terça-feira, 29 de março de 2011

10150 - RADIAÇÃO ATÕMICA

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RADIAÇÃO ATÔMICA
RADIAÇÃO ATÔMICA – O MAL REAL



Dra E. Simone D. Magaldi



Radiação atômica, eu sei o que é, mas não sei o que é. Incrível! Cai no paradoxo filosófico. Como é possível saber e não saber ao mesmo tempo? É possível. Assim como o Inconsciente e todos os seus conteúdos, eu os sei e não sei ao mesmo tempo. Sei do que se revela, também sei que a muito mais de não revelado, e deste conteúdo eu nada sei, mas tenho certeza que é real.

Desse modo sei e não sei sobre a radiação atômica. Ela é real, tanto quanto meus anjos e demônios, eu não os vejo, não os cheiro ou toco, mas sinto-os presente e manipulando minhas ações. Assim é com a radiação, não a percebo de nenhum modo, mas ela está lá, na minha radiografia, tomografia e etc., mas também dentro de um reator, em uma explosão atômica e talvez em outros modos que eu desconheça totalmente.

De Demócrito até 1897 acreditávamos que os átomos eram o que seu termo grego designa, indivisíveis, ai Thomson descobre o elétron e percebe que este era uma partícula atômica. Em 1911 Rutherford descobre que cada átomo consiste num certo número de elétrons em torno de um núcleo atômico (nucleon), em 1920 ele batiza os prótons.

Não paramos mais. Descobrimos que a escala de grandeza do vazio atômico é imensa. Exemplo do ferro cuja distância da primeira partícula para o núcleo é de dez elevados a quinta potência. Deduzimos disto que a matéria é mesmo um monte de vazio, de nada, de coisa alguma e de concreta e real, como sempre acreditávamos que a matéria fosse, ficou muito pouco.

Avançamos demasiado, conhecemos as propriedades destas partículas e das demais que foram descobertas a partir das câmaras de bolhas, como os neutrinos, partículas que perpassam todo material da terra, nosso corpo inclusive, e nada as detém. As propriedades das partículas são massa, carga, spin, charme, beleza, cor, estranheza....As linhas espectrais das partículas são como digitais, cada uma tem a sua assinatura (linha espectral) que é diferente das outras. Dá para acreditar? Sabemos mais delas do que de nossa psique.

Avançamos mais, como num longo processo terapêutico descemos as camadas profundas da matéria e descobrimos que nem o próton é elementar porque quarks estão em seu interior, assim como os leptons. Portanto até o presente sabemos que a matéria é constituída de quarks e leptons, estes são os chamados tijolos da matéria. Há partículas ainda de outra natureza, não possuem massa, como os neutrinos....ai!

Os quarks são mais pesados: up, down, strange, charmed, botton e top. Os leptons são mais leves: elétron, muon, tau, neutrino do elétron, neutrino do muon e neutrino do tau...Estes últimos sem massa, seriam assim como os arquétipos? De natureza psicóide: ao mesmo tempo matéria e espírito. Estão na “anti- matéria”, mas ao se juntar com outros elementos se tornam matéria. Por exemplo: o gama não possui massa, mas a união de duas partículas sem massa cria partícula com massa. Assim é: a interação da matéria só existe porque há uma troca dinâmica ligada por um elemento. Imagine duas partículas jogando bola, a bola é o elemento que possibilita a interação. Mas o que é a bola?

Em nível subatômico nós estamos interagindo com o Kosmos o tempo todo, há muita troca de partículas, estamos nos interpenetrando o tempo todo. Assim posso dizer: Eu sou você, e por ai vai. A metamatemática está ai, é a linguagem da criação, como afirmo em meu livro.

A questão é do que se é capaz de fazer com este pouco ou quase nada...Dá até canção, fúnebre, no entanto.

No encontro da matéria com a anti-matéria há uma enorme liberação de energia, assim como no encontro da ordem e o caos surge a realidade.

E realidade é Eros, com toda sua polaridade, para o bem e para o mal. Deste modo podemos evoluir em possibilidades diagnósticas, produção de energia limpa, mas também para o caos. E isto nos aterroriza porque temos no nosso Inconsciente Coletivo, de alguma maneira não explicável, a memória do big-bang. Em meu livro trago as referências mitológicas desta lembrança.

Sabemos que esta singularidade causou um enorme calor e muita luz, em nossos mitos dizemos que “a luz se fez nas trevas”, e é verdade, as primeiras partículas que surgiram foram os fótons. A união da luz é que formou a matéria. No princípio havia só luz, todas as probabilidades flutuavam nesta radiação de fundo. Foi preciso tempo e muito resfriamento para que surgissem os prótons e nêutrons e só centenas de anos mais tarde e muito mais frio depois que formaram-se o hélio e o hidrogênio. Depois vieram os gases de átomos leves e começaram a formar aglomerados (nuvens imensas de gás leve) e sob a influência da gravitação vão se condensando para formar as estrelas e galáxias, que são formadas por elementos mais pesados, e ai já vemos a existência das quatro forças:

FORTE (gluons), ELETROMAGNÉTICA (photon, sem massa). FRACA (bosons) e a GRAVITACIONAL (gráviton? Ainda não detectado).

Também com esta singularidade foi criado o tempo e o espaço, mas nosso inconsciente é de outra natureza porque ele existe num continuum de espaço-tempo, de alguma maneira estávamos presentes porque narramos mitos cosmogônicos com muita precisão, assim como sonhamos com esta singularidade.

Niels Bohr (1927) ao formular a teoria da complementaridade já dizia que o que observamos não é a natureza mesma, mas sim a natureza exposta ao nosso método de questionamento. E o certo é que hoje temos mesmo muito mais questionamentos que respostas. Não podemos esquecer que probabilidade gera incerteza, e temos muitas incertezas em aberto para usarmos tantas usinas atômicas.

Somos recém-nascidos em todas as ciências e a física atômica é embrionária. A própria filosofia é adolescente, tanto é que quase ninguém lhe presta ouvidos. A nossa psique é sábia e velha como o além-tempo, mas como seu “estudo científico” é também embrionário acreditamos saber muito, quando, conscientemente, não sabemos muita coisa. Jung alertava para ouvirmos o inconsciente, por mais irracional que nos pareça nem todos os medos são inúteis. Ele trouxe-nos vários casos em que o medo era um alerta inconsciente sobre o futuro. Assim é que tantos medos não são em vão, precisamos resgatar a humildade da busca do que não sabemos para termos certeza do que faremos.







*Ercilia Simone Dalvio Magaldi

Pedagoga – Filósofa – Especialista em Psicologia Junguiana –terapeuta - mestre em CRE – PUCSP e doutora em CRE - UMESP

email: simonemaqgaldi@ijep.com.br

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