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ESCÓCIA
Um dos quatro Estados que formam o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Os outros são: Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales. A área da Escócia é de 78.080 km2, e sua população, de cerca de 5.064.200 habitantes. A capital do país é Edimburgo e a língua oficial, o inglês.
A Escócia situa-se ao norte da ilha da Grã-Bretanha. A maior parte de seu território é coberta por montanhas. Elevações, vales e lagos destacam-se na paisagem.
Os escoceses são descendentes de pictos, celtas, romanos e escandinavos. Eles conservaram muitos símbolos de sua longa história – sobretudo das difíceis lutas para conquistar a independência em relação a Inglaterra.
Nas paradas no castelo de Edimburgo, onde viviam os reis da Escócia, desfilam tropas que usam kilts (saiotes pregueados em tecido xadrez) e marcham ao som de gaitas de foles. Nesse castelo, onde ainda tremula a bandeira real da Escócia, soldados escoceses montam guarda à antiga Coroa real do país. Na economia da Escócia, destacam-se a pesca, o cultivo de cereais e de batata, a criação de gado bovino e a produção de aparelhos eletrônicos, tecidos e uísque.
Edimburgo, capital da Escócia, cidade famosa pela arquitetura e pelos festivais internacionais.
HISTÓRIA
Os primeiros habitantes da Escócia teriam vindo do continente europeu há cerca de 6.000 anos. Utilizavam utensílios de sílex (pedra muito dura), construíam barcos e faziam cerâmica. O avanço no desenvolvimento da região ocorreu por volta de 300 a.C., com a invasão de tribos celtas, vindas da Europa, que introduziram o uso do ferro.
Invasão Romana. Forças romanas comandadas por Cneu Júlio Agrícola, governador romano da Inglaterra, invadiram a Escócia em 80 d.C. Os romanos deram à província o nome de Caledônia e chamaram o povo local de pictos (pintados), porque eles se pintavam por todo o corpo. Com dificuldade de dominar os pictos, os romanos abandonaram a província no início do séc. V.
Começo do Reino Escocês. No séc. VI, uma tribo celta, os escotos, veio do norte da Irlanda e fixou-se na costa ocidental da Escócia. O monge irlandês São Colombano juntou-se a eles em 563, fundou um mosteiro e começou a converter os pictos ao cristianismo.
Rei dos escotos, Kenneth Mac Alpin foi coroado também rei dos pictos em 844 e fundou Alba, o primeiro reino unido na Escócia.
Muitas lutas violentas pelo trono escocês tiveram início no final do séc.X e no seguinte. Em 1057, Malcolm III matou Macbeth, general que assassinara seu pai, Duncan I.
Casado com uma princesa inglesa, Malcolm permitiu que refugiados ingleses se fixassem na Escócia depois da conquista da Inglaterra pelos normandos em 1066. Ao dar terras a alguns deles, introduziu o feudalismo no país.
Lutas contra a Inglaterra. Os reis escoceses que sucederam a Malcolm III guerrearam a Inglaterra durante cerca de 150 anos, pois os ingleses desejavam dominar toda a ilha da Grã-Bretanha.
No reinado de Alexandre III, entre 1249 e 1286, a agricultura e o comércio floresceram e muitas estradas e pontes foram construídas. Estabeleceu-se uma fronteira entre a Escócia e a Inglaterra, e os dois países permaneceram em paz.
Luta pela Independência. Em 1296, Eduardo I da Inglaterra invadiu a Escócia, apoderou-se da Pedra de Scone, símbolo escocês de autoridade real, e proclamou-se rei da Escócia. Pouco depois, os escoceses revoltaram-se sob o comando de William Wallace, primeiro herói popular escocês, e obtiveram várias vitórias. Em 1305, os ingleses executaram Wallace.
Robert Bruce passou, então, a liderar a revolta e venceu a forças de Eduardo II em 1314. No entanto, Eduardo recusava-se a reconhecer a independência escocesa. Os escoceses declararam-se independentes em 1320. Em 1328, Eduardo III finalmente reconheceu Bruce como rei Roberto I da Escócia.
A Casa de Stuart. Davi II, filho de Roberto I, morreu em 1371 sem deixar sucessor. A casa de Stuart venceu a disputa e entronou Roberto II. Os Stuart mantiveram seus estreitos laços com a França e lutaram continuamente contra a Inglaterra. Em 1503, Jaime IV tentou firmar a paz com a Inglaterra ao casar-se com Margarida Tudor, princesa inglesa. Logo, porém, retomou a política de colaboração com a França. A rainha da França, Ana da Bretanha, incitou Jaime a declarar guerra a Henrique VIII da Inglaterra. Em 1513, Jaime invadiu a Inglaterra e foi morto. As forças escocesas foram novamente derrotadas pelos ingleses em 1542. Nesse mesmo ano, a neta de Jaime, Maria Stuart, tornou-se rainha da Escócia.
Castelo de Edimburgo, principal ponto turístico da Escócia, foi construído sobre um penhasco.
A Reforma Escocesa. Até a década de 1560, a Igreja Católica era a autoridade eclesiástica oficial da Escócia, com a desaprovação de muitos líderes escoceses. John Knox, ministro escocês, liderou o movimento que oficializou a Igreja Presbiteriana.
Em 1567, Maria, que era católica, foi obrigada a abdicar do trono em favor de seu filho Jaime VI, ainda criança. Jaime VI foi educado de acordo com o protestantismo, e a Igreja Presbiteriana firmou-se como a religião oficial da Escócia durante seu reinado.
Guerra contra o Rei. Quando Elizabeth I da Inglaterra morreu, em 1603, Jaime VI da Escócia herdou o trono inglês. Ele transferiu a corte para Londres, assumiu o título de rei Jaime I da Inglaterra e governou a Escócia e a Inglaterra como reinos separados. Jaime estimulou a criação de colônias escocesas na Irlanda e na América e começou a reorganizar a Igreja Presbiteriana.
Em 1638, porém, um grupo de escoceses firmou o Covenant, acordo pelo qual se comprometia a manter a Igreja Presbiteriana tal como era. Em 1642, puritanos ingleses, liderados por Oliver Cromwell, rebelaram-se contra Carlos I, sucessor de Jaime. Teve início, então, uma guerra civil na Inglaterra. Os adeptos do Covenant apoiaram Cromwell e os puritanos, que degolaram Carlos I.
Os escoceses convenceram o filho do rei morto a aderir ao Covenant. Desafiaram Cromwell e proclamaram Carlos II rei. Cromwell, porém, derrotou as forças de Carlos em 1650 e quatro anos depois obrigou os escoceses a unir-se à Inglaterra. Carlos II voltou a ser rei em 1660. Desfez a união entre a Escócia e a Inglaterra e governou os dois países separadamente.
União com a Inglaterra. Depois da morte de Carlos II, líderes ingleses e escoceses concluíram que os dois países deviam fundir-se para preservar a paz. Em 1707, os parlamentos da Escócia e da Inglaterra aprovaram o Ato de União, que reunia Escócia, Inglaterra e Gales sob um único reino – o Reino Unido da Grã-Bretanha. As leis da Escócia e a Igreja Presbiteriana não sofreram alterações, mas os escoceses dissolveram seu Parlamento e enviaram representantes para o Parlamento britânico.
Depois da união, muitos escoceses permaneceram fiéis à casa de Stuart. Eram chamados jacobitas, denominação derivada de Jacobus, nome latino de seu líder, Jaime Eduardo Stuart. Depois de derrotadas as duas revoltas jacobitas (1715 e 1745), não houve mais lutas separatistas.
Em 1801, constituiu-se o Reino Unido da Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales. Em 1949, a Irlanda (Eire), no sul da ilha irlandesa, tornou-se independente. A outra parte, Irlanda do Norte, não se tornou independente, e todo o reino passou a chamar-se Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte – ver REINO UNIDO.
Callanish Stones, monumento de pedra localizado na Ilha de Lewis, região noroeste da Escócia.
ARTES
A Escócia produziu muitos artistas famosos, especialmente no campo literário. Dentre os escritores escoceses, destacam-se: John Barbour, Gawin Douglas, William Dunbar, Allan Ramsay, Robert Burns, Hugh Mc Diarmid, Tom Scott, Douglas Young, James Boswell, John Arbuthnot, Thomas Carlyle, John Lockhart, Sir Walter Scott, Robert Louis Stevenson e Sir James Barrie.
Na pintura, destacam-se: Allan Ramsay (filho do poeta), sir Henry Raeburn, sir James Guthrie, W.Y. Macgregor, William Mc Taggart, sir William Q. Orchardson, John Pettie e sir David Wilkie.
A música escocesa concentra-se tradicionalmente na gaita de foles. O Festival Internacional de Artes de Edimburgo apresenta produções musicais e teatrais.
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