segunda-feira, 16 de agosto de 2010

2569 - SEISCENTISMO

Poá
São Paulo - SP
Histórico
Nos primeiros anos de seiscentismo, quando começou o desenvolvimento do lugarejo de
Moji das Cruzes, surgiu uma outra povoação de caráter dispersivo, na área do atual Município de
Poá, então conhecida por Guaió, devido ao ribeirão homônimo que atravessa a localidade. As
primeiras sesmarias foram concedidas a Maria Alvares (1609), Bartolomeu Bueno (1611) e seu
filho Amador Bueno (1611).
Em pouco tempo, o lugar tornou-se devoluto. Pois seus moradores transferiram-se assim , em
1621, estas terras foram concedidas aos padres do Convento de Nossa Senhora do Carmo da
Capital, vulgarmente, conhecido como Carmelitas, que agregando outras terras na paragem de
Embiacica (atual Itaim Paulista), formavam uma das mais própseras fazendas do Planalto.
Durante o século XVII, a região em torno da Vila de Moji teve um certo surto agrícola,
contudo, em franca decadência por volta de 1830, e para evitar a queda populacional, o Governo
Provincial reabriu a atinga estrada de Guaió com Santos.
Cruzava esta estrada um caminho de ligação de Moji a Itaquaquecetuba. Assim, a região
passou a ser conhecida por Poá, topônimo que foi explicado pelo francês Millet de Saint Adolphe
(“Dicionário Geográfico e Histórico do Império do Brasil”, 1845), como “lugar de apartamento de
caminhos, encruzilhada da estrada de Moji das Cruzes para Itaquaquecetuba ou para Guaió”.
Estudos de João Mendes de Almeida define-o como corruptela de “Piâ”, significando “apartamento
de caminho”.
O local já tinha denominação distinta, porém sem nenhum núcleo de povoamento. O
Governo tomou providências em povoá-lo a partir da solução definitiva da questão dos limites entre
as vilas de Moji das Cruzes e São Paulo, que vinham prejudicando seu desenvolvimento, desde
meados do século XVII. Outra medida fundamental foi a implantação da antiga estrada ligando São
Paulo ao Rio de Janeiro. Porém a colonização efetiva deu-se somente a partir do Brasil, em 1875, e
o núcleo urbano com a instalação da Estação de Poá, em abril de 1891.
A pequena Parada que servia as povoações de itaquaquecetuba, Arujá, Santa Isabel, Suzano
e outras, começou a receber seus primeiros habitantes em seembro de 1890, auxiliados pelo Cel.
Benedito José de Almeida, então Presidente da Câmaa de Moji das Cruzes. Constam como
pioneiros: José Boinn, João José de Godoy, Paulo Augusto de Miranda, Antônio Alves, Narciso
Lucarini e Jorge Tomé. O Cel. Francisco Inácio da Silva, vindo em 1897, adquiriu terras e dotou o
patrimônio de melhoramentos públicos, tais como abertura de ruas.
Por iniciativa de Sebastião Ferreira dos Santos, que se fixou em Poá em 1912, foi criado o
Distrito Policial em 1913. Isso deu novo impulso ao progresso do povoado que na época iniciou o
cultivo de uvas introduzido por Tito Temporim, e mais tarde, a indústria vinícola. Outra indústria
marcante no desenvolvimento poaense foi a instalação da “Cerâmica Poá”, atual B.R.R., pelo
Comendador Antônio de Camollis.
Nos primeiros anos da década de 1910, surgiu em terrenos do atual Abrigo Batuira, uma
pequena capela dedicada à Santa Cruz que, presume-se, foi construída por Albina Maria de Jesus.
Esta capela foi substituída, em 1917, por outra dedicada à Nossa Senhora de Lourdes - iniciativa de
Sebastião Ferreira dos Santos.
Época marcante na vida poaense ocorreu por volta de 1939, quando as romarias a que
atingiam média de 6000 pessoas diárias, procuravam o Padre Eustáquio Van Lieshout. Este pároco
levantou a pequena gruta de Nossa Senhora de Lourdes cujas águas acreditavam serem milagrosas.
Nessa Região, por volta de 1948, foi constatada a eistência de águas sulfurosas que, conforme
exame técnico, são as de maior radiotividade em todo o Brasil.
Marcando o desenvolvimento industrial da região, a IBAR instalou-se em Poá, em 1942,
fabricando artigos refratórios para atender à indústria siderúrgica nascente na Grande São Paulo.
Outras empresas, ligadas direta ou indiretamente a esta, instalaram-se no Município ampliando a
área urbana que recebeu novos moradores.
Gentílico: poaense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Poá, pela lei estadual no 1674, de 03-12-1919,
subordinado ao município de Mogi das Cruzes.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Poá, figura no município
de Mogi das Cruzes.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Elevado à categoria de município com a denominação de Poá, pela lei estadual nº 233, de
24-12-1948, desmembrado de Mogi das Cruzes. Sede no antigo distrito de Poá. Constituído de 2
distritos: Poá e Ferraz Vasconcelos. Desmembrado de Mogi das Cruzes. Instalado em 26-03-1949.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Poá e
Ferraz Vanconcelos.
Pela lei estadual no 2456, de 30-12-1953, desmembra do município de Poá o distrito de
Ferraz de Vasconcelos. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído do distrito Sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de I-I-1979.
Pela lei estadual nº 3198, de 25-12-1981, é criado o distrito de Cidade Kemel e anexado ao
município de Poá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983 (suplemento), o município é constituído de 2
distritos: Poá e Cidade Kemel.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

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