quinta-feira, 26 de abril de 2012
EMPREENDEDOR
nº 122 - Janeiro/Fevereiro de 2006
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Publicação interna da Organização Odebrecht – Odebrecht S.A, Construtora Norberto Odebrecht, Braskem e Fundação Odebrecht
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Empresário X Empreendedor
Todo empresário é um empreendedor, mas nem todo
empreendedor é um empresário. A questão crucial é
definir o que distingue um empreendimento de uma empresa
Antonio Carlos Gomes da Costa
É interessante observar que, embora usado de forma ampla e recorrente na literatura administrativa e educacional, o termo empreendedorismo não aparece na vasta obra escrita de Norberto Odebrecht. Por que isso ocorre? Trata-se de uma preferência pessoal do autor pela palavra empresário ou existem motivações mais profundas na raiz dessa atitude?
Somos pela segunda alternativa. A palavra empreendedor designa sempre pessoas dotadas de um perfil que as torna capazes de, no mundo empresarial ou em outras esferas da atividade humana, se distinguirem pela capacidade de transformar visões em realidade. Na literatura sobre o tema, um elenco de virtudes aparece sempre associado aos seres humanos que se distinguem por sua capacidade de empreendedorismo: visão positiva do futuro (otimismo), coragem para correr riscos calculados, capacidade de analisar contextos e identificar oportunidades, proatividade, constância de propósito na perseguição de seus objetivos (persistência), criatividade, disposição de aprender com as situações adversas, dedicação, realismo, discernimento, capacidade de avaliar a si mesmo e aos outros, assertividade, paixão pelo que fazem, compromisso com a qualidade, disposição para inovar, liderança e foco.
Como se vê, as características de um empreendedor são, sem dúvida nenhuma, as mesmas requeridas para alguém ser um bom empresário. Nesse sentido, é lícito afirmar que todo empresário é um empreendedor, mas nem todo empreendedor é um empresário. A questão crucial, aqui, é definir claramente o que distingue um empreendimento de uma empresa.
O empreendimento é uma ação delimitada no tempo e dotada de objetivos bem-especificados, os quais, uma vez alcançados, podem não justificar mais a continuidade da iniciativa. Um exemplo: várias empresas se consorciam para realizar uma determinada obra. Uma vez concluída a tarefa comum (empreendimento), a associação entre elas deixa de fazer sentido. A empresa, por outro lado, é uma organização (de pessoas) cujo propósito soberano é sobreviver, crescer e obter sustentabilidade, ou seja, estender-se no tempo. Enquanto o empreendimento se define sobretudo pelo objetivo pragmático a ser atingido, a empresa se caracteriza por ter uma missão, uma visão do futuro, valores e princípios constitutivos de sua cultura e uma estratégia para percorrer a distância entre o seu ser e o seu querer ser.
Uma diferença crucial é a maneira como empreendimentos e empresas lidam com seus intangíveis: pessoas, cultura, conhecimento, marca e responsabilidade socioambiental. Nos primeiros, a gestão dos intangíveis é feita de maneira tática. Já nas empresas, essa gestão tende a ser considerada um componente relevante da estratégia organizacional.
Empresas e empreendimentos podem se contrapor no mundo dos negócios? Entendemos que sim. Um exemplo disso é a atuação dos chamados investidores agressivos, que assumem o controle de empresas via mercado de capitais (takeover), para em seguida elevar de maneira drástica e insustentável os resultados para os acionistas. As ações se valorizam no curto prazo, enquanto o horizonte estratégico se esvai e o futuro é comprometido de forma definitiva. Assim, a dinâmica das fusões e incorporações pode eventualmente apresentar um lado escuro, no qual “empreendedorismo” e espírito empresarial se contrapõem frontalmente.
Por tudo isso, podemos concluir que a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), enquanto filosofia de vida centrada no trabalho e na educação – muito mais do que uma educação para o empreendedorismo –, é um modelo de educação para a empresariabilidade.
Para Norberto Odebrecht, ser empresário é algo maior e mais complexo do que ser empreendedor.
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