sexta-feira, 30 de março de 2012

QUILOMBOS NO BRASIL

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História do Brasil

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Um quilombo[1] era um local de refúgio dos escravos no Brasil, em sua maioria afrodescendentes (negros e mestiços), havendo minorias indígenas e brancas. O mais famoso na História do Brasil foi o de Palmares.

Ver artigo principal: Quilombo dos Palmares
Índice [esconder]
1 Etimologia
2 Características
2.1 Escravidão nos Quilombos
3 Estudos genéticos
4 Referências
5 Ligações externas

[editar] EtimologiaA palavra "Quilombo" tem origem nos termos "kilombo" (Quimbundo) ou "ochilombo" (Umbundo), presente também em outras línguas faladas ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam a região de Angola, na África Ocidental. Originalmente, designava apenas um lugar de pouso utilizado por populações nômades ou em deslocamento; posteriormente passou a designar também as paragens e acampamentos das caravanas que faziam o comércio de cera, escravos e outros itens cobiçados pelos colonizadores.

Foi no Brasil que o termo "quilombo" ganhou o sentido de comunidades autónomas de escravos fugitivos.[2]

[editar] Características
Quilombolas no lançamento da Agenda Social Quilombola e do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, no Palácio do Planalto em Brasília Foto: Antônio Cruz/ABrTradicionalmente, os quilombos eram das regiões de grande concentração de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso.[3] Embrenhados nas matas, selvas ou montanhas, esses núcleos se transformaram em aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio, alguns tendo mesmo prosperado. Existem registros de quilombos em todas as regiões do país. Primeiramente um destaque especial ao estado de Alagoas, mais precisamente no interior do estado na cidade de União dos Palmares, que até hoje concentra o principal e maior quilombo que já existiu: o quilombo dos Palmares.[4] Segundo os registros existem quilombos nos seguintes estados brasileiros: Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os seus habitantes,[5] denominados de "quilombolas", eram originalmente agrupamentos de ex–escravos fugidos de seus senhores desde os primeiros tempos do período colonial. Em algumas épocas e locais, tentaram reproduzir a organização social africana,[6] inclusive com a escolha de reis tribais.

Quanto a violência praticada pelos quilombos e quilombolas, Luiz Gonzaga da Fonseca, no seu livro "História de Oliveira", na página 37, descreve o caos provocado no Caminho de Goiás, a Picada de Goiás, pelo quilombolas do Quilombo do Ambrósio, o principal quilombo de Minas Gerais:

"Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, minçangas, tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada ("Caminho de Goiás" ou "Picada de Goiás"). Essas quadrilhas perigosas, sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boidadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses açoitava-se grande parte dessa nação de “caiambolas organizados” nas matas do Rio Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai surgir a colonização do território (de Oliveira (Minas Gerais) e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o quilombo do negro Ambrósio e o negro Canalho.[7]"


Quilombo - Comunidade Arnesto Penna Carneiro, originada da Fazenda Palma, em Palma/Santa Maria.Embora a escravidão no Brasil tenha sido oficialmente abolida em 13 de maio de 1888, alguns desses agrupamentos chegaram aos nossos dias, graças ao seu isolamento. Outros transformaram-se em localidades, como por exemplo Ivaporunduva, próximo ao rio Ribeira de Iguape, no estado de São Paulo.

A maioria dos quilombos tinha existência efêmera, pois uma vez descobertos, a sua repressão era marcada pela violência por parte dos senhores de terras e de escravos, com o duplo fim de se reapossar dos elementos fugitivos e de punir exemplarmente alguns indivíduos, visando atemorizar os demais cativos.

[editar] Escravidão nos QuilombosApesar de Representar uma resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, mantendo as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.[8]

Entretanto, outros autores demonstram que a prática da escravidão nos quilombos tinha dupla finalidade:
- a primeira, de aculturar os escravos recém-libertos às práticas do quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade, já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar; e
- a segunda, que visava diferenciar os ex-escravos que chegavam aos quilombos pelos próprios meios, daqueles trazidos por incursões de resgates. O primeiro grupo, consistia de ex-escravos fugidos, que se arriscavam até encontrar um quilombo, sendo perseguidos por animais selvagens e pelos antigos senhores, correndo ainda o risco de serem capturados por outros escravistas. O segundo grupo, consistia de escravos que eram libertados por equipes de quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar escravos.

Contudo, a escravidão nos quilombos em nada se assemelhava à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito.[9] Semelhante à escravidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média.[10]

[editar] Estudos genéticosEstudos genéticos realizados em quilombos têm revelado que a ancestralidade africana predomina na maioria deles, embora seja bem significativo a presença de elementos de origem europeia e indígena nessas comunidades. Isso mostra que os quilombos não foram povoados apenas por africanos, mas também por pessoas de origem europeia e indígena que foram integradas nessas comunidades. Os estudos mostram que a ancestralidade dos quilombolas é bastante heterogênea, chegando a ser quase que exclusivamente africana em alguns, como no quilombo de Valongo, no Sul, enquanto em outros a ancestralidade europeia chega até a predominar, como no caso do quilombo do Mocambo, no Nordeste, mas isso é a exceção.[11]

Ancestralidade genética de habitantes de quilombos[12]
Nome do quilombo Africana Europeia Indígena
Cametá (Norte) 48% 17,9% 34,1%
Cajueiro (Nordeste) 67,4% 32,6% 0%
Curiaú (Norte) 73,6% 26,4% 0%
Paredão (Sul) 79,1% 2,8% 18,1%
Trombetas (Norte) 62% 27% 11%
Valongo (Sul) 97,3% 2,7% 0%
Mimbó (Nordeste) 61% 17% 22%
Sítio Velho (Nordeste) 72% 12% 16%




Referências↑ Quilombos (vídeo)
↑ Vídeo: Tradição e desenvolvimento
↑ Os quilombos da Confederação Quilombola do Campo Grande, em Minas Gerais, conhecida como Quilombo do Campo Grande, alteram em muito esse conceito generalizante, pois, a partir de 1735 se formaram e se fortaleceram com pretos forros e seus escravos, brancos pobres e seus escravos, além de escravos fugidos. Todos eles fugiam do Sistema Tributário da Capitação que vigorou nas Minas no período de 1735 (sic) a 1750. Fonte: Quilombo do Campo Grande - A História de Minas que se Devolve ao Povo, de Tarcísio José Martins, Santa Clara Editora, Contagem-MG, agosto de 2008.
↑ Obs. O Quilombo de Pamares teve 9 (nove) vilas ou núcleos. O Quilombo do Campo Grande, de Minas Gerais, contou com 27 (vinte e sete) vilas ou núcleos.
↑ Nação Palmares (vídeo)
↑ Quilombos discutem seus problemas durante encontro em Luziânia (GO). (vídeo)
↑ História de Oliveira,Edição Centenário, 1961, p. 37 - sem citar qualquer fonte. A evidência é a de que sua fonte tenha sido a Carta da Câmara de Tamanduá à Rainha, 1793, publicada pela Revista do APM, ano II, 1897. Vide ainda Quilombo do Campo Grande - História de Minas que se Devolve ao Povo, p. 355-363.
↑ Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 - ISBN 8574196274, 9788574196275
↑ Landmann, Jorge. Tróia Negra. págs. ?-?. Mandarim, 1998 - ISBN 8535400931, 9788535400939
↑ Cornwell, Bernard. O Último Reino. págs. ?-?. Record, 2006 - ISBN 8501073520, 9788501073525
↑ http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3294/1/2006_MariaAng%C3%A9licaFlorianoPedrosa.pd
↑ http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3294/1/2006_MariaAng%C3%A9licaFlorianoPedrosa.pd
[editar] Ligações externasQuilombo do Campo Grande - Confederação Quilombola.
Filme Quilombo, do Campo Grande aos Martins.
Mapa do Campo Grande.
Quilombos
Livro "Um Estudo Sócio-lingüístico das Comunidades Negras do Cafundo, do Antigo Caxambu e de seus Arredores" de Sílvio Vieira de Andrade Filho
Remanescentes de Quilombos
Quilombos do Ribeira
Quilombo
Quilombos de Alagoas
Território negro
Aldeias familiares Conceito de quilombos urbanos
Comissão Pró-Índio de São Paulo
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Quilombo&oldid=29427214"
Categoria: Quilombos
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