quarta-feira, 4 de maio de 2011

10491 - TALIBAN

TalibanOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Bandeira do Taliban, com a chahada ou profissão de fé dos muçulmanos.
Guarda de fronteira do Taliban em Torkham no Afeganistão. 2001.O Taliban (também transliterado Taleban, Talibã ou Talebã, do pachto: طالبان, transl. ṭālibān, "estudantes") é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e sobretudo no Afeganistão, a partir de 1994, e que efetivamente governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, apesar de seu governo ter sido reconhecido por apenas três países: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão. Seus membros mais influentes, incluindo seu líder, Mohammed Omar, eram simplesmente ulema (isto é, alunos e universitários) em suas vilas natais. O movimento desenvolveu-se entre membros da etnia pachtun, porém também incluía muitos voluntários não afegãos do mundo árabe, assim como de países da Eurásia e do sul e sudeste da Ásia.

É oficialmente considerado como organização terrorista pela Rússia [1], pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Índice [esconder]
1 O movimento
2 Cultura
3 Vida sob o governo taliban
3.1 Lei Islâmica
3.2 Ópio
3.3 Mulheres
3.4 Outras religiões
3.5 Relacionamento com Osama Bin Laden
4 Ver também
5 Referências

[editar] O movimentoComo um movimento político e militar contra a invasão soviética do Afeganistão, os talibans são conhecidos por terem-se feitos portadores do ideal político-religioso de recuperar todos os principais aspectos do Islã(cultural, social, jurídico e económico), com a criação de um Estado teocrático.

Durante a invasão soviética do Afeganistão (1979-1989), o governo dos Estados Unidos, através da chamada Operação Ciclone, nome em código do programa da CIA, armou os mujahidins do Afeganistão.[carece de fontes?] Foi uma das mais longas e dispendiosas operações da CIA jamais realizadas. [2] Entre 1987 e 1989, os serviços secretos do Paquistão (ISI) e a CIA operavam juntas, armando as milícias taliban, que combatiam as tropas soviéticas.[3]


Territórios controlados pelas partes em conflito em 1996: em amarelo território sob controle do Taliban.Depois que os vários grupos de resistência contra a ocupação soviética tomaram Cabul e estabelecem um governo marcado por lutas internas e guerras civis, o Taliban surgiu como uma alternativa caracterizada pela predominância pashtun e o rigor religioso extremo, criando na população expectativas de que acabaria com o constante estado de guerra interno e os abusos dos senhores da guerra. Controlando 90% do Afeganistão por cinco anos, o regime taliban, que se chamava o "Emirado Islâmico do Afeganistão", ganhou o reconhecimento diplomático de apenas três países: Paquistão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Tinham como objetivo declarado impor a lei islâmica e alcançar um estado de paz.

Muitos membros do grupo Taliban cresceram em campos de refugiados no Paquistão e foram educados em madrassas, onde também aprenderam táticas de guerrilha e prepararam a tomada de Cabul.

Subiram ao poder depois de derrotar o presidente Burhanuddin Rabbani e seu chefe militar, Ahmad Shah Massoud, tendo a capital, Cabul, em 1996. Depois de ocupar a capital, assassinaram o ex-presidente comunista Mohammad Najibullah e seu irmão.


Taliban em Herat em Julho de 2001.Depois de implementar um rigoroso regime islâmico e surpreender o mundo com algumas de suas ações mais extremas, procederam a destruição dos Budas de Bamiyan (Patrimônio da Humanidade), que depois de sobreviver quase intactos durante 1500 anos, foram destruídos com dinamite e disparos de tanques. Em março de 2001, os dois maiores Budas foram demolidos em alguns meses de bombardeio pesado. O governo islâmico do Taliban criticou a UNESCO e as ONGs do exterior pela doação recursos para reparar essas estátuas quando há muitos problemas urgentes no Afeganistão, [carece de fontes?] e decretou que as estátuas eram ídolos e, portanto, ao contrário ao Alcorão.

A mídia informou que o Taliban deu refúgio a Osama bin Laden. Após o ataque terrorista às Torres Gêmeas em Nova York, as forças dos EUA argumentaram que, como o Afeganistão tendo decidido não entregar Bin Laden, o país seria atacado. Assim, derrubou-se o regime taliban e favoreu-se, com o apoio de outros países, a instalação do governo liderado por Hamid Karzai.

A facilidade da derrubada do Taliban levou à tentação dos Estados Unidos de invadir o Iraque, um país designado como parte do chamado "Eixo do Mal", pelo Presidente dos EUA George W. Bush. No entanto, após a invasão do Iraque e da posterior estagnação do sucesso internacional das forças de ocupação no Iraque, o Taleban recuperou a força, obteve um certo nível de controle político e aceitação na região de fronteira com o Paquistão e iniciou uma insurgência contra os EUA e o governo afegão, constituído após as eleições gerais. Assim, utiliza-se dos mesmos métodos da resistência no Iraque, incluindo emboscadas e atentados suicidas contra as tropas ali estacionadas dos países europeus e dos Estados Unidos.

O Taliban tem se reagrupado desde 2004 e revivido como um movimento de insurgência forte, regido Pashtuns locais, empreendendo uma guerra de guerrilha contra os governos do Afeganistão, Paquistão e as tropas da OTAN, lideradas pela Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF).[4] O movimento é composto principalmente por membros pertencentes a tribos da etnia pashtun, [5] juntamente com voluntários de países islâmicos próximos como uzbeques, tadjiques, chechenos, árabes, punjabis e outros. .[6][7][8] Opera no Afeganistão e Paquistão, sobretudo em torno das regiões da Linha Durand. Os EUA afirmam que a sua sede é em Quetta (ou nas proximidades), no Paquistão, e que o Paquistão e o Irã fornecem apoio ao grupo [9][10][11][12], apesar de ambas as nações negarem isso. .[13][14]

O Mulá Mohammed Omar, na clandestinidade, lidera o movimento. [15] Comandantes originais de Omar foram "uma mistura de ex-comandantes de pequenas unidades militares e professores de madrassa",[16] enquanto a sua linha de soldados foi composta principalmente por refugiados afegãos que haviam estudado em escolas religiosas islâmicas no Paquistão. Os talibans receberam um treinamento valioso, suprimentos e armas do governo paquistanês, em especial do Inter-Services Intelligence (ISI), [17] e muitos recrutas das madrasas dos refugiados afegãos no Paquistão, principalmente aqueles estabelecidos pelo Jamiat Ulema-e-Islam (JUI).[18]

[editar] CulturaNas línguas faladas no Afeganistão (o pársi ou persa moderno e o pashtun), taliban significa "aqueles que estudam o livro" (ou seja, o Corão). Os taliban pertencem ao movimento islâmico sunita Deobandi, que enfatiza a piedade, a austeridade e as obrigações familiares. Este movimento emergiu em áreas de etnia pashtun.

[editar] Vida sob o governo talibanAlgumas atividades que foram banidas do Afeganistão durante o regime Taliban:

leitura de alguns livros
portar câmeras sem licença
cinema, televisão, uso de videocassetes (considerados decadentes e promotores da pornografia ou de ideias não-muçulmanas)
uso de internet
música
artes (pinturas, estátuas e esculturas de outras religiões)
as mulheres só podiam sair acompanhadas de um homem
empinar pipas (considerado perda de tempo, além de serem usadas em rituais hindus)
fotografar mulheres e exibir tais fotografias
plantio de ópio
rinha de cães
previsão do tempo
Barbear-se
[editar] Lei Islâmica[editar] ÓpioApesar do regime taliban ter banido o cultivo de papoulas de ópio em fins de 1997, estima-se que o seu cultivo tenha crescido e que, em 2000, fosse responsável por 72% da produção mundial. A maior parte do ópio afegane é vendida na Europa. O cultivo de papoulas cresceu com a queda do regime taliban.

[editar] MulheresO regime taliban impedia as mulheres de trabalhar e tinha regras rígidas sobre a educação feminina. Em alguns casos, as mulheres eram impedidas de terem acesso a hospitais públicos para que não fossem tratadas por médicos ou enfermeiros homens. As mulheres não podiam sair de casa sem acompanhantes homens e saíam somente pela porta de trás do ônibus. As mulheres que eram viúvas ou que não possuíam filhos não eram consideradas pessoas pelo Estado e muitas vezes enfrentavam a fome.

[editar] Outras religiões
Estátua de Buda em Bamyan, antes de sua destruição pelos talibans.Em março de 2001, o taliban ordenou a destruição de duas gigantescas estátuas de Buda em Bamiyan, uma de 38 metros de altura e 1800 anos de idade e outra com 52 metros de altura e 1500 anos de idade. O ato foi condenado pela UNESCO e por vários outros países do mundo, incluindo o Irã.

Em face de conflitos com anciões de religião hinduísta, que frequentemente eram confundidos com islâmicos que haviam desrespeitado a ordem de não rasparem as barbas, os taliban decretaram, em maio de 2001, que os hindus e membros de outras religiões usassem um símbolo amarelo como identificação. Esta ordem foi posteriormente modificada em junho para obrigar os hindus a usarem uma carteira de identidade especial. O ato de empinar pipas, presente em alguns rituais hindus, foi banido por ser considerado perda de tempo.

As conversões de islâmicos a outras religiões foram banidas (o afegão era punido com a morte e o estrangeiro, expulso).

[editar] Relacionamento com Osama Bin LadenEm 1996 o saudita Osama bin Laden mudou-se para o Afeganistão, a convite da Aliança do Norte. Segundo o governo norte-americano, quando os taliban chegaram ao poder, a organização Al Qaeda, de Bin Laden, aliou-se a eles. Muitos ocidentais[quem?] acreditam que o movimento taliban e a Al Qaeda já tinham relações bastante próximas, e que integrantes desta última tenham integrado as forças do Taliban entre 1997 e 2001. [carece de fontes?]

Em resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos e seus aliados invadiram o Afeganistão, à caça de Osama Bin Laden, que estaria refugiado no país, sob a proteção do regime taliban. Finalmente em 2011, 10 anos após o ataque de 11 de setembro, Osama Bin Laden é encontrado e morto no Paquistão por soldados norte americanos. A operação já estava sendo planejada desde setembro 2010 pelo Governo de Obama Presidente dos Estados unidos onde se reuniu 5 vezes com a cúpula do serviço de inteligência americano para dar por fim toda a operação de resgate e captura do terrorista .

[editar] Ver tambémMulá Omar
Guerra do Afeganistão (2001–presente)
Insurgência talibã
Alegações de assistência da CIA a Osama bin Laden
Referências↑ (em russo)[1]
↑ The Oily Americans Time,13 de maio de 2003
↑ Pesadelos no Afeganistão. O Globo, 28 de julho de 2010.
↑ ISAF has participating forces from 39 countries, including all 26 NATO members. See ISAF Troop Contribution Placement, 2007-12-05.
↑ Pakistan and the Taliban: It's Complicated. ShaveMagazine.com.
↑ Wiping out Uzbek, Tajik & Foreign terrorists in FATA
↑ Terrorist camp may hold clues to Taliban operations
↑ Suicide car bomb kills 24 in northwest Pakistan
↑ U.S. says Pakistan Iran helping Taliban
↑ Iran helping the Taliban, US ambassador claims
↑ Iran accused of assisting Afghan Taliban
↑ Iran helping the Taliban, US ambassador claims
↑ Schmitt, Eric. "Taliban Haven in Pakistani City Raises Fears", New York Times, 2009-02-09.
↑ Schmitt, Eric. "Taliban Widen Afghan Attacks From Base in Pakistan", New York Times, 2009-09-24.
↑ From the article on the Taliban in Oxford Islamic Studies Online
↑ Goodson 2001, p. 114.
↑ Rashid 2000, pp. 17–30.
↑ Rashid 2000, p. 26, 29.
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