segunda-feira, 16 de agosto de 2010

2562 - O SEISCENTISMO

OptionsDisable Get Free Shots safra.com.br/conteudo/sobre/99/evaldo...
MANIA DE HISTÓRIA – De dez/08 a julho/10: 422.000 visualizações!
Blog multidisciplinar e de apoio didático para estudantes e curiosos em geral Início A IGNORÂNCIA SOBRE OS ÍNDIOS ALDEIA DE ESCADA: ESBULHOS DE TERRAS E RESISTÊNCIA INDÍGENA EM PERNAMBUCO NO SÉCULO XIX A REPÚBLICA DE PERNAMBUCO BLASFEMAR ERA COISA COMUM NA COLÔNIA GUERRA DOS EMBOABAS: AMOR À TERRA? O COTIDIANO INSALUBRE EM PERNAMBUCO NOS TEMPOS DO IMPÉRIO BREVE HISTÓRICO DA IMPUNIDADE NO BRASIL DISCURSO SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE SIGMUND FREUD SOBRE O PAPEL DO TRABALHO NA TRANSFORMAÇÃO DO MACACO EM HOMEM GUERRA DO PARAGUAI: GENOCÍDIO AMERICANO REBELIÕES NO PERÍODO REGENCIAL O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL (MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista - 1848) O DIREITO À PREGUIÇA O Índio Brasileiro: Ainda um Vazio na História Resistência Indígena e Dominação do Litoral Ser Mãe na Colônia - História do Brasil Reflexão inicial: “Índios”? O Islã Discurso del Comandante Che Guevara en la Asamblea General de las Naciones Unidas O MAL E SUAS RAÍZES PRECARIZAÇÃO Catolicismo atormentado A dinâmica da grande queda(finanças) O que o Império Britânico poderia ensinar aos EUA O Império ilude a si mesmo A GUERRA DA MEMÓRIA PESQUISANDO O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL Ó, DESPREZÍVEIS SOLTEIRONAS A UTOPIA DE MONTENEGRO 1º DE MAIO - MUITO ALÉM DO FERIADO AS OUTRAS INCONFIDÊNCIAS MINEIRAS O BRASIL SEGUNDO AL-BAGHDÁDI CHICO CIÊNCIA E SUA OBRA SOLDADOS ESQUECIDOS O BRASIL HOLANDÊS E A UNIÃO IBÉRICA A FEBRE DO OURO ALEIJADINHO MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA A DESOBEDIÊNCIA CIVIL O ABOLICIONISMO - JOAQUIM NABUCO AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO OPINIÃO: A virada do concílio Vaticano II ENSAIO: Chico Science encontra Josué de Castro CONSTITUIÇÃO PASTORAL GAUDIUM ET SPES - Concílio Vaticano II Xukuru: memórias e história dos índios da O primo desventurado Arenista, graças a Deus A mulher do vigário O mito da transposição do Rio São Francisco OS PRIMÓRDIOS DA INSERÇÃO SOCIOCULTURAL DA MULHER BRASILEIRA Possíveis Dificuldades que Acompanharam a Viagem de Vasco da Gama à Índia Nosso Seiscentismo O longo século XIX: da descolonização à República O "longo" século dezoito brasileiro A "terra dos papagaios" O Século XX A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO(CARTA MAGNA) DO BRASIL - 1824 Bruxas, santas e inquisidores COMO FAZER UMA MONOGRAFIA Doutorado:Xukuru: Memórias e História dos Índios da Serra do Ororubá(Pesqueira/PE), 1950-1988 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: São Miguel de Barreiros: Uma Aldeia Índigena no Império O PADRE ANTONIO VIEIRA E A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL MICHAEL COLLINS E A INDEPENDÊNCIA DA IRLANDA A CRISE AMERICANA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER A VENDA DE INDULGÊNCIAS E A CORRUPÇÃO NA IGREJA CATÓLICA MEDIEVAL HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO NO BRASIL A ORIGEM HUMANA NO BRASIL MINI DICIONÁRIO TUPI-GUARANI FIDEL E O COMUNISMO A EDUCAÇÃO INFANTIL NA IDADE MÉDIA CARTA TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS COLEÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CIDADE DO RECIFE ASSALTOS INVISÍVEIS A MÃO INVISÍVEL TEORIA DA EVOLUÇÃO - CHARLES DARWIN OS CEMITÉRIOS MEDIEVAIS HISTÓRIA DA CENSURA AO LIVRO NO BRASIL COLONIAL DICIONÁRIO DO MATUTÊS IDADE DO OURO NO BRASIL ANOS REBELDES DO TENENTISMO NO BRASIL GUARANI, A LÍNGUA PROIBIDA REGRAS DA ABNT TRADIÇÃO OLIGÁRQUICA E MUDANÇA EM PERNAMBUCO ORIGEM DA DISCÓRDIA ENTRE ÁRABES E JUDEUS HISTÓRIA DOS NÚMEROS UMA DEFESA DE MARIA ANTONIETA GUERRA DOS CEM ANOS: IMAGENS E PEQUENA CRONOLOGIA A ÁGUA NA HISTÓRIA O RESGATE DE NAPOLEÃO BONAPARTE E A CIDADE DO RECIFE ORIGEM DO UNIVERSO E DA RAÇA HUMANA PENSAMENTO POLÍTICO-JURÍDICO DE BARTOLOMÉ DE LAS CASAS SOBRE OS INDÍGENAS DO NOVO MUNDO INCONFIDÊNCIA MINEIRA FORMAÇÃO DA BRASILIDADE ALIMENTAR O JEITINHO BRASILEIRO DECIFRANDO A ÁFRICA LULA É CHAMADO POR AURELIANO RESISTÊNCIA INDÍGENA A FÉ CRISTÃ NA COLÔNIA DO BRASIL DELEITES SEXUAIS NA SOCIEDADE ESCRAVISTA MULHERES E EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA IGREJA E HOMOSSEXUALIDADE NO BRASIL - 1547-2006 HOMENS E MULHERES: O IMAGINÁRIO SOBRE A ESTERILIDADE NA AMÉRICA PORTUGUESA VISÃO DO PARAÍSO: UMA INTERPRETAÇÃO DO BRASIL AÇÃO CATÓLICA OPERÁRIA - MONOGRAFIA HISTÓRIA DA IMPRESSÃO TOMÁS DE TORQUEMADA - PERSONAGEM SINISTRO DO CATOLICISMO HISTÓRIA DOS CÁTAROS COMO SE CRIA UM DEUS ÚNICO BATALHA DOS GUARARAPES MORTE AOS HEREGES ÍNDIOS A AMAZÔNIA, A BORRACHA E HENRY FORD O IMPÉRIO DOS PAPAS OS CIGANOS NA HISTÓRIA OS AMORES DE NAPOLEÃO GETÚLIO VARGAS: EXPLICAÇÕES PARA SUA MORTE A PESTE A IDADE DAS LUZES NA IDADE MÉDIA EUROPÉIA PERNAMBUCO REBELDE LAMPIÃO: HERÓI OU BANDIDO? CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA LEI ÁUREA - 1888 LEI DO VENTRE LIVRE PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA COLUNA PRESTES 1924 - O MANIFESTO DE SANTO ÂNGELO O ESTADO NOVO - CARTA À NAÇÃO REGIMENTO DO PAU-BRASIL EM 1605 MANIFESTO DA SEMANA DE ARTE MODERNA - 1922 CABANAGEM - 1835 - MANIFESTO CONJURAÇÃO BAIANA - 1798 - MANIFESTO DEUS, CRIAÇÃO E POVOS INDÍGENAS OS ÍNDIOS BRASILEIROS VISTOS POR UM EUROPEU NO SÉCULO XVI: MICHEAU DE MONTAIGNE GALILEU GALILEI MITOLOGIA GREGA FREI CANECA E A ESCRAVIDÃO INTERROGATÓRIO DE UMA INQUISIÇÃO BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO SIGNIFICADO DOS NOMES DOS MESES AMÉRICA ESPANHOLA, LUTA PELA INDEPENDÊNCIA GABRIEL SOARES DE SOUZA E O TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL RESISTÊNCIA INDÍGENA NAS AMÉRICAS EPIDEMIAS NAS MISSÕES JESUÍTICAS HENRIQUE VIII E O ANGLICANISMO O RENASCIMENTO CULTURAL: UMA VOLTA AO PASSADO VIOLÊNCIA EM ROMA ANÍBAL E SEU EXÉRCITO OS MAIAS SÊNECA - O FILÓSOFO ASTERIX COPISTA MEDIEVAL CLEÓPATRA - RAINHA DO EGITO MESTRE VITALINO BREVE HISTÓRIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO MULHERES DE TEJUCUPAPO GUERRA DOS MASCATES MÁRTIRES DE PERNAMBUCO PERNAMBUCO DOS HOLANDESES REVOLUÇÃO PRAIEIRA HISTÓRIAS DO RECIFE GRAVURAS DE PERNAMBUCO HISTÓRIA DA HOMOSSEXUALIDADE CAMINHO DAS ÍNDIAS HISTÓRIA DAS GREVES NO BRASIL O TRATADO DE PETROPÓLIS: BRASIL X BOLÍVIA O JESUS HISTÓRICO A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
--------------------------------------------------------------------------------
Nosso Seiscentismo
Nosso Seiscentismo

por Evaldo Cabral de Mello (Historiador)

Na história européia, seria difícil encontrar séculos sucessivos tão díspares como o XVI e o XVII. O primeiro é o século de ouro do Renascimento e do crescimento sem paralelo da economia ocidental, o ouro, o “século de ferro”, como já o chamara Cervantes no umbral da depressão centenária que se iniciava quando ele publicou o D. Quixote. O contraste reproduziu-se na história brasileira, para não falar na hispano-americana.

Fernand Braudel observou certa vez que “a partir de meados do século XVII, tudo se passa, exagerando-se um pouco, como se a América tivesse sido abandonada pela Europa e entregue a seu novo destino, autônomo, meio europeu, meio indígena, obrigada a viver de si mesma ou quase, neste século que, segundo a belíssima fórmula de German Arciniegas, seria a Idade Média americana”.

Caberia indagar inversamente se não terá sido a América que começou a se introverter mais do que a Europa que começou a abandoná-la. O fenômeno, aliás, antecipou-se na América espanhola. A partir do derradeiro decênio de quinhentos, com a crise da produção mineradora, uma economia de “plantação”, isto é, de unidades especializadas na produção de artigos para o mercado internacional, foi paulatinamente substituída por uma economia de “fazenda”, vale dizer, de unidades especializadas no fornecimento de víveres às áreas mineradoras e aos núcleos urbanos coloniais. As exportações da Espanha para a América, que em quinhentos haviam sido principalmente de produtos agrícolas, passaram a ser de bens manufaturados. Destarte, a economia da metrópole e a da colônia deixaram de ser complementares, tornando-se competitivas. No plano cultural, o século XVII, no México como no Peru, assiste às primeiras afirmações de “criollismo”, inclusive à descoberta e à valorização da herança indígena promovida pelos próprios descendentes de espanhóis. Na América portuguesa, esse processo ocorreria com algum atraso, devido inclusive ao fato de que, entre nós, e ao longo de quinhentos, a colonização concentrar-se no litoral, ao passo que na América espanhola ela ocupará de entrada os altiplanos ricos de metais preciosos. Braudel também inventou a expressão “o longo século XVI”, que criou o precedente para alongamentos e encurtamentos cronológicos que fazem atualmente grande sucesso, como o que já fala no “curto século XX”. O grande historiador francês queria dizer que o crescimento econômico e demográfico da Europa de quinhentos prolongara-se pelos dois primeiros decênios da centúria seguinte. Periodização que é, inclusive, válida para nós, quando se leva em conta que, em resposta ao que se passava na Europa, a fase inaugural de desenvolvimento da economia açucareira, setor então hegemônico da economia colonial, perdeu o fôlego herdado de quinhentos, aí pela altura de 1620, às vésperas do ataque neerlandês ao Brasil.

A quem perpassa as páginas dos cronistas, é irresistível a impressão de otimismo que transmite nosso quinhentismo. Se decolarmos da altura em que eles escreveram e aterrisarmos nos últimos anos de seiscentos, é sensível o contraste entre o estado de espírito das primeiras gerações de colonos e o de seus descendentes mazombos. Enquanto uns haviam respirado euforia, os outros acabrunham-se. Dessa tristeza coletiva dá testemunho inclusive a acepção que a palavra “mazombo”, de origem africana e que fora inicialmente usada no Brasil para designar o filho do português nascido na terra, viria a tomar em Portugal, a de indivíduo soturno e macambúzio. Et pour cause. O século XVII foi o século mais ingrato, numa trajetória quadrissecular pouco invejável. Eminentemente contraditório, ao passo que, nas “capitanias de cima”, víamos a ocupação encetada pela nação, os Países Baixos, que estava na dianteira do processo de desenvolvimento capitalista do Ocidente, nas “capitanias de baixo” e no Estado do Maranhão, os colonos portugueses achavam-se na contingência de ceder às condições do meio físico e social, isto é, de aceitar a experiência de um retrocesso cultural. À raiz da descoberta do Mundo Novo e da aspiração a criar deste lado do Atlântico uma Nova Lusitânia, seus antecessores do primeiro século haviam vivido uma espécie de Idade da Inocência, reputando-se o prolongamento americano de Portugal, ignorantes da sua própria condição de colonos e considerando-se tão castiçamente protugueses quanto quem mais o fosse no Minho ou nas Beiras, regiões de onde provinha, aliás, a maioria deles. Não se sabendo colonos, eles ainda não se podiam imaginar como opostos, pelas idéias ou pelos interesses, a seus contemporâneos do Reino.

Por mais louvada que fosse, em comparação com a da metrópole, a realidade da nova terra, embora encarada como diferente, não era vista como irredutível aos modelos de vida material e mental trazidos pelos colonos, mas como uma página em branco, a que se podia facilmente apor o selo da lusitanidade. Foi assim que a modalidade inicialmente assumida pelo sentimento local não consistiu, como ocorrerá depois, na afirmação da individualidade do Brasil, mas, ao contrário, na reiterada asserção da feição lusa que já caracterizaria a existência colonial nos seus núcleos principais. Isso se verificou inclusive ou, antes, sobretudo, em Pernambuco, onde o sentimento nativista virá, do século XVII em diante, a manifestar-se mais virulentamente que em qualquer outra parte da América portuguesa, o que parece paradoxal em vista do fato de que a capitania orgulhara-se de ser a Nova Lusitânia, vale dizer, a região mais profundamente marcada pelo cunho da metrópole. Uma coisa, aliás talvez tenha a ver com a outra. Inebriados pelos fumos de uma originalidade nacional, que, na verdade, é de invenção recente, os brasileiros deste final de século XX tendemos a esquecer que se a “identidade” do Brasil, como se costuma dizer com uma palavra pessimamente escolhida, de ranço metafísico, veio finalmente a se afirmar, este processo não constituiu algo que estivesse inscrito inapelavelmente na ordem das coisas, como se fosse a atualização de uma Idéia, assim mesmo com maiúscula, no sentido hegeliano. Ele levou muito mais tempo do que supomos, verificando-se, em todo o caso, a contrapelo do que haviam sonhado os colonos quinhentistas.

Ao longo de seiscentos, iniciou-se o ensimesmamento da América portuguesa. Uma visão superficial poderia associar o fenômeno à própria existência do monopólio colonial que, por definição, segregava o Brasil do mundo. Na realidade, o processo parece ter sido bem mais complexo. Em primeiro lugar, o monopólio já vigia no século XVI e, contudo, a colônia exibia uma fachada de cosmopolitismo que lhe advinha não só da superioridade numérica dos contingentes demográficos procedentes do Reino, mas da presença, estimulada pelo açúcar, do comércio e da navegação do norte da Europa. Em segundo lugar, a introversão brasileira verifica-se igualmente no tocante à própria metrópole. Na realidade, na América espanhola como na portuguesa, esse processo resultou da ruptura do equilíbrio entre a economia de plantação e a expansão territorial. A tensão entre as duas tendências antitéticas do esforço colonizador não se verificou apenas no conjunto da colônia mas também regionalmente, vale dizer, nos mesmos núcleos da economia de plantação. Estes haviam sido originalmente projetados segundo um modelo diferente de economia de plantação, o vigente na Madeira, o qual se caracterizara por um sistema misto em que o açúcar desempenhava o papel hegemônico mas não exclusivo; em que vigia a separação entre o lavrador da cana e o fabricante do açúcar; em que predominavam a pequena e a média propriedades; em que a escravidão africana estava longe de haver dominado a mão-de-obra agrícola ou fabril; e em que à etapa produtiva, eminentemente lusitana, antepunha-se a comercial, dominada por florentinos, genoveses e flamengos. Destarte, forjara-se na ilha uma paisagem agrária bem diferente da que o açúcar virá a criar nos espaços continentais do Brasil.

O boom açucareiro de finais de quinhentos promoveu a liquidação do modelo madeirense na mata pernambucana e no Recôncavo Baiano, estimulando a expansão territorial, que tornava disponíveis terras mais planturosas, encorajava a monocultura e viabilizava o recurso maciço à mão-de-obra servil, indígena e africana. O caso limite desse segundo modelo de economia de plantação é o das ilhas açucareiras do Caribe, em especial Barbados, onde, uma vez adotada a cana-de-açúcar, nos anos quarenta do século XVII, a grande propriedade, a monocultura e a escravidão varreram a pequena e a média propriedades, a policultura e o trabalho engajado. Se nossas áreas açucareiras não se transformaram em outros tantos Barbados, isto é, se o domínio da grande lavoura açucareira e da escravidão não atingiu entre nós o extremo a que chegou ali, isso se deveu sobretudo ao contrapeso da continentalidade brasileira, isto é, da oferta abundante de terras e da presença de população nativa, condições inexistentes em Barbados.

Em ambos os planos, no da colônia como um todo e no dos núcleos de economia de plantação, a expansão territorial trouxe o ensimesmamento. Ele caracterizou não só o bandeirismo no sul mas até mesmo a grande experiência cosmopolita da América portuguesa ao longo de seiscentos, a guerra holandesa no norte.

Não surpreende, assim, que date do terceiro decênio a redação do texto que, mais que nenhum outro, anuncia os novos tempos, a História do Brasil, de frei Vicente do Salvador, que, ao contrário dos cronistas que o precederam, era já nascido na terra. Detalhe igualmente significativo: ele concluiu sua obra precisamente nos anos que vão do ataque holandês a Salvador, repelido pela armada luso-espanhola, e a ocupação de Olinda, que abrirá um quarto de século de guerra e de ocupação estrangeira. A leitura da História do Brasil deixa perceber que os ventos começavam a soprar de outro quadrante. Se compararmos superficialmente o livro do francismo com as obras de Gândavo e de Gabriel Soares de Souza ou com os Diálogos das Grandezas do Brasil, a impressão inicial é a de um mesmo universo mental, repetindo-se a louvação da terra e dos seus principais núcleos demográficos. Na realidade, o tom mudou. Frei Vicente do Salvador proclama a vocação autárquica da colônia, sua capacidade de viver por si mesma, pois não somente possuía uma flora e uma fauna superior às de outras regiões do globo como também podia aculturar as alheias em condições mais vantajosas que as do próprio lugar de origem. Daí que se lhe deva o primeiro programa brasileiro de substituição de importações, programa que potencialmente constituía também a primeira contestação teórica do monopólio colonial; e que, suprema heresia cultural, deveria até memo liquidar a tríade canonicamente lusitana da mesa dos colonos acaudalados, trocando a farinha de trigo pela de mandioca, o vinho pela cachaça, o azeite de oliveira pelo de palmeira. Caberia, aliás, investigar a dívida ideológica em que está o moderno nacionalismo brasileiro para com o espírito de exclusão do antigo monopólio colonial português. No fundo, o brasileiro de hoje segue sonhando com a “ilha Brasil” do mito geográfico de origem indígena há muito estudado por Jaime Cortesão.

Mas não é só. Relativamente a Gabriel Soares e aos Diálogos, o texto do frade já respira o ressentimento e o pessimismo típicos do mazombo que ia ser parido ao longo deste seiscentismo, em cujo limiar ele escreve sua História. Frei Vicente não exprime se é que chegou a pensar esta idéia simples mas eminentemente subversiva e que é a idéia seminal do nativismo, pois vai levar a todas as outras que ele vai gerar: os interesses do colono português não são os de seu conterrâneo reinol. O tratamento dispensado pela metrópole já é criticado com visível amargura, sentimento eminentemente nativista. Os monarcas lusitanos, Aviz ou Habsburgo, fazem pouco caso de nós, com exceção de D. João III, e, podendo se intitular reis do Brasil, preferem chamar-se reis da Guiné, só por causa de uma mísera caravelinha que despacham anualmente para aquelas paragens do litoral africano. Tampouco premiam os serviços prestados pelo povoadores da América portuguesa. Graças a esse descaso, o Brasil, com menos de cem anos de colonização, já se despovoa em alguns lugares, e, malgrado sua grandeza e fertilidade, não progride, antes regride, pois o sentimento nativista é cego para os avanços atuais e prefere a ruptura para alcançar o futuro autonômico com que sonha. Por outro lado, esboçada nos Diálogos que ele pode ter lido no período em que viveu no claustro franciscano de Olinda, frei Vicente formula a oposição entre o comerciante, que queria apenas tirar proveito imediato da atividade, e o produtor, senhor de engenho ou lavrador de cana, que havia conquistado a terra com seu esforço e seu sangue, embora este tampouco escapasse à crítica de tudo pretender levar para Portugal ao cabo de muitos anos de trabalho.

Sob outro aspecto, frei Vicente foi o arauto do nosso “século de ferro”. Refiro-me à sua queixa, citada à saciedade, segundo a qual os colonos apegam-se às regiões litorâneas como se fossem caranguejos. Pois uma da formas que assumiu nosso ensimesmamento seiscentista em relação ao passado quinhentista consistiu precisamente na expansão territorial, de que o sertanismo foi a ponta de lança. Mas quando essa dilatação caótica e inorgânica ocorrer, ela pouco terá de impulso civilizador no sentido convencionalmente europeu, redundando, antes, na regressão cultural ao menos daqueles contingentes demográficos de origem européia que dela participaram, lado a lado com os efetivos, já nascidos na terra, que haviam resultado da miscigenação. Tampouco será o produto de uma explosão de vigor coletivo decorrente, como já se pretendeu, da hibridização, mas a triste saga de homens que, em última análise, não haviam podido encontrar seu lugar ao sol da ordem escravocrata. A expansão territorial que teve lugar ao longo de seiscentos, tanto no Estado do Maranhão-Pará como no interior semi-árido do Nordeste e no centro-sul, representou, no final das contas, a contrapartida do impasse vivido pelos núcleos litorâneos, na primeira metade do século, em função da guerra e da ocupação holandesa e, na segunda, da recessão duradoura causada pela concorrência do açúcar antilhano. Escusado aduzir que a introversão resultante da expansão territorial tinha ademais o efeito perverso de fazer o jogo do monopólio colonial, que era o de segregar o Brasil.

Nessa perspectiva, nossa louvada “marcha para o oeste” foi sobretudo o subproduto das dificuldades da economia escravista, a conseqüência patológica da tróica fatal que arrastou após si a história brasileira, a escravidão, a monocultura e o latifúndio. Com o século XVII, a colonização do Brasil inaugurou sua tendência a sacrificar de maneira sistemática, embora inconsciente, possibilidades alternativas de desenvolvimento no altar da continentalização e da criação de um “grande império”, de que se já se falava precisamente nos Diálogos das Grandezas do Brasil e que já está implícito na argumentação de frei Vicente sobre o caráter litorâneo da presença lusitana. Seria equivocado julgar que essa idéia do “grande Império” fosse apenas uma justificação ideológica, o outro nome para a busca dos metais preciosos que a terra encerraria em seus confins inexplorados ou para as expedições de redução de populações indígenas. É revelador que, quando esse projeto grandioso for reformulado em finais do século XVII e for executado a partir da instalação da Coroa no Rio de Janeiro, ele surgirá como uma reivindicação da colônia, mas como um plano eminentemente estatal e metropolitano inspirado por dom Rodrigo de Souza Coutinho no objetivo prioritário de restaurar a posição internacional de Portugal mediante o estabelecimento de uma entidade nacional plantada em ambos os lados do Atlântico e que libertasse o Reino da sua posição de refém do equilíbrio de poder europeu.

Mesmo a experiência eminentemente européia e cosmopolita do nosso seiscentismo, o Brasil holandês teve o efeito oposto de aprofundar o ensimesmamento colonial, estimulando-o, e de maneira sutil, mediante a confrontação das práticas metropolitanas e locais, especialmente as de guerra, e a resistência cultural e religiosa ao invasor. Não se trata certamente de acaso se o texto que primeiro afirmou a irredutibilidade da colônia ao emprego de modelos bélicos trazidos da Europa tenha sido uma defesa da “guerra volante”, isto é, da guerrilha, redigida em 1633 por um anônimo luso-brasileiro, irredutibilidade reiterada anos depois por outro veterano da guerra de Pernambuco. A ironia intrínseca ao elogio do domínio holandês feito pelo nativismo oitocentista, que se comprazia em atirar à cara do português o exemplo de uma colonização de tipo superior que teria feito o progresso material e moral do Brasil, consiste em que os ascendentes luso-brasileiros dos pernambucanos do século XIX haviam assumido uma atitude de inflexível rejeição a toda espécie de influência batava, impondo-se um aparteísmo destinado a impermeabilizar-se à convivência de estrangeiros, em que só enxergavam hereges.

Como no verso de Milton Torres da Silva, “tudesco tudo e tóxico / à lusa louçania nossa”, os luso-brasileiros encaravam invariavelmente suas relações com os neerlandeses em termos de uma incompatibilidade radical. Em vão Nassau acenou com o ideal de “um só povo”. Os ministros calvinistas reconheciam não colher qualquer fruto das suas pregações, devido ao temor da comunidade luso-brasileira à excomunhão pelo clero católico, donde serem nulas as possibilidades de conversão à religião reformada. Por outro lado, era impossível despertar interesse pelo estudo da língua holandesa, pois falar batavo era reputado meio caminho andado para a apostasia. Entre os colonos luso-brasileiros, era com dificuldade que se encontrava quem falasse holandês, nem sequer os colaboracionistas deram-se ao trabalho de aprendê-lo, mesmo se sua sorte dependesse da proteção do invasor. Os dominadores revelaram-se bem mais versáteis na língua dos dominados do que estes na daqueles. Muitas autoridades compreendiam ou falavam português, mercê dos seus conhecimentos de latim e de espanhol; Nassau mesmo entendia o português, embora se atrapalhasse para falá-lo. Graças ao conhecimento de ambas as línguas, os judeus de origem portuguesa, vindos de Amsterdã transformaram-se nos indispensáveis intermediários. Quanto às camadas subalternas, é revelador que os insultos trocados entre membros das duas comunidades o fossem freqüentemente num português estropiado.

Ao clero católico, coube desempenhar papel fundamental nessa estratégia de autoaparteísmo, em especial os capelães de engenhos, de vez que os luso-brasileiros insistiam em ensinar os filhos em suas casas. Criou-se assim uma situação sui generis na medida em que, por via de regra, é o dominado que aprende a língua do dominador. O domínio do idioma lusitano foi também poderosamente ajudado pela especialização econômica e espacial que segregou o meio rural, com os engenhos majoritariamente possuídos e administrados por luso-brasileiros, do meio urbano, onde a maioria da população era de origem estrangeira. Foi assim por trás da barreira lingüística que se defenderam e preservaram a religião católica, os costumes, a existência cotidiana, os estilos de vida privada, enfim, o que hoje se chamaria a “identidade nacional” da comunidade luso-brasileira. Para tanto, o campo contava com a inércia das suas distâncias, que operavam como outros tantos baluartes do casticismo lusitano. Anacronisticamente, o nativismo oitocentista veria na restauração pernambucana os pródomos da consciência nacional brasileira. Na medida em que ela constituiu uma manifestação da consciência nacional, da qual é difícil separar o que nela foi propriamente nacional do que foi especificamente religioso, a restauração pernambucana foi antes uma reação da consciência nacional portuguesa dos colonos do Nordeste, onde ela fora reavivada pela presença estrangeira e herética e pela recente restauração da independência do Reino. Só definitivamente expulso o invasor, é que o episódio passará a ser construído em termos do sentimento local.

Sem encorajar o uso da língua, a prática da religião e dos costumes batavos, não seria possível consolidar a conquista, mas o recurso a uma política cultural rigorosa, como queriam os predicantes calvinistas, era o mesmo que convidar o desastre. Nassau viveu esse dilema melhor que ninguém e em arras da segurança do Brasil holandês preferiu contemporizar. Uma política de força teria de começar pela prisão de todo o clero católico, “o que (escreveu) será o começo de uma ruína universal”. Seria inconveniente, ao menos por algum tempo, introduzir o calvinismo entre os luso-brasileiros e muito menos suprimir “seus ritos e cerimônias, pois nada há que mais os exaspere”. A administração tampouco se devia intrometer na administração do clero católico. E deflagrada a revolução luso-brasileira, houve quem sustentasse, como Nieuhof, que “os portugueses não pretendiam tanto provar a lealdade devida a seu rei quanto recuperar a liberdade de consciência”, recapitulando entre as causas do movimento “a diferença de religião, de língua e de costumes que os nossos quiseram introduzir, não obstante a sua fraqueza (numérica) relativamente aos portugueses”.

Os costumes luso-brasileiros, como o trabalho dos domingos, resistiram bravamente às pressões calvinistas, como no passado ocorrera com as autoridades católicas, que há muito haviam pragmaticamente fechado os olhos à prática dos engenhos de safrejarem ininterruptamente, de modo a concluir os trabalhos antes do fim do verão. A proibição do governo holândes do Recife foi ignorada e não havia como fazê-la obedecer, a não ser pela força armada e ao risco de acarretar distúrbio da ordem pública. O mesmo se verificaria no tocante à bênção da moagem no dia da “botada”, isto é, ao iniciarem-se os trabalhos de fabricação do açúcar. Os chefes da igraja calvinista indignavam-se com o fato de que até mesmo senhores de engenho neerlandeses tolerassem que sacerdotes católicos viessem praticar essas cerimônias, consentindo que tivessem lugar nos domingos, só por este ser o uso da terra. Os predicantes foram instruídos a exortar esses proprietários a seus deveres e o governo decidiu que, doravante, o serviço religioso fosse presidido não pelos padres católicos mas pelos ministros calvinistas, solução que tampouco será adotada, pois o pessoal luso-brasileiro das fábricas recusava-se a trabalhar, por temor ao castigo divino.

A resistência cultural também se manifestou agudamente no tocante à família. D. Ana Pais, pernambucana que se casara duas vezes com batavos, foi posta na rua da amargura pelos seus conterrâneos, que julgavam seu comportamento simplesmente inaceitável. Como revelam as pesquisas idôneas, os matrimônios mistos foram poucos e ocorreram sobretudo entre holandeses e luso-brasileiras, pois no dizer de uma fonte coeva, os luso-brasileiros não se interessaram pelas mulheres batavas, nem sequer para atividades extraconjugais. O modelo ibérico ou mediterrâneo das relações entre os sexos foi estritamente mantido contra os ventos e marés das novidades holandesas. Os costumes estrangeiros eram olhados pelos locais com a maior reserva, especialmente a liberdade feminina e a inclinação à bebida pela qual a Holanda já era conhecida e criticada em toda a Europa. A dipsomania batava provocava uma rejeição tanto mais espontânea quanto o português, como o espanhol, eram universalmente reconhecidos como abstêmios.

E a sobriedade alimentar dos luso-brasileiros era favoravelmente contrastada pelas autoridades holandesas com os excessos gastronômicos dos seus, num sentido surpreendente para quem associa protestantismo e sobriedade na vida material.

Devido a essa diferença, onde aqueles poupavam, estes se arruinavam.


Deixar um comentário
Clique aqui para cancelar a resposta.
Nome (obrigatório)

Email (obrigatório)

Site






Notificar-me os comentários mais recentes via e-mail.

Notifique-me de novos artigos por e-mail

--------------------------------------------------------------------------------
FÓRUM PERMANENTE PELA ÉTICA NA POLÍTICA
Sergio Guerra, esperto, agarrou-se a Eduardo. Jarbas e Serra naufragam juntos!FÓRUM PERMANENTE PELA ÉTICA NA POLÍTICA2 days ago
LIVROS GRATUITOS

ARQUIVOS NO EXTERIOR
ARQUIVO HISTÓRICO SOBRE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
ARQUIVO NACIONAL DO TOMBO EM PORTUGAL
AUDIOTECA DE REPORTAGENS – EM FRANCÊS
BIBLIOTECA MUNDIAL DA UNESCO
Harry Truman Digital Archive
Latin American Network Information Center
Library of the Congress – Washington – EUA
National Museum of american History – EUA
SITE DO VATICANO
World History Archives
ARQUIVOS PARA PESQUISA NO BRASIL
ARQUIVO HISTÓRICO JUDAICO NO BRASIL
ARQUIVO NACIONAL
ARQUIVO PÚBLICO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
BANCO DE DADOS DA FOLHA DE SÃO PAULO
BANDEIRAS HISTÓRICAS DO BRASIL
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DA UNESP
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL
DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO – SÃO PAULO
FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA
FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES
FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO
HISTÓRIA E DOCUMENTOS SOBRE O ARRAIAL DE CANUDOS
LAMPIÃO, UMA VIAGEM PELO CANGAÇO
MILÊNIO – 5.400 ANOS DE HISTÓRIA
ARTES PLÁSTICAS
A ARTE NA HISTÓRIA
A HISTÓRIA DA ARTE
ARTE DE CIVILIZAÇÕES
CÍCERO DIAS
JULIANA GOMIDE
PORTAL DAS ARTES
VEJA DIGITAL
ATLAS ANCESTRAL
ATLAS ANCESTRAL
BIBLIOTECAS
BIBLIOTECA DE TESES E DISSERTAÇÕES DA USP
BIBLIOTECA VIRTUAL
BIBLIOTECA VIRTUAL GILBERTO FREYRE
Blogroll
Acerto de Contas
Blog da Folha de Pernambuco
Blog do Diario de Pernambuco
Blog do Jamildo – Sistema \ JC
Correio da Cidadania
Cultura Brasileira
EDUCAR ENCANTANDO
Empresa Brasileira de Comunicação – Agência Brasil
MANIA DE HISTÓRIA – Site de Relacionamentos
Revista de História da Biblioteca Nacional
Scielo Brasil
COMUNIDADE PARA EDUCADORES
EDUK – COMUNIDADE PARA EDUCADORES
DICIONÁRIOS
DICIONÁRIO DE ESPANHOL E CATALÃO
DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS
DICIONÁRIO EM INGLÊS E DIVERSAS OUTRAS LÍNGUAS
MEUS DICIONÁRIOS – MULTILINGUE
ESTUDO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
ESPANHOL ONLINE
FRANCÊS ONLINE
GRAMÁTICA INGLESA
HABLA ESPANHOL
LINKS DE HISTÓRIA
ARQUIVO NACIONAL
ARQUIVOS MARXISTAS
ARTIGOS SOBRE A IDADE MÉDIA
AVENTURAS NA HISTÓRIA
BÚSSOLA ESCOLAR
BIBLIOTECA NACIONAL
BRASIL ESCOLA
CIDADES HISTÓRICAS BRASILEIRAS
CPDOC – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
GRUPO DE ESTUDOS SOBRE A DITADURA
HISTÓRIA – EDUCA TERRA
HISTÓRIA – INFOESCOLA
HISTÓRIA – KLICKEDUCAÇÃO
HISTÓRIA DO MUNDO
HISTÓRIA E CULTURA
HISTÓRIA E HISTÓRIA
HISTÓRIA EM PROJETOS
HISTÓRIAS DO PODER
HOJE NA HISTÓRIA
MESTRADO HISTÓRIA
MUNDO ANTIGO
MUSEU DA PESSOA
O QUE SE DEVE LER SOBRE O BRASIL
OS ÍNDIOS NA HISTÓRIA DO BRASIL
POVOS ÍNDIGENAS DO BRASIL
RELIGIÃO E CULTOS
REVISTA DE HISTÓRIA DO BRASIL
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA
TEMPO PRESENTE
WEB HISTÓRIA
Meus Links Favoritos
ADITAL
BIBLIOTECA PÚBLICA
BRASIL DE FATO
INGLÊS ONLINE
JORNAL PINZÓN
LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL
MANIA DE HISTÓRIA – Site de Relacionamentos
MEMORIAL PERNAMBUCO
Museu Imperial
National Archives and Administration -EUA
NORDESTE WEB – O SITE DO NORDESTE
PÁTRIA LATINA
PERNAMBUCO DE A/Z
PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO
VALORES DE PERNAMBUCO
MODELOS DE PROVAS DE CONCURSOS
MODELOS DE PROVAS PARA CONCURSOS EM TODO O BRASIL
MUSEUS
Memorial JK
Museu da Língua Portuguesa Estação da Luz
Museu da República
Museu do Índio
Museu do Ipiranga – USP
Museu Histórico Nacional
PESQUISAS ESCOLARES
ALMANAQUE ABRIL
ESCOLA 24 HORAS
ESCOLA DO FUTURO
HISTÓRIA DA CIÊNCIA
MAPAS DO BRASIL E DO MUNDO
PLANETA EDUCAÇÃO
PONTEIRO – PESQUISA POR DATAS
PORTAL DO ENSINO
TERRA EDUCAÇÃO
VÍDEOS/DOCUMENTÁRIOS
A Chave do Conflito entre Israelenses e Palestinos
A ESFINGE DE GIZÉ
As consequências da crise americana
As crises econômicas do século XX
CENTENÁRIO DE PATATIVA DO ASSARÉ – UM GRANDE POETA POPULAR BRASILEIRO
Darcy Ribeiro – Pensando o Brasil
DE 1997 A 2006
Documentário sobre a Rede Globo de Televisão
Documentário: O Educador Paulo Freire
Dom Helder Camara: O Santo Rebelde
Dom Quixote
DOM QUIXOTE DE LA MANCHA
Entrevista com o escritor uruguaio Eduardo Galeano
Entrevista com o Geógrafo Milton Santos
Especial – Os Sertões
Especial Segunda Guerra Mundial: programa 1
Especial Segunda Guerra Mundial: programa 2
FÓRUM INTER-RELIGIOSO DA UNICAP
Fidel Castro
FILME: Ilha das Flores
GALILEU GALILEI – VIDA E OBRA
Homenagem a Joan Miró
Homenagem a Manuel Bandeira
HOMENAGEM À ELIS REGINA
Homenagem à Elis Regina
O Brasil da ditadura
O SEPULCRO ESQUECIDO DE JESUS
OLIMPÍADAS DA GRÉCIA ANTIGA
Os 100 anos da Teoria da Relatividade Restrita de Einstein
Os 20 anos da Constituição de 1988
OS SERTÕES
PROTOCOLO DE KYOTO – O DESAFIO DO AQUECIMENTO GLOBAL
Uma homenagem a Chico Mendes
Vídeo: 100 Anos de Josué de Castro
Vida e obra de Claude Lévi-Strauss
VESTIBULARES
EDUCACIONAL
ENEM
GUIA DO ESTUDANTE
PROVAS DE VESTIBULAR
SIMULADOS PARA ESTUDANTES
O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Cidade no Paraná registra mínima de -1,1ºC nesta madrugada
Dois morrem em acidente entre lancha e jet ski no Maranhão
Carro invade casa no Recife
SELEÇÃO DE ARTIGOS E ENTREVISTAS

A “terra dos papagaios”
FORMAÇÃO DA BRASILIDADE ALIMENTAR
GUERRA DOS CEM ANOS: IMAGENS E PEQUENA CRONOLOGIA
O “longo” século dezoito brasileiro
O longo século XIX: da descolonização à República
O Século XX
ORIGEM DA DISCÓRDIA ENTRE ÁRABES E JUDEUS
(MARX, Karl e ENGELS, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista – 1848)
1º DE MAIO – MUITO ALÉM DO FERIADO
A AMAZÔNIA, A BORRACHA E HENRY FORD
A ÁGUA NA HISTÓRIA
A CRISE AMERICANA
A DESOBEDIÊNCIA CIVIL
A dinâmica da grande queda(finanças)
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA IDADE MÉDIA
A FEBRE DO OURO
A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
A GUERRA DA MEMÓRIA
A IDADE DAS LUZES NA IDADE MÉDIA EUROPÉIA
A IGNORÂNCIA SOBRE OS ÍNDIOS
A MÃO INVISÍVEL
A mulher do vigário
A ORIGEM HUMANA NO BRASIL
A PESTE
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO(CARTA MAGNA) DO BRASIL – 1824
A REPÚBLICA DE PERNAMBUCO
A UTOPIA DE MONTENEGRO
A VENDA DE INDULGÊNCIAS E A CORRUPÇÃO NA IGREJA CATÓLICA MEDIEVAL
AÇÃO CATÓLICA OPERÁRIA – MONOGRAFIA
ALDEIA DE ESCADA: ESBULHOS DE TERRAS E RESISTÊNCIA INDÍGENA EM PERNAMBUCO NO SÉCULO XIX
ALEIJADINHO
AMÉRICA ESPANHOLA, LUTA PELA INDEPENDÊNCIA
ANÍBAL E SEU EXÉRCITO
ANOS REBELDES DO TENENTISMO NO BRASIL
Arenista, graças a Deus
AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO
AS OUTRAS INCONFIDÊNCIAS MINEIRAS
ASSALTOS INVISÍVEIS
ASTERIX
ÍNDIOS
Ó, DESPREZÍVEIS SOLTEIRONAS
BATALHA DOS GUARARAPES
BLASFEMAR ERA COISA COMUM NA COLÔNIA
BREVE HISTÓRIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
BREVE HISTÓRICO DA IMPUNIDADE NO BRASIL
BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO
Bruxas, santas e inquisidores
CABANAGEM – 1835 – MANIFESTO
CAMINHO DAS ÍNDIAS
CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA
CARTA TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
Catolicismo atormentado
CHICO CIÊNCIA E SUA OBRA
CLEÓPATRA – RAINHA DO EGITO
COLEÇÃO DE FOTOS HISTÓRICAS DA CIDADE DO RECIFE
COLUNA PRESTES 1924 – O MANIFESTO DE SANTO ÂNGELO
COMO FAZER UMA MONOGRAFIA
COMO SE CRIA UM DEUS ÚNICO
CONJURAÇÃO BAIANA – 1798 – MANIFESTO
CONSTITUIÇÃO PASTORAL GAUDIUM ET SPES – Concílio Vaticano II
COPISTA MEDIEVAL
DECIFRANDO A ÁFRICA
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER
DELEITES SEXUAIS NA SOCIEDADE ESCRAVISTA
DEUS, CRIAÇÃO E POVOS INDÍGENAS
DICIONÁRIO DO MATUTÊS
Discurso del Comandante Che Guevara en la Asamblea General de las Naciones Unidas
DISCURSO SOBRE A ORIGEM DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: São Miguel de Barreiros: Uma Aldeia Índigena no Império
Doutorado:Xukuru: Memórias e História dos Índios da Serra do Ororubá(Pesqueira/PE), 1950-1988
ENSAIO: Chico Science encontra Josué de Castro
EPIDEMIAS NAS MISSÕES JESUÍTICAS
FIDEL E O COMUNISMO
FREI CANECA E A ESCRAVIDÃO
GABRIEL SOARES DE SOUZA E O TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL
GALILEU GALILEI
GETÚLIO VARGAS: EXPLICAÇÕES PARA SUA MORTE
GRAVURAS DE PERNAMBUCO
GUARANI, A LÍNGUA PROIBIDA
GUERRA DO PARAGUAI: GENOCÍDIO AMERICANO
GUERRA DOS EMBOABAS: AMOR À TERRA?
GUERRA DOS MASCATES
HENRIQUE VIII E O ANGLICANISMO
HISTÓRIA DA CENSURA AO LIVRO NO BRASIL COLONIAL
HISTÓRIA DA HOMOSSEXUALIDADE
HISTÓRIA DA IMPRESSÃO
HISTÓRIA DAS GREVES NO BRASIL
HISTÓRIA DO PROTESTANTISMO NO BRASIL
HISTÓRIA DOS CÁTAROS
HISTÓRIA DOS NÚMEROS
HISTÓRIAS DO RECIFE
HOMENS E MULHERES: O IMAGINÁRIO SOBRE A ESTERILIDADE NA AMÉRICA PORTUGUESA
IDADE DO OURO NO BRASIL
IGREJA E HOMOSSEXUALIDADE NO BRASIL – 1547-2006
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
INTERROGATÓRIO DE UMA INQUISIÇÃO
LAMPIÃO: HERÓI OU BANDIDO?
LEI ÁUREA – 1888
LEI DO VENTRE LIVRE
LULA É CHAMADO POR AURELIANO
MANIFESTO DA SEMANA DE ARTE MODERNA – 1922
MÁRTIRES DE PERNAMBUCO
MESTRE VITALINO
MICHAEL COLLINS E A INDEPENDÊNCIA DA IRLANDA
MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
MINI DICIONÁRIO TUPI-GUARANI
MITOLOGIA GREGA
MORTE AOS HEREGES
MULHERES DE TEJUCUPAPO
MULHERES E EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
Nosso Seiscentismo
O ABOLICIONISMO – JOAQUIM NABUCO
O Índio Brasileiro: Ainda um Vazio na História
O BRASIL HOLANDÊS E A UNIÃO IBÉRICA
O BRASIL SEGUNDO AL-BAGHDÁDI
O COTIDIANO INSALUBRE EM PERNAMBUCO NOS TEMPOS DO IMPÉRIO
O DIREITO À PREGUIÇA
O ESTADO NOVO – CARTA À NAÇÃO
O IMPÉRIO DOS PAPAS
O Império ilude a si mesmo
O Islã
O JEITINHO BRASILEIRO
O JESUS HISTÓRICO
O MAL E SUAS RAÍZES
O mito da transposição do Rio São Francisco
O PADRE ANTONIO VIEIRA E A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL
O PRÍNCIPE – MAQUIAVEL
O primo desventurado
O que o Império Britânico poderia ensinar aos EUA
O RENASCIMENTO CULTURAL: UMA VOLTA AO PASSADO
O RESGATE DE NAPOLEÃO BONAPARTE E A CIDADE DO RECIFE
O TRATADO DE PETROPÓLIS: BRASIL X BOLÍVIA
OPINIÃO: A virada do concílio Vaticano II
ORIGEM DO UNIVERSO E DA RAÇA HUMANA
OS AMORES DE NAPOLEÃO
OS ÍNDIOS BRASILEIROS VISTOS POR UM EUROPEU NO SÉCULO XVI: MICHEAU DE MONTAIGNE
OS CEMITÉRIOS MEDIEVAIS
OS CIGANOS NA HISTÓRIA
OS MAIAS
OS PRIMÓRDIOS DA INSERÇÃO SOCIOCULTURAL DA MULHER BRASILEIRA
PENSAMENTO POLÍTICO-JURÍDICO DE BARTOLOMÉ DE LAS CASAS SOBRE OS INDÍGENAS DO NOVO MUNDO
PERNAMBUCO DOS HOLANDESES
PERNAMBUCO REBELDE
PESQUISANDO O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL
Possíveis Dificuldades que Acompanharam a Viagem de Vasco da Gama à Índia
PRECARIZAÇÃO
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
REBELIÕES NO PERÍODO REGENCIAL
Reflexão inicial: “Índios”?
REGIMENTO DO PAU-BRASIL EM 1605
REGRAS DA ABNT
RESISTÊNCIA INDÍGENA A FÉ CRISTÃ NA COLÔNIA DO BRASIL
RESISTÊNCIA INDÍGENA NAS AMÉRICAS
Resistência Indígena e Dominação do Litoral
REVOLUÇÃO PRAIEIRA
SÊNECA – O FILÓSOFO
Ser Mãe na Colônia – História do Brasil
SIGNIFICADO DOS NOMES DOS MESES
SOBRE O PAPEL DO TRABALHO NA TRANSFORMAÇÃO DO MACACO EM HOMEM
SOLDADOS ESQUECIDOS
TEORIA DA EVOLUÇÃO – CHARLES DARWIN
TOMÁS DE TORQUEMADA – PERSONAGEM SINISTRO DO CATOLICISMO
TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE SIGMUND FREUD
TRADIÇÃO OLIGÁRQUICA E MUDANÇA EM PERNAMBUCO
UMA DEFESA DE MARIA ANTONIETA
VIOLÊNCIA EM ROMA
VISÃO DO PARAÍSO: UMA INTERPRETAÇÃO DO BRASIL
Xukuru: memórias e história dos índios da
COMENTÁRIOS DOS COLABORADORES E LEITORES
Artur em PESQUISANDO O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL
aline em CURIOSIDADES SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL
Vermelho em OS CIGANOS NA HISTÓRIA
jennifer em PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Giovane em CARTA TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
MAIS LIDOS
AMÉRICA ESPANHOLA, LUTA PELA INDEPENDÊNCIA
CARTA TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
CURIOSIDADES SOBRE A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL
MINERAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
MULHERES E EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
A PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO(CARTA MAGNA) DO BRASIL - 1824
LAMPIÃO: HERÓI OU BANDIDO?
PESQUISANDO O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL
A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
A VENDA DE INDULGÊNCIAS E A CORRUPÇÃO NA IGREJA CATÓLICA MEDIEVAL
Nosso Seiscentismo
GETÚLIO VARGAS: EXPLICAÇÕES PARA SUA MORTE
ESTATÍSTICAS DO BLOG - DESDE DEZEMBRO/2008
435,559 VISITAS
Clique aqui e cole nosso feed RSS em seu blog
A COLONIZAÇÃO DA ÁFRICA DO SUL
OS CÃES TAMBÉM TÊM HISTÓRIA
A ANOREXIA NA HISTÓRIA
Os 10 piores barracos protagonizados por políticos
Como as figurinhas da Copa invadiram as redes sociais – VEJA.com

Visite Mania de História

MAIS ACESSADOS
shots.snap.com/explore/96…
redebrasileira.com/tupi/v…
memorialpernambuco.com.br…
tvuol.uol.com.br/permalin…
safra.com.br/conteudo/sob…
terrabrasileira.net/folcl…
arquivonacional.gov.br/cg…
bp2.blogger.com/_E050m6FP…
shots.snap.com/explore/67…
ahjb.com.br/index.php

Wohnungen

FAÇA DE NOSSO BLOG SUA PÁGINA INICIAL
Página inicial
TRADUZA ESTE BLOG PARA O INGLÊS
Traduzir para o Inglês


agosto 2010 D S T Q Q S S
« jun
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31

Arquivo
junho 2010
maio 2010
abril 2010
março 2010
fevereiro 2010
novembro 2009
outubro 2009
setembro 2009
agosto 2009
julho 2009
junho 2009
maio 2009
abril 2009
março 2009
fevereiro 2009
janeiro 2009
dezembro 2008
novembro 2008
outubro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
junho 2008
maio 2008
novembro 2007
outubro 2007
Meta
Registrar-se
Login
Posts RSS
RSS dos comentários
WordPress.com



--------------------------------------------------------------------------------

Blog no WordPress.com. Tema: Freshy por Jide.


COPYRIGHT WORDPRESS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas