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História - Antiga e medieval
ANTIGA E MEDIEVAL
O Império Persa era um colosso
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A tarefa era titânica, digna de Hércules. O Império Persa, fundado por Ciro o Grande no séc. VI a.C., era um colosso que se estendia do vale do rio Indo até o Egito e ao Mediterrâneo oriental. Milhões de indivíduos e centenas de povos viviam à sombra do trono do Grande Rei instalado em Persépolis.
A Macedônia não era nada frente aquilo tudo. Todavia, Filipe legou ao filho a mais perfeita máquina de guerra que a Antigüidade conheceu: a falange macedônica (só superada século e meio depois pela legião romana). Disciplinada, móvel e muito bem encouraçada, ela foi a precursora das modernas divisões blindadas da Segunda Guerra Mundial.
No ano de 334 a.C. Alexandre, atravessando o Estreito do Helesponto, que separa a Europa da Ásia (os Dardanelos de hoje) deu inicio a impressionante aventura. Criou para si a imagem do vingador dos gregos, um novo Aqueles, o herói que continuaria a guerra contra Tróia, agora representada pelo Império Persa.
Levou consigo, no meio dos trens de viagens - além de 30 mil falangistas e uns 5 mil heteros, a nata da cavalaria real -, um número impreciso de sábios e de cientistas que iriam estudar o mundo dos bárbaros. Numa série de batalhas mortíferas, travadas em Issus, Grânico e Gaugamelas, travadas entre 334 e 331 a.C., pôs o rei Dario III a correr e a morrer.
Alexandre pothos
A falange macedônica, a mais perfeita máquina militar
Arriano da Nicomédia, um dos seus biógrafos, aplicou-lhe o adjetivo de pothos: Alexandre pothos, alguém dotado de ambição insaciável, curioso por conhecer as fronteiras do mundo, por desbravar o desconhecido. Em onze anos de combates ininterruptos, de 334 a 323 a.C., aquele rapaz dominou uma área de 3,8 milhões de km², extensão que englobava a Albânia nos Balcãs até o Punjab na Índia.
Neste novo império grego-asiático, dito helenistico, ele fundou mais de 80 cidades, entre elas a que se tornou a jóia da coroa: a magnifica cidade Alexandria, no delta do rio Nilo, cujo plano urbano ele mesmo desenhou com farinha de trigo sobre a terra, no ano de 332 a.C.
Tornou-a rival de Atenas como centro de sabedoria, Parece que foi lá, contemplando o delta do rio Nilo que ele disse aos seus homens que no império dele não haveria mais macedônios, gregos ou persas, mas sim somente seres humanos. Depois de mil peripécias e perigosas travessias de desertos, e der assaltado as fronteiras da Índia, Alexandre (que deixou-se tomar pelos ares orientais imaginando-se o Filho de Deus) morreu aos 32 anos de febre na Babilônia, vitima da farra dos banquetes e da exaustão física. Quando lhe perguntaram para quem ficaria a coroa ele, cercado pelos generais, teria dito: " para o melhor dentre eles".
O súbito desaparecimento dele provocou duas grande guerras civis entre seus sucessores, os ditos Diádocos, travadas entre 320 e 304 a.C.. Todavia, os mais forte entre eles, conseguiram dividir o grande império, cabendo ao general Ptolomeu o Egito, ao general Selêuco a Síria e a Mesopotâmia e ao general Antipator, e depois ao seu filho Cassandro, o domínio sobre a Macedônia.
Um dos seus biógrafos da Antigüidade deixou escrito:
"Da minha parte eu não posso determinar que tipo de planos Alexandre tinha em mente, e não me agrada fazer conjeturas, mas posso dizer uma coisa sem medo de contradizer-me, e isto significa que nenhum deles era pequeno ou modesto, e ele não descansaria das conquistas enquanto não ligasse a Europa à Ásia, e as Ilhas Britânicas à Europa. Ao contrário, ele continuaria a procurar ao redor delas por terras desconhecidas - e isto sempre foi a sua natureza - e, se não tivesse rival, se esforçaria para tornar-se o melhor dos melhores."
Arriano da Nicomédia - Anábasis, séc. II
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