quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DISLEXIA

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20/06/2007 - Associação Brasileira de Dislexia.



Dislexia: Definição, Sinais e Avaliação.

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.



Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.



Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.



Sinais de Alerta.

Como a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada (vide adiante), mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".



Haverá sempre:



•dificuldades com a linguagem e escrita;

•dificuldades em escrever;

•dificuldades com a ortografia;

•lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes :



•disgrafia (letra feia);

•discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;

•dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização;

•dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar sequências de tarefas complexas;

•dificuldades para compreender textos escritos;

•dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:



•dificuldades com a linguagem falada;

•dificuldade com a percepção espacial;

•confusão entre direita e esquerda.

Pré-Escola.

Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:



•Dispersão;

•Fraco desenvolvimento da atenção;

•Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;

•Dificuldade em aprender rimas e canções;

•Fraco desenvolvimento da coordenação motora;

•Dificuldade com quebra cabeça;

•Falta de interesse por livros impressos;

O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.



Idade Escolar.

Nesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos prejuízo emocional:



•Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;

•Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);

•Desatenção e dispersão;

•Dificuldade em copiar de livros e da lousa;

•Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);

•Desorganização geral: podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;

•Confusão entre esquerda e direita;

•Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc...

•Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;

•Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc...

•Dificuldades em decorar sequências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc..

•Dificuldade na matemática e desenho geométrico;

•Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias) Troca de letras na escrita;

•Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

•Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o "palhaço da turma";

•Bom desempenho em provas orais.

Se nessa fase a criança não for acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais e consequentemente sociais e profissionais.



Adultos.

Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades:



•Continuada dificuldade na leitura e escrita;

•Memória imediata prejudicada;

•Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

•Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);

•Dificuldade com direita e esquerda;

•Dificuldade em organização;

•Aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo como consequência: depressão, ansiedade, baixa auto estima e algumas vezes o ingresso para as drogas e o álcool.

DIAGNÓSTICO.

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.



Então, como diagnosticar a dislexia?



Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.



Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.



A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR e de EXCLUSÃO.



Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüências, não causa da dislexia).



Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente.



Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.



Depois de Diagnosticada a Dislexia.

Sendo diagnosticada a dislexia, o encaminhamento orienta o acompanhamento consoante às particularidades de cada caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não precisará de um tempo para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes.



Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva.



Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.



Outro passo importante a ser dado é definir um programa em etapas e somente passar para a seguinte após confirmar que a anterior foi devidamente absorvida, sempre retomando as etapas anteriores. É o que chamamos de sistema MULTISSENSORIAL e CUMULATIVO.



Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.





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Texto sobre dislexia: Dislexia - ajudas técnicas.



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