários periódicos

Nascido na Bahia, Lopes participou da “Guerra da Independência” até a derrota dos portugueses em 02 de julho de 1823. Como militar veio para Santa Catarina na tropa do marechal Andrea, que em 1839 expulsou os republicanos “farroupilhas”, da vila de Laguna. Ali permaneceu como comerciante e professor. Posteriormente transferiu-se para a cidade de Desterro, onde fundou um colégio, cujos alunos foram apresentados e argüidos pelo Imperador Pedro II, durante a histórica visita de 1845.

Em 1852, na presidência de João José Coutinho, através de Lei nº 304, de 13 de maio, os bens da Typografia Provincial foram arrematados por José Joaquim Lopes. Encerrada a atividade de gráfica oficial, os atos públicos passaram a ganhar espaço nos jornais com circulação em Desterro, como “Correio Catarinense” editado por Germano Antonio Maria Avelim e “O Conservador” , de José Joaquim Lopes.

Nos anos de 1860 a 1866 circulou o “ Correio Oficial de Santa Catarina”. Publicação semanal impressa na Tipografia Catarinense de Germano Avelim. A hemeroteca da Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina conserva a coleção do n°. 5, de 07 de setembro de 1860 ao nº. 79 de 02 de novembro de 1861. Editada em quatro páginas, publicava os atos do Gabinete do Império e os do Governo da Província.

Proclamada a República no Brasil a província de Santa Catarina oficializou sua adesão ao novo regime em 17 de novembro de 1889, com a posse da Junta Governativa constituída pelo coronel João Batista do Rego Barros, comandante da Guarnição Militar sediada em Desterro, do médico militar Alexandre Marcelino Bayma e do presidente do Clube Republicano Raulino Julio Adolfo Horn. Nas oficinas do jornal “O Conservador” imprimiu-se “A República” que, a partir da primeira edição em 19 de novembro passa a publicar os atos da Junta e o seguirá com o governo de Lauro Muller.

Pelo menos, até 1918, os atos oficiais do governo catarinense foram publicados nos jornais vinculados à corrente dominante no Governo. Durante o ano de 1905, no governo Vidal Ramos, o jornal do Partido Republicano Catarinense, “O Dia”, dirigido por Joaquim Thiago da Fonseca publicava na primeira página, em coluna sob o titulo “Parte Oficial” os atos emanados pelo Poder Executivo do Estado, do Poder Judiciário e da Prefeitura Municipal de Florianópolis.

Em 1918, com a posse de Hercílio Luz, no governo do Estado, tendo como titular da Secretaria do Interior e Justiça, José Artur Boiteux, foi criada a “Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina”, título dado ao jornal que passou a publicar os atos oficiais. Vincula-se esta iniciativa ao secretário Boiteux, que se iniciara no jornalismo no Rio de Janeiro, em 1881, como revisor do “Diário Oficial”, que publicava os atos do Império Brasileiro. Assim os atos oficiais do governo catarinense passaram a ter publicação exclusiva na “Imprensa Oficial”. Este diário iniciou-se em 01 de outubro de 1918, com o nº1, encerrando a circulação no nº1 803, de 10 de dezembro de 1924. Inicialmente tiveram o formato 16 x 24 cm. No último dia, em 1924, apareceu em 22 x 24 cm. A administração situava-se à rua João Pinto, 16. Custavam as assinaturas 20 mil reis anuais; 12 mil reis mensais e um mil reis o número avulso. No expediente não constava responsáveis. Atribui-se a sua direção ao jornalista Tito Carvalho. A Biblioteca Pública do Estado possui a coleção completa do jornal.
Desaparecendo a “Imprensa Oficial” em 1924, os atos públicos voltaram às páginas dos jornais particulares. Dez anos após, em 1934, na interventoria de Aristiliano Ramos, foi criada a “Imprensa Oficial”, com oficinas gráficas próprias, destinada, não só à publicação do “Diário Oficial do Estado”, como para impressos do governo e comercialização dos seus serviços gráficos.

Inicia-se uma fase, marcante desta instituição no panorama cultural do estado de Santa Catarina e que se prolongará até o inicio deste novo século. O período que medeia os anos de 1934 a 2002, da existência da Imprensa Oficial, está para ser revisto no complemento da sua História. No seu objetivo fim, a publicação do jornal diário com as leis, decretos e atos oficiais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tornou-se testemunha para a História das ações dos governos que se sucederam. Democraticamente o jornal ficou acessível a qualquer cidadão. A gráfica da Imprensa serviu de instrumento para a edição de importantes livros, compêndios e obras de desmedido valor, expressões da cultura barriga-verde, por toda segunda metade do século XX. Testemunhou e materializou gama incomensurável de autores e suas criações.

Na última década do milênio passado a IOESC ingressou na era da informática, com tecnologia avançada. De repente no alvorecer do século XXI, simplesmente esvaiu-se. O acesso ao jornal diário é dificultado, num processo impeditivo ao conhecimento democrático das ações governamentais. O parque gráfico tornou-se hermético e, ociosamente, cerceia o semear de livros e outras formas de comunicação impressa.

Neste enunciado conclusivo, sintetiza-se o contexto da História da Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina.”

Discussão
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Escritor Jali Meirinho, senhor foi didatico no seu artigo,Mas muitissimo polido pro meu gosto.Esqueceu de dizer que o Governo do Senhor Luiz XV DETONOU A IOESC quando ad reforma administrativa passo-a para a Secretaria de Estado da Administração , UMA VERGONHA!!!Sem dirigentes que conhecem as tarefas ali desenvolvidas, a IOESC é um defunto agonisando!


Posted by Bella Siqeira | dezembro 5, 2009, 11:13 Já jogaram a isca

Vejam só como são as coisas. Os prefeitos catarinenses até hoje não receberam nem metade dos recursos que o presidente Lula prometeu no ano passado, após a enchente que destruiu casas, ruas e matou dezenas de pessoas no Estado. E neste ano as chuvas novamente estão fortes e ameaçam os cidadãos, mas a bancada catarinense, influenciada pela senadora petista Ideli Salvatti, em vez de investir em obras de prevenção e contenção de enchentes, apresentou como uma de suas principais emendas a destinação de R$ 100 milhões para o Ministério da Pesca. Como todos sabem, o ministério é comandado pelo afilhado de Ideli, o também petista Altemir Gregolin. Vai ver é por isso que muitos empresários da região, que há pouco tempo perfilavam ao lado dos pré-candidatos do DEM e do PSDB, estão correndo pro lado do PT. A temporada de pesca está apenas começando.


Posted by C.Sampaio | dezembro 5, 2009, 15:41 Ave Cesarae Sapaius, taeh edaeh oquiesta merdae offtopic teneaverium comaquele assuntus delpost notopo ???


Posted by Tetsuo | dezembro 8, 2009, 14:32 Ave: seilhá!


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