sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

KARL DONITZ - DITADOR ALEMÃO

Karl DönitzOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Karl Dönitz

6º presidente da Alemanha
Mandato 30 de Abril de 1945
a 23 de Maio de 1945
Antecessor(a) Adolf Hitler (Führer)
Sucessor(a) Conselho de Controlo Aliado (Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha)
Theodor Heuss (República Federal da Alemanha)
Wilhelm Pieck (República Democrática Alemã)
Vida
Nascimento 16 de Setembro de 1891
Berlim, Império Alemão
Falecimento 28 de dezembro de 1980 (89 anos)
Aumühle, Alemanha
Nacionalidade Alemão
Partido NSDAP
Profissão militar
Serviço militar
Apelido(s) Der Löwe (O Leão)
Anos de serviço 1910-1945
Graduação Grande almirante
Unidade Marinha de Guerra
Reichsmarine
Marinha Imperial
Batalhas/guerras Primeira Guerra Mundial
Segunda Guerra Mundial (Batalha do Atlântico)
Condecorações Cruz de Ferro (1ª Classe)
Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro
ver
Karl Dönitz (Grünau, 16 de setembro de 1891 — Aumühle, 24 de dezembro de 1980) foi um militar e político alemão, comandante da Kriegsmarine, a marinha alemã, e presidente do seu país durante 23 dias após a morte de Adolf Hitler[1].

Pertencia a uma família prussiana de classe média alta. No início da Primeira Guerra Mundial fez parte da tripulação do Cruzador Breslau, quando navegou pelo Mar Mediterrâneo e Negro. Quando começaram a surgir as primeiras flotilhas de submarinos, solicitou voluntariamente sua transferência. Em 1916, comandou o U-68 e depois o U-25. Durante uma batalha um dos seus submarinos foi afundado, ele e sua tripulação foram capturados pelos Britânicos e feitos prisioneiros até 1919. Durante o período entre guerras comandou vários navios e por seus méritos foi subindo na hierarquia que se formava na nova Kriegsmarine. Homem de grande visão sempre viu os submarinos uma grande arma. Ainda neste período percorreu o mundo como comandante do cruzador leve Emden, onde conheceu a aprimorou várias técnicas que seriam utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.

Duas destas seriam mundialmente conhecidas e serviriam de referência em combates navais com U-Boats:

Rudeltaktik ( tática da matilha)
Tonnageschlacht (batalha de tonelagem)
A primeira tática consistia em agrupar os submarinos para atacarem em bandos como lobos. Já a segunda orientava os submarinos a concentrar-se no afundamento da marinha mercante do adversário, fazendo com que a tonelagem dos navios afundados superasse a do total dos novos navios construídos para substituir as lacunas na frota. Isto fazia com que o adversário diminuísse o seu nível de reposição ao teatro de combate.

O Grande almirante, como era chamado, alcançou alta cotação na Alemanha Nazista, apesar de nunca ter pertencido ao Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores. Ele serviu como comandante-em-chefe de submarinos durante a Segunda Guerra Mundial, de 19 de Setembro de 1939 até seu fim. Sob sua administração, a frota dos U-Boot combateu na Batalha do Atlântico, tentando cortar os fornecimentos vitais dos Estados Unidos e de outros para o Reino Unido.

Antes da guerra, Dönitz fez pressão pela conversão da frota de superfície alemã numa frota composta quase por completo por submarinos. Defendia uma estratégia de ataque apenas dirigido contra a marinha mercante britânica, cujos navios eram alvos relativamente seguros de atacar. Fazia notar que a destruição da frota britânica de petroleiros iria levar à falta dos fornecimentos de combustível necessários para que a Marinha Real Britânica mantivesse os seus navios em funcionamento, o que seria tão eficaz como afundá-los. Dizia que com uma frota de trezentos dos mais recentes U-Boot tipo VII, a Alemanha conseguiria pôr a Grã-Bretanha fora de combate. A fim de lidar com os sempre presentes navios de escolta, propôs o agrupamento de vários submarinos numa "alcateia", que iria subjugar a defesa.

À época, muitos sentiram que tal conversa significava um enfraquecimento, e isso foi verdade do comandante de Dönitz, o Almirante Erich Raeder. Os dois constantemente lutavam por prioridades de verba na Marinha, enquanto que ao mesmo tempo, lutando com amigos de Hitler, como Hermann Göring, que recebia muita atenção. Raeder possuía uma atitude confusa: notavelmente, ele aparentemente não acreditava que as forças alemãs de grandes navios era de muito uso, comentando à época que tudo o que podiam esperar era morrer valentemente. Dönitz, por outro lado, não mostrava-se tão fatalista.

Índice [esconder]
1 Papel na Segunda Guerra Mundial
2 Julgamento
3 Família
4 Referências
5 Bibliografia

[editar] Papel na Segunda Guerra MundialQuando a guerra começou em 1939, mais cedo do que muitos esperavam, a força de submarinos de Dönitz incluía apenas 50 embarcações, muitas delas de curto alcance. Mesmo assim, ele fez o que podia com o que tinha, constantemente ameaçado por Raeder, com Hitler pedindo mais barcos para ações militares para operações diretas contra a frota naval dos britânicos. Tais operações geralmente eram mal sucedidas, enquanto outros navios da frota alemã continuavam a operar contra frotas mercantes.

Em 1941, porém, o suprimento do Tipo VII cresceu ao ponto em que operações marinhas estavam surtindo efeito na economia do Reino Unido. Embora a proteção de navios mercantes fora drasticamente aumentada como consequência, melhores torpedos e planos operacionais levaram ao aumento de navios mercantes destruídos pela marinha alemã. Em Dezembro 1941 os EUA entraram na guerra e Dönitz imediatamente planejou a Operação Drumbeat contra a costa leste, que foi executada no mês seguinte com resultados dramáticos.


Hitler e Dönitz no Führerbunker em 1945.Suspeitando que os aliados tivessem decifrado o código alemão de comunicação Enigma, Dönitz ordenou que a sua frota de submarinos usasse um novo código de comunicações em 1 de fevereiro de 1942. A marinha alemã convencia-se que era invencível, enquanto que o resto das forças militares alemãs continuavam a usar o antigo sistema Enigma. Por um tempo, esta mudança no código de comunicações entre submarinos causou uma considerável confusão entre os tradutores aliados. Eventualmente, graças a um erro numa única mensagem, foi descoberto que a nova máquina de Dönitz era atualmente um Enigma modificado, e a metodologia alemã foi descoberta.

No fim de 1942, o suprimento de submarinos tipo VII aumentou até ao ponto onde Dönitz era finalmente capaz de conduzir ataques em massa, que ficaram conhecidos como "das Rudel" (a alcateia de lobos). Perdas na marinha mercantil do lado aliado aumentaram drasticamente, criando um sério problema para os ingleses, o estado dos estoques de combustível. Em 1943, Dönitz substituiu Erich Raeder como o Comandante-Chefe da Marinha Alemã (Oberbefehlshaber der Kriegsmarine).

Em 1943, a guerra no Atlântico virou-se drasticamente contra os alemães, mas Dönitz continuava a pedir mais submarinos e mais melhorias tecnológicas. No final da guerra, a frota de submarinos alemã era de longe a mais avançada do mundo, e tais submarinos serviram como modelo para futuros submarinos americanos e soviéticos.

Na sua última ação, Adolf Hitler escolhe Dönitz como seu sucessor, uma escolha que mostra como Hitler se havia afastado de Göring e Himmler, nos dias finais da guerra na Europa. Dönitz não iria tornar-se Führer, mas sim presidente da Alemanha, um posto que Hitler havia abolido anos antes, e Joseph Goebbels, líder do estado e chanceler. Depois que Hitler cometeu suicídio, em 30 de abril de 1945, com Goebbels fazendo o mesmo no dia seguinte, Dönitz tornou-se o último líder da Alemanha, atuando no chamado Governo Flensburg até sua prisão por tropas britânicas em 23 de maio. Tinha ele efetuado um esforço enorme na tentativa de fazer com que tropas alemãs rendessem-se aos americanos e não aos soviéticos, dado o medo alemão de uma possível vingança soviética.

Durante a segunda guerra mundial, Karl Donitz, reportou a Hitler que uma das suas tripulações mais rebeldes comunicou que não iria participar de uma viagem a Suez pois havia visto o Holandês Voador.

[editar] Julgamento"Até 1943, ele via Hitler uma vez a cada dois anos. Depois de 1943, passou a vê-lo duas vezes por mês. Nos últimos meses, esteve em contato frequente com o Führer. Ao ser informado de que Hitler havia cometido suicídio e que ele fora escolhido para ser seu sucessor como Chefe de Estado, decidiu pedir paz "imediatamente, e foi o que fiz". Comentei que, se minha lembrança do rádio daquela época estava certa, anunciou-se primeiro que a Alemanha se renderia aos britânicos e americanos, mas não aos russos. Ele assentiu. Foi apenas um gesto simbólico disse ele. Ele sabia que era impossível. Não se considerava sucessor de Hitler. Sentiu que havia sido escolhido para apelar pela paz e tratar da rendição, porque somente uma figura não-política poderia fazê-lo. Por esta razão aceitou a designação de sucessor de Hitler como chefe de estado.[2]"
Leon Goldensohn
Durante os Julgamentos de Nuremberg, contrariamente a muitos dos outros acusados, ele não foi acusado de crimes contra a humanidade, e há um consenso no tocante à sua não participação no Holocausto. Porém, foi acusado de promover uma guerra agressiva, conspiração para promover guerra agressiva e crimes contra as leis da guerra. Especificamente, enfrentava acusações de usar indiscriminadamente submarinos e de ordenar, após o Incidente do Laconia, que não se resgatassem sobreviventes de barcos atacados por submarinos.

Atuando em sua própria defesa, Dönitz conseguiu um documento do Almirante Chester Nimitz, que testemunhava que os Estados Unidos haviam usado técnicas indiscriminadas de guerra como uma tática no Pacífico, e que submarinos americanos não resgataram sobreviventes em situações em que a segurança da própria embarcação estava em jogo. Mesmo assim, Dönitz foi culpado das acusações de "crime contra a paz", pelo qual ele foi sentenciado a 10 anos de cadeia, na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental.

De todos os acusados presentes em Nuremberg, o veredito contra Dönitz foi provavelmente o mais controverso; Dönitz sempre manteve que ele nunca fez uso de quaisquer estratégias que Almirantes aliados não faziam. Como testemunhas da controversa decisão, numerosos oficiais aliados enviaram cartas para Dönitz expressando lamento sobre o veredito do julgamento.

Suas memórias, Dez Anos e Vinte Dias, apareceram na República Federal Alemã em 1958, e foram lançadas em inglês no ano seguinte. No decorrer de sua vida, sua reputação foi reabilitada, em grande parte. Dönitz fez tudo o que podia para responder correspondências e cartões autografados para outros. Quando morreu, em 24 de dezembro de 1980, muitos de seus ex-subordinados e outros oficiais navais estrangeiros foram ao funeral, em 6 de janeiro do ano seguinte.[3]

[editar] FamíliaEm 1944, quando a Marinha Alemã já estava em declínio, seus dois filhos foram mortos em batalhas navais, um deles no Atlântico Norte quando o submarino em que ele servia foi afundado. O outro morreu a bordo de um torpedeiro durante uma incursão no Mar do Norte.

Referências↑ Dönitz, Karl (em inglês). Página visitada em 16 de janeiro de 2011.
↑ Leon Goldensohn, Entrevistas de Nuremberg, As, Editora Schwarcz - 2006 (Médico e psiquiatra americano que participou do Julgamento).
↑ Em 4 de maio de 1945, o Grande Almirante Dönitz, agora chefe de estado enviou a última ordem ao Comando do U-Boats para que cessassem suas hostilidades, foi uma despedida para um força de luta corajosa e dedicada. " .. Meus tripulantes de U-Boats, seis anos de guerra se passaram, vós lutastes como leões contra uma esmagadora força superior. Incólumes em sua coragem, ireis depor as armas, após uma luta heróica e inigualável. Em reverência vamos pensar em nossos camaradas que morreram. Camaradas, preservem o espírito do U-Boat, com que lutaram com toda coragem e firmeza durante este longos anos. Cromwell Productions 2000- Soldados de Hitler - U-Boats( Documentário)
[editar] BibliografiaLivro U-Boats Against Canada: German Submarines in Canadian Waters (U-Boats contra o Canadá: Submarinos Alemães em Águas Canadenses) - ISBN 0773508015
Yung, Brigadeiro Peter- A Segunda Guerra Mundial, Círculo do Livro -1980
Salinas, Juan; De Nápoli, Carlos - Ultramar Sul. A Última operação secreta do III Reich- Editora Civilização Brasileira, 2010
Precedido por
Adolf Hitler Presidente da Alemanha
1945 Sucedido por
Theodor Heuss (RFA)
Wilhelm Pieck (RDA)
Precedido por
- Comandante da 1. Unterseebootsflottille
Setembro de 1935 - Dezembro de 1935 Sucedido por
Kpt. z. S. Loycke

[Expandir]v • ePresidentes da Alemanha (1919 — 2012)
De 1919 a 1934
República de Weimar Friedrich Ebert • Hans Luther • Walter Simons • Paul von Hindenburg

De 1934 a 1945
Ditadura Nazista Adolf Hitler • Karl Dönitz

Desde 1949
República Federal da Alemanha Theodor Heuss • Karl Heinrich Lübke • Gustav Heinemann • Walter Scheel • Karl Carstens • Richard von Weizsäcker • Roman Herzog • Johannes Rau • Horst Köhler • Christian Wulff


[Expandir]v • ePrincipais réus dos Julgamentos de Nuremberg
Sentenciados à morte Martin Bormann1 · Hermann Göring2 · Alfred Rosenberg · Alfred Jodl · Julius Streicher · Hans Frank · Wilhelm Frick · Ernst Kaltenbrunner · Wilhelm Keitel · Joachim von Ribbentrop · Fritz Sauckel · Arthur Seyss-Inquart
Presos Albert Speer · Karl Dönitz · Rudolf Hess · Walther Funk · Konstantin von Neurath · Erich Raeder · Baldur von Schirach
Inocentes Franz von Papen · Hans Fritzsche · Hjalmar Schacht
Sem Decisão Robert Ley2 · Gustav Krupp von Bohlen und Halbach3
1 in absentia. 2 Cometeu suícidio. 3 Acusações canceladas por saúde debilitada.

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