sábado, 28 de abril de 2012
GRUPO VOTORANTIM
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A retirada dos Ermírio
Empresa cria uma nova holding para abrigar a família e inicia a era da profissionalização nos negócios
Por Mariza Cavalcanti
O Grupo Votorantim, conglomerado empresarial com ramificação familiar em três gerações, encontrou uma saída para o intrincado processo de sucessão. Até o final do ano, entra em cena a Votorantim Participações, uma sub-holding que abrigará os quatro principais acionistas e os 13 filhos varões e viabilizará a retirada deles do dia-a-dia de negócios que abrangem mais de 50 empresas e cujo faturamento está na casa dos R$ 5,4 bilhões. Dentro dela, o clã Ermírio de Moraes, auxiliado por executivos, passará a definir as estratégias do grupo. Com tal arranjo, a família espera contornar os problemas que a sucessão aponta para o futuro e que passaram a assombrar os dirigentes, principalmente depois que três acionistas majoritários da Votorantim – os irmãos José Ermírio de Moraes e Maria Helena Moraes Scripillit, além do marido e diretor do grupo, Clóvis Scripillit – apresentaram problemas de saúde. “A intenção da família é evitar a disputa em torno do patrimônio depois que a segunda geração não estiver mais no comando e tiver que fazer a partilha dos bens”, conta um ex-executivo da corporação, para quem a estrutura da sub-holding se compara à de um Conselho de Administração. “Nessa sub-holding, ninguém tem mais poder; todos são iguais. Assim, eles acreditam que o risco de um possível racha entre os mais de 60 parentes, incluindo as mulheres (que não ocupam qualquer posição nas empresas), se minimiza.”
Desde o final de 1998, a Votorantim Participações vem sendo silenciosamente montada para ocupar lugar entre a holding Hejoassu, dirigida pelos quatro maiores acionistas (além de José e de Clóvis – este último representando a mulher Maria Helena –, Antonio Ermírio de Moraes e Ermírio Pereira de Moraes), e as sub-holdings setoriais (cimento, celulose e papel, mineração e metalurgia, química, agronegócios e finanças). No escritório ocupado por José Ermírio, primogênito do fundador, e sua tropa, na badalada rua Amaury, no Jardim Paulista, foram destinadas salas a dois homens que ganham importância crescente no sólido conglomerado. Um deles é Leon Chant de Kassiani, que fez carreira no Grupo Santista e há cerca de um ano responde pelo cargo de diretor de planejamento estratégico da Votorantim Participações. “Não posso me manifestar em nome do grupo”, respondeu à indagação sobre o papel que passa a desempenhar na corporação. Está ao seu lado Marcos Arruda, um dos executivos mais antigos da companhia (cerca de 30 anos de casa), transferido para a sub-holding para atender a área financeira. O grupo está ainda à caça de executivos para as áreas financeira e de recursos humanos. “A Votorantim Participações servirá como conexão entre os donos e os executivos encarregados de tocar operacionalmente cada uma das várias empresas do grupo”, conta o ex-executivo. “Esses profissionais têm como papel assessorar a segunda e a terceira geração da família e garantir que o clã saia efetivamente do dia-a-dia, passando a ter uma visão mais estratégica da companhia”, explica.
Embora ainda não esteja definido o nome que será alçado ao posto de presidente da nova holding, dá-se como certa a indicação de José Roberto Ermírio de Moraes, filho do primogênito José. “Ele é um dos principais articuladores da nova holding. Nas reuniões, é sempre apoiado e prestigiado pelos tios”, relata outro executivo que trabalhou na companhia. Procurado pela DIHEIRO para explicar a reestruturação, Beto, como é tratado na família, não respondeu pessoalmente, mas confirmou, por meio da secretária, a reorganização da direção da companhia: “Não estou autorizado a falar sobre a reestruturação, pois ainda não foi concretizada. Só darei entrevista sobre o assunto depois que ela estiver concluída”. Outros representantes do clã foram procurados, mas não deram resposta: os irmãos José, Antonio e Ermírio e o cunhado Clóvis, além dos respectivos filhos.
A solução encontrada para a sucessão é uma guinada violenta na condução dos negócios do grupo. A linhagem mais jovem vinha sendo preparada e testada para assumir os negócios da família. Cursos no exterior, experiências nas empresas do grupo e muita dedicação eram cobrados de todos como passaporte para voar mais alto na companhia. Em 1986 ganharam a bênção dos pais para realizar reuniões periódicas mensais, exclusivamente entre eles, para debater as decisões do grupo. Uma vez por mês, o Grupo dos Primos, como foi batizado o encontro, se reúne com os representantes da segunda geração. “Eles debatem as diretrizes, os investimentos e até as transações de aquisição ou venda de ativos. Mas as conversas chegam a detalhes como a compra de um helicóptero, uma discussão que consumiu dias de encontros entre eles. Uns alegavam que era mais barato viajar de avião e outros consideravam ostentação. Decidiram comprar, mas recentemente o venderam”, conta um empresário ligado ao grupo.
No início dos anos 90, enfim, os varões jovens receberam com euforia a decisão dos mais velhos de transferir o poder que detinham para as mãos deles. Nessa engenharia, cada um dos primos ficaria com um quinhão do que cabia aos pais. Basicamente, seria o seguinte: os dois filhos de José comandariam as áreas de cimento e de celulose e papel. A linhagem de Ermírio – os quatro homens – responderia pelas operações em agronegócios. As operações no Norte e no Nordeste passariam para as mãos dos dois filhos de Clóvis e Maria Helena. Nesse remanejamento, os cinco herdeiros de Antonio assumiriam o controle das áreas de mineração e metalurgia. Esse caso, porém, seria mais lento. Dono de um estilo de trabalho intenso, Antonio se mostrou reticente em relação à idéia de aposentadoria. “Não estou tão velho assim...”, teria desabafado.
Como o grupo possui uma infinidade de empresas e um magnífico patrimônio entrelaçados, a cirurgia foi mais delicada do que se pensava. Para organizar a gestão, um comitê executivo, com rodízio entre os representantes da terceira geração – indicados pela Hejoassu –, foi eleito para acompanhar as decisões de seis centros de negócios: metalurgia, cimento, química, papel, agroindústria (laranja e açúcar) e financeiro (Banco Votorantim). Essa foi a maneira encontrada pelo alto comando do conglomerado de dividir o poder com os filhos e colocar em prática o plano de acelerar o processo de sucessão.
Crise. Devido à complexidade do grupo, o modelo não funcionou. Apesar de unidos e disciplinados, os primos começaram a dar sinais de conflito. “Alguns deles passaram a se sobrepor a outros. Emergiu até a discussão sobre a divisão dos negócios, com questionamentos sobre quem saiu prejudicado na divisão dos negócios”, conta um ex-executivo da companhia. Por volta de 1996, a companhia teve de conviver com uma primeira baixa: um dos filhos de Ermírio, Ricardo Ermírio de Moraes, pediu afastamento da companhia e passou a se dedicar aos negócios do sogro, Carlos Fischer, dono da Citrosuco.
Para evitar uma crise potencial, o comando da corporação tomou uma nova decisão. Em 1996, passou a compor seis sub-holdings setoriais – que vão se posicionar sob o guarda-chuva da Votorantim Participações e da Hejoassu. Segundo a estratégia, os primos tomariam assento nessas holdings e começariam a ceder a executivos espaço na operação das mais de 50 empresas do grupo. Os filhos do primogênito José, por exemplo, já passaram o bastão a executivos nas holdings das áreas de celulose e papel e de cimento. Desde 1996, Raul Calfat, no grupo há oito anos, responde pela superintendência da Votorantim Celulose e Papel. Lado a lado com ele está o diretor-financeiro Waldir Roque, que trabalhou antes na General Electric. Na Votorantim Cimentos, é Luis Vilar de Carvalho, ex-executivo da empresa Rio Branco (pertencente ao grupo), que ocupa a superintendência, ladeado pelos seguintes executivos: Renato Giusti (diretor comercial), Osmar Migela (diretor financeiro) e Claude Greenfeder (diretor de novos negócios).
Na área de mineração e metalurgia, o grande condutor ainda é Antonio Ermírio de Moraes, que sempre assinala o fato de não ter planos de sair da linha de frente do grupo. Ainda assim já conta em sua equipe com um novo executivo, Paulo Henrique dos Santos, homem do mundo das finanças, com passagem pelo Citibank e pelo Garantia. As demais companhias estão ainda elegendo os seus principais executivos.
Os Ermírio convivem pouco socialmente, mas se tratam sempre com cordialidade. Tanto é que cumprem rigorosamente o hábito de se reunir em datas mais festivas. O novo perfil da Votorantim que vem sendo construído mostra a preocupação de manter o conglomerado de pé. Nas mãos dos irmãos José, Antonio e Ermírio e do cunhado Clóvis, a empresa fundada pelo pernambucano José Ermírio há 82 anos cresceu e se tornou um gigante que compete, em grandeza, com grandes companhias internacionais. Para especialistas em desenvolvimento organizacional, a reestruturação do modelo de gestão da Votorantim a prepara para os tempos difíceis que se vislumbram com a vinda de novas gerações. “Historicamente, o ditado 'pobres filhos de pais ricos' tem se confirmado. Com o caminho seguido, os Ermírio de Moraes devem estar querendo evitar esse fim”, avalia um consultor.
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