sexta-feira, 22 de junho de 2012

HISTÓRIA DE JUSCELINO KUBITSCHEK

Juscelino KubitschekOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Nota: Para outros significados, veja Juscelino Kubitschek (desambiguação). Juscelino Kubitschek 21º presidente do Brasil Mandato 31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961 Vice-presidente João Goulart Antecessor(a) Nereu Ramos Sucessor(a) Jânio Quadros Senador por Goiás Mandato 1 de fevereiro de 1962 a 8 de agosto de 1964 2º governador de Minas Gerais Mandato 31 de janeiro de 1951 a 31 de março de 1955 Antecessor(a) Milton Campos Sucessor(a) Clóvis Salgado da Gama 23º prefeito de Belo Horizonte Mandato 23 de outubro de 1940 a 30 de outubro de 1945 Antecessor(a) José Osvaldo de Araújo Sucessor(a) João Gusman Júnior Vida Nascimento 12 de setembro de 1902 Diamantina, Minas Gerais Falecimento 22 de agosto de 1976 (73 anos) Resende, Rio de Janeiro Partido Partido Progressista (Minas Gerais) Partido Social Democrático Religião Católico Profissão Médico Assinatura ver Juscelino Kubitschek de Oliveira (Diamantina, 12 de setembro de 1902 — Resende, 22 de agosto de 1976) foi um médico e político brasileiro. Conhecido como JK, foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955), e presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Foi o primeiro presidente do Brasil a nascer no século XX e o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto direto nascido após a Proclamação da República. Foi o último político mineiro eleito para a presidência da república pelo voto direto, antes de Dilma Rousseff. Casado com Sarah Kubitschek, com quem teve as filhas Márcia Kubitschek e Maria Estela Kubitschek, foi o responsável pela construção de uma nova capital federal, Brasília, executando, assim, um antigo projeto, já previsto em três constituições brasileiras, da mudança da capital federal do Brasil para promover o desenvolvimento do interior do Brasil e a integração do país. Durante todo o seu mandato como presidente da República, (1956-1961), o Brasil viveu um período de notável desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política. Com um estilo de governo inovador na política brasileira, Juscelino construiu em torno de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros. Segundo seu adversário José Sarney, Juscelino foi o melhor presidente que o Brasil já teve, por sua habilidade política, por suas realizações e pelo seu respeito às instituições democráticas.[1] No ano de 2001, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito o "Brasileiro do Século" em uma eleição que foi publicada pela revista Isto É. Índice [esconder] 1 Origem e educação 2 Viagem a Paris 3 O retorno a Minas e a Revolução Constitucionalista 4 Carreira política até a Presidência 4.1 O início 4.2 Prefeitura de Belo Horizonte 4.3 Deputado federal pela segunda vez 4.4 Governador de Minas Gerais 5 Eleição presidencial de 1955 6 Presidente do Brasil 6.1 Gabinete 6.2 O Plano de Metas 6.3 A convivência democrática 6.4 Economia e obras 6.5 Cultura 6.6 Construção de Brasília 6.7 Política Externa 6.8 Manifestações contra JK 6.9 Corrupção 6.10 Espiritismo 7 A eleição do sucessor de JK 8 Anos Dourados 9 Após a presidência 10 Morte 11 Vida pessoal 12 Representações na cultura e homenagens 13 Cronologia sumária 14 Referências 15 Bibliografia 16 Ver também 17 Ligações externas [editar] Origem e educação Residência de Juscelino dos 3 aos 19 anos, localizada em Diamantina na Rua São Francisco, número 241. Atualmente, é um museu.[2]Juscelino nasceu em 12 de setembro de 1902 em Diamantina num casarão colonial na rua Direita. Seu pai, João César de Oliveira (1872-1905), foi caixeiro-viajante e exerceu, também, várias outras profissões. Era um homem boêmio, e em uma serenata no município de Rio Vermelho contrariou um resfriado que passou para pneumonia e deu origem a uma tuberculose. Com medo de contaminar a família com a doença, o pai de JK decidiu ir morar em uma casa isolada vindo a receber visitas de amigos e familiares. João faleceu em 10 de janeiro de 1905, quando Juscelino tinha 3 anos. A única renda da família se tornou a da mãe.[3] Sua mãe, Júlia Kubitschek (1873-1973)[4], era professora e possuía ascendência checa (seu sobrenome é uma germanização do original tcheco Kubíček) e etnia cigana[5] — JK foi o único presidente de origem cigana em todo o mundo.[6] Viúva aos 28 anos, Júlia não quis se casar novamente, dedicando-se aos dois filhos, Maria da Conceição, apelidada de Naná, nascida em 1901, e JK, o Nonô. Júlia havia perdido uma bebê nos primeiros meses de vida, cujo nome era Eufrosina, nascida em 1900.[7] Quando menino, em uma brincadeira de esconde-esconde, teria machucado o dedo mínimo do pé direito. Segundo o jornalista Roniwalter Jatobá, isto teria duas consequências para a vida de JK. A primeira seria uma característica física, pois não poderia mais fazer longas caminhadas e a pressão do sapato iria lhe trazer incomodo. O segundo seria de característica profissional, devido a dedicação do médico que lhe prestou socorro, influenciando-o a seguir a carreira de médico.[8] Aos 12 anos terminou o curso primário. Pagando uma mensalidade, foi estudar no seminário diocesano de Diamantina, dirigido pelos padres vicentinos, onde concluiu o curso de humanidades aos 15 anos incompletos. No seminário, teve de usar batina como os demais, seguindo os estudos num regime severo, levantando às cinco horas da manhã e indo dormir às oito horas.[9] Nos estudos, ia razoavelmente bem, com excessão da disciplina de Aritmética na qual tinha dificuldades.[10] Segundo o historiador Francisco de Assis Barbosa, era um menino como outro qualquer, incapaz de despertar invejas ou inimizades, quer pela sua condição econômica que não era das melhores, das mais humildes, quer pelo seu comportamento, alegre, expansivo, brincalhão, mas avesso a discussões, intrigas e mal-entendidos.[11] Como não conseguiria sair da cidade para ir estudar em Belo Horizonte por ser menor de idade, dedicou-se a estudar sozinho, conseguindo a ajuda de alguns professores. Teve cursos de língua inglesa com um professor chamado José e língua francesa com a professora Madame Louise.[12] Em meio a dificuldades financeiras, conseguiu obter os exames preparatórios exigidos para o curso de Medicina. Em 1919, prestou na capital mineira de Belo Horizonte um concurso para telegrafista na agência central da cidade. Para realizar o concurso exigia-se a idade mínima de 18 anos, mas ele possuía apenas 16 anos incompletos. Para resolver este problema, conseguiu com o oficial de registro de Diamantina uma certidão forjada que marcava como se tivesse nascido em 1900.[13] Ficou em décimo nono lugar, sendo classificado.[14] No final de 1920, se mudou para morar em Belo Horizonte. De início, sua mãe pagava os custos do fiho na capital mineira, mas Juscelino não morava em boas condições de conforto. Dois anos após o concurso, em maio de 1921, foi divulgada a sua nomeação para telegrafista auxiliar. Em janeiro de 1922, prestou o vestibular e matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.[15] Em 1926, recebeu o diagnóstico de que estava com estertores no pulmão, tendo que ficar seis meses de cama.[16] No quinto ano de Medicina, começou a trabalhar juntamente com o seu cunhado e amigo Júlio Soares como interno na enfermaria da clínica cirúrgica de Santa Casa.[17] Juscelino Kubitschek com sua esposa Sarah Luísa Lemos Kubitschek de Oliveira.Juscelino gostava de dançar, e, por isso criou-se a fama de pé de valsa. Numa festa conheceu Sarah Gomes de Lemos, filha do deputado federal Jaime Gomes de Sousa Lemos. A partir de então começaram a namorar.[18] Em 17 de dezembro de 1927 formou-se em Medicina, na mesma turma de Pedro Nava, três anos antes de Guimarães Rosa.[19] Foi na cerimônia de colação de grau que a mãe dele conheceu Sarah.[20] Durante dois anos trabalhou intensivamente com o cunhado na Santa Casa. Tornou-se assistente em duas cadeiras, a da Clínica Cirúrgica e Física Médica. Além disso, foi nomeado por seu amigo José Maria Alkmim como médico da Caixa Beneficente da Imprensa Oficial do Estado.[21] No final de abril de 1930, viajou de trem para o Rio de Janeiro, donde partiu para a França no navio Formose.[22] [editar] Viagem a ParisO navio onde encontrava-se Juscelino fez várias escalas. O primeiro país em solo estrangeiro que o rapaz conheceu foi Senegal, mais especificamente na cidade de Dakar, seguindo para a cidade de Casablanca, no Marrocos. Chega a cidade do Porto (Portugal) e a Vigo (Espanha). Desceu próximo a Bordéus já em território francês, onde pegou um trem para Paris. Lá, inscreveu-se num curso de cultura francesa, atualizando-se no idioma e visitando museus e lugares históricos, mas o objetivo principal da viagem era se especializar em um curso intensivo de urologia com o doutor Maurice Chevassu, cujo durou três semanas.[23] Em agosto de 1930, os professores entraram em férias de verão. Fazendo economias pois não possuia muito dinheiro, Juscelino embarcou juntamente com 300 turistas no navio Lotus com destino a uma viagem pelo Mar Mediterrâneo, que sairia de Marselha e faria uma volta completa pelo Mediterrâneo oriental, do Egito até a Grécia, passando pela Terra Santa. Em sua estadia na Europa conheceu vários brasileiros. Em Veneza embarcou para Viena na Áustria. Em Viena frequentou vários hospitais e enfermarias a fim de assistir operações. Conheceu a Tchecoslováquia, terra de seu avô materno, constatando que o seu sobrenome Kubitschek era muito comum ali, passando seu aniversário nesta ocasião. Logo, tomou um trem para Berlim (Alemanha) para cumprir um vasto programa de conhecimentos médicos em sua especialidade.[24] De volta a Paris, confirmou na embaixada brasileira os boatos de que haveria acontecido a chamada Revolução de 1930 no Brasil, ocasião em que o gaúcho Getúlio Vargas teria chegado ao governo. Após saber das novidades, Juscelino junto com os amigos Cândido Portinari e Leopoldo Fróis sairam pelas ruas a comemorar. Embarcou no navio Almirante Alexandrino donde partiria para o Brasil e chegaria em 21 de novembro de 1930 no Rio de Janeiro. Ao chegar, pediu a sua amada Sarah em casamento.[25] [editar] O retorno a Minas e a Revolução ConstitucionalistaAo retornar para Minas Gerais, assumiu todos os trabalhos em Belo Horizonte como era antes da viagem. Em 17 de março de 1931, quatro meses após o regresso da Europa, foi nomeado para a Força Pública indo servir como capitão-médico no Hospital Militar como encarregado do Laboratório de Análises Clínicas.[26] Em 30 de dezembro de 1931, casou-se no Rio de Janeiro com Sarah. O vestido de Sarah era longo, sem véu e grinalda. A festa foi simples e íntima. Juscelino, que então morava com a irmã em Belo Horizonte, alugou uma casa na Avenida Paraúna, próximo a irmã.[27] Foto de 1932, o primeiro da esquerda para a direita é o médico JK.Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 — conflito entre o Estado de São Paulo e o Governo Vargas —, Juscelino foi convocado para atuar como médico das tropas mineiras que lutavam contra os paulistas na Serra da Mantiqueira. Instalado em Passa Quatro, recebeu lá um paciente em estado grave. Tendo que operá-lo, pediu a um coronel-médico que ajudasse-lhe, este se recusou. Com a ajuda de um veterinário e de uma freira, conseguiu operar o soldado e salvá-lo. Logo, recebeu a visita de um capitão do quartel-general. este viera para abri um inquérito contra o coronel que recusou ajuda a um paciente agonizante. Juscelino pediu que o inquérito não fosse aberto. De acordo com o jornalista Roniwalter Jatobá, a atitude de não querer prejudicar a carreira de um superior hierárquico do Exército aumentou a simpatia de Juscelino com os militares. Nesta ocasião conheceu um amigo, o padre esloveno Alfredo Kobal que havia servido ao Exército Austríaco na Primeira Guerra Mundial. Também conheceu Benedito Valadares. Após o fim do conflito na região, JK voltou para a casa.[28] [editar] Carreira política até a Presidência[editar] O inícioEm 1933, após a morte do governador de Minas Gerais Olegário Maciel, o então Presidente da República Getúlio Vargas nomeou Benedito Valadares para o cargo. Benedito Valadares nomeou Juscelino para o cargo de chefe-de-gabinete, mas ele recusou. Fato é que Benedito foi até o hospital militar onde JK estava, lá ele homenageou o ex-governador Olegário e anunciou o seu novo chefe-de-gabinete: Juscelino Kubitchek. JK conta que foi nomeado na marra. No cargo, resolvia vários problemas conversando com as autoridades. Em Diamantina, por exemplo, conseguiu abrir estradas e preservar edifícios históricos. Nessa época construiu a sua primeira obra pública, uma ponte sobre o ribeirão do Inferno, ligando Diamantina a cidade de Rio Vermelho.[29] Em outubro de 1934 foi eleito o deputado federal mais votado em Minas, filiado ao recém-criado Partido Progressista que havia sido fundado por membros do Partido Republicano Mineiro cujos apoiaram a Revolução de 1930. Exerceu o mandato de deputado federal de 1935 até o fechamento do Congresso Nacional, em 10 de novembro de 1937, com o golpe do Estado Novo. Chegou ao posto de tenente-coronel-médico da Polícia Militar de Minas Gerais.[30] Após o impedimento de seu mandato, confidenciou a esposa que sairia definitivamente da política naquele instante, o que não se concretizou.[31] O então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, discursando diante de Benedito Valadares, governador de Minas Gerais, e Getúlio Vargas, presidente da República, na inauguração do asfalto na Avenida do Contorno, em 12 de maio de 1940.[editar] Prefeitura de Belo HorizonteNo início de 1940, o então governador de Minas Gerais Benedito Valadares nomeou Juscelino Kubitschek como novo prefeito da capital mineira. A princípio, JK não quis aceitar o cargo, mas a nomeação foi divulgada em 16 de abril no Minas Gerais. durante este período, não abandonou a carreira de médico, intercalando a Medicina com a Prefeitura. Tornou-se o Primeiro Secretário do recém Partido Social Democrático (PSD).[32] Tomou posse como prefeito de Belo Horizonte em 19 de outubro de 1940, sendo conhecido como "prefeito furacão" pelas grandes mudanças feitas por ele na cidade. Como prefeito, restaurou, pavimentou e construiu muitas avenidas, sendo responsável pelo asfaltamento da Avenida Afonso Pena, a construção de grandes avenidas a fim de facilitar o acesso ao centro da cidade como a pavimentação da Avenida do Contorno e a Avenida Amazonas. Criou vários bairros em Belo Horizonte. Canalizou vários córregos que banham a cidade visando o saneamento básico de Belo Horizonte. Construiu pontes e realizou terraplanagens a fim de integrar o centro da cidade a vários núcleos populacionais da zona suburbana, e desenvolveu em Belo Horizonte a rede subterrânea de luz e telefone.[33] Igreja de São Francisco de Assis no conjunto da Pampulha.Neste período, uma das mais importantes obras foi a construção da Pampulha, um centro de lazer. Esta foi projetada por Oscar Niemeyer e a obra se tornou um marco cultural nacional. Na época, a construção tinha como finalidade o turismo. Fora construído um grande lago artificial e em torno deste, um conjunto integrado pelo Iate Clube, o Cassino, a Casa do Baile e a Igreja. As obras duraram 9 meses.[33] Para a cultura, criou o Museu de Belo Horizonte, o Instituto de Belas Artes e o Curso de Extensão Musical. Iniciou a construção do Teatro Municipal, oficializou a Orquestra Sinfônica e apoiou várias instituições. Estimulou a criação de novas habitações residenciais e o desenvolvimento de uma rede de assistência social juntamente com a construção do Hospital Municipal no Bairro da Lagoinha. O prédio possuía 306 leitos e instalações modernas para a época. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, iniciou-se no Brasil a redemocratização com a queda do Estado Novo e a posse do presidente do Supremo Tribunal Federal José Linhares. Os governantes que haviam sido indicados pela ditadura deixaram os cargos, inclusive Juscelino em 30 de outubro de 1945.[34] [editar] Deputado federal pela segunda vezApós a saída da Prefeitura de Belo Horizonte, decidiu entrar definitivamente na política. Nas eleições de 2 de dezembro de 1945 foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte pelo Partido Social Democrático (PSD) com 26 293 votos, ficando em terceiro lugar. Através do estado de Minas Gerais, elegeram-se também entre outros vinte deputados, Tancredo Neves, José Maria Alkmim, Gustavo Capanema e Benedito Valadares.[35] Juscelino juntamente com a esposa e a filha Márcia, vai morar na então capital federal do Rio de Janeiro na rua Sá Ferreira de Copacabana.[36] Tomou posse como deputado federal pela segunda vez em 22 de abril de 1946, discursando sobre a necessidade de se construir casas populares e de se realizar uma política de conteúdo social, tendo em vista elevar o padrão de vida da população.[37] Destacou-se muito por sua oratória.[38] Seus discursos mais importantes, com as frases que ficaram famosas, como "Deus me poupou o sentimento do medo", foram escritos pelo poeta Augusto Frederico Schmidt.[39] Juscelino destacou-se, também, na chamada política de bastidores, (as articulações políticas bem trabalhadas), típica de Minas Gerais e de seu segundo partido político, o PSD.[40] Em 22 de julho de 1946, um grupo de deputados federais incluindo Juscelino, embarcaram em um avião do Força Aérea Brasileira com destino a Belém. Anos mais tarde, ele lembraria que foi a primeira vez a entrar em contato com um Brasil diferente daquele que estava acostumado. Também diria que, "se a beleza dos cenários me seduziui e deslumbrou, tive a oportunidade de viver, por outro lado, o drama daquelas populações deserdadas, perdidas nos desvãos de um território imenso e quase sem um vínculo afetivo com a capital da República.[41] Permaneceu até 1950 no cargo de deputado. Destacou-se mais, entretanto, nos cargos executivos que ocupou, e, pela sua atuação neles, ficou conhecido como um político do tipo "tocador de obras". [editar] Governador de Minas GeraisEm sua campanha a governador, percorreu 168 municípios mineiros sendo candidato pelo Partido Social Democrático com o apoio do Partido Republicano. Ironicamente, o outro candidato era o seu concunhado Gabriel Passos (Partido Democrata Cristão-União Democrática Nacional), ou seja, era casado com a irmã de sua esposa Sarah. Num jornal da época, um leitor brincou com este parentesco, escrevendo que não sabia quem ganharia as eleições, mas que poderia afirmar quem era a sogra do futuro governador. Minas não tinha produção de energia elétrica suficiente e nem estradas, por isso sua estratégia se baseou no binômio "Energia e Transporte", sugerido pelo reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon.[42] Apurados os resultados, JK foi eleito governador de Minas com 714 664 votos (56,77%) contra 544 086 votos (43,23%) de Gabriel. Pela mesma coalizão de JK, foi eleito para vice Clóvis Salgado da Gama com 676 914 votos (56,50%) contra 520 956 votos (43,50%) de Pedro Aleixo.[43] JK assumiu o Governo de Minas Gerais no dia 31 de janeiro de 1951. Em 1952, criou a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e construiu cinco usinas hidrelétricas. Com a eletrificação foi possível estimular a industrialização, e assim pode ser instalado em 12 de agosto de 1954 um conjunto de produção metalúrgica na região metropolitana de Belo Horizonte, a Siderúrgica de Mannesmann, uma empresa alemã, que possibilitou a concretização dos planos de JK em tirar Minas daquela situação "agropastoril". Foram construídos mais de 3 mil quilômetros de estradas e 251 pontes. Foram criados mais 120 postos de saúde. Quando tomou posse, haviam 680 mil alunos matriculados na escola primária, índice que saltou para mais de um milhão de alunos no final da gestão. A maior dificuldade que enfrentou como governador foi uma revolta ocorrida em Uberaba, em 1952, contra os elevados impostos estaduais.[44] Terminou a gestão em 31 de março de 1955. Em 30 de março de 1955, JK renunciou ao cargo de governador para se candidatar a presidente. Ele teria dito ao vice Clóvis Salgado: "Vou ter que renunciar, e vão fazer tudo para impedir as eleições. Você vai ter que ficar com essa defesa aqui nas mãos. Porque, sem o apoio de Minas, meu velho, minha candidatura desmorona, não tenha dúvida". O vice teria o tranquilizado.[45] [editar] Eleição presidencial de 1955Ver artigo principal: Eleição presidencial brasileira de 1955 Primeira cédula eleitoral oficial, com candidatos a presidente e vice.Através de uma aliança política formada por 6 partidos, Juscelino foi eleito Presidente da República em 3 de outubro de 1955, com 35,68% dos votos válidos, a menor votação de todos os presidentes eleitos de 1945 a 1960. Naquela época as eleições se realizavam em turno único. Nesta eleição, pela primeira vez no Brasil, se utilizou a cédula eleitoral oficial confeccionada pela Justiça Eleitoral. Antes de 1955 os próprios partidos políticos confeccionavam e distribuíam as cédulas eleitorais.[46] Foi difícil o lançamento da candidatura de Juscelino, pois se acreditava em um veto militar a ela: JK era acusado de ser apoiado pelos comunistas. Somente quando o presidente da república Café Filho divulgou a carta dos militares na Voz do Brasil foi que Juscelino se lançou candidato, alegando que a carta dos militares não citava o seu nome.[3] Para dar legitimidade e prestígio à sua candidatura a presidente, JK visitou o já idoso e venerando ex-presidente da república Venceslau Brás em sua residência no sul de Minas. Pediu e conseguiu o apoio do antigo presidente à sua candidatura. A apuração dos votos foi demorada. Em 3 de outubro de 1955, JK elegeu-se com 3 077 411 votos (35,68%), o general Juarez Távora recebeu 2 610 462 votos (30,27%), o doutor Ademar de Barros conseguiu 2 222 725 votos (25,77%) e Plínio Salgado conquistou 714 379 votos (8,28%).[47] Juscelino obteve, 400 mil votos a mais que o candidato da União Democrática Nacional Juarez Távora, e 800 mil votos a mais que o terceiro colocado, o ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Juscelino foi favorecido pelo lançamento da candidatura de Plínio Salgado, a qual tirou votos do candidato Juarez Távora. A UDN tentou impugnar o resultado da eleição, sob a alegação de que Juscelino não obteve vitória por maioria absoluta dos votos. A posse de Juscelino e do vice-presidente eleito João Goulart só foi garantida com um levante militar liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, que, em 11 de novembro de 1955, depôs o então presidente interino da República Carlos Luz. Suspeitava-se que Carlos Luz, da UDN, não daria posse ao presidente eleito Juscelino. Assumiu a presidência, após o golpe de 11 de novembro, o presidente do Senado Federal, Nereu Ramos, do partido de JK, o PSD. Nereu Ramos concluiu o mandato de Getúlio Vargas que fora eleito para governar de 1951 a 1956. O Brasil permaneceu em estado de sítio até a posse de JK em 31 de janeiro de 1956. Após ter sido eleito, JK foi aos Estados Unidos, cujo governo estava aflito com as acusações da oposição de que Juscelino tivesse sido eleito com o voto dos comunistas. Nesta viagem não haveria obtido sucesso, pois os empresários de lá não o deram atenção. Também viajou para a Europa (Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal, Itália e Vaticano).[48] [editar] Presidente do Brasil Cerimônia de posse de Juscelino Kubitschek (esquerda) e o vice João Goulart (direita), com o presidente Nereu Ramos (centro) discursando. Kubitschek entre seus ministros e correligionários em sua posse.Juscelino foi o último presidente da República a assumir o cargo no Palácio do Catete. Foi empossado em 31 de janeiro de 1956, e, governou por 5 anos, até 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente, eleito também em 3 de outubro de 1955, foi João Goulart. Não havia reeleição naquela época. Foi o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes a cumprir integralmente seu mandato. Juscelino Kubitschek empolgou o país com seu slogan "Cinquenta anos em cinco", conseguiu encetar um processo de rápida industrialização, tendo como carro-chefe a indústria automobilística. Houve, no seu governo, um forte crescimento econômico, porém, houve também um significativo aumento da dívida pública interna e da dívida externa e da inflação nos governos seguintes de Jânio Quadros e João Goulart. Os anos de seu governo são lembrados como "Os Anos Dourados", coincidindo com a fase de prosperidade norte-americana conhecida como "The Great American Celebration", a qual se caracterizou pela baixa inflação e pelas elevadas taxas de crescimento da economia e do padrão de vida dos norte-americanos. [editar] Gabinete Ministros do Governo de Juscelino Kubitschek Ministério Ministro Período Aeronáutica Vasco Alves Seco Henrique Fleiuss Francisco de Assis Correia de Melo 31 de janeiro de 1956 — 20 de março de 1956 20 de março de 1956 — 30 de julho de 1957 30 de julho de 1957 — 31 de janeiro de 1961 Agricultura Ernesto Dornelles José Parsifal Barroso Mário Meneghetti Paulo Fróes da Cruz (interino) Fernando Nóbrega Antônio de Barros Carvalho 31 de janeiro de 1956 — 30 de setembro de 1956 30 de setembro de 1956 — 3 de outubro de 1956 3 de outubro de 1956 — 5 de abril de 1960 1 de agosto de 1958 — 31 de agosto de 1958 6 de abril de 1960 — 6 de junho de 1960 6 de junho de 1960 — 30 de janeiro de 1961 Educação e Cultura Clóvis Salgado da Gama Celso Brant (interino) Nereu Ramos (interino) Clóvis Salgado da Gama Pedro Calmon José Pedro Ferreira da Costa (interino) Pedro Paulo Penido Clóvis Salgado da Gama 31 de janeiro de 1956 — 30 de abril de 1956 30 de abril de 1956 — 2 de outubro de 1956 3 de outubro de 1956 — 4 de novembro de 1956 4 de novembro de 1956 — 18 de junho de 1959 18 de junho de 1959 — 16 de junho de 1960 17 de junho de 1960 — 24 de junho de 1960 1 de julho de 1960 — 17 de outubro de 1960 18 de outubro de 1960 — 31 de janeiro de 1961 Fazenda José Maria Alkmin Sebastião Pais de Almeida (interino) João de Oliveira Castro Viana Júnior (interino) Lucas Lopes Sebastião Pais de Almeida (interino) Sebastião Pais de Almeida Maurício Chagas Bicalho (interino) Antônio Carlos Barcellos (interino) 1 de Fevereiro de 1956 — 24 de Junho de 1958 19 de Setembro de 1956 — 26 de Outubro de 1956 15 de Agosto de 1957 — 9 de Outubro de 1957 25 de Junho de 1958 — 3 de Junho de 1959 28 de Novembro de 1958 — 3 de Junho de 1959 4 de Junho de 1959 — 31 de Janeiro de 1961 19 de Setembro de 1959 — 15 de Junho de 1960 19 de Setembro de 1960 — 29 de Novembro de 1960 Guerra Henrique Teixeira Lott Odílio Denys 31 de janeiro de 1956 — 15 de fevereiro de 1960 15 de fevereiro de 1960 — 31 de janeiro de 1961 Justiça e Negócios Interiores Nereu Ramos Eurico de Aguiar Sales Carlos Cirilo Júnior Armando Falcão 31 de janeiro de 1956 — 4 de novembro de 1957 4 de novembro de 1957 — 8 de julho de 1958 8 de julho de 1958 — 31 de julho de 1959 31 de julho de 1959 — 31 de janeiro de 1961 Marinha Antônio Alves Câmara Júnior Jorge do Paço Matoso Maia 31 de janeiro de 1956 — 19 de agosto de 1958 19 de agosto de 1958 — 3 de janeiro de 1961 Relações Exteriores José Carlos de Macedo Soares Francisco Negrão de Lima Horácio Lafer 31 de janeiro de 1956 — 4 de julho de 1958 4 de julho de 1958 — 30 de agosto de 1959 30 de agosto de 1959 — 31 de janeiro de 1961 Saúde Maurício Campos de Medeiros Mário Pinotti Pedro Paulo Penido Armando Falcão 31 de janeiro de 1956 — 2 de julho de 1958 3 de julho de 1958 — 31 de julho de 1960 1 de agosto de 1960 — 31 de dezembro de 1960 1 de janeiro de 1961 — 2 de fevereiro de 1961 Trabalho, Indústria e Comércio José Parsifal Barroso Mário Meneghetti Fernando Nóbrega 31 de janeiro de 1956 — 30 de junho de 1958 1 de julho de 1958 — 17 de julho de 1958 18 de julho de 1958 — 17 de abril de 1960 Trabalho e Previdência Social João Batista Ramos Alírio Sales Coelho 19 de abril de 1960 — 7 de novembro de 1960 7 de novembro de 1960 — 31 de janeiro de 1961 Viação e Obras Públicas Lúcio Martins Meira Ernani do Amaral Peixoto 31 de janeiro de 1956 — 28 de julho de 1959 28 de julho de 1959 — 31 de janeiro de 1961 [editar] O Plano de MetasEm seu mandato presidencial, Juscelino lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado de Plano de Metas, que tinha o célebre lema "Cinquenta anos em cinco". O plano tinha 31 metas distribuídas em 5 grandes grupos: Energia, Transportes, Alimentação, Indústria de Base, Educação, e, a meta principal ou meta-síntese: a construção de Brasília.[49] O Plano de Metas visava estimular a diversificação e o crescimento da economia brasileira, baseado na expansão industrial e na integração dos povos de todas as regiões do Brasil através da nova capital localizada no centro do território brasileiro, na região do Brasil Central. A estratégia do Plano de Metas era corrigir os "pontos de estrangulamento" da economia brasileira, em termos atuais "reduzir o custo Brasil", que poderiam estancar o crescimento econômico brasileiro (por falta de estradas e energia elétrica) e reduzir a dependência das importações, no processo chamado de "substituição de importações", já que o Brasil padecia de uma crônica falta de divisas externas (dólares). [editar] A convivência democrática Fotografia do Memorial JK. Ponte Juscelino Kubitschek.Outro fato importante do governo de JK foi a manutenção do regime democrático e da estabilidade política, que gerou um clima de confiança e de esperança no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade política para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira, mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro da estratégia de desenvolvimento de seu governo. JK evitou qualquer confronto direto com seus adversários políticos e apelou a eles para que fizessem oposição sempre dentro das leis democráticas. Anistiou os militares revoltosos de Jacareacanga e Aragarças. Sendo que muitos políticos da UDN, (adversária do PSD de Juscelino), o apoiavam, ficando, estes políticos, conhecidos como a UDN chapa-branca.[50] Outro momento de tensão política do governo JK foi, em 23 de novembro de 1956, quando JK ordenou a prisão domiciliar do general Juarez Távora, que havia sido derrotado nas eleições de 1955. O motivo seria o fato de Juarez Távora ter desafiado a ordem de JK, dada em 21 de novembro de 1956, que proibia os militares de fazerem manifestação ou comentário político. O ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, cumpriu a ordem de prisão, mas pediu exoneração do cargo, porém voltou atrás. Com sua atitude enérgica e apoio de Lott, JK se fortaleceu entre os militares, setor em que tinha antes pouca aceitação e prestígio. JK fechou, também, em novembro de 1956, a "Frente de Novembro" e o "Clube da Lanterna", que faziam oposição a JK. Seu maior adversário político foi Carlos Lacerda com o qual se reconciliou posteriormente. Juscelino não permitiu o acesso de Carlos Lacerda à televisão durante todo o seu governo. Juscelino confessou a Lacerda, depois, que se tivesse deixado Lacerda ter acesso a televisão, este o derrubaria.[50] [editar] Economia e obrasO governo de Juscelino Kubitschek usou uma plataforma nacional desenvolvimentista, o Plano de Metas, lançado em 1956, e permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Entre 1955 e 1961, entraram mais de dois bilhões de dólares destinados às metas.[51] Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, assim como liberou a entrada de capitais externos em investimentos de risco, desde que associados ao capital nacional ("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu uma generosa política de crédito ao consumidor. O país crescia 7,9% ao ano. JK promoveu a implantação da indústria automobilística com a vinda de fábricas de automóveis para o Brasil, como na época os Estados Unidos estavam mais interessados no mercado europeu, vieram marcas europeias, inicialmente com o capital alemão (Volkswagen), francês (Simca) e nacional com tecnologia estrangeira (Vemag). Promoveu a indústria naval com capital japonês, holandês e brasileiro, e a siderurgia com recursos estatais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e capital japonês agregado à Usiminas.[52] Construiu grandes usinas hidrelétricas, como a Furnas localizada em São João da Barra e a Três Marias. A construção de Furnas foi iniciada em 1957 e concluída em 1963. Furnas formou um dos maiores lagos artificiais do mundo que banha 34 municípios mineiros e que ficou conhecido como o "Mar de Minas Gerais". O processo de industrialização da região Sudesete com a abertura de empregos, aumenta a vinda dos nordestinos para essa região, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, assim como imigrantes das áreas rurais de todo o país. Muitos empresários, principalmente os paulistas, acreditavam que o pouco desenvolvimento da região Nordeste era um dos maiores obstáculos para a ampliação do mercado interno pois excluía um terço da população. Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para integrar a região ao mercado nacional.[53] Abriu as rodovias transregionais que uniram todas as regiões do Brasil, antes sem ligação rodoviária entre elas. Aumentou a produção de petróleo da Petrobras. Com exceção das empresas de energia hidrelétrica, Juscelino praticamente não criou nenhuma empresa estatal. Comprou, em 1956, para a Marinha do Brasil, o seu primeiro porta-aviões, o NAeL Minas Gerais (A-11). Devido à semelhança no desenvolvimento das políticas econômicas de ambos os líderes, Juscelino Kubitschek é muitas vezes comparado a seu colega argentino, Arturo Frondizi.[54][55][56]Entre 1959 e 1960, houve uma crise na obra de construção de Brasília. As verbas haviam acabado e JK entendia que não poderia terminar o governo sem construir Brasília. Ao pedir um empréstimo de 300 milhões de dólares para o Fundo Monetário Internacional (FMI), o órgão exigiu que o país "colocasse a casa em ordem antes de pedir ajuda financeira". JK substituiu o ministro da Fazenda José Maria Alkmim por Lucas Lopes, mas rompe "todos os entendimentos com o FMI". Lucas Lopes ficou por um ano no ministério após sofrer um enfarte. O historiador estadunidense Thomas Skidmore diz que o contentamento era maior do que se o Brasil tivesse recebido os 300 milhões, pois "os brasileiros tinham a sensação de estar desafiando com êxito as autoridades estrangeiras para as quais seus vizinhos da Argentina e Chile abaixavam a cabeça".[57] JK emitiu títulos da dívida pública e cartas precatórias. Estas consistem em papéis negociados na bolsa de valores para se conseguir capital de curto prazo. JK vendeu esses papéis com deságio, ou seja, com um preço abaixo do valor de mercado que poderia ser recuperado posteriormente em um prazo de 5 anos. Com isso, JK conseguiu dinheiro para terminar a construção de Brasília. Isso, no entanto, fez com que JK fosse acusado de inviabilizar os próximos governos do país, por aumentar a dívida pública federal. Junto com Brasília, uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento e desenvolvimento do Brasil Central e da Amazônia: A rodovia BR-153 (antiga BR-14), também conhecida como "Rodovia Belém-Brasília". Outras obras rodoviárias importantes ligando regiões brasileiras, feitas por Juscelino, foram: A Rodovia Régis Bittencourt, (antiga BR-2), que liga o Sudeste do Brasil ao Sul do Brasil, inaugurada no início de 1961. A rodovia Fernão Dias que liga São Paulo a Belo Horizonte, obra iniciada por Getúlio Vargas, inaugurada, por JK, em 1960, e concluída em 1961. A BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco, inicialmente uma estrada de terra e que foi asfaltada em 1983. A BR-364 foi a primeira rodovia a ligar o Centro Oeste do Brasil a Rondônia e ao Acre. A BR-364 viabilizou o povoamento de Rondônia que passou de 70.000 mil habitantes em 1960 a 500.000 habitantes em 1980. O governador de Rondônia na época, Paulo Nunes Leal, em seu livro "O outro braço da Cruz", conta como conseguiu de JK a construção da BR-364 em 2 de fevereiro de 1960: "- Sr. Presidente! - Diga Paulo! - O Sr. já ligou Brasília ao Centro-Sul, ao Nordeste e a Belém. Por que o Sr. não faz o outro braço da cruz, ligando Brasília ao Acre? - Uai, Paulo! E pode? - Pode, Sr. Presidente! Mas é negócio pra homem! - Então vai ser!" Os críticos de Juscelino Kubitschek frisam o fato de ele ter priorizado o transporte rodoviário em detrimento do transporte ferroviário devido à implantação da indústria automobilística no Brasil, o que teria causado prejuízos econômicos como o crescimento das importações de derivados de petróleo (gasolina e óleo diesel) e petróleo, e também provocado isolamento e decadência de certas cidades. JK conseguiu entretanto, com a inauguração da Refinaria de Duque de Caxias, em 1961, a autossuficiência do Brasil na produção de derivados de petróleo, passando o Brasil, a partir de então, a importar apenas a matéria-prima, produzindo os derivados de petróleo nas refinarias brasileiras. A opção pelas rodovias é considerada, por muitos, danosa aos interesses do país, que estaria mais bem servido por uma grande rede ferroviária. Na década de 1920, o presidente Washington Luís também havia sido contestado por construir rodovias, sendo apelidado de "General Estrada de Bobagem", um trocadilho com "estrada de rodagem".[58] Mesmo após o governo Juscelino, continuou forte, no Brasil, a oposição política à construção de rodovias: Na década de 1960, em São Paulo, Ademar de Barros foi muito criticado por construir a Rodovia Castelo Branco, tida, na época, como obra cara e desnecessária. A dívida externa brasileira aumentou de 87 milhões de dólares, em 1955, para 297 milhões de dólares em 1959.[59] Esta dívida foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos. Houve também uma elevação da dívida interna brasileira em aproximadamente 500 milhões de dólares. Apesar do crescimento econômico, a construção de Brasília fez com que o mandato de Juscelino Kubitschek terminasse com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Em 1956, a taxa de inflação era de 19,2%, e em 1960, de 30,9%.[60] Ocorreram várias manifestações populares, com greves na zona rural e nos centros industriais que se alastram nos governos seguintes. De fato, a expansão do crédito, a grande quantidade de importações para indústria automobilística e as constantes emissões de moeda - para manter os investimentos estatais e pagar os empréstimos externos - provocaram crescimento da inflação e queda no valor dos salários. Em 1960, a inflação estava a 25% ao ano, subiu para 43% em 1961, para 55% em 1962 e chegou a 81% em 1963. O economista Roberto de Oliveira Campos, um dos coordenadores do Plano de Metas, foi um dos primeiros economistas a alertar Juscelino para o caráter inflacionário da construção de Brasília. Durante o governo JK, a produção industrial cresceu 80%, os lucros da indústria cresceram 76%, mas os salários cresceram apenas 15%. Porém, o salário-mínimo do trabalhador brasileiro, em 1959, foi, considerado o mais alto, em valores reais, de todos os tempos. [editar] Cultura Jogadores da Seleção Brasileira comemoram o primeiro título mundial na Copa do Mundo FIFA de 1958.Na Suécia, em junho de 1958, acontecia a Copa do Mundo. A Seleção Brasileira havia conquistado o seu primeiro título.[61] Em 1959, a tenista Maria Esther Bueno venceu os torneios de US Open[62] e Wimbledon;[63] e, a seleção brasileira de basquete masculina foi campeã mundial no Chile.[64] [editar] Construção de BrasíliaA construção de Brasília foi um dos fatos mais marcantes da história brasileira, e da política de JK no seu mandato de 5 anos como presidente, sendo uma das maiores obras do século XX. A ideia de construir uma nova capital no centro geográfico do País estava prevista na Constituição de 1891, na Constituição de 1934 e na Constituição de 1946, mas foi adiada, sua construção, por todos os governos brasileiros desde 1891. A promessa de construir Brasília foi feita, por JK, no dia 4 de abril de 1955, em um comício, em Jataí, no estado de Goiás, quando, no final do comício, JK resolveu ouvir perguntas de populares, e, o estudante para tabelião Antônio Soares Neto, o Toniquinho, perguntou a JK se este iria cumprir toda a constituição do Brasil de 1946, inclusive o artigo referente a nova capital.[3][65][66] "Toniquinho" se referia ao artigo 4º do "Ato das disposições constitucionais transitórias da Constituição de 1946" que dizia: Art 4º - A Capital da União será transferida para o planalto central do país. § 1 º - Promulgado este Ato, o Presidente da República, dentro de sessenta dias, nomeará uma Comissão de técnicos de reconhecido valor para proceder ao estudo da localização da nova Capital. § 2 º - O estudo previsto no parágrafo antecedente será encaminhado ao Congresso Nacional, que deliberará a respeito, em lei especial, e estabelecerá o prazo para o início da delimitação da área a ser incorporada ao domínio da União. § 3 º - Findos os trabalhos demarcatórios, o Congresso Nacional resolverá sobre a data da mudança da Capital. § 4 º - Efetuada a transferência, o atual Distrito Federal passará a constituir o Estado da Guanabara. — Constituição Federal de 1946 O Congresso Nacional, mesmo com descrença, aprovou a lei n° 2 874, sancionada por JK, em 19 de setembro de 1956, determinando a mudança da Capital Federal e criando a Companhia Urbanizadora da Nova Capital — Novacap. As obras, lideradas pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer começaram com entusiasmo em fevereiro de 1957. Mais de 200 máquinas e de 30 mil operários - os candangos - vindos de todas as regiões do Brasil (principalmente do Nordeste do Brasil), exerceram um regime de trabalho ininterrupto, dia e noite, para construir e concluir Brasília até a data prefixada de 21 de abril de 1960, em homenagem à Inconfidência Mineira. As obras terminaram em tempo recorde de 41 meses — antes do prazo previsto. Já no dia da inauguração, em pomposa cerimônia, Brasília era considerada como uma das obras mais importantes da arquitetura e do urbanismo contemporâneos. Além da obediência à Constituição, a construção da Nova Capital visava a integração de todas as regiões do Brasil, a geração de empregos, absorvendo o excedente de mão-de-obra da região Nordeste do Brasil e o estímulo ao desenvolvimento do interior, desafogando a economia saturada do Centro-Sul do país. Estátua de JK no campus I do Cefet-MG.[editar] Política ExternaNo plano internacional, Juscelino procurou estreitar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos, ciente de que isso ajudaria na implementação de sua política econômica industrial e na preservação da democracia brasileira. Formulou a Operação Pan-americana, iniciativa diplomática em que solicitava apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento da América do Sul, como forma de evitar que o continente americano fosse assolado pelo fantasma do comunismo. [editar] Manifestações contra JKDuas semanas após a posse de JK, a 11 de fevereiro de 1956, ocorre a Revolta de Jacareacanga, liderada pelo major-aviador Haroldo Veloso e pelo capitão-aviador José Chaves Lameirão. Acusavam o presidente de supostas associações com grupos financeiros internacionais para a entrega de petróleo e minerais estratégicos, e de infiltração comunista nos postos militares. No mesmo mês, a rebelião militar foi debelada.[49] Enviou ao Congresso um projeto de lei que concedeu anistia ampla e irrestrita a todos os civis e militares que tivessem participado de movimentos políticos ou militares no período de 10 de novembro de 1955 até 19 de março de 1956.[67] No início do governo, acontecem duas greves de transportes públicos em São Paulo. No Rio de Janeiro, a empresa canadense Light S.A. aumenta o preço das passagens de bonde, atitude que levou à primeira manifestação pública de estudantes e populares. Em uma semana, com as lideranças sindicais no Palácio do Catete, JK negociou o fim do movimento com a redução das tarifas. JK conseguiu conciliar o país nos inumeros conflitos.[67] Em 3 de dezembro de 1959, em Aragarças eclode uma nova rebelião, com a participação de dez oficiais da Aeronáutica, três do Exército e alguns civis mais radicais ligados às ideias de Carlos Lacerda. Os rebeldes denunciavam "a conspiração comunista em marcha", que seria inspirada pelo governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola. Iniciou-se com o sequestro do primeiro avião brasileiro, do modelo Constellation da empresa Panair. Em 36 horas, o movimento foi debelado através da conciliação e anistia aos rebeldes.[68] [editar] Corrupção Rosto de JK na Praça dos Três Poderes.JK também foi acusado diversas vezes de corrupção. As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se intensificaram no período em que ele foi presidente. As denúncias se multiplicaram por conta da construção de Brasília: havia sérios indícios de superfaturamento das obras e favorecimento a empreiteiros ligados ao grupo político de Juscelino. Outro caso rumoroso foi o da empresa aérea Panair do Brasil, pertencente a amigos de JK, que foi acusada de possuir um monopólio do transporte de pessoas e materiais enviados para a construção de Brasília. Durante a construção de Brasília, como a BR-050 ainda não estava pronta, grande parte dos materiais e equipamentos utilizados na obra eram transportados por aviões.[69] A imprensa chegou a dizer que JK teria a sétima maior fortuna do mundo, o que nunca foi provado. Durante a campanha eleitoral de 1960, para a escolha de seu sucessor, as denúncias de corrupção contra JK foram amplamente exploradas pelo candidato Jânio Quadros que prometia "varrer a corrupção" do governo de JK. JK respondeu a inquérito policial militar (IPM) durante o regime militar, acusado de corrupção e de ter apoio dos comunistas. A Panair do Brasil foi depois perseguida e levada à falência pelo regime militar. Quando de sua morte, porém, o seu inventário de bens mostrou um patrimônio modesto, tendo sua filha Márcia precisado vender um apartamento para financiar sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados.[70] [editar] EspiritismoHá relatos dando conta de que o presidente Juscelino enviava perguntas ao médium Chico Xavier pedindo conselhos sobre problemas enfrentados durante a construção de Brasília[71] Concedeu indulto ao médium José Pedro de Freitas, o "José Arigó", ou "Zé Arigó", que fora preso acusado de exercício ilegal da medicina. Existem relatos de que JK fazia parte da Maçonaria, informação esta nunca confirmada pela maçonaria brasileira.[72] [editar] A eleição do sucessor de JKAs eleições de 3 de outubro de 1960 foram vencidas pelo candidato oposicionista Jânio Quadros, ex-governador de São Paulo apoiado pela UDN. Jânio obteve 48% dos votos válidos, em um total de quase 6 milhões de votos, a maior votação nominal obtida por um político brasileiro até então. Juscelino apoiou o marechal Henrique Lott, seu ministro da guerra (morto em 19 de maio de 1984) e que havia garantido a posse de JK em 1955. Lott era o candidato a presidente pela aliança PSD-PTB que tinha João Goulart candidato a reeleição como vice-presidente da república. A disputa entre Jânio e Lott foi chamada de A Campanha da Vassoura contra a Espada. Ademar de Barros, novamente candidato, definiu-se como "A candidatura de protesto", e obteve o terceiro lugar. João Goulart foi reeleito vice-presidente da república. Ao passar a faixa presidencial para Jânio Quadros, em 31 de janeiro de 1961, Juscelino tornou-se o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes, eleito pelo voto direto, que iniciou e concluiu seu mandato dentro do prazo determinado pela Constituição Federal. Após JK, o primeiro presidente civil, eleito pelo voto direto, a cumprir integralmente seu mandato foi Fernando Henrique Cardoso. [editar] Anos DouradosApós a retomada da democracia no Brasil em 1945, Juscelino Kubitschek e sua atuação como governador de Minas Gerais e na Presidência da República, foram referências para o Brasil entre os anos de 1951 e 1961. A era JK estava em todo canto, nos chamados "Anos Dourados". Ao longo da década de 1950, a economia brasileira foi industrializada rapidamente, passando de rural a urbana. Nessa época foram se popularizando os eletrodomésticos, que prometiam facilitar a vida do lar. Eram de todos os tipos, desde enceradeiras até aspiradores de pó, carros, televisores, o rádio e os toca-discos portáteis e o disco de vinil. Foram criados os objetos de plástico e fibra sintética, além de casas com mobílias com menos adornos. Este estilo de vida foi criado nos Estados Unidos e recebeu o nome de "American Way of Life", (estilo de vida americano), e, por conta da influência norte-americana durante e após a Segunda Guerra Mundial, se espalhou pelo mundo. Enquanto tudo isso se consolidava, os meios de comunicações e de diversões se ampliavam. Eram emissoras de rádios que através das ondas curtas chegavam grande parte do interior do Brasil, revistas como Seleções e O Cruzeiro, jornais, radionovelas, o teatro de revista, programas radiofônicos de musicais e os humorísticos, o radiojornal Repórter Esso e as comédias e as chanchadas da Atlântida Cinematográfica do Rio de Janeiro. O cinema brasileiro teve sua fase dourada, nos anos 1950, com a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, de São Paulo, e a premiação do filme O Cangaceiro, no exterior, em 1953. Placa homenageando JK.Os teatros, rádios, especialmente a Rádio Nacional, radionovelas, radiojornais, teleteatros e telejornais na televisão que já atingia a maioria das capitais brasileiras, tinham mais audiência que nunca. Em 1958, a música popular brasileira é sucesso no exterior, especialmente a Bossa Nova, criada naquela época, e com sucessos como "Chega de Saudade" de Vinicius de Moraes. O salário-mínimo, em 1959, em termos reais, descontado a inflação, ou seja, em valores reais, é considerado o mais alto da história do Brasil. [editar] Após a presidência JK teve os direitos políticos cassados em 8 de junho de 1964.Em janeiro de 1960, pouco antes de deixar a presidência, JK deixou uma mensagem de agradecimento ao professor José Antero de Carvalho, na qual resume sua visão sobre seu governo e seu futuro político. A carta tinha o seguinte teor: Sinto-me satisfeito em poder proclamar que, na presidência da república, não faltei a um só dos compromissos que assumi como candidato. Mercê de Deus, em muitos setores realizei além do que prometi, fazendo o Brasil avançar, pelo menos,cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Pude ainda, através da operação Pan-Americana, despertar as esperanças e energias dos povos americanos para o objetivo comum de combater o sub-desenvolvimento. E todo este esforço culminou no cumprimento da meta democrática, quando o nosso país apresentou ao mundo um admirável espetáculo de educação política, que me permite encerrar o mandato, num clima de paz, de ordem, de prosperidade e de respeito a todas as prerrogativas constitucionais. Sejam quais forem os rumos de minha vida pública, levarei comigo, ao deixar o honroso posto que me confiou a vontade popular, o firme propósito de continuar servindo ao Brasil com a mesma fé, o mesmo entusiasmo e a mesmo confiança nos seus altos destinos! — Juscelino Kubitschek [73] Juscelino foi eleito senador pelo estado de Goiás em 1962. Juscelino desejava concorrer novamente à Presidência da República, nas eleições marcadas para 3 de outubro de 1965. Sua pré-campanha eleitoral foi chamada de "JK-65: A vez da agricultura". A candidatura de JK foi lançada, pelo PSD, em 20 de março de 1964. Os outros pré-candidatos eram Carlos Lacerda, Leonel Brizola e Jânio Quadros. Estas candidaturas foram abortadas pelo golpe militar de 1964, também chamado de Revolução de 1964, iniciada em 31 de março de 1964. Em 11 de abril de 1964, o Congresso Nacional elegeu o general Castelo Branco presidente da república e o antigo amigo de Juscelino, do tempo do seminário em Diamantina, José Maria Alkmin, como vice-presidente da república. Juscelino, na condição de senador por Goiás, votou em Castelo Branco e em Alkimin. Acusado de corrupção e de ser apoiado pelos comunistas, teve os direitos políticos cassados, em 8 de junho de 1964, perdendo o mandato de senador por Goiás. A partir de então passou a percorrer cidades dos Estados Unidos e da Europa, em um exílio voluntário. Voltou ao Brasil, logo depois das eleições de 3 de outubro de 1965, na qual dois aliados de JK e adversários do governo Castelo Branco, (Francisco Negrão de Lima e Israel Pinheiro da Silva), venceram as eleições para governador na Guanabara e em Minas Gerais, porém JK permaneceu pouco no Brasil, logo voltando para o exílio. Após esse segundo exílio voluntário, regressou definitivamente, ao Brasil, em 1967. Posteriormente, tentou articular, em 1967, a Frente Ampla de oposição ao regime militar, juntamente com o ex-presidente João Goulart e o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, este último seu antigo adversário político. JK pretendeu voltar para a vida política, depois de passados os 10 anos que duravam as cassações de direitos políticos. Para dissuadi-lo, os militares usaram os fantasmas das denúncias de corrupção, buscando desmoralizá-lo politicamente. Eles ameaçavam levar as investigações adiante caso Juscelino tentasse voltar à cena política. Apesar dos fortes indícios de corrupção e da pressão de alguns segmentos políticos e da opinião pública da época, JK nunca chegou a responder formalmente à Justiça pelas acusações de corrupção, porém respondeu aos IPM, inquéritos policiais militares. Um ano antes de sua morte, seu nome ainda era proibido na televisão brasileira. Assim, a telenovela Escalada, exibida em 1975, pela Rede Globo, na qual era tratado o tema da construção de Brasília, não pode mencionar o seu nome. O recurso usado pelo autor Lauro César Muniz foi mostrar os personagens assoviando a música "Peixe-Vivo" que identificava JK. [editar] MorteFaleceu em 22 de agosto de1976, em um desastre automobilístico em que também perdeu a vida seu motorista e amigo Geraldo Ribeiro no antigo quilômetro 165 (atual quilômetro 328) da Rodovia Presidente Dutra, em um automóvel Chevrolet Opala,[74] na altura da cidade fluminense de Resende, no qual o veículo onde ele estava, colidiu violentamente com uma carreta carregada de gesso. Até hoje, o local do acidente é conhecido como "Curva do JK", antes conhecido como " Curva do Açougue". Mais de 300 mil pessoas assistiram ao seu funeral em Brasília, onde a multidão cantou a música que o identificava: Peixe Vivo. Seus restos mortais repousam no Memorial JK, construído em 1981, na capital federal do Brasil, Brasília, por ele fundada. Em 1996, seu corpo foi exumado, para se esclarecer a causa de sua morte, levantando-se novamente a polêmica sobre o caso.[75] O laudo oficial da exumação concluiu que foi apenas um acidente de trânsito, sendo tal laudo contestado pelo secretário particular de JK, Serafim Jardim, no livro "JK, onde está a verdade".[76] [editar] Vida pessoalApós quase doze anos de casamento com Sarah, nasceu em 22 de outubro de 1943 sua primeira filha Márcia Kubitschek. Na época, JK queria um menino.[77] Em 1947, numa viagem a Belo Horizonte, Juscelino e sua esposa adotaram uma criança com quatro anos de idade, esta seria chamada de Maria Estela Kubitschek.[37] [editar] Representações na cultura e homenagens Estátua de Juscelino Kubitschek, na praça que leva seu nome, em Belo Horizonte.A vida e carreira política de Juscelino Kubitschek foi tema de muitos livros, e, de 3 de janeiro até 24 de março de 2006, foi contada através de uma minissérie da Rede Globo intitulada "JK". Juscelino Kubitschek foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por José de Abreu no filme "Bela Noite para Voar" (2005), e José Wilker e Wagner Moura na minissérie de televisão "JK" em 2006. Teve sua efígie impressa nas notas de Cz$ 100,00 (cem cruzados) de 1986, e teve sua efígie cunhada no verso das moedas de 1 real, lançadas em 2002, no Brasil, comemorativas do centenário de seu nascimento. Foi criada a "Comenda JK", também conhecida como a "Jóia de JK" (cravejada com 22 rubis e 5 esmeraldas) durante as comemorações de seus 100 anos. No Palácio da Alvorada, o presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu a primeira peça das mãos de uma das filha de JK, e do Comendador Regino Barros, Grão Mestre da Soberana Ordem do Mérito do Empreendedor JK, e presidente do CICESP, Centro de Integração Cultural e Empresarial de São Paulo, considerada a mais alta condecoração empresarial brasileira. A Rodovia Juscelino Kubitschek que liga Brasília à cidade Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional de Brasília, a Rodovia Presidente Juscelino Kubitschek que compreende o trecho da BR-020 entre Formosa e Fortaleza, e as cidades de Presidente Juscelino (Minas Gerais) e Presidente Juscelino (Maranhão) foram nomeadas em sua homenagem. Qual seria o futuro se o ceticismo predominasse? Do chão de uma fábrica nasceu um presidente. É a evidência da semeadura generosa promovida pelo desassombro de JK. — Lula, elogiando Juscelino na comemoração dos seus 106 anos [editar] Cronologia sumária Referências↑ Geneton Moraes Neto. Dossiê Brasília: os segredos dos presidentes. Editora Globo, 2005. p. 39 ↑ Casa JK: memorial de Juscelino. Rede Globo (9/7/2011). Página visitada em 27/5/2012. ↑ a b c CHAGAS, Carmo, Política — Arte de Minas, Editora Carthago & Forte, São Paulo, 1994 ↑ Projeto Memória - Juscelino Kubitschek. projetomemoria.art.br (2005). Página visitada em 31 de março de 2012. ↑ Zarco Fernandes -- JUSCELINO KUBITSCHEK "JUSSA": O ESTADISTA CIGANO (PDF). Dhnet.org.br. ↑ Conheça o fascínio do povo cigano. Thelinguist.com. ↑ Jatobá, 19-22. ↑ Jatobá, 30. ↑ Jatobá, 37. ↑ Jatobá, 40. ↑ Jatobá, 41. ↑ Jatobá, 44-45. ↑ Jatobá, 53-54. ↑ Jatobá, 58. ↑ Jatobá, 63-64. ↑ Jatobá, 71. ↑ Jatobá, 74. ↑ Jatobá, 75. ↑ Juscelino Kubitscheck. Medicina da UFMG. 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[editar] Ver tambémO Commons possui multimídias sobre Juscelino KubitschekO Wikiquote possui citações de ou sobre: Juscelino KubitschekMinistros do Governo Juscelino Kubitschek [editar] Ligações externasO governo Juscelino Kubitschek no sítio oficial da Presidência da República do Brasil (em português) Mensagens ao Congresso Nacional Mensagem de 1956 (em português) Mensagem de 1957 (em português) Mensagem de 1958 (em português) Mensagem de 1959 (em português) Mensagem de 1960 (em português) Centenário de JK: A Revolução do Otimismo Sítio do Memorial JK Precedido por José Osvaldo de Araújo Prefeito de Belo Horizonte 1940 — 1945 Sucedido por João Gusman Júnior Precedido por Milton Campos Governador de Minas Gerais 1951 — 1955 Sucedido por Clóvis Salgado da Gama Precedido por Nereu Ramos Presidente do Brasil 1956 — 1961 Sucedido por Jânio Quadros [Expandir]v • eGovernadores de Minas Gerais (1889 — 2012) Santos Pires • Cesário Alvim • Pinheiro da Silva • Domingos da Rocha • Bias Fortes • Augusto Álvares • Augusto de Lima • Gama Cerqueira • Cesário Alvim • Gama Cerqueira • Afonso Pena • Bias Fortes • Silviano Brandão • Costa Sena • Antônio de Sales • Pinheiro da Silva • Bueno Brandão • Venceslau Brás • Bueno Brandão • Delfim Moreira • Artur Bernardes • Raul Soares • Olegário Maciel • Mello Vianna • Ribeiro de Andrada • Olegário Maciel • Capanema • Valadares • Batista de Oliveira • Correia Beraldo • Ferreira de Carvalho • Noraldino Lima (interventor federal) • Alcides Lins • Milton Campos • Kubitschek • Salgado da Gama • Bias Fortes • Magalhães Pinto • Israel Pinheiro • Rondon Pacheco • Aureliano Chaves • Ozanam Coelho • Francelino Pereira • Tancredo Neves • Hélio Garcia • Newton Cardoso • Hélio Garcia • Azeredo • Itamar • Aécio • Anastasia [Expandir]v • ePresidentes do Brasil (1889–presente) Presidencialismo no Brasil • Palácio do Planalto • Palácio da Alvorada • Granja do Torto • Palácio Rio Negro • Casa da Dinda • Catetinho • Palácio do Catete • Palácio do Itamaraty (Rio de Janeiro) República Velha (1889–1930) Deodoro da Fonseca • Floriano Peixoto • Prudente de Morais • Manuel Vitorino • Campos Sales • Rodrigues Alves • Afonso Pena • Nilo Peçanha • Hermes da Fonseca • Venceslau Brás • Rodrigues Alves • Delfim Moreira • Epitácio Pessoa • Artur Bernardes • Washington Luís • Júlio Prestes Era Vargas (1930–1945) Junta de 1930 • Getúlio Vargas Período populista (1945–1964) José Linhares • Eurico Gaspar Dutra • Getúlio Vargas • Café Filho • Carlos Luz • Nereu Ramos • Juscelino Kubitschek • Jânio Quadros • Ranieri Mazzilli • João Goulart Ditadura militar (1964–1985) Ranieri Mazzilli • Castelo Branco • Costa e Silva • Junta de 1969 • Emílio Garrastazu Médici • Ernesto Geisel • João Figueiredo Nova República (1985–) Tancredo Neves - José Sarney • Fernando Collor de Mello • Itamar Franco • Fernando Henrique Cardoso • Luiz Inácio Lula da Silva • Dilma Rousseff Portal da política Portal da educação Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Juscelino_Kubitschek&oldid=30732831" Categorias: Nascidos em 1902Mortos em 1976Ex-alunos da Universidade Federal de Minas GeraisGovernadores de Minas GeraisPrefeitos de Belo HorizonteCandidatos à Presidência da República do BrasilPresidentes do BrasilSenadores de GoiásMembros do Partido Social DemocráticoOpositores da ditadura militar no Brasil (1964-1985)Tcheco-brasileirosCiganos do BrasilVítimas de acidentes de trânsito no BrasilCatólicos do BrasilNaturais de DiamantinaCategoria oculta: !Artigos com citações quebradas Ferramentas pessoaisCriar conta Entrar Espaços nominaisArtigo Discussão VariantesVistasLer Editar Ver histórico AçõesBusca NavegaçãoPágina principal Conteúdo destacado Eventos atuais Esplanada Página aleatória Portais Informar um erro ColaboraçãoBoas-vindas Ajuda Página de testes Portal comunitário Mudanças recentes Estaleiro Criar página Páginas novas Contato Donativos Imprimir/exportarCriar um livroDescarregar como PDFVersão para impressãoFerramentasPáginas afluentes Alterações relacionadas Carregar ficheiro Páginas especiais Ligação permanente Citar esta página Noutras línguasالعربية català Chavacano de Zamboanga česky dansk Deutsch English Esperanto español euskara suomi français galego עברית hrvatski Bahasa Indonesia Ido italiano 日本語 ქართული 한국어 Latina lietuvių Nederlands ‪norsk (bokmål)‬ occitan polski română русский српски / srpski svenska Türkçe українська Yorùbá 中文 Bân-lâm-gú Esta página foi modificada pela última vez à(s) 17h11min de 18 de junho de 2012. 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