domingo, 17 de junho de 2012

REINO VEGETAL

Diversidade Florística "Respeitar a flora pode significar equilibrar todas as actividades desencadeadas pelo avanço tecnológico, reduzindo a poluição, o desequilíbrio ecológico, o problema energético, a falta de alimentos no mundo e até mesmo a crise económica". (Ariane Luna Peixoto & Maria Regina de V. Barbosa). A conservação da Natureza, entendida como a preservação da biodiversidade, através da conservação e do restabelecimento dos habitats naturais e da flora e fauna, é uma das mais pertinentes necessidades dos nossos tempos, tendo em conta as exigências económicas, sociais e culturais. O Reino Vegetal não constituí apenas a fonte da nossa energia, é também um repositório de informações sobre o curso da evolução do nosso planeta, a origem do oxigénio que respiramos e a ‘esponja’ que absorve o dióxido de carbono que o homem, os seus carros e as suas fábricas exalam. Além de nos servir de alimento, e das muitas matérias essenciais que obtemos a partir das plantas, como a madeira, fibras, pasta de papel, borracha, tintas, e uma vasta gama de medicamentos e cosméticos, o seu valor estético proporciona, há séculos, inspiração aos poetas e artista. Além disso, as plantas verdes, aquáticas e terrestres, são a base da cadeia de alimentos para o Reino Animal. A flora de uma região representa o conjunto de espécimes vegetais que compõem o coberto vegetal de uma determinada área. Constitui um recurso de enorme valor pela importância fundamental que as plantas desempenham para os outros organismos vivos, nos diferentes ecossistemas. A biodiversidade vegetal do Continente Português, deve-se em grande parte à sua situação biogeográfica, localizado na extremidade ocidental da faixa de contacto entre duas regiões distintas, a sub-região Atlântica e a região Mediterrânea. Esta situação permite que espécies nativas das duas regiões se encontrem neste extremo. Na região Litoral, o clima típico é profundamente influenciado pelo oceano, onde as condições de atlanticidade se fazem sentir pela ocorrência de temperaturas amenas, elevada humidade atmosférica, fracas amplitudes térmicas e Invernos chuvosos. Dado que as plantas dependem estreitamente das características edafoclimáticas do meio para se instalarem e manterem, as comunidades vegetais podem, por si só, caracterizar um determinado Habitat Natural, visto a sua presença representar um óptimo indicador indirecto dos factores físicos que as condicionam. Uma outra forma, além do estudo de campo, de conhecimento da flora de uma região, é o chamado Herbário, que reúne conjuntos de espécimes vegetais secos, dispostos segundo a classificação botânica. Os herbários armazenam e conservam amostras de espécies vegetais ou parte delas, provenientes de diferentes locais, documentando a riqueza florística de uma região. "Se estudarmos a Natureza só nos livros, não a reconheceremos ao encontrá-la no campo." Louis Agassiz (1807-1873) A Botânica é a ciência que estuda o Reino Vegetal. Os seus principais domínios são: fisiologia vegetal, que estuda o funcionamento das plantas, a morfologia vegetal, que se ocupa da organização e estrutura dos componentes vegetais, e a sistemática, estudo científico da diversidade e diferenciação das espécies vegetais. A Botânica Sistemática tem por finalidade a identificação e classificação das plantas segundo uma ordem racional. A Taxonomia é a parte da Sistemática que estuda a classificação, isto é, as suas bases, princípios, procedimentos e regras, agrupando as plantas numa classificação hierárquica, em categorias cada vez mais alargadas, possibilitando identificações com a máxima exactidão. A denominação das plantas e a sua colocação num sistema hierárquico de classificação normalizado e aceite, é orientada por regras estritas, estabelecidas pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN – International Code of Botanical Nomenclature). Neste código são reconhecidas doze categorias principais decrescentes, que vão desde o reino, passando pela divisão até à espécie, considerada geralmente como a unidade básica de classificação. O nome dos grupos taxonómicos superiores (até ao género) distinguem-se pela presença de terminações especiais, indicativas da categoria taxonómica a que pertencem. Os nomes das espécies e géneros são latinizados e escritos em itálico ou sublinhados. A espécie tem uma nomenclatura binomial, incluí o nome do género a que pertence (escrito em primeiro lugar), seguido do epíteto específico. A classificação das plantas é o meio pelo qual nos podemos aperceber da natureza mutável do Reino Vegetal, por exemplo, protegendo aquelas em perigo de extinção, particularmente agora, quando muitos dos nossos recursos naturais começam a faltar ou a esgotar-se. A nível laboratorial, a taxonomia experimental, que se destina a descobrir algo mais sobre a natureza e base genética da diversidade das espécies, poderá constituir a chave para a preservação dessa diversidade e para o seu emprego em estudos como o melhoramento das culturas. Actualmente o Reino Vegetal está dividido em dois grandes grupos: os Talófitos (algas, fungos e liquenes), e os Cormófitos (musgos, fetos e plantas vasculares). Os primeiros apresentam um tecido sem diferenciação fisiológica – o talo, enquanto os Cormófitos são dotados de estrutura em cormo, eixo longitudinal diferenciado em raiz, caule e folhas. Os Cormófitos dividem-se em Criptogâmicas (Pteridophyta), plantas sem flor nem sementes, reproduzindo-se por esporos, mas com raiz, caule e folhas diferenciadas, e as Fanerogâmicas, que incluí todas as plantas que possuem flores com os órgãos reprodutores diferenciados e que se reproduzem por sementes. Consoante o tipo de sementes, as fanerogâmicas classificam-se em Gymnospermae e Angiospermae. COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO

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