Na Bruzundanga
Este espaço é dedicado a todos os meus alunos, colegas, amigos e companheiros de viagem. Aqui você vai encontrar referências sobre o que conversamos dentro e fora das salas de aula.
7 de junho de 2010
História e Imprensa
CHAMADA PARA TRABALHOS
No período de 11 a 15 de outubro de 2010 será realizado na UFPI, em Teresina (PI), o Encontro Regional de História, promovido pela Seção Anpuh-PI. Assim sendo, convidamos a comunidade acadêmica (graduados e pós-graduados) a apresentar trabalhos de pesquisa no Simpósio Temático sobre História e Imprensa. As inscrições serão feitas através do sítio http://www.anpuhpi.org.br/ até o final de agosto (verificar cronograma).
Simpósio Temático: História e Imprensa
O objetivo do ST História e Imprensa é reunir pesquisadores de diferentes áreas (História, Letras, Ciências Sociais, Ciência Política, Antropologia, Comunicação Social e outras) cujo tema ou objeto de estudo seja a imprensa sob a perspectiva histórica. Trata-se de promover um espaço de interlocução entre aqueles que têm voltado suas investigações para o papel e o significado de jornais, revistas e periódicos em geral, que circulam ou circularam não só em Teresina e no Piauí, mas também no nordeste e qualquer outra região do Brasil. Da mesma forma, estão inseridas nesse campo temático as pesquisas sobre as relações entre história e jornalismo, entendidos enquanto formas de conhecimento da realidade que sugerem reflexões e análises indiscutivelmente relevantes sobre o ofício do historiador e do jornalista. Assim, pretende-se contemplar também a trajetória e a obra dos mais variados intelectuais, escritores e jornalistas cujos textos foram difundidos e veiculados originalmente através da imprensa, desde que se verifique uma preocupação em analisar o lugar da imprensa na produção intelectual em questão. Enfim, a imprensa aqui pode ser objeto de análise ou fonte para a pesquisa, merecendo em função disso algum tipo de reflexão por parte dos pesquisadores.
Coordenadores:
Prof. Dr. Denílson Botelho – História/UFPI
Prof. Ms. Antonio Fonseca dos Santos Neto – História/UFPI
Postado por Professor Denilson Botelho às Segunda-feira, Junho 07, 2010
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Quem sou eu
Denilson Botelho
É Historiador e Professor de História do Brasil da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Autor do livro "A pátria que quisera ter era um mito" (1º Lugar no Prêmio Carioca de Pesquisa - Ano 2001).
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Policarpo Quaresma
"Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara - todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!A pátria que quisera ter era um mito".
Caricaturado
A Bruzundanga segundo Lima Barreto
A Bruzundanga era um país imaginário, criado por Lima Barreto e fortemente “inspirado” no Brasil em que viveu e talvez ainda vivamos. No trecho abaixo, eis um pouco da descrição da Bruzundanga pelo próprio Lima Barreto: “A minha estada na Bruzundanga foi demorada e proveitosa. O país, no dizer de todos, é rico, tem todos os minerais, todos os vegetais úteis, todas as condições de riqueza, mas vive na miséria. [...] É que a vida econômica da Bruzundanga é toda artificial e falsa nas suas bases, vivendo de expedientes. Entretanto, o povo só acusa os políticos, isto é, os seus deputados, os seus ministros, o presidente, enfim. O povo tem em parte razão. Os seus políticos são o pessoal mais medíocre que há. Apegam-se a velharias, a cousas estranhas à terra que dirigem, para achar solução às dificuldades do governo. [...] Bossuet dizia que o verdadeiro fim da política era fazer os povos felizes; o verdadeiro fim da política dos políticos da Bruzundanga é fazer os povos infelizes. [...] Não há lá homem influente que não tenha, pelo menos, trinta parentes ocupando cargos no Estado; não há lá político influente que não se julgue com direito a deixar para seus filhos, netos, sobrinhos, primos, gordas pensões pagas pelo Tesouro da República. No entanto, a terra vive na pobreza; os latifúndios abandonados e indivisos; a população rural, que é a base de todas as nações, oprimida por chefões políticos, inúteis, incapazes de dirigir a cousa mais fácil desta vida. Vive sugada, esfomeada, maltrapilha, macilenta, amarela, para que na sua capital, algumas centenas de parvos, com títulos altissonantes disso ou daquilo, gozem vencimentos, subsídios, duplicados e triplicados, afora vencimentos que vem de outra qualquer origem, empregando um grande palavreado de quem vai fazer milagres” [...] A República dos Estados Unidos da Bruzundanga tem o governo que merece”. LIMA BARRETO, A. H. de. “A política e os políticos da Bruzundanga”. In: Os Bruzundangas. São Paulo, Brasiliense, 1956. pp. 65-68
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