VoltaireOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Nota: Para outros significados, veja Voltaire (desambiguação).
François-Marie Arouet
Voltaire com 28 anos, por Nicolas de Largillière.
Pseudônimo(s) Voltaire
Nascimento 21 de novembro de 1694
Paris
Morte 30 de maio de 1778 (83 anos)
Paris
Nacionalidade Francês
Ocupação Filósofo
Influências
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Influências[Expandir]John Locke, Malebranche, Estoicismo, Molière, Jean Racine, Isaac Newton
Influenciados
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Influenciados[Expandir]Victor Hugo, Thomas Paine, Marquês de Sade, Friedrich Nietzsche, A.J. Ayer, Revolução Francesa, Pais Fundadores dos Estados Unidos,
Magnum opus Cândido, ou O Otimismo, Cartas Filósoficas
François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.[1]
Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio. É uma dentre muitas figuras do Iluminismo cujas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, Voltaire produziu cerca de 70 obras[2] em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos.
Foi um defensor aberto da reforma social apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Um polemista satírico, ele frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Ficou conhecido por dirigir duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e da nobreza. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes e, para escapar a uma nova prisão, refugiou-se na Inglaterra. Durante os três anos em que permaneceu naquele país, conheceu e passou a admirar as ideias políticas de John Locke.[2]
Índice [esconder]
1 Ideias
2 Primeiros anos
3 Início de carreira
4 Obras
5 Referências
6 Ver também
7 Ligações externas
[editar] IdeiasVoltaire foi um pensador que se opôs à intolerância religiosa[3] e à intolerância de opinião existentes na Europa no período em que viveu. Suas ideias revolucionárias acabaram por fazer com que fosse exilado de seu país de origem, a França.[2]
O conjunto de ideias de Voltaire constitui uma tendência de pensamento conhecida como Liberalismo. Exprime na maioria dos seus textos a preocupação da defesa da liberdade, sobretudo do pensar, criticando a censura e a escolástica, como observamos na sua frase "Não concordo com nem uma das palavras que me diz, mas lutarei até com minha vida se preciso for, para que tenhas o direito de dizê-las".
Por fim, destaca-se que Voltaire, em sua vida, também foi "conselheiro" de alguns reis, como é o caso de Frederico II, o grande, da Prússia, um déspota esclarecido.
[editar] Primeiros anos
Primeiro encontro de Voltaire com Frederico, o Grande (Harper's New Monthly Magazine, n.º XL, 1870).François Marie Arouet nasceu em uma família abastada, burguesa e aristocrata, em Paris, em 21 de novembro de 1694. Sua mãe morreu depois do parto.[2] estudou com os jesuítas[4] no Colégio Collège Louis-le-Grand onde revelou-se um aluno brilhante. Frequentou a Societé du Temple, de libertinos e livres pensadores. Por causa de versos irreverentes contra os governantes foi preso na Bastilha (1717-1718), onde iniciou a tragédia “Édipo” (1718) e o “Poema da Liga” (1723).
Logo tornou-se rico e célebre, mas uma altercação com o príncipe de Rohan-Chabot valeu-lhe nova prisão e foi obrigado a exilar-se na Inglaterra (1726-1728). Ali, orientou definitivamente sua obra e seu pensamento para uma filosofia reformadora. Celebrou a liberdade em uma tragédia (Brutus, 1730), criticou a guerra (História de Carlos XII, 1731), os dogmas cristãos (Epístola a Urânio, 1733), as falsas glórias literárias (O templo do gosto, 1733) e escreveu um dos livros que mais o projetaram, as “Cartas Filósoficas” ou “Cartas sobre os ingleses”, que criticava o regime político francês, fazendo espirituosas comparações entre a liberdade inglesa e o atraso da França absolutista, clerical e obsoleta.
Cassou-se esse livro pelas suas autoridades, refugiou-se no Castelo de Cirey, onde procurou rejuvenescer a tragédia (Zaire, 1732; A morte de César, 1735; Mérope, 1743). Logrou obter um lugar na Academia Francesa (1746) graças a algumas poesias (Poema de Fontenoy, 1745), e, no mesmo ano, foi para a corte, na condição de historiógrafo real. Convidado por Frederico II, o Grande, da Prússia, foi viver na corte de Potsdam, onde publicou inicialmente um conto “Zadig” (1747) e posteriormente “O século de Luís XIV” (1751) e “Micrômegas” (1752). Em 1753, depois de um conflito com o rei, retirou-se para uma casa perto de Genebra. Ali, chocou ao mesmo tempo os católicos (A donzela de Orléans, 1755), os protestantes (Ensaio sobre os costumes, 1756) e criticou o pensamento de Rousseau (Poema sobre os desastres de Lisboa, 1756).
[editar] Início de carreiraReplicando seus opositores com um conto “Cândido” (1759), refugiou-se em seguida em Fernay. Prosseguiu sua obra escrevendo tragédias (Tancredo, 1760), contos filosóficos dirigidos contra os aproveitadores (Jeannot e Colin, 1764), os abusos políticos (O ingênuo, 1767), a corrupção e a desigualdade das riquezas (O Homem de Quarenta Escudos, 1768),[2] denunciou o fanatismo clerical e as deficiências da justiça, celebrou o triunfo da razão (Tratado sobre a tolerância, 1763; Dicionário Filosófico, 1764).
Iniciado maçom no dia 7 de março de 1778[5], mesmo ano de sua morte, numa das cerimônias mais brilhantes da história da maçonaria mundial, a Loja Les Neuf Sœurs, Paris, inicia ao octogenário Voltaire, que ingressa no Templo apoiado no braço de Benjamin Franklin, embaixador dos EUA na França nessa data. A sessão foi dirigida pelo Venerável Mestre Lalande na presença de 250 irmãos. O venerável ancião, orgulho da Europa, foi revestido com o avental que pertenceu a Helvetius e que fora cedido, para a ocasião, pela sua viúva.
Chamado a Paris em 1778, foi recebido em triunfo pela Academia e pela Comédie-Française, onde lhe ofereceram um busto. Esgotado, morreu a 30 de maio de 1778.
Voltaire foi um teórico sistemático, mas um propagandista e polemista, que atacou com veemência alguns abusos praticados pelo Antigo Regime. Tinha a visão de que não importava o tamanho de um monarca, deveria, antes de punir um servo, passar por todos os processos legais, e só então executar a pena, se assim consentido por lei. Se um príncipe simplesmente punisse e regesse de acordo com o seu bem-estar, seria apenas mais um "salteador de estrada ao qual se chama de 'Sua Majestade'".
As ideias presentes nos escritos de Voltaire estruturam uma teoria coerente, mas por vezes contraditória, que em muitos aspectos expressa a perspectiva do Iluminismo.
Defendia a submissão ao domínio da lei, baseava-se em sua convicção de que o poder devia ser exercido de maneira liberal e racional, sem levar em conta as tradições.
Por ter convivido com a liberdade inglesa, não acreditava que um governo e um Estado liberais, tolerantes fossem utópicos. Não era um democrata, e acreditava que as pessoas comuns estavam curvadas ao fanatismo e à superstição. Para ele, a sociedade deveria ser reformada mediante o progresso da razão e o incentivo à ciência e tecnologia. Assim, Voltaire transformou-se num perseguidor ácido dos dogmas, sobretudo os da Igreja Católica, que afirmava contradizer a ciência, no entanto, muitos dos cientistas de seu tempo eram padres jesuítas.
Sobre essa postura, o catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um surpreendente artigo, no qual documenta uma suposta mudança de comportamento do filósofo francês em relação à fé cristã, registrada no tomo XII da famosa revista francesa Correpondance Littérairer, Philosophique et Critique (1753-1793). Tal texto traz, no número de abril de 1778, páginas 87-88, o seguinte relato literal de Voltaire:
"Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na Santa Religião Católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo."
Este relato foi reconhecido como autêntico por alguns, pois seria confirmado por outros documentos que se encontram no número de junho da mesma revista, esta de cunho laico, decerto, uma vez que editada por Grimm, Diderot e outros enciclopedistas. Já outros questionam a necessidade de alguém que já acredita em Deus ter que se converter a uma religião específica, como o catolicismo. No caso de Voltaire não teria ocorrido reconversão.
Voltaire morreu em 30 de maio de 1778. A revista lhe exalta como "o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição".
A família quis que seus restos repousassem na abadia de Scellieres. Em 2 de junho, o bispo de Troyes, em uma breve nota, proíbe severamente ao prior da abadia que enterre no Sagrado o corpo de Voltaire. Mas no dia seguinte, o prior responde ao bispo que seu aviso chegara tarde, porque - efetivamente - o corpo do filósofo já tinha sido enterrado na abadia. Livros históricos afirmam que ele tentou destruir a Igreja a favor da maçonaria.
A Revolução trouxe em triunfo os restos de Voltaire ao Panteão de Paris - antiga igreja de Santa Genoveva - , dedicada aos grandes homens. Na escura cripta, frente a de seu inimigo Rousseau, permanece até hoje a tumba de Voltaire com este epitáfio:
"Aos louros de Voltaire. A Assembléia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens".
Voltaire introduziu várias reformas na França, como a liberdade de imprensa, tolerância religiosa, tributação proporcional e redução dos privilégios da nobreza e do clero. Mas também foi precursor da Revolução Francesa, ela que instaurou a intolerância, a censura e o aumento dos impostos para financiar as guerras, tanto coloniais, quanto napoleônicas (Europa).[2] Se, em uma obra tão diversificada, Voltaire dava preferência a sua produção épica e trágica, foi, entretanto nos contos e nas cartas que se impôs. Como filósofo, foi o porta voz dos iluministas.
Não seria exagero dizer que Voltaire foi o homem mais influente do século XVIII. Seus livros foram lidos por toda a Europa e vários monarcas pediam seus conselhos.
[editar] Obras
Desenho do séc.XVIII que serviu de ilustração a uma das edições do livro Histoire de Charles XII.As principais obras de Voltaire:[2]
Édipo, 1718
Mariamne, 1724
La Henriade, 1728
História de Charles XII, 1730
Brutus, 1730
Zaire, 1732
Le temple du goût, 1733
Cartas Filósoficas, 1734
Adélaïde du Guesclin, 1734
Le fanatisme ou Mahomet, (escrita em 1736, representada em 1741)
Mondain, 1736
Epître sur Newton, 1736
Tratado de Matafísica, 1736
L'Enfant prodigue, 1736
Essai sur la nature du feu, 1738
Elementos da Filosofia de Newton, 1738
Zulime, 1740
Mérope, 1743
Zadig ou o destino, 1748,
Sémiramis 1748
Le monde comme il va], 1748
Nanine, ou le Péjugé vaincu, 1749
Le Siècle de Louis XIV, 1751
Micrômegas, 1752, [ebook][1]
Rome sauvée, 1752
Poème sur le désastre de Lisbonne, 1756
Essai sur les mœurs et l'esprit des Nations, 1756
Histoire des voyages de Scarmentado écrite par lui-même, 1756
Cândido ou o otimismo, 1759, [ebook][2]
Le Caffé ou l'Ecossaise, 1760
Tancredo, 1760
Histoire d'un bon bramin, 1761
La Pucelle d'Orléans, 1762
Tratado sobre a tolerância, 1763
Ce qui plait aux dames, 1764
Dictionnaire philosophique portatif, 1764
Jeannot et Colin, 1764
De l'horrible danger de la lecture, 1765
Petite digression, 1766
Le Philosophe ignorant, 1766
L'ingénu, 1767
L'homme aux 40 écus, 1768
A princesa da Babilônia, 1768, [ebook][3]
Canonisation de saint Cucufin, 1769
Questions sur l'Encyclopédie, 1770
Les lettres de Memmius, 1771
Il faut prendre un parti, 1772
Le Cri du Sang Innocent, 1775
De l'âme, 1776
Dialogues d'Euhémère, 1777
Irene, 1778
Agathocle, 1779
Correspondance avec Vauvenargues, établie en 2006
Referências1.↑ Voltaire. Info Pensador. Página visitada em 3 de fevereiro de 2012.
2.↑ a b c d e f g Voltaire (em português). UOL - Educação. Página visitada em 20 de novembro de 2012.
3.↑ Voltaire. Sua Pesquisa. Página visitada em 2 de fevereiro de 2012.
4.↑ Voltaire (François Marie Arouet). Net Saber. Página visitada em 2 de fevereiro de 2012.
5.↑ Guimarães, José Maurício (1 de julho de 2011). VOLTAIRE: Vida, Iniciação e Morte. Loja Maçônica Honra e Paz. Página visitada em 3 de fevereiro de 2012.
[editar] Ver tambémInstituto e Museu Voltaire
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