A Invenção da imprensa
A invenção da imprensa confere ao homem o seu primeiro grande meio de comunicação
, proporcionando a preservação e a divulgação em larga escala do conhecimento humano, até então limitado a um número restrito de privilegiados .
Os Chineses foram os precursores da invenção da imprensa ao criarem as primeiras formas de reprodução. O mais antigo livro conhecido é uma xilogravura Chinesa, o Sutra Diamante, datada de 868 d.C.
No entanto foi na Europa, em meados do século xv, e sem qualquer prova de que as descobertas Chinesas tivessem tido alguma influência, que se inventou a imprensa tipográfica.
Anteriormente, ao longo dos séculos, a comunicação entre os homens limitava-se ao poder da voz humana, às primeiras formas de escrita experimentadas em suportes diversificados, como a madeira, o papiro, a seda e o pergaminho.
É sobre o pergaminho que o Ocidente vai começar a ler, enquanto na China o papel irá substituir a seda e a casca de bambu.
Na Idade Média, o livro tornou-se uma obra de arte com as suas belas encadernações em couro, marfim, prata, bronze, tecidos bordados ou adamascados, etc. No texto a caligrafia e a pintura unem-se para produzir as iluminuras.
No entanto, a divulgação do livro era pequena, visto o trabalho do copista ser moroso, o que tornava o livro dispendioso. Além disso, era impossível evitar os erros, resultantes das falhas dos copistas.
raras e geralmente pequenas, dificilmente contendo mais do que 500 volumes, muitas vezes acorrentados às estantes para não serem roubados.
A invenção da tipografia, cerca de 1438, caracterizou-se pela introdução de alguns factos que lhe justificam o carácter inovador: a adopção das matrizes metálicas que permitiram a fácil multiplicação dos caracteres tipográficos e do molde de fundição dos mesmos; a utilização da prensa, embora esta constituísse uma adaptação da então usada para o azeite e o vinho.
A invenção da tipografia é atribuída a Johann Gutenberg, alemão, de Mogúncia, que fez as suas primeiras experiências em Estrasburgo por volta de 1436.
Das primeiras obras impressas por Gutenberg destaca-se a monumental Bíblia de 42 linhas, obra mestra de prototipografia.
Nos anos seguintes, a imprensa surge noutras cidades levada pelos pioneiros da tipografia, os prototipógrafos, na sua maioria discípulos de Gutenberg.
Em Portugal , a discussão sobre a localização da primeira tipografia assenta nas hipóteses de Leiria, Faro, Lisboa, Chaves e Guarda. As conclusões dos estudiosos não apresentam uma conclusão completa, para o que são razões determinantes o carácter itinerante da actividade dos impressores e a carência de provas documentais seguras. Sabe-se que o primeiro incunábulo conhecido é o Pentateuco hebraico de Faro, publicado em 1487 na oficina de Samuel Gacon, mas supõe-se, através de provas documentais, que terá havido impressões documentais anteriores a essa data.
O impulso das línguas correntes
A ansiedade dos tipógrafos em alargar o mais possível o mercado deu um grande impulso ao desenvolvimento das línguas vernáculas . Pela primeira vez, estas línguas eram permanentemente passadas ao papel, já que os manuscritos raramente estavam escritos em vernáculo.
As línguas que não passavam de dialectos de outra começaram a ser aceites como independentes desde que adoptadas pelos tipógrafos. Por exemplo, um dialecto do alemão falado na Holanda foi reconhecido pelos tipógrafos em Amesterdão e, portanto, transformado no holandês. Este processo tinha sobretudo lugar quando uma língua vernácula havia sido usada para tradução da Bíblia.
Era costume escolherem uma versão regional para versão estandardizada. Por exemplo, o dialecto toscano da Itália transformou-se no italiano ortodoxo e William Caxton , o primeiro tipógrafo inglês, escolheu o seu próprio dialecto do Sudeste para os livros ingleses quando, em 1476, começou a trabalhar em Westminster.
Caxton e os seus colegas de outros países adoptaram ainda uma ortografia estandardizada, que até aí obedecia à escolha pessoal de cada escritor. Uma vez fixadas, as convenções ortográficas por eles adoptadas pouco variaram ao longo dos séculos.
Um negócio arriscado
A tipografia era, porém, considerada pelos chefes da Igreja e dos Estados europeus como uma ameaça potencial à sua autoridade . Os tipógrafos produziam obras de ataque ao poder estabelecido –e publicavam-nas para um número ilimitado de pessoas . Foi assim que os partidários da Reforma protestante começaram espalhar as suas ideias por intermédio de Lutero na Alemanha e de Calvino na Suíça .
Muitos tipógrafos tiveram de enfrentar riscos consideráveis . No século XVI , a Inquisição Italiana arvorou-se em censora de livros. Em França, o mártir é Étienne Dolet, queimado em 1546 como herético e ateu.
A Inglaterra foi o primeiro país a abrandar o controle sobre os tipógrafos, pondo termo em 1695 à lei que regulava as suas actividades . Mas o passo mais importante foi dado em 1791 , com a Primeira Emenda à Constituição Americana, proibindo qualquer lei que limitasse a liberdade de imprensa.
Mais de 300 anos de progresso no registo e disseminação dos conhecimentos universais
1324 a.C.: Impressão com carimbos ou selos na China
Desde os tempos mais recuados que os Chineses usavam carimbos ou selos gravados com nome ou a actividade da pessoa e geralmente ornados com desenhos. Inicialmente um distintivo da actividade pessoal , eram utilizados em 1324 a.C. para selar documentos.
105 d.C.: Invenção do papel na China
A invenção do fabrico do papel deve-se ao Chinês Ts´ai Lun, ministro da Agricultura, que apresentou ao seu imperador um relatório sobre ofabrico do mesmo à base de casca de amoreira, cânhamo, trapos e velhas redes de pesca. Antes disso, os Chineses escreviam na seda e na casca de bambu.
As grandes dificuldades de comunicação impediram durante cerca de sete séculos a expansão desta maravilhosa invenção, exceptuando no Japão, onde era conhecido em 611, bem como nas terras dependentes do Império Chinês.
Os Árabes acabaram por ter grande importância na difusão do invento, pois receberam-no dos chineses aprisionados na batalha de Samarcanda , em 712, aquando da conquista da Pérsia. A Espanha acabou por ser a grande beneficiada , pois em 1144 foi inaugurada em Jativa (Valência) a primeira fábrica de papel Europeia .
868 : O primeiro livro impresso conhecido
A xilografia, ou impressão tabular, é a arte de gravar imagens e letreiros em relevo na madeira para posterior impressão. Representou o desenvolvimento natural da impressão de uma simples assinatura com um carimbo, sendo já usada na China desde o século VI e na Europa a partir do século XII.
O primeiro livro conhecido estampado com gravuras de madeira é uma secção das escrituras Budistas conhecida por Sutra Diamante , impressa em 11 de Maio de 868 por Wang-Chieh.
1040-1048: Invenção dos caracteres móveis
Os caracteres móveis foram inventados na China pelo alquimista Pi Sheng . Em vez de gravar uma página completa, Pi Sheng reuniu caracteres individuais representando cada um uma palavra na escrita chinesa, e formou assim frases e páginas inteiras. Os caracteres feitos de argila cozida eram previamente moldados sobre uma estrutura de ferro e fixados com uma cola especial. Por volta de 1221, aparecem os caracteres móveis de madeira, depois os de cobre e, finalmente os de bronze em 1390.
1390: A primeira fundição de tipos
A primeira fundição de metálicos conhecida foi instalada na Coreia, por ordem do Rei Ts`ai Tsung, em 1390.
Os caracteres de metal duravam mais que os de madeira, mas, como cada um representava uma palavra diferente, era necessário um número considerável para a formação de todas as frases.
1438: Gutenberg inventa as matrizes metálicas
Johannes Genesfleisch (Mogúncia, 1394/1400-1468) adoptou o apelido de Gutenberg do nome de uma herdade de família . É tido como o inventor da tipografia, isto é , da impressão com caracteres móveis agrupados . A maior inovação de Gutenberg residiu na criação de moldes manuais para a fundição de letras soltas de chumbo.
Na invenção de Gutenberg, praticamente inalterada até ao século XIX, era gravado um punção em metal duro para cada letra. Desse punção obtinha-se uma matriz de latão que se adaptava a uma estrutura ajustável que controlava a largura e a altura do tipo. Permanecem dúvidas sobre os materiais utilizados por Gutenberg , mas crê-se que os primeiros punções eram de bronze. Só mais tarde , por volta de 1475-1480, aparecem os punções de aço a originarem matrizes de cobre. O metal utilizado na fundição dos caracteres era uma liga de chumbo e antimónio e, mais tarde , estanho.
1450-1452: Os primeiros livros impressos por Gutenberg
Aponta-se genericamente a data de 1450 como a do início da comercialização da tipografia. A Bíblia de 42 linhas, começada em 1453, tem sido considerada como o primeiro livro impresso em caracteres móveis na Europa.
A definição das obras impressas por Gutenberg e a respectiva ordem cronológica oferecem vastas dúvidas . Os eruditos são quase unânimes em atribuir o Julgamento do Mundo, as três edições de Donato e o calendário astronómico à oficina experimental de Gutenberg , antecedendo, assim, a bíblia de 42 linhas.
A prensa, outra das inovações de Gutenberg, era uma adaptação da vulgar prensa de parafuso para o azeite e vinho. As páginas eram colocadas no leito da prensa e apertadas, formando a forma impressora.
1457: A utilização da cor na impressão tipográfica
O ano de 1457 é um dos mais notáveis na história de cinco séculos de tipografia. Com efeito, foi nesse ano, em Mogúncia , que Johann Fust e Peter Schoffer , antigos sócios de Gutenberg , dão a lume a edição do famoso Saltério. É o primeiro livro impresso datado e assinado . É, para além disso , o primeiro livro a fazer uso da cor (vermelho e azul ) na impressão das suas belas letras iniciais ornamentadas. Anteriormente, a cor era inserida manualmente depois da impressão.
1461: O primeiro livro tipográfico ilustrado
A xilogravura e os tipos móveis foram combinados pela primeira vez em 1461 num livro de fábulas em alemão intitulado Der Edelstein, escrito em 1349 por Ulrich Boner. O volume foi ilustrado em 101 xilogravuras e impresso por Albrecht Pfister, tipógrafo alemão, provavelmente antigo colaborador de Gutenberg, que se estabeleceu em Bamberga (a segunda cidade alemã a possuir oficina tipográfica ) por volta de 1460.
1470: Nicolas Jensen cria os caracteres romanos
Os caracteres romanos foram criados por Nicolas Jensen, gravador francês, encarregado em 1458, pelo rei Carlos VII de frança, de visitar Mogúncia para aprender os segredos da arte de imprimir. Ao voltar , três anos mais tarde, encontrou no trono Luís XI, que não lhe deu apoio algum. Resolveu expatriar-se, e em 1469 estabeleceu-se em Veneza, onde, com o auxílio de Jacques le Rouge, emprega um ano mais tarde os seus caracteres romanos na obra de Cícero Epistolae ad Brutum.
Os caracteres romanos representam uma inovação na apresentação dos textos, muito embora não tenham sido logo adoptados, visto que muitos tipógrafos continuam a utilizar por largos anos os caracteres góticos beseados nos escritos monásticos.
1477: A introdução da gravura em talha
O primeiro livro conhecido de mapas impressos , a Cosmographia de Ptolomeu , foi estampado em 1477 por Domenico de Lapi , utilizando um processo de gravação conhecido por gravura em talha e mais correntemente designado por talha-doce, ou talha-forte. É um processo de gravura em relevo sobre chapa de metal (cobre ou aço ) executada manualmente. A imagem é gravada com buril e depois espalha-se a tinta sobre a superfície da chapa , a qual fica depositada nas áreas cavadas. A chapa é depois comprimida sobre papel macio, o qual recebe a tinta armazenada nos entalhes, formando assim a imagem. Este processo é ainda hoje utilizado para a produção de notas de banco e de outros documentos valiosos, pois é difícil de copiar e produz resultados facilmente reconhecíveis.
1501: Francesco Griffo cria os caracteres cursivos, aldinos ou itálicos
Fancesco Griffo, abridor de letras, natural de Bolonha, mudou-se para Veneza em 1494, onde trabalhou para Aldo Manuzio como encarregado da gravação e fundição de caracteres. Em 1501, criou o tipo designado por cursivo, aldino ou itálico, em homenagem ao seu país. Griffo miniaturizou-o em 1516 para que fosse utilizado nos primeiros livros de formato de bolso, uma série de obras clássicas publicadas em latim e italiano com que Aldo Manuzio revolucionou o conceito até então seguido de produzir livros com grandes e pesados fólios para que se assemelhassem aos manuscritos.
1620: Impressão mais rápida e fácil
A primeira alteração significativa à estrutura da prensa de Gutenberg surgiu em1620, levada a efeito por Willem Janszoon Blaeu, tipógrafo, cartógrafo e matemático holandês. O aperfeiçoamento baseou-se na junção de um mecanismo que levantava automaticamente a platina (quadro de ferro revestido da almofada que nas impressoras planas exerce pressão contra a forma ) após cada impressão. Permitiu reduzir de forma considerável o esforço físico do tipógrafo e aumentar substancialmente a produção horária para 150 exemplares, número que permaneceu inatingível durante quase dois séculos.
1642: O processo «mezzotinto» (ou à maneira negra )
Ludwig Von Siegen, gravador de Utreque natural de Hesse, Alemanha, inventou o processo mezzotinto, mais conhecido por processo de gravura à maneira negra. Foi o primeiro processo de gravura que permitiu a impressão de tons graduados. A imagem é gravada numa chapa de cobre ou aço, previamente granida com berçô (instrumento usado pelo gravador ) de modo a reter a tinta. Antes de a tinta ser aplicada, o gravador alisa selectivamente com o brunidor as áreas da superfície que na imagem terão tons cinzentos ou brancos. Devido ao facto de apresentar variações suaves de tons, sem a utilização de traços ou linhas negras como na gravura em madeira, a sua aplicação generalizou-se à reprodução de obras de arte.
1719: Introdução da «cor total» na impressão
Um processo de impressão a cores com base no princípio do mezzotintofoi patenteado em 1719 por Jakob Christof Le Blon , miniaturista e gravador , nascido em Frankfurt, Alemanha, em 1667. Le Blon inspirou-se na descoberta de Isaac Newton , usando inicialmente chapas com as sete cores resultantes da decomposição do espectro solar. Mais tarde , limitou o número de chapas às três cores fundamentais: o vermelho o amarelo e o azul, e, por vezes , outra para o preto. Hoje, com os progressos da física da luz, os impressores utilizam as cores magenta , amarela e cyan.
1727: A estereotipia permite moldar e multiplicar as páginas
Em 1727, William Ged, ourives de Edimburgo, inventou a técnica da estereotipia , possibilitando a múltipla reprodução de uma página de tipos móveis através da execução prévia de um molde. Antes de Ged , o compositor tinha de ,executar quando , páginas idênticas de um mesmo trabalho.
Ged utilizou um composto de gesso para a moldagem da forma e produziu uma matriz da mesma. A partir dessa matriz, fundia as páginas (clichés) em metal, chumbo e antimónio para a impressão.
Em 1795, o francês Firmin Didot, célebre editor, criador e fundidor de tipos, idealizou um processo de estereotipia, e no ano seguinte , com a colaboração de Louis-Étienne Heshan , construiu uma matriz com caracteres gravados em cobre e compostos como uma página ordinária, em que introduziu a liga de metal.
Lord Charles Stanhope, estadista inglês, estudioso e filantropo, introduziu importantes melhoramentos na técnica da estereotipia em 1802. Em 1829, utilizou-se pela primeira vez a pasta de papel, que permitiu a execução dos clichés para as rotativas cilíndricas que se desenvolveram a partir de 1861. Outra contribuição importante foi dada por Lottin de Laval, escritor, escultor, pintor e químico francês, criando em 1845 a lotinoplastia, processo de estereotipia com matriz de papelão.
1775: Uniformização das medidas
Decorreram quase três séculos sobre a invenção de Gutenberg sem que os fundidores se preocupassem muito com a falta de uniformidade das medidas na altura e corpo dos tipos que produziam.
Pontosimportantes na tentativa de sistematizar e uniformizar a medida e o material foram defendidos pelo tipógrafo e livreiro francês Martin-Dominique Fertel, a quem se atribuiu a criação de um tipómetro ou aparelho análogo cerca de 1730. Outra contribuição importante foi dada pelo fundidor, tipógrafo francês Pierre-Simon Fournier , que estabeleceu o ponto tipográfico , ou seja a unidade de medida que serve para a determinação da força do corpo de caracteres. O ponto Fournier era equivalente a 0,350 mm.
Finalmente, em 1775, François Ambroise Didot, nascido em 1730 no seio de uma família de tipógrafos, gravadores, editores, papeleiros e eruditos franceses, alterou o ponto Fournier , tomando por base a linha de pé-de-rei (medida de comprimento da época, equivalente a 0,352 m ) . O ponto Didot equivale a 0,376 mm e utiliza-se em quase todos os países, exceptuando os de expressão inglesa.
1796: A invenção da litografia
Alois Senefelder, natural de Praga , inventou a litografia cerca de 1796, tendo dois anos mais tarde construído um prelo adequado ao processo litográfico, então ainda chamado de impressão química .
É um processo de reprodução gráfica em que a matriz impressora apresenta os elementos a reproduzir no mesmo nível do suporte. O primeiro suporte utilizado foi a pedra calcária, factor determinante na derivação da futura denominação do processo :lithos (pedra) e grapho (escrever ). Tem por base o fenómeno da repulsão da água pelas gorduras e óleos de que as tintas são confeccionadas. Foi originariamente um processo destinado a imprimir ilustrações, sendo o desenho traçado em posição invertida, com tinta ou lápis litográfico, na pedra previamente polida e granida para melhor reter a tinta. A pedra, depois de lavada, ia para o prelo tipográfico, onde era humedecida primeiro e depois tintada por meio de rolos . A água aderia somente às partes não usadas pelas tintas, e, por sua vez, a tinta dos rolos aderia somente às partes secas, formando a imagem que era reproduzida no papel.
Senefelder continuou praticamente até ao fim dos seus dias a aperfeiçoar o processo litográfico , quer através da construção de prelos mais perfeitos e adequados , quer experimentando outros suportes , como , por exemplo, o zinco.
A evolução da litografia teve um novo impulso com o aparecimento, em 1853, da fotolitografia, que permite a transferência da imagem para a pedra ou o zinco com o auxilio da fotografia .
1800:A prensa metálica de Stanhope
A primeira prensa metálica foi criada em 1800 por Lord Stanhope.
Na prensa de ferro de Stanhope , a platina continuava a comprimir o papel sobre a forma impressora, mas um sistema de alavancas aumentava consideravelmente a força. Imprimiam-se, portanto , mais folhas (cerca de 250 por hora ), e a qualidade de reprodução foi enriquecida pela uniformidade da pressão na tiragem .
1810: A impressora a vapor
Friedrich Konig, nascido em 1774 em Eisleben,Saxónia, patenteou uma impressora movida a vapor em 1810 . Desde 1807 a trabalhar em Londres , Konig cujo génio mecânico haveria de encontrar mais tarde soluções revolucionárias para o encaminhamento e tiragem da folha ,tirou partido na criação da sua impressora da invenção da máquina a vapor por James Watt em 1775 . A sua máquina caracterizava-se por ser essencialmente um mecanismo de pressão manual , mas que incluía , para além do funcionamento a vapor , uma novidade importante : dois rolos móveis que aplicavam a tinta sobre a forma impressora , voltando depois ao seu lugar dando azo à colocação do papel sobre a forma . A máquina , da qual se construiu um só exemplar , imprimia 400folhas por hora , quase o dobro , portanto, das prensas normais.
1812: A impressora Konig aperfeiçoada pelo cilindro
Konig aperfeiçoou a sua impressora a vapor em 1812, abandonando o velho méyodo aplicado até então : forma plana contra folha plana. Konig, trabalhando com outro alemão , André F. Bauer, introduziu um movimento rotativo para a tintagem e a pressão da folha contra a forma impressora , sincronizando o movimento desta com a rotação de um cilindro que transportava o papel. O primeiro modelo comercializado foi adquirido pelo editor do jornal The Times , John Walter II, que classificou a máquina como «o maior progresso ligado á tipografia desde a descoberta da própria arte » . A velocidade podia atingir os 1100 exemplares por hora . Em 1816 , Konig criou uma máquina que imprimia de ambos os lados do papel na mesma operação (a chamada máquina de retiração) .
1846: A rotativa permite imprimir a alta velocidade
A primeira impressora rotativa que teve êxito foi patenteada por Richard Hoe, de Nova Iorque, em 1845. Hoe não conseguiu ultrapassar algumas limitações derivadas da fixação da composição em torno da circunferência de um grande cilindro, muito embora tivesse conseguido dar curvatura à composição por intermédio de fios utilizados em forma de cunha . Uma das limitações dizia respeito à impossibilidade de os títulos poderem ultrapassar a largura de cada uma das colunas de composição . A estrutura da máquina comportava um cilindro de grandes dimensões onde era fixada a matriz impressora e quatro cilindros mais pequenos em redor do primeiro que transportavam o papel .
Em 1861, Hoe adoptou os estereótipos curvos feitos em moldes de pasta de papel a fim de obter uma matriz de impressão perfeitamente cilíndrica . Esta técnica é ainda hoje aplicada nos jornais que utilizam os processos tipográficos na sua execução .
1967: Composição controlada por computador
A fotocompositora Digiset, construída na Alemanha pela empresa Rudolf-Hell sob esta designação e nos EUA pela RCA com a denominação de Videocomp 70/820 , permitiu um avanço significativo no campo de controle da composição por meio de computador . A Digiset podia ser comandada directamente por computador e indirectamente através de fita perfurada , ou fita magnética.
Em colaboração com a Simens AG , a Hell preparou um computador especial denominado Hellcom, cujo software (conjunto de programas de um sistema informática ) servia as exigências da fotocompositora , podendo ainda resolver problemas de gestão . O computador Hellcom e a fotocompositora Digiset formavam um conjunto de elevado grau de automatização e de grande capacidade produtiva . A velocidade da fotocomposição atingia os 1 200 000 caracteres por hora quando a fotocompositora era comandada por fita perfurada e 2 , 3 e 4 milhões de caracteres/hora quando comandada directamente por um computador . Os caracteres estavam armazenados sob a forma de informação digital e eram delineados no suporte fotossensível (papel ou película ) por intermédio de um tubo de raios catódicos . Depois de revelação do papel ou da película , seguiam-se as operações de montagem e de transporte para a chapa de impressão (geralmente offset).
Na última década continuou a observar-se uma enorme evolução na tecnologia ,sendo hoje possível executar correcções com pesquisa electrónica dos elementos em fracções de segundos , executar a paginação electrónica em écrans catódicos, encontrar o raio laser aplicado à fotografia dos caracteres e ainda estabelecer complexos sistemas de transmissão à distancia .
A Fotografia
fotografia não tem um único inventor, ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a fotografia foi a Câmara Escura. O conhecimento do seu princípio ótico é atribuido, por alguns historiadores, ao chines Mo Tzu no século V a.C., outros indicam o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) como o responsável pelos primeiros comentários esquemáticos da Camera Obscura.
Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, em uma eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua ao passar seus raios por um pequeno orifício entre as folhas de um plátano. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.
Séculos de ignorância e superstição ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Ibn al Haitam (965-1038), o Alhazem, observa um eclipse solar com a câmara escura, na Corte de Constantinopla, em princípios do século XI.
Nos séculos seguintes a Câmara Escura se torna comum entre os sábios europeus, para a observação de eclipses soloares, sem prejudicar os olhos. Entre eles o ingles Roger Bacon (1214-1294) e o erudito hebreu Levi ben Gershon (1288-1344). Em 1521, Cesare Cesariano, discípulo de Leonardo da Vinci, descreve a Câmara Escura em uma anotação e em 1545, surge a primeira ilustração da Câmara Escura, na obra de Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci (1452-1519) fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas sobre os espelhos, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista della Porta (1541-1615), cientista napolitano, em 1558 publicou uma descrição detalhada sobre a câmera e seus usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, a sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.
Em 1620, o astrônomo Johannes Kepler utilizou uma Câmara Escura para desenhos topográficos. O jesuita Athanasius Kircher, erudito professor de Roma, descreveu e ilustrou uma Câmara Escura em 1646, que possibilitava ao artista desenhar em vários locais, transportada como uma liteira e em 1685, Johan Zahn descreve a utilização de um espelho, para redirecionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim o desenho nas câmaras portáteis.
A LUZ - ONDE TUDO COMEÇA
Para que possamos compreender esse fenômeno da câmara escura, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia eletromagnética que se propaga em linha reta apartir de uma fonte luminosa. Quando um desses raios luminosos incide sobre um objeto, que possui superfície irregular ou opaca, é refletido de um modo difuso, isto é, em todas as direções.
O orifício da câmera escura, quando diante desse objeto, deixara passar para o interior alguns desses raios que irão se projetar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete os raios de luz desse modo, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.
Como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez, e a partir do momento em que se substitui a parede branca pelo pergaminho de desenho, essa falta de definição passou a ser um grande problema aos artistas que pretendiam usar a câmera escura na pintura.
QUANTO MENOR O ORIFÍCIO MELHOR A NITIDEZ DAS IMAGENS
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la. Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolano Cardano, que sugeriu o uso da lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder sua nitidez. Isto foi possível, graças à capacidade de refração do vidro, que torna convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto; assim, alente fazia com que para cada ponto luminoso do objeto correspondesse a um ponto na imagem, formando-se ponto por ponto da luz refletida do objeto uma imagem puntiforme.
Desse modo o uso da câmera escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância lente/visor (foco), deixando o mais distante desfocado ou vice versa. O veneziano Danielo Barbaro, em 1568, no seu livro "A prática da Perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim outro aprimoramento na câmera escura apareceu: foi instalado um sistema junto com a lente que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro diafragma. Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos à distâncias diferentes da lente.
Em 1573, o astrônomo e matemático florentino Egnatio Danti, em La perspecttiva di Euclide, sugere outro aperfeiçoamento: a utilização de um espelho concavo para reinverter a imagem. Em 1580, Friedrich Risner descreve uma câmara escura portátil mas a publicação só foi feita após a sua morte, na obra Optics de 1606. A tenda utilizada por Johann Kepler, para seus desenhos topográficos, utilizada em sua viagem de inspeção pela Alta Austria, uilizava uma lente biconvexa e um espelho, para obter uma imagem no tabuleiro de desenho no interior da tenda, em 1620.
Em 1636, o professor de matemática da Universidade de Altdorf, Daniel Schwenter, em sua obra Deliciae physico-mathematicae, descreve um elaborado sistema de lentes que combinavam tres distancias focais diferentes. Este sistema foi usado por Hans Hauer em sua panorâmica de Nuremberg. Athanasius Kircher em 1646, descreve sua câmara escura em forma de liteira, ilustradamente no Ars Magna lucis et umbrae e seu discípulo Kaspar Schott, professor de matemática em Wüzburgo, nota que não era necessário o artista se introduzir dentro da câmara escura; na obra Magia Optica de 1657, Schott menciona que um viajante vindo da Espanha descrevera uma câmara escura que podia ser levada sob seu braço.
Em 1665, Antonio Canaletto (1697 - 1768) utiliza uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.
Em 1676, Johann Christoph Sturm, professor de matemática de Altdorf, em sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utilizava interiormente um espelho a 45 graus, que refletia a luz vinda da lente para um pergaminho azeitado colocado horizontalmente e uma carapuça de pano preto exterior funcionando como um parasol para melhorar a qualidade da visualização da imagem. Johann Zhan, monge de Wüzburgo, ilustrou em sua obra Oculos Artificialis teledioptricus (1685-1686), vários tipos de câmaras portáteis como o tipo reflex que possuia 23 cm de altura e 60 cm de largura.
Nesta altura já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmera escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do desenhista foi a nova meta, só alcançada com o desenvolvimento da química.
A química em Auxílio a Fotografia
Em 1604, o cientista italiano Ângelo Sala, observa que um certo composto de prata se escurecia quando exposto ao sol. Acreditava-se que o calor era o responsável. Anos antes, o alquimista Fabrício tinha feito as mesmas observações com o cloreto de prata.
Em 1727, o professor de anatomia Johann Heirich Schulze, da universidade alemã de Altdorf, notou que um vidro que continha ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando exposto à luz proveniente da janela. Por eliminação, ele demonstrou que os cristais de prata halógena ao receberem luz, e não o calor como se supunha, se transformavam em prata metálica negra. Sua intenção com essas pesquisas era a fabricação artificial de pedras luminosas de fósforo, como ele as deniminava. Como suas observações foram acidentais e não tinham utilidade prática na época, schulze cedeu suas descobertas à Academia Imperial de Aldorf, em Nürenberg, na apresentação intiutlada "De como descobri o portador da Escuridão ao tentar descobrir o portador da Luz".
Shulze não tinha certeza quanto à utilidade prática de sua invensão, mas observou "Não tenho qualquer dúvida de que esta experiência poderá revelar ainda outras utilidades de aplicações aos naturalistas" profetizou o pai da fotoquímica.
Em 1790, o físico Charles realizou impressões de silhuetas em folhas impregnadas de cloreto de prata.
Gravando Imagens com a Câmara Escura
As experiências de Wedgwood
Em 1802, Sir Humphrey Davy publicou no Journal of the Royal Instiution uma descrição do êxito de Thomas Wedgwood, na impressão de silhuetas de folhas e vegetais sobre couro. Thomas, filho mais moço de Josiah Wedgwood, o famoso cientista amador e ceramista inglês, estando familiarizado com o processo de Schulze, obteve essas imagens mediante a ação da luz sobre o couro branco impregnado de nitrato de prata. Mas Wedgwood não conseguiu "fixar" as imagens, isto é, eliminar o nitrato de prata que não havia sido transformado em prata metálica, pois apesar de bem lavadas e envernizadas, elas se escureciam totalmente quando expostas a luz. Tom Wedgwood aprendera com o pai Josiah, a utilizar a câmara escura para auxiliar seus desenhos de grandes casas de campo que decorava as cerâmicas da Etruria, mas o conhecimento da sensibilidade do nitrato de prata veio através do seu tutor Alexander Chisholm, que tinha sido ajudante do químico Dr. Willian Lewis, primeiro a publicar em 1763, as investigações de Schulze. No entanto, Thomas não chegou a obter imagens impressas com auxílio da Câmera escura devido à sua prematura morte aos 34 anos.
Em 1777, o químico Karl Wilhelm Scheele descobre q
ue o amoníaco atua satisfatoriamente como fixador.
A heliografia de Niépce
Em 1793, junto com o seu irmão Claude, oficial da marinha francesa, Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) tenta obter imagens gravadas quimicamente com a câmara escura, durante uma temporada em Cagliari. Aos 40 anos, Niépce se retirou do exército francês para dedicar-se a inventos técnicos, graças à fortuna que sua família havia realizado com a revolução. Nesta época, a litografia era muito popular na França, e como Niépce não tinha habilidade para o desenho, tentou obter através da câmera escura uma imagem permanente sobre o material litográfico de imprensa. Recobriu um papel com cloreto de prata e expôs durante várias horas na câmera escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente fixadas com ácido nítrico. Como essas imagens eram em negativo e Niépce pelo contrário, queria imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placa de impressão, determinou-se a realizar novas tentativas.
Após alguns anos, Niépce recobriu uma placa de estanho com betume branco da Judéia que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema. Em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmera escura fabricada pelo ótico parisiense Chevalier, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa. Apesar desta imagem não conter meios tons e não servir para a litografia, todas as autoridades na matéria a consideram como "a primeira fotografia permanente do mundo". Esse processo foi batizado por Niépce como Heliografia, gravura com a luz solar.
Em 1827, Niépce foi a Kew, perto de Londres, visitar Claude, levando consigo várias heliografias. Lá conheceu Francis Bauer, pintor botânico que de pronto reconheceu a importância do invento. Aconselhado a informar ao Rei Jorge IV e à Royal Society sobre o trabalho, Niépce, cauteloso, não descreve o processo completo, levando a Royal Society a não reconhecer o invento. De volta para a França, deixa com Bauer suas heliografias do Cardeal d'Amboise e da primeira fotografia de 1826.
Em 1929 substitui as placas de metal revestidas de prata por estanho, e escurece as sombras com vapor de iodo. Este processo foi detalhado no contrato de sociedade com Daguerre, que com estas informações pode descobrir em 1831 a sensibilidade da prata iodizada à luz. Niépce morreu em 1833 deixando sua obra nas mãos de Daguerre.
Daguerreotipia – A Fotografia começa a caminhar no Tempo
Foi através dos irmãos Chevalier, famosos óticos de paris, que Niépce entrou em contato com outro entusiasta , que procurava obter imagens impressionadas quimicamente: Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Este, durante alguns anos, causara sensação em Paris com o seu "diorama", um espetáculo composto de enormes painéis translúcidos, pintados por intermédio da câmera escura, que produziam efeitos visuais (fusão, tridimensionalidade) através de iluminação controlada no verso destes painéis.
Niépce e Daguerre durante algum tempo mantiveram correspondência sobre seus trabalhos. Em 1829 firmaram uma sociedade com o propósito de aperfeiçoar a heliografia, compartilhando seus conhecimentos secretos.
A sociedade não deu certo. Daguerre, ao perceber as grandes limitações do betume da Judéia, decidiu prosseguir sozinho nas pesquisas com a prata halógena. Suas experiências consistiam em expor, na câmera escura, placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas sobre o vapor de iodo, formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz.
Dois anos após a morte de Niépce, Daguerre descobriu que uma imagem quase invisível, latente, podia-se revelar com o vapor de mercúrio, reduzindo-se, assim, de horas para minutos o tempo de exposição. Conta a história que uma noite Daguerre guardou uma placa sub-exposta dentro de um armário, onde havia um termômetro de mercúrio que havia se quebrado. Ao amanhecer, abrindo o armário, Daguerre constatou que a placa havia adquirido uma imagem de densidade bastante satisfatória, tornara-se visível. Em todas as áreas atingidas pela luz, o mercúrio criara um amálgama de grande brilho, formando as áreas claras da imagem. Após a revelação, agora controlada, Daguerre submetia a placa com a imagem a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata não revelados, formando as áreas escuras da imagem. Inicialmente foi usado o sal de cozinha, o cloreto de sódio, como elemento fixador, sendo substituído posteriormente por tiossulfato de sódio (hypo) que garantia maior durabilidade à imagem. Este processo foi batizado com o nome de Daguerreotipia.
Em 7 de janeiro de 1839 Daguerre divulgou o seu processo e em 19 de agosto do mesmo ano, na Academia de Ciencias de Paris, tornou o processo acessível ao público. Daguerre também era pintor decorador, e inventou o DIORAMA, um teatro de efeitos de luz de velas.
A Daguerreotipia se Difunde pondo medo nos pintores
Através do amigo Arago, que era então membro da Câmara de Deputados da França, Daguerre, em 1839, na Academia de Ciências e Belas Artes, descreve minuciosamente seu processo ao mundo em troca de uma pensão estatal. Mas dias antes, por intermédio de um agente, Daguerre requer a patente de seu invento na Inglaterra.
Rapidamente, os grandes centros urbanos da época ficaram repletos de daguerreótipos, a ponto de vários pintores figurativos como Dellaroche, exclamarem com desespero: "a pintura morreu"!
Como sabemos, foi nessa efervescência cultural que foi gerado o Impressionismo.
Apesar do êxito da Daguerreotipia, que se popularizou por mais de 20 anos, sua fragilidade, a dificuldade de ser vista a cena devido a reflexão do fundo polido do cobre e a impossibilidade de se fazer várias cópias partindo-se do mesmo original, motivou novas tentativas com a utilização da fotografia sobre o papel.
Hércules Florence – A Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil
O francês de Nice, Antoine Hercules Romuald Florence, chegou ao Brasil em 1824, e durante quase 50 anos viveu na Vila de São Carlos. Morreu em 27de março de 1879, na então já chamada Campinas, e aplicou-se a uma série de invenções.
Entre 1825 e 1829, participou como 2o desenhista de uma expedição científica chefiada pelo Barão Georg Heirich von Langsdorff, cônsul geral da Rússia no Brasil. De volta da expedição, Florense casou-se com Maria Angélica Alvares Machado e Vasconcelos, em 1830.
Em 1830, diante da necessidade de uma oficina impressora, inventou seu próprio meio de impressão, a Polygraphie, como chamou. Seguindo a meta de um sistema de reprodução, pesquisou a possibilidade de se reproduzir pela luz do sol e descobriu um processo fotográfico que chamou de Photographie, em 1832, como descreveu em seus diários da época anos antes da Daguerre.
Em 1833, Florence fotografou através da câmera escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato.
Enfim, totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporâneos europeus, Niépce, Daguerre e Talbot, Florence obteve o resultado fotográfico.
Fox-Talbot – Um Nobre Aperfeiçoando a Fotografia
Na Inglaterra, descendente de nobre família, membro do parlamento britânico, escritor e cientista aficionado, Willian Henry Fox-Talbot (1800 - 1877) usava a câmera escura para desenhos em suas viagens. Na intenção de fugir da patente do daguerreótipo em seu pais e solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma fórmula de impressionar quimicamente o papel.
Talbot iniciou suas pesquisas fotográficas, tentando obter cópias por contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos.
O papel era mergulhado em nitrato e cloreto de prata e depois de seco, fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura. Finalmente o papel era fixado sem perfeição com amoníaco ou com uma solução concentrada de sal. Às vezes, também era usado o iodeto de potássio.
No ano de 1835, Talbot construiu uma pequena câmera de madeira, com somente 6,30 cm2, que sua esposa chamava de "ratoeiras". A câmera foi carregada com papel de cloreto de prata, e de acordo com a objetiva utilizada, era necessário de meia a uma hora de exposição. A imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo a cópia apresentava-se positiva sem a inversão lateral. A mais conhecida mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo.
As imagens de Talbot eram bastante pobres, devido ao seu reduzido tamanho de 2,50 cm2, se comparadas com a heliografia de Niépce, com cerca de 25X55 cm, obtida nove anos antes. Sua lentidão, seu tamanho e sua incapacidade de registrar detalhes não causava interesse ao público, quando comparados aos daguerreótipos.
Em 1839, quando chegam na Inglaterra os rumores do invento de Daguerre, Talbot aprimorado suas pesquisas, e precipitadamente publicou seu trabalho e apresentou à Royal Institution e à Royal Socity. Sir Herchel logo concluiu que o tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: fotografia, positivo e negativo.
Um ano após, o material sensível foi substituído por iodeto de prata, sendo submetido, após a exposição, a uma revelação com ácido gálico. Mas para as cópias continuou a usar o papel de cloreto de prata.
O processo que inicialmente foi batizado de Calotipia, ficou conhecido como Talbotipia e foi patenteado na Inglaterra em 1841. Talbot comprou uma casa em Reading, contratou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã Bretanha.
"The pencil of Nature", o primeiro livro do mundo ilustrado com fotografia, foi publicado por Talbot em 1844. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais, e continha a explicação detalhada de seus trabalhos, estabelecendo certos padrões de qualidade para a imagem.
Como o negativo da talbotipia era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o vidro.
Ascher e suas Placas Úmidas
dificuldade em usar o vidro como base no negativo, era de se encontrar algo que contivesse, numa massa uniforme, os sais de prata sensíveis à luz, para que não se dissolvessem durante a revelação.
Abel Niépce da Saint-Victor, primo de Nicéphore Niépce (1805-1870), descobriu em 1847 que a clara de ovo, ou a albumina, era uma solução adequada, no caso do iodeto de prata. Uma placa de vidro era coberta com clara de ovo, sensibilizada com iodeto de potássio, submetida a uma solução ácida de nitrato de prata, revelada com ácido gálico e finalmente fixadas com tiossulfato de sódio.
O método da albumina, proporcionava uma grande precisão de detalhes, mas requeriam uma exposição de 15 minutos aproximadamente. Sua preparação era bastante complexa e as placas podiam ser guardadas durante 15 dias.
O ano de 1851 foi muito significativo para a fotografia. Na França morre Daguerre. Na Grã Bretanha, como fruto da revolução industrial, é organizada a "Grande Exposição", apresentando os últimos modelos produzidos. Um invento que em pouco tempo chegou a suplantar todos os métodos existentes, foi o processo do "colódio úmido", de Frederick Scott Archer, publicado no "The Chemist" em seu número de março. Este obscuro escultor londrino, com grande interesse pela fotografia, não estava satisfeito com a qualidade das imagens, deterioradas pela textura fibrosa dos papéis negativos, e sugeriu uma mistura de algodão de pólvora com alcool e éter, chamada colódio, como meio de unir os sais de prata nas placas de vidro.
O processo se consistia em:
• Espalhar cuidadosamente o colódio com iodeto de potássio sobre o vidro, escorrendo o excesso, até formar uma superfície uniforme.
• No quarto escuro, com somente uma fraca luz alaranjada, a placa era submetida a um banho de nitrato de prata.
• A placa era exposta na câmera escura ainda úmida, porque a sensibilidade diminuia rapidamente à medida que o colódio secava. O tempo médio de exposição à luz do sol era de 30 segundos.
• Antes que o éter, que se evapora rapidamente secasse, tornando-se impermeável, revelava-se com ácido pirogálico ou com sulfato ferroso.
• A fixagem era feita com tiossulfato de sódio ou com cianeto de potássio (venenoso), para finalmente lavar bem o negativo.
O colódio, além de muito transparente, permitia uma concentração maior de sais de prata, fazendo com que as placas fossem 10 vezes mais sensíveis que as de albumina. Seu único inconveniente era a necessidade de sensibilizar, expor e revelar a chapa num curto espaço de tempo. Como Ascher não teve interesse em patentear o seu processo, morreu na miséria e quase desconhecido; os fotógrafos ingleses podiam praticar livremente, pela primeira vez, a fotografia.
Talbot acreditando que sua patente cobria o processo colódio, levou ao juiz um fotografo que utilizava o processo de placa úmida em Oxford Street. O juiz pôs em dúvida o direito de Talbot reclamar a invenção do colódio e os jurados decidiram que este não infringia sua patente. Então a fotografia estava livre, além de que a patente de Daguerre havia expirado em 1853.
A fotografia agora tinha condições de crescer em popularidade e em quantidade de aplicações do colódio, que durou 30 anos. O número de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todas as classes sociais desejavam retratos e, se estendeu o uso de uma adaptação barata do processo colódio chamada Ambrotipo.
As Variações do Colódio: o Ambrotipo e o Ferrotipo
A variante Ambrotipia, elaborada por Ascher com a colaboração de Peter Wickens Fry, consistia em um positivo direto, obtido com a chapa de colódio. Branqueava-se um negativo sub-exposto de colódio, escurecia-se o dorso com um tecido preto ou um verniz escuro, dando assim a impressão de um positivo. Quando um negativo é colocado sobre um fundo escuro com o lado da emulsão para cima, surge uma imagem positiva graças à grande reflexão de luz da prata metálica. Dessa maneira o negativo não podia mais ser copiado, mas representava uma economia de tempo e dinheiro, pois se eliminava a etapa de obtenção da cópia. O nome Ambrotipo foi sugerido por Marcos A. Root, um daguerreotipista da Filadélfia, sendo também usado este nome na Inglaterra. Na Europa era geralmente chamado de Melainotipo. Os retratos pequenos, feitos através deste processo, foram difundidos nos anos 50 até serem superados pela moda das fotografias tipo "carte-de-visite".
Outra variação do processo colódio, o chamado Ferrótipo ou Tintipo, produzia uma fotografia acabada em menos tempo que o Ambrotipo. Há divergências entre os autores quanto ao criador do processo; para uns, o ferrótipo foi elaborado por Adolphe Alexandre Martin, um mestre francês em 1853, para outros foi Hannibal L. Smith, um professor de química da Universidade de Kenyon, quem introduziu o processo. Este processo era constituído por um negativo de chapa úmida de colódio com um fundo escuro para a formação do positivo; mas ao invés de usar verniz ou pano escuro, era utilizada uma filha de metal esmaltada de preto ou marrom escuro, como suporte do colódio. O baixo custo era devido aos materiais empregados e sua rapidez decorria das novas soluções de processamento químico.
O ferrótipo desfrutou de grande popularidade entre os fotógrafos nos Estados Unidos a partir de 1860, quando começaram a aparecer os especialistas fazendo fotos de crianças em praças públicas, famílias em piqueniques e recém casados em porta de igrejas.
O inconveniente de todos os processos por colódio era a utilização obrigatória de placas úmidas. Idealizou-se várias maneiras de conservar o colódio em estado pegajoso e sensível durante dias e semanas, de forma que toda a manipulação química pudesse ser realizada no laboratório do fotógrafo em sua casa, mas logo apareceu o processo seco que substituiu o colódio rapidamente: a gelatina.
Maddox e sua Emulsão de Gelatina com Brometo de Prata
Em setembro de 1871, um médico e microscopista inglês, Richard Leach Maddox, publicou no British Journal of Photograph, suas experiências com uma emulsão de gelatina e brometo de prata como substituto para o colódio. O resultado era uma chapa 180 vezes mais lenta que o processo úmido, mas aperfeiçoado e acelerado por John Burgess, Richard Kennett e Charles Bennett, a placa seca de gelatina estabelecia a era moderna do material fotográfico fabricado comercialmente, liberando o fotógrafo da necessidade de preparar as suas placas. Rapidamente várias firmas passaram a fabricar placas de gelatina seca em quantidades industriais.
Burgess comercializou a emulsão de brometo de prata e gelatina engarrafada, mas os resultados não foram satisfatórios devido a presença de sub-produtos tais como nitrato de potássio. Em 1873, Kennett vendia emulsões secas e placas preparadas com bastante sensibilidade à luz. Em 1878, Bennett publicou que conservando a emulsão a 32o centígrados por quatro a sete dias, se produzia uma maturação que aumentava a sensibilidade.
Em 1873, o professor de fotoquímica em Berlin Hermann Wilhelm Voguel, descobriu que podia aumentar a sensibilidade, a uma gama maior das radiações actínicas, quando banhava a emulsão com certos corantes de anilina. Estas emulsões, chamadas ortocromáticas, passaram a ser, além do azul, sensíveis à cor verde. Em 1906 já era comercializada as emulsões pancromáticas, sensíveis ao também à luz laranja e vermelha.
Fabricantes britânicos como Wratten & Wainwrigth e The Liverpool Dry Plate Co., em 1880, monopolizaram a fabricação de placas secas. Logo as fábricas de todos os países passaram a imita-los, até que em 1883 quase nenhum fotógrafo usava material de colódio. Na Alemanha, Otto Perutz, de Munich em 1882, e a Agfa AG, de Berlin, em 1883 fabricavam chapas secas de qualidade.
Você Aperta o Botão e Nós Fazemos o Resto
As placas secas de gelatina, apesar de serem muito mais cômodas que o colódio, tinham o inconveniente de serem pesadas, frágeis e se perdia muito tempo para substituir a placa na câmera. Assim as novas tentativas visavam substituir o vidro por um suporte menos pesado, frágil e trabalhoso. Em 1861, Alexander Parkes inventando o celulóide solucionava de certa forma o problema pois John Carbutt, um fotógrafo inglês que havia imigrado para a América, convenceu em 1888 a um fabricante de celulóide a produzir folhas suficientemente finas para receber uma emulsão de gelatina. No ano seguinte a Eastman Co. começou a produzir uma película emulsionada em rolo, feita com nitrato de celulose muito mais fina e transparente e, em 1902 já era responsável por 85% da produção mundial.
Eastman, em 1888, já produzia uma câmera, a Kodak n.1, quando introduziu a base maleável de nitrato de celulose em rolo. Colocava-se o rolo na máquina, a cada foto ia se enrolando em outro carretel e findo o filme mandava-se para a fábrica em Rochester. Lá o filme era cortado em tiras, revelado e copiado por contato. O slogam da Eastman "Você aperta o botão e nós fazemos o resto" correu o mundo, dando oportunidade para a fotografia estar ao alcance de milhões de pessoas.
O processo fotográfico atual, pouco varia do processo do início do século. O filme é comprado em rolos emulsionados com base de celulose, as fotos são batidas, reveladas e positivadas. Por isso se atribui ao século XIX a invenção e aperfeiçoamento da fotografia como usamos hoje; ao século XX é atribuído a evolução das aplicações e controles da fotografia no aparecimento da fotografia em cores, cinema, televisão, holografia e todos os usos científicos hoje utilizados. Apesar do processo químico da fotografia estar com seus dias contados, devido o aparecimento da fotografia digital, será somente no próximo século XXI, que se tornará padrão para a captura de imagens.
A História da Telegrafia (Telégrafo)
A Telegrafia é a arte de transmitir mensagens codificadas através de aparelho específico denominado Telégrafo.
Telegrafia, Continuous Wave, CW, Código Morse, Codificação, Transmissão Cifrada; traduzimos tudo isso como linguagem sonora. Os sons diferenciados, produzidos ao manipular-mos o Telégrafo, são capazes de oferecer um perfeito entendimento ao ouvido humano. O sistema é representado por sinais de convenção internacional. Há sinais maiores ou menores em cada letra, e o ritmo é que dará a diferenciação entre elas.
Como os sinais formam o som, cada letra tem o seu som característico, tornando-se inconfundível com outra letra ou número, pois o som difere. Assim, temos resumidamente a Telegrafia como linguagem de som e ritmo, tornando-se uma linguagem cifrada. A Telegrafia com fio, podemos defini-la como a transmissão de mensagens em sinais do Código Morse, com o auxílio da corrente que circula através do circuito elétrico, a qual liga o equipamento transmissor ao receptor. A Telegrafia sem fio é a mesma transmissão em Código Morse, sendo que os mesmos são transportados pelas ondas eletromagnéticas através do espaço.
A Telegrafia sem fio sem dúvida alguma deve-se ao dentista norte americano MAHLON LOOMIS. Esse pioneiro americano conseguiu irradiar e receptar pulsações causadas pela produção de um distúrbio no equilíbrio elétrico da atmosfera, conforme consta dos arquivos de patentes americanas no ano de 1872, e na época foi chamado de "Pioneiro da Telegrafia Aérea".
Já o Telégrafo foi inventado no ano de 1835, pelo norte americano SAMUEL FINLEY BREESE MORSE. Além de inventar o Telégrafo, norteou e elaborou o respectivo código, que levou o seu nome: Código Morse. O Código Morse, até hoje conhecido, é utilizado no mundo todo. São sinais constituídos por pontos e traços combinados, que correspondem aos números e letras do alfabeto, desta maneira produzindo sons diferenciados à cada letra, número ou pontuação. Isso caracteriza o Código Morse, tornando seus sons característicos e diferentes. Isso acontece porque existem variações diferentes nos ritmos usados nas comunicações telegráficas para transmissão e recepção de mensagens cifradas. Já o Telégrafo sem fio foi desenvolvido pelo engenheiro italiano GUGLIELMO MARCONI, sendo que no ano de 1895iniciavam-se as transmissões e recepções de sinais via ondas eletromagnéticas sem fio, do Telégrafo de SAMUEL MORSE. MARCONI aproveitou diversas idéias da época, continuando a desenvolver as descobertas do físico alemão HEINRICH HERTZ, o qual faleceu no ano de 1894. MARCONI obteve sucesso total na transmissão e recepção de sinais em Código Morse via rádio, através da Telegrafia sem fio, sendo-lhe concedida a patente do aparelho no ano de 1896 na Inglaterra. O Rádio e o Radioamador surgiram quase que simultaneamente, em virtude do grande interesse em pesquisar todos os fenômenos eletromagnéticos.
O vertiginoso desenvolvimento tecnológico torna inadequada a primitiva montagem artesanal de equipamentos. Contudo permanece aberto o extenso campo de investigação em torno de antenas, e da propagação dos sinais radioelétricos transportados pelas ondas eletromagnéticas.
Basicamente o Radioamadorismo compreende a emissão e ou a recepção de símbolos, caracteres, sinais escritos, imagens e sons, enfim informações de quaisquer natureza. Entre elas a Telegrafia. Tem a finalidade de treinamento próprio, comunicação, pesquisas técnicas e o aprimoramento de Telegrafia(CW, Continuous Wave em inglês).Aqui não cabe discutir se a Telegrafia hoje está ou não ultrapassada. Apenas vamos sustentar que o Radioamadorismo é levado a efeito por verdadeiros amadores, a título pessoal, não visando qualquer outro objetivo a não ser o de treinamento próprio, e julgar-se no dever moral de manter acesa e viva a "Chama da Telegrafia", pois esta é a única maneira de conseguirmos legar ao futuro não muito distante, os 159 anos herdados da Telegrafia de SAMUEL MORSE. Está no Radioamadorismo, a única e a última oportunidade deste legado para a humanidade futura, de maneira que o Radioamador entusiasta que é, certamente, considerando a importância da Telegrafia, não deixará morrer esta nobre arte de se comunicar, de transmitir mensagens codificadas a distancia. Desde os primórdios da civilização, ávidos da necessidade de comunicação à distancia, levou o homem a criar inúmeros sistemas que possibilitassem a transmissão de suas mensagens.
Esta transmissão, originariamente apresentou-se por meios de sinais sonoros ou luminosos emitidos num local, sendo traduzidos no outro, por um código comum. A Telegrafia consiste na transmissão de mensagens, pela emissão de sinais, através do Telégrafo. Os impulsos eletromagnéticos, ao serem recebidos através da codificação comum da linha, são transformados e traduzidos pelo receptor em letras alfabéticas, números, pontuação ou caracteres comuns de escrita. Entre os sistemas telegráficos mais importantes do mundo figuram: O de SAMUEL MORSE (Estados Unidos da América do Norte), o de WHEATSTONE (Inglaterra) e o de STEINHAIL ( Alemanha).O sistema Morse foi o que se apresentou de forma mais completa, conservando suas linhas básicas até nossos dias.
Em época mui recente, foi criado um Comitê Consultivo Internacional nos U.S.A., com o intuito de padronizar os transmissões telegráficas, adotando codificações e freqüências normatizadas. As freqüências comumente adotadas em ciclo por segundo são: 420, 540, 660, 780, 900, 1020, 1140, 1260, 1380, 1500, 1620 1 740.
Fonte: Mário Keiteris -PY2MXK (Dir. do Depto. de Cursos da LPR) -
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