sexta-feira, 20 de maio de 2011

10683 - AS ESPOSAS DE HENRIQUE VIII

EDIÇÃO DE JANEIRO DE 2007 - Henrique VIIIMarch 11, 2007 5:57 pm
As mulheres de Henrique VIII



Catarina de Aragão:

Princesa de Espanha, nascida a 16 de Dezembro do ano de 1485 e falecida a 7 de Janeiro de 1536, com 51 anos. Foi a primeira Rainha consorte de Henrique VIII de Inglaterra, tendo sido ainda mãe da Rainha, Maria I. Catarina, durante a sua juventude, foi bastante aclamada pela sua enorme beleza e inteligência. Conversava tanto em espanhol, como em latim, francês e mais tarde em inglês.
Filha mais nova dos Reis Católicos, Fernando I de Aragão e Isabel I de Castela, Catarina já havia sido casada com Artur Tudor, Príncipe de Gales e irmão mais velho de Henrique VIII, em 1501, casamento esse, contratado desde a infância dos dois. Só que Artur foi vitimado por epidemia, tornando-se Catarina viúva, o que a levou a uma segunda união com o irmão do então falecido marido, Henrique VIII.
Quando se tornou Rainha, ocupou a maioria do seu tempo em obras de caridade, o que lhe conferiu o amor do povo inglês, sendo, até hoje, a Rainha consorte mais amada por eles. Após algumas tentativas falhadas, Catarina deu á luz um rapaz, Henrique, que morreu pouco tempo depois. A sua última gravidez em 1516 resultou então numa filha, a futura Maria I de Inglaterra. Depois de Maria, Catarina não voltou a conceber, o que deixou o Rei Henrique preocupado com a sua sucessão, levando-o a querer anular o seu casamento com a jovem Rainha. Só que essa tentativa saiu falhada, visto que o Papa Clemente VII não parecia disposto a conceder a anulação desse casamento por várias razões, já faladas acima. Mas como vimos, Henrique VIII, já excomungado pela Igreja Católica Romana, tratou de proceder à separação da Igreja Católica da Inglaterra, e por isso anulou ele próprio o seu casamento com Catarina de Aragão. Perante este facto, Catarina foi afastada da filha, a princesa Maria, e exilada da corte, para viver na província, embora com todos os privilégios de uma Princesa de Gales. Mas jamais aceitou o divórcio e a despromoção e, por isso, continuou a assinar correspondência como “Catherine the Queen”.
Catarina acabou por falecer em Janeiro de 1536, vítima de uma doença prolongada, possívelmente cancro, e foi então supultada na Catedral de Peterborough, com as honras de uma Princesa de Gales.





Ana Bolena, Marquesa de Pembroke:

A data e o local do seu nascimento permanecem incertos no intervalo de 1495-1509, sendo apontado o ano de 1500 como o mais provável, tendo falecido a 19 de Maio de 1536, ainda muito jovem. Foi a segunda mulher de Henrique VIII de Inglaterra e mãe de Isabel I. O seu casamento com o Rei Inglês foi bastante polémico do ponto de vista político e religioso e resultou na criação da Igreja Anglicana. A ascensão e queda de Ana Bolena, considerada a mais controversa Rainha consorte de Inglaterra, inspiraram inúmeras biografias.
Ana, filha de Thomas Boleyn, Conde de Wiltshire e de Isabel Howard, filha do Duque de Norfolk, foi educada nos Países Baixos, na corte de Margarida, Arquiduquesa da Áustria. Por volta do ano de 1514, viajou para a corte francesa, onde se tornou uma das muitas aias da Rainha Cláudia de Valois, mulher do Rei Francisco I, onde aprendeu a falar o francês e se familiarizou com a cultura e etiqueta deste país. Esta experiência haveria de se mostrar decisiva na formação da personalidade desta jovem inglesa.
Em Janeiro de 1522, Ana Bolena regressou ao seu país, por ordem do pai, e entrou ao serviço de Catarina de Aragão, a consorte de Henrique VIII, de quem a sua irmã, Maria Bolena era então amante oficial. Neste período, Ana desenvolveu uma relação com o filho do Conde de Northumberland, Henry Percy, e os dois chegaram a estar secretamente noivos. No entanto, este casamento foi impedido por Thomas Boleyn por razões incertas e Ana foi afastada da corte.
Em meados de 1525 regressou e no ano seguinte, substituiu a irmã mais velha nas atenções ao Rei. A príncipio, Ana rejeitou todos os avanços de Henrique VIII, mas em 1527 o Rei pediu-a em casamento e ela aceitou, sem ceder em tornar-se sua amante.
O início desta relação, ao que tudo indica platónica, parece ter despoletado o desejo do Rei em procurar o fim do casamento com a então Rainha, Catarina de Aragão, que se aproximava da meia idade e já não parecia capaz de produzir o herdeiro varão para a casa Tudor que o Rei tanto desejava.
O poder de Ana aumentou de forma exponencial e esta tornou-se influente na diplomacia inglesa ao estabelecer uma relação de amizade com Monsieur de la Pommeraye, o embaixador francês que estava apaixonado por ela. O diplomata John Barlow era também um admirador e espiava no Vaticano às suas ordens.
Em 1532, Henrique VIII, tornou-a Marquesa de Pembroke, fazendo-a a primeira mulher a receber um título nobiliárquico de seu pleno direito. A sua familia também foi beneficiada: o pai recebeu o Condado de Ormonde e o irmão, George Boleyn, tornou-se Visconde Rochford. Ana não era no entanto uma personagem popular, e em 1531, os apoiantes da Rainha Catarina de Aragão, organizaram uma manifestação contra Ana Bolena, que reuniu cerca de oito mil mulheres nas ruas de Londres.
Finalmente, em 1532, em Calais, Henrique VIII e Ana Bolena tornaram-se amantes, e a 25 de Janeiro de 1533, antes do anúncio oficial da dissolução unilateral do casamento com Catarina de Aragão, Henrique casou-se secretamente com Ana, no Palácio de Whitehall. Esta pressa pode ter estado relacionada com uma gravidez de Ana Bolena e a necessidade de Henrique VIII em não deixar sombra de dúvidas quanto à legitimidade de um herdeiro.
A 1 de Junho, Ana foi coroada Rainha da Inglaterra sob o desagrado da população londrina, que boicotou as celebrações. Henrique VIII foi então excomungado pelo Papa Clemente VII por esta afronta ao direito canónico, a 11 de Julho. Em Setembro, Ana deu à luz uma menina, a futura Isabel I da Inglaterra.
Enquanto Rainha, Ana Bolena procurou introduzir muitos aspectos da cultura francesa na corte inglesa, continou muito influente junto ao Rei e diz-se mesmo que foi por sua indicação que a maioria dos bispos da nova Igreja (Anglicana), conseguiu o seu posto. Henrique VIII parecia satisfeito com ela em tudo, menos na falta de um herdeiro.
No ano de 1536, Catarina morreu na sequência de uma doença prolongada e Ana teve o mau gosto de celebrar o evento vestida de amarelo, quando o resto da corte, incluíndo Henrique VIII, se encontrava de luto pela Princesa de Gales. A partir de então, Henrique começou por se afastar da mulher, que consequentemente se tornou vulnerável a intrigas. A gota de água terá sido a subida de Joana Seymour, aia de Ana Bolena, ao estatudo de amante.
Em Maio de 1536, após cerca de 1000 dias como Rainha consorte da Inglaterra, Ana foi presa na Torre de Londres, acusada de adultério, incesto e uso de feitiçaria para atrair amantes e o próprio Henrique VIII. Cinco homens, incluíndo o seu irmão, o Lord Rochfort, foram também presos e interrogados sobre tortura. Baseado nas confissões resultantes, o Parlamento condenou Ana Bolena por traição a 15 de Maio, tendo sido o casamento com Henrique VIII anulado dois dias depois, por razões desconhecidas, uma vez que os registos foram destruídos. A 19 de Maio de 1536, Ana foi decapitada na Torre de Londres e onze dias depois, Henrique VIII casou-se com Joana Seymour.





Joana Seymour:

Nascida em1509 e falecida a 24 de Outubro de 1537, com apenas 28 anos, foi a terceira mulher de Henrique VIII de Inglaterra e a única a dar-lhe o tão desejado herdeiro, que sobreviveu aos primeiros meses.
Joana, filha de Sir John Seymour e de Margarida Wentworth, foi trazida para a corte muito cedo, tendo sido aia das rainhas Catarina de Aragão e Ana Bolena, até atrair as atenções do Rei. A sua ascensão coincidiu com a queda de Ana Bolena e foi a vontade de Henrique VIII em casar com Joana que percipitou a execução da sua segunda mulher. O casamento realizou-se a 30 de Maio de 1536, menos de duas semanas após a morte de Ana Bolena.
Como Rainha, Joana era a antítese da espalhafatosa Ana Bolena. A vida social da Rainha da Inglaterra reduziu-se e foram proibidas todas as manifestações de exagero nas roupas e nos modos de conduta. Era formal, séria e não tinha amizades masculinas, o que depois do escândalo ocorrido era, sobretudo, um acto de bom senso.
Joana não interferiu directamente na vida política, mas a sua ascensão a Rainha consorte trouxe para a ribalta os seus dois irmãos, Eduardo e Tomás Seymour. O Rei era absolutamente fascinado por ela e concedia-lhe todos os seus desejos, inclusivé a satisfação dos apetites exóticos resultantes da gravidez.
Quando Joana morreu, na sequência do parto do futuro Eduardo VII, Henrique VIII organizou-lhe um funeral monumental e declarou o luto na corte por muito tempo. De facto haveria de esperar três anos até ao seu próximo casamento. Joana foi supultada no Castelo de Windsor.





Ana de Cleves:

Nascida a 22 de Setembro de 1515 e falecida a 16 de Julho de 1557, foi a quarta Rainha consorte de Henrique VIII de Inglaterra, por apenas seis meses em 1540. Ana nasceu em Dusseldorf e era filha de João III, Duque de Cleves, líder de um dos estados germânicos pioneiros na implementação do Movimento Protestante.
A posição de Cleves face à Igreja Católica tornava-o num potencial aliado do Rei inglês, líder da recentemente (1533) criada Igreja Anglicana. A união era diplomaticamente valiosa e foi defendida entre outros por Thomas Cromwell, chanceler do Reino. O pintor Hans Holbein, foi então contratado para efectuar um retrato de Ana, cujo resultado em muito agradou Henrique VIII. Quando Ana chegou à Inglaterra, ficou evidente o talento de Holbein, pois a pintura superava o modelo, em atributos físicos. Ana não era uma mulher bonita e tinha a cara coberta de cicatrizes de varíola, prontamente disfarçadas no retrato. Henrique VIII, ficou desconsolado com a escolha da noiva desde o primeiro momento, mas apesar disso casou com Ana, a 6 de Janeiro de 1540, em Greenwhich.
Uma das aias designadas para Ana foi Catarina Howard, uma jovem de quinze anos, com quem o Rei iniciou uma relação amorosa quase de imediato. O casamento com Ana, acabou por ser anulado a 9 de Julho do mesmo ano, com base na não consumação, e pouco depois Henrique VIII casou com a jovem Catarina Howard.
Ana de Cleves decidiu ficar em Inglaterra e foi generosamente recompensada pelo incómodo do divórcio. Henrique VIII conferiu-lhe uma pensão, o usufruto do Castelo de Hever e os títulos de Princesa da Inglaterra e Irmã do Rei. No fim da sua vida, Ana converteu-se ao Catolicismo e tornou-se confidente das enteadas, Maria e Isabel.





Catarina Howard:

Nascida no ano de 1525 e falecida a 13 de Fevereiro de 1542, foi a quinta Rainha consorte de Inglaterra, através do seu casamento com Henrique VIII. Catarina era filha de Edmundo Howard, sobrinha do Duque de Norfolk e prima de Ana Bolena.
Durante a sua infância, o pai foi o governador de Calais e Catarina cresceu na casa de sua avó, a Duquesa de Norfolk, que não lhe deu a atenção necessária, permitindo que ela desenvolvesse algumas relações amorosas.
Em 1539, Catarina tornou-se aia de Ana de Cleves, futura Rainha consorte de Henrique VIII. O Rei no entanto, encantou-se por ela e não pela mulher, o que precipitou o divórcio. A 28 de Julho de 1540, celebrou-se então o casamento e Catarina tornou-se a nova Rainha da Inglaterra.
Apesar da paixão que o Rei lhe tinha e dos presentes luxuosos com que a cobria, Catarina não encontrou a felicidade no casamento e tomou um favorito, Tomás Culpeper, um cortesão. A verdadeira natureza desta relação continua por ser esclarecida, mas o que é certo é que ambos trocaram correspondência, considerada incriminatória. Enquanto Rainha, Catarina chamou à corte alguns dos seus antigos amigos, nomeadamente Francis Dereham, que tinha alegado sido seu amante em Norfolk e que se tornou no seu secretário particular.
As companhias da Rainha e o seu passado começaram a levantar suspeitas em 1541, o que de início foi recusado pelo Rei, Henrique VIII, mas quando as cartas de Culpeper e Catarina apareceram, mandou colocá-la sob prisão na Abadia de Middlesex. Catarina perdeu o título de Rainha e foi repudiada. Em Dezembro, Culpeper e Dereham foram executados.
Em Janeiro de 1542, Catarina começou a ser julgada por adultério, o que numa Rainha era equivalente a traição, tendo sido por isso considerada culpada e nesse mesmo ano executada na Torre de Londres, mais precisamente a 13 de Fevereiro. Diz-se que passou os últimos dias a ensaiar a sua execução.





Catarina Parr:

Nascida no ano de 1512 e falecida a 5 de Setembro de 1548, foi a sexta e última Rainha consorte do Rei Henrique VIII de Inglaterra.
Catarina, filha de Sir Thomas Parr e da sua mulher Maud Green, casou com apenas 15 anos, com Edward, Lord Borough, que morreu poucos anos depois. No principio da década de 1530, Catarina casou de novo com John Neville, Lord Latimer, mas após a sua morte, tornou-se numa viúva de enorme fortuna e atraiu as atenções de Tomás Seymour, irmão de Joana Seymour, que retribuiu. Catarina e Seymour fizeram planos de matrimónio, mas o Rei Henrique VIII apaixonou-se por ela e propôs-lhe casamento. Sem força política para recusar os avanços do Rei, Catarina cedeu e tornou-se na sua sexta mulher a 12 de Julho de 1543.
Enquanto Rainha, Catarina procurou reconciliar o Rei com as suas duas filhas, as princesas Maria e Isabel, então despromovidas à condição de bastardas. A sua relação com Henrique VIII não foi propriamente tranquila, sendo frequentes as discusões entre o casal. No entanto, dado que o foco de discórdia era a teologia, Catarina nunca perdeu o favor político e Henrique apreciava a sua cultura e tenacidade intelectual. As suas convicções religiosas, que lhe valeram a censura de Henrique, por ser demasiado Protestante, eram uma das caracteristicas e influenciaram a sua enteada Isabel, de quem era especialmente amiga.
Após a morte de Henrique VIII, Catarina conseguiu casar com o seu antigo apaixonado, Tomás Seymour. O casamento não foi provavelmente o que ela esperava, uma vez que Seymour se mostrava mais interessado no dinheiro dela e na Princesa Isabel, então a viver com o casal. Apesar disso, Catarina ficou grávida pela primeira vez, após quatro casamentos, e morreu de complicações relacionadas com o parto da filha, Maria, que não sobreviveu por muito tempo.



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