sexta-feira, 30 de julho de 2010

2410 - HISTÓRIA DA IMPRENSA BRASILEIRA

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História da Tipografia » A Imprensa em Portugal

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Tipografia: o livro
Imprensa em Portugal: prototipógrafos judeus
Mais de metade dos incunábulos impressos em Portugal foram compostos em hebraico. A protipografia judaica em Portugal, mais que um mero episódio de importância secundária, foi uma contribuição essencial para o avanço do país multicultural que Portugal era na época manuelina - pelo menos, até à criminosa expulsão dos judeus por Manuel I...
Samuel Gacon
Eliezer Toledano
A obra de Abraham Zacuto

O Pentateuco impresso por Samuel Gacon em Faro, é, sem margem de dúvida, o primeiro incunábulo impresso em território português.

O Almanach perpetuum de Zacuto foi um dos quatro primeiros livros publicados em Portugal depois da invenção da imprensa e o primeiro no que respeita às Matemáticas. É um livro hoje raro, e por isso Joaquim Bensaúde fêz reproduzir em 1915 pela fotogravura um exemplar que existe na Biblioteca de Augsburg, na Alemanha, e a tradução em castelhano dos Cânones (regras para o seu uso), que existe na Biblioteca Pública de Évora.

A tipografia hebraica portuguesa teve as suas origens na Itália. António Ribeiro dos Santos escreveu na sua Memória sobre as Origens da Tipografia em Portugal no Século xv:

«Os primeiros Impressores que apparecêrão entre nós ... forão Judeos Estrangeiros, que vierão a Portugal de diversas partes de Itália. A pratica em que estavão os Judeus de multiplicarem os exemplares da Lei para uso de suas Synagogas, e dos mesmos particulares, fazia com que tambem se multiplicassem os impressores da Nação.»

A cultura judaica da Diáspora cultivava na produção de soberbos códices manuscritos a mesma qualidade estética que conhecemos dos scriptores nos mosteiros cristãos; existia portanto em Portugal uma magnífica base caligráfica para a prototipografia hebraica, o que pode explicar a qualidade da obra de Samuel Gacon e dos outros impressores judeus.

Em Faro, Lisboa e Leiria, foram impressos incunábulos em hebraico; em Lisboa existia, antes das oficinas tipográficas, um scriptorium hebraico com excelente produção de manuscritos.

Em 1495, durante o reinado de Manuel I, deu-se o fatal acontecimento que alterou a sociedade multi-cultural existente em Portugal: a expulsão dos judeus e o consequente desaparecimento das judiarias e dos seus habitantes, da vida intelectual hebraica. Deste modo, Portugal perdeu cerca de 10% da sua população, estimada em cerca de 1,5 milhões de habitantes.


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15th-Century Hebrew Printing
Dr. Adri Offenberg (Curator, Bibliotheca Rosenthaliana, Universiteitsbibliotheek Amsterdam)

Hebrew printing of the 15th century formed a very small part of total book production during the incunable period, and its remains are in many cases extremely scarce. Several editions survive in a single copy or in fragments only.

Representing almost threequarters of extant editions, these units give an unparalleled opportunity to study the whole range of books printed in Hebrew during the period.

Jewish printers worked first in Italy and then in Spain and Portugal. In the latter two countries, expulsions of the Jews in 1492 and 1496 resulted in further work being carried out in and for the Jewish communities in Italy, though even there the conditions under which they operated were often precarious.

Some workers expelled from Spain carried their art as far as Constantinople. Hebrew presses generally pursued a development separate from that of the Christian workshops, but the very earliest books in Hebrew can be connected to the early Latin books printed in Rome by their materials and techniques.

Analysis of a series of six editions shows that they were most likely printed in Rome in the period between 1469 and 1473. Only the last contains the names of the printers, Obadiah, Manasseh and Benjamin of Rome.

Printing in Hebrew then spread south to Reggio in Calabria, in the Spanish dominions, where the first dated Hebrew incunable, Rashi’s Perush ha-Torah, was published on 17 February 1475 by Abraham ben Garton; and north to Piove di Sacco near Venice, where two editions were printed later in the same year by Meshullam Cusì.

The press of Abraham Conat, which began work at nearby Mantua about 1474, has several notable features: he printed works of living authors, and his production reveals something of the Italian Renaissance taste in book decoration.

His wife, Estellina, was the first woman to be involved in the operations of the printing press, as one of several informative colophons tell us. Later Italian Hebrew printing, from 1484 onwards, was dominated by members of the Soncino family, initially at the small Lombard town of Soncino.

The various members of the family then printed at Naples, Brescia, Barco and other towns in eastern Italy, ending up finally at Salonica and Constantinople in the 16th century.

Like most other Jewish printers, the Soncinos chiefly produced biblical and rabbinical texts and commentaries as well as liturgical works, some of them illustrated with attractive decorative initials, borders and woodcuts.

The beginning of Hebrew printing in the Iberian Peninsula is obscured by the destruction of much historical evidence. One of the earliest presses has six books attributed to it which survive in a few fragments only.

The earliest surviving books come from the press of Solomon ben Moses Alkabiz at Guadalajara in Old Castile, dating from 1476 onwards. Hebrew printing then spread to Hijar in Aragón and to Zamora.

The products of some anonymous presses cannot be securely localized, but it is certain that printing in Portugal began with the Hebrew “Pentateuch” printed by Samuel Gacon at Faro in 1487.

Later work of the press survives only in fragments. Hebrew printing also took place at Leiria and Lisbon, the press of Eliezer Toledano at the latter issuing particularly fine decorated books.

It was probably as refugees from Spain that the brothers Nahmias produced in Constantinople the first book printed in the Ottoman empire, Jacob ben Asher’s “Arba’ah Turim” of 1493.

Highlights of Incunabula Hebraica

David Kimhi’s “Sefer ha-Shorashim” or “Book of Roots”, the first book printed in Hebrew (Rome, c. 1469-70)
Rashi’s “Perush ha-Torah”, the first dated Hebrew book, 17 February 1475
The Faro “Pentateuch” of 1487, the only known copy of the first book printed in Portugal
Multiple editions of Talmudic treatises, including Maimonides’s codification of the laws, the “Mishneh Torah”
Maimonides’s “Guide of the Perplexed” and Avicenna’s “Canon medicinae” in Hebrew
Jacob ben Asher’s “Arba’ah Turim”, Constantinople, 1493.
Bibliografia
Benarus, Adolfo. Os Judeus – Historia Estranha deste povo até os nossos dias. Lisboa, Soc. Ed. Portugal-Brasil, s/ data. 297 pp. (Em 1912 foi criada a associação zionista Ubá le Zion, cujo dinamizador foi Adolfo Benarus, professor da Faculdade de Letras de Lisboa, escritor e pedagogo, também fundador em 1929 da Escola Israelita, que chegou a ter perto de uma centena de alunos.) Benarus foi o presidente da organização zionista de Portugal. Benarus alertou a opiniãp pública mundial para a existência das comunidades marranas em Portugal.

Felix Theilhaber. Schicksal und Leistung, Juden in der deutschen Forschung und Technik, Berlin 1931

Cecil Roth. Enciclopédia Judaica, Rio de Janeiro, 1967

J. Pires de Lima. Mouros, Judeus e Negros na História de Portugal. Porto, 1940.

Ordenações Afonsinas, edição fac-simile feita na Real Imprensa da Universidade de Coimbra, 1797, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

Ordenações Manuelinas, edição fac-simile da edição feita na Real Imprensa da Universidade de Coimbra, 1797, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

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