terça-feira, 20 de março de 2012

A LÍNGUA PORTUGUESA E A SÓCIOLINGUÍSTICA

Para publicar artigos, acesse sua conta abaixo. Se esqueceu sua senha, clique aqui.
E-mail:

Senha:



Artigos Educação A Língua Portuguesa e a Sociolinguistica
Publicado em 25 de abril de 2009 em Educação ImprimirEnviarRSSA Língua Portuguesa e a Sociolinguistica



O desenvolvimento de uma língua é um processo natural, inevitável, e semi-aleatório. Tem marcações temporais, regionais e socioculturais. Possui alguns fatores de interferência, independe de normas gramaticais e decretos governamentais.

Alguns fatores são essenciais ao desenvolvimento de uma língua, independente do que pensam os estudiosos desta língua sobre uma possível influência negativa ou positiva e dos preconceitos linguísticos de determinadas comunidades.

A fala, por exemplo, adquire um papel fundamental na sedmentação desse alicerce lingüístico e, apesar de desagradar alguns filólogos ou lingüistas: a fala é a individualidade da língua em seu aspecto mais abrangente. Existem nordestinos com sotaques diferentes vivendo sempre em uma mesma região: a fala é prática, nunca teoria.

Os meios de comunicação como TV, rádio, internet, revistas e livros; são as tradicionais interferências ao desenvolvimento natural da língua. Mas como dizer que essas tecnologias da comunicação não são naturais? Claro que são e o homem adapta-se a elas e cria uma nova linguagem sobre as suas existências.

A escola, enquanto local de socialização ou como promotora da linguagem classificada erroneamente como padrão ou norma culta, é forte influencia linguistica. Mas, existe no ar um discurso comum que a escola não ensina... por que então o que a escola ensina de errado, que o preconceito lingüístico, então a criança aprende?

As artes de uma maneira geral, principalmente a música, pela sua capacidade de atingir um grande número de pessoas em diferentes regiões; e a literatura, pela originalidade da escrita e da inovação lexical, seriam sem dúvidas interferências no desenvolvimento natural da língua. Mas é necessário lembrar que quem pratica arte também e principalmente é o povo, o dono da língua.

O preconceito linguístico.

As influências históricas sofridas pela língua portuguesa no Brasil foram inúmeras, a começar pela própria invasão portuguesa a partir de 1500. Todos sabem que as línguas faladas pelos nativos (Tupi, Guarani, Nheengatu...), apesar de praticamente devastadas pelos colonizadores, contribuíram com o léxico brasileiro.

A chegada de escravos africanos e seus dialetos (Nagô, Iorubá...) influenciou no léxico e no ritmo da língua. As invasões e dominações (francesa, espanhola, holandesa...) também deixaram marcas na língua do Brasil. Os imigrantes (italianos, alemães, japoneses, açorianos...), a partir do século XVIII, trouxeram também inúmeros vocábulos e construções sintáticas novas, além de manter diferenças regionais específicas.

No entanto, foram as influências ideológicas internacionais (estrangeirismo), principalmente da França, nos séculos XIX e XX, e dos Estados Unidos, nos séculos XX e XXI, que modificaram e ainda modificam constantemente o jeito de falar do povo brasileiro, dando-lhe uma identidade importadora que provavelmente nenhum outro país tenha. São palavras, utensílios, roupas, comidas, entonações e fonética, ritmo e expressões idiomáticas que se misturam de tal forma que parece algo muito natural. Talvez esta seja a única interferência não natural, pois ela tem uma parcela muito grande da mão política, das intenções econômicas e das questões socioculturais que estabelecem uma relação eterna de inferiorização do Brasil em relação aos países de Primeiro Mundo.

A Geografia da fala.

Cada região admite sotaques locais e regionalismo, o que modificam a língua em variações de ritmo da fala, pronúncia dos vocábulos, construções sintáticas e significações semânticas.Infelizmente, as regiões mais desenvolvidas economicamente tendem a impor sua variação como forma padrão.

As influências geográficas não podem ser analisadas dissociadas das variações históricas, pois a formação da língua está diretamente associada à própria formação do povo, sua cultura e jeito de falar. As regiões mais populosas terminam evidenciando uma variação dominante pela quantidade de falantes e pela Lei de Coinê (ou Lei dos Centros), que favorece grandes centros em detrimento de regiões interioranas.

As possibilidades de ampliação lexical das classes média e alta favorecem um enriquecimento vocabular em detrimento de classes menos favorecidas, o que conduz a uma falsa imagem de incompetência linguística de determinadas classes sociais. O ensino superior também pressupõe a esta incompreensão de língua, o que corrobora para o preconceito línguístico.



Avalie este artigo:



Leia outros artigos de Roberto Remígio
Maurício e Minerva
Análise Textual da Música "Alegria, Alegria"
ANÁLISE LINGUÍSTICA DA LITERATURA MODERNA BRASILEIRA.
Talvez você goste destes artigos também
A ORGANIZAÇÃO DA LINGUAGEM E AS PROPRIEDADES FRACTAIS DO SOM
Vygotsky e a Linguagem
INTERNETÊS: UMA NOVA LINGUAGEM

Disqus LoginSobre o DisqusCurtir Não curti
Que bom que gostou. Gostaria de compartilhar?
Facebook

Twitter

Compartilhar
Não obrigado
Sharing this page …

Obrigado! Close

Login Adicionar novo comentário
Comentar como …
Ordenar por: populares Ordenar por: melhor classificado Ordenar por: recentes primeiro Ordenar por: antigos primeiro Showing 1 comment

larrubia caldas de abreu 1 comment collapsed Collapse Expandir
um texto completo sem muitos rodeios,porém cheio de informações .

mostrar mais mostrar menos
A Curtir Responder 1 ano atrás 0 Curtir F
M Notificar por e-mail S RSS Sobre este autor(a)
Roberto Remígio
Graduado em Letras pela Universidade de Pernambuco - UPE e em Pedagogia, com habilitação em Administração e Coordenação de Projetos Pedagógicos, pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB; especialista em Educação Básica de Jovens e Adultos, pela UNEB e em Letras, pela Universidade Salgado Oliveira...
Graduado em Letras pela Universidade de Pernambuco - UPE e em Pedagogia, com habilitação em Administração e Coordenação de Projetos Pedagógicos, pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB; especialista em Educação Básica de Jovens e Adultos, pela UNEB e em Letras, pela Universidade Salgado Oliveira - UNIVERSO; Professor do curso de Letras da Faculdade de Formação de Professores de Petrolina da UPE (FFPP) e de Comunicação Social e Administração da Faculdade São Francisco de Juazeiro - FASJ.
+ mais
(8) artigos publicados
Membro desde abril de 2009


Artigos por tema
Administração e Negócios4442 Apostilas20 Arte e Ciência1975 Contos1713 Crônicas3825 Cursos55 Desenvolvimento Pessoal2175 Direito5400 Economia888 Educação6606
Estudos Bíblicos1407 Filosofia2097 Frases e pensamentos167 Geografia529 Governo e Política1572 História1519 Lar e Família738 Literatura1451 Meio Ambiente999 Poemas e Poesias8972 Psicologia1065 Receitas Culinárias83 Religião2423 Resumos e Resenhas822 Saúde e Beleza2953 Sociedade e Cultura3435 Tecnologia1593 Tutoriais37

Facebook

Informativo Webartigos.com
Receba novidades do webartigos.com em seu
e-mail. Cadastre-se abaixo:
Nome:

E-mail:



Publique seu artigoArtigosAutoresContato

©2006-2012 WebArtigos.com - Portal para publicar artigos, monografias e outros textos. Privacidade. Dúvidas: a...@webartigos.com

COPYRIGHT WEBARTIGOS.COM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas