sábado, 1 de dezembro de 2012

SOCIÓLOGOS: THOMAS HOBBES

Thomas HobbesOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Thomas Hobbes




Nascimento 5 de abril de 1588

Aldeia de Westport, próximo a Malmesbury no condado de Wiltshire, Inglaterra

Morte 4 de dezembro de 1679 (91 anos)

Hardwick Hall, Inglaterra

Nacionalidade Inglês

Ocupação Preceptor, filósofo.

Influências

--------------------------------------------------------------------------------



InfluênciasGalileu Galilei, Descartes, Francis Bacon, Tácito, Aristóteles, Maquiavel

Influenciados

--------------------------------------------------------------------------------



InfluenciadosJohn Locke, Spinoza, Montesquieu, Jean Jacques Rousseau, Durkheim, Nietzsche, Christopher Hitchens

Magnum opus Leviatã

Escola/tradição Cartesianismo, Mecanicismo, Nominalismo

Principais interesses Política, Direito, Filosofia política, Ciência política, Teoria do conhecimento

Ideias notáveis Estado de natureza, Contrato social, Soberania, Bellum omnia omnes



Thomas Hobbes (Malmesbury, 5 de abril de 1588 — Hardwick Hall, 4 de dezembro de 1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês, autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651).



Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. No estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social.



De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem render o suficiente da sua liberdade natural, por forma a que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum. Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembleia (que pode até mesmo ser composta de todos, caso em que seria uma democracia), deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável. A teoria política do Leviatã mantém no essencial as ideias de suas duas obras anteriores, Os elementos da lei e Do cidadão (em que tratou a questão das relações entre Igreja e Estado).



Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a livre-interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma, enfraquecer o monarca. Sua filosofia política foi analisada pelo cientista político Richard Tuck como uma resposta para os problemas que o método cartesiano introduziu para a filosofia moral. Hobbes argumenta que só podemos conhecer algo do mundo exterior a partir das impressões sensoriais que temos dele ("Só existe o que meus sentidos percebem"). Esta filosofia é vista como uma tentativa para embasar uma teoria coerente de uma formação social puramente no fato das impressões por si, a partir da tese de que as impressões sensoriais são suficientes para o homem agir em sentido de preservar sua própria vida, e construir toda sua filosofia política a partir desse imperativo.



Hobbes ainda escreveu muitos outros livros falando sobre filosofia política e outros assuntos, oferecendo uma descrição da natureza humana como cooperação em interesse próprio. Foi contemporâneo de Descartes e escreveu uma das respostas para a obra Meditações sobre filosofia primeira, deste último.



[editar] ContextoNascido em 1588 na Inglaterra dos Tudors, Thomas Hobbes foi influenciado pela reforma anglicana que ocorrera cinco décadas antes. A cisão com a Igreja Católica fez com que a Espanha interviesse nos assuntos ingleses enviando a Invencível Armada (“Grande y Felicíssima Armada”) fato que mais tarde seria relatado por Hobbes em sua autobiografia e terá grandes influências sobre sua obra. O século XVII foi de grande importância para a Inglaterra pois marca o começo do expansionismo colonialista ultramarino inglês, com a fundação de Jamestown, a primeira colônia inglesa nas Américas, em 1607. É também no século XVII que são lançadas as bases do capitalismo industrial na Inglaterra com a Revolução Gloriosa já na década de 80 do século XVII. É durante esse período que a Marinha Inglesa irá se consolidar como a maior e mais bem equipada marinha do mundo, só perdendo a posição para os EUA no pós-2ª Guerra Mundial. A poderosa marinha irá contribuir para o acúmulo de capitais que irá financiar o expansionismo colonial e, mais tarde, industrial inglês.





Batalha de Marston Moor (1644) marca uma vitória decisiva das forças parlamentares durante a guerra civil inglesaO século XVII na Europa continental é o marco do absolutismo monárquico, tendo seu expoente máximo o Luis XIV, o Rei Sol que ficou famoso pela frase “L’État c’est moi", influência da Contra-reforma (representado na Inglaterra pela revolução anglicana). A filosofia do barroco se baseava no dualismo existente entre o hedonismo e o medo do pecado ou fervor religioso – enquanto que a busca pelo essencialmente humano já havia começado no Renascimento; havia o receio do divino sobrenatural que poderia punir o terreno e transitório.



Quando Hobbes tinha 30 anos e já havia visitado a Europa continental pela primeira vez, uma revolta na Boêmia daria início à Guerra dos Trinta Anos, fato que irá reforçar para Hobbes a sua própria visão pessimista acerca da natureza humana destrutiva. Apenas 12 anos após o início da guerra no continente europeu, disputas políticas entre o Parlamento e o Rei inglês dão início a uma guerra civil na Inglaterra que perdurará por 10 anos.



[editar] BiografiaHobbes alegou em sua autobiografia, "ao nascer sua mãe teria dado a luz a gêmeos: Hobbes e o medo", já que a mãe de Hobbes havia entrado em trabalho de parto prematuro com medo da Armada Espanhola (a Invencível Armada) que estava prestes a atacar a Inglaterra. Embora o tema do medo e do seu poder avassalador fossem aparecer mais tarde em suas obras, os primeiros anos de vida de Hobbes foram em grande parte livres da ansiedade. Seu pai era o vigário de Charlton e Westport, cidades próximas de Malmesbury, mas uma disputa com outro vigário, o levou a se mudar para Londres. Como resultado, aos sete anos de idade, Thomas Hobbes, ficou sob a tutela de seu tio Francisco. Hobbes fez seus primeiros estudos em Malmesbury e mais tarde em Westport, onde exibiu seus dotes intelectuais em estudos clássicos. Aos quatorze anos, em 1603, seu tio Francisco financiou os seus estudos, entrando na Magdalen Hall, onde predominava o ensino da escolástica de inspiração aristotélica, mas a que Hobbes não demonstrou grande interesse.





Magdalen College, em maio de 2007.Em 1610 ele empreendeu uma viagem à Europa, acompanhando William Cavendish, indo para França, Itália e Alemanha. Pode observar em primeira mão a pouca apreciação da escolástica na época - que já estava em claro declínio. As muitas tentativas de abrir portas para desenvolvimento de outros conhecimentos fez com que ele decidisse retornar à Inglaterra para aprofundar o estudo dos clássicos. Nesse período, já de volta à Inglaterra, suas relações com Francis Bacon irão reforçar a linha de seu próprio pensamento, bem fora do aristotelismo e da escolástica.



Em 1631 a família de nobres ingleses Cavendish novamente pede seus serviços como guardião do terceiro Duque de Devonshire, e Hobbes irá ocupar este cargo até 1642. Durante este período, faz outra viagem ao continente, lá permanecendo de 1634 a 1637. Na França, entra em contato com o círculo intelectual do Padre Mersenne, mentor de Descartes - com quem estabeleceu uma forte amizade. Em geral, Hobbes era a favor da explicação mecanicista do universo (que predominava na época), em oposição à teleológica defendida por Aristóteles e a escolástica. Também teve a oportunidade de conhecer Galileu, durante uma viagem à Itália em 1636 (6 anos antes de Galileu morrer), sob cuja influência Hobbes desenvolveu a sua filosofia social, baseando-se nos princípios da geometria e ciências naturais.



Em 1640, quando a possibilidade de uma guerra civil na Inglaterra já era clara, Hobbes, temendo por sua vida por ser um conhecido defensor da monarquia, viaja de volta para Paris, onde, mais uma vez, foi recebido pelo círculo de intelectuais francês.



Em 1646, ainda em Paris, vira professor de matemática do Príncipe de Gales, o futuro Carlos II, que também se encontrava exilado em Paris devido a Guerra Civil Inglesa. Em 1651, dois anos após a decapitação do rei Carlos I, Hobbes decide voltar para a Inglaterra com o fim da Guerra Civil e o começo da “Ditadura de Cromwell”. Neste ano também publica “Leviatã”, que provoca o início de sua disputa com John Bramhall, bispo de Derry, o principal acusador de Hobbes como sendo um “materialista ateu”.





Capa da edição original do Leviatã (1651).A publicação do “De Corpore”, em 1665, irá resultar em uma polêmica com os principais membros da Royal Society, que criticaram suas contribuições para a matemática bem como as posições ateístas defendidas por Hobbes. Na Inglaterra, o "anti-Hobbismo" atingiu um pico em 1666 quando seus livros foram queimados na sua alma mater, Oxford.



Hobbes manteve-se um escritor extremamente produtivo na velhice, mesmo sendo prejudicado pela oposição generalizada de seu trabalho. Viveu até os 91 anos durante uma época em que a expectativa média de vida não era muito mais do que quarenta anos. Aos 80 anos Hobbes produziu novas traduções para o inglês, tanto da Ilíada e da Odisseia e escreveu, em 1672, uma autobiografia em latim. Apesar da polêmica que causou, ele foi uma espécie de símbolo na Inglaterra até o final de sua vida. Seu ponto de vista pode ser considerado abominável ou atraente; suas teorias brilhantemente articuladas são lidas por pessoas de todos os espectros políticos.



Encontra-se sepultado na Igreja São João Batista, Ault Hucknall, Derbyshire na Inglaterra.



ReferênciasCurso de Teoria Política Moderna da Universidade de Brasília . Acessado em 8 de Dezembro de 2009.



v • eFilosofia da ciência

Filósofos Albert Einstein · Alfred North Whitehead · Aristóteles · Augusto Comte · Averroés · Círculo de Berlim · Carl Gustav Hempel · C. D. Broad · Charles Sanders Peirce · Dominicus Gundissalinus · Daniel Dennett · Epicuro · Francis Bacon · Friedrich Schelling · Galileu Galilei · Henri Poincaré · Herbert Spencer · Hugo de São Vitor · Immanuel Kant · Imre Lakatos · Isaac Newton · John Dewey · John Stuart Mill · Jürgen Habermas · Karl Pearson · Karl Popper · Karl Jaspers · Larry Laudan · Otto Neurath · Paul Haeberlin · Paul Feyerabend · Pierre Duhem · Pierre Gassendi · Platão · R.B. Braithwaite · René Descartes · Robert Kilwardby · Roger Bacon · Rudolf Carnap · Stephen Toulmin · Estoicismo · Thomas Hobbes · Thomas Kuhn · Círculo de Viena · W.V.O. Quine · Wilhelm Windelband · Wilhelm Wundt · William of Ockham · William Whewell · mais...



Conceitos Análise · Distinção sintético-analítica · A priori e a posteriori · Inteligência artificial · Causalidade · Comensurabilidade · Construto · Problema da demarcação · Poder explicativo · Fato · Falsificabilidade · Ignoramus et ignorabimus · Razão indutiva · Ingenuidade · Investigação · Modelos de investigação científica · Natureza · Objetividade · Observação · Paradigma · Problema da indução · Explicação científica · Lei científica · Método científico · Revolução científica · Teoria científica · Verificabilidade · Escolha da teoria ·



Metateoria da ciência Holismo de confirmação · Coerencismo · Contextualismo · Convencionalismo · Modelo nomológico-dedutivo · Determinismo · Empiricismo · Falibilismo · Fundacionalismo · Modelo hipotético-dedutivo · Infinitismo · Instrumentalismo · Positivismo · Pragmatismo · Racionalismo · Visão recebida das teorias · Reducionismo · Visão semântica das teorias · Realismo científico · Cientificismo · Antirrealismo científico · Cepticismo · Uniformitarismo · Vitalismo



Relacionados Epistemologia · História e Filosofia da ciência · História da ciência · História do pensamento evolucionário · Filosofia da biologia · Filosofia da química · Filosofia da física · Filosofia da mente · Filosofia da inteligência artificial · Filosofia da informação · Filosofia da percepção · Filosofia do tempo e espaço · Filosofia da física estatística e térmica · Filosofia das ciências sociais · Filosofia do meio ambiente · Filosofia da psicologia · Filosofia da tecnologia · Filosofia da ciência da computação · Pseudociência · Relacionamento entre religião e ciência · Retórica da ciência · Sociologia do conhecimento científico · Crítica da ciência · mais...



Portal · Categoria · Força-tarefa · Discussão · Alterações



O Wikiquote possui citações de ou sobre: Thomas Hobbes

Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Thomas_Hobbes&oldid=32939723"

Categorias: Nascidos em 1588Mortos em 1679Filósofos da InglaterraMatemáticos do Reino UnidoTeóricos do AbsolutismoEx-alunos do Magdalen College (Oxford)Filósofos políticosFilósofos do século XVIIFilósofos do DireitoCategorias ocultas: !Artigos bons na Wikipédia em chinês!Artigos destacados na Wikipédia em indonésioFerramentas pessoais

Criar contaEntrarEspaços nominais

ArtigoDiscussãoVariantesVistas

LerEditarVer históricoAções

Busca

NavegaçãoPágina principal

Conteúdo destacado

Eventos atuais

Esplanada

Página aleatória

Portais

Informar um erro

ColaboraçãoBoas-vindas

Ajuda

Página de testes

Portal comunitário

Mudanças recentes

Estaleiro

Criar página

Páginas novas

Contato

Donativos

Imprimir/exportarCriar um livro

Descarregar como PDF

Versão para impressão

FerramentasPáginas afluentes

Alterações relacionadas

Carregar ficheiro

Páginas especiais

Ligação permanente

Informações da página

Citar esta página

Noutras línguasAfrikaans

አማርኛ

Aragonés

العربية

مصرى

Azərbaycanca

Беларуская

Български

বাংলা

Brezhoneg

Bosanski

Català

کوردی

Česky

Cymraeg

Dansk

Deutsch

Ελληνικά

English

Esperanto

Español

Eesti

Euskara

Estremeñu

فارسی

Suomi

Français

Galego

עברית

Hrvatski

Magyar

Հայերեն

Bahasa Indonesia

Ido

Íslenska

Italiano

日本語

Basa Jawa

ქართული

Қазақша

한국어

Kurdî

Кыргызча

Latina

Lietuvių

Latviešu

Македонски

മലയാളം

مازِرونی

Nederlands

Norsk (nynorsk)‎

Norsk (bokmål)‎

Occitan

Polski

Piemontèis

Română

Русский

Sicilianu

Srpskohrvatski / српскохрватски

Simple English

Slovenčina

Slovenščina

Soomaaliga

Shqip

Српски / srpski

Svenska

Kiswahili

ไทย

Tagalog

Türkçe

Татарча/tatarça

Українська

Tiếng Việt

Winaray

Yorùbá

中文

Bân-lâm-gú

Esta página foi modificada pela última vez à(s) 15h35min de 14 de novembro de 2012.

Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso para mais detalhes.

Política de privacidadeSobre a WikipédiaAvisos geraisVersão móvel     COPYRIGHT WIKIPÉDIA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contador de visitas