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Colômbia: guerrilhas & drogas
A violência política
A história da Colômbia, é - mais do que nenhum outro país latino-americano -, a história da violência. A rivalidade partidária entre os dois grandes conglomerados oligárquicos, o liberal e o conservador, têm-se traduzido em guerras e matanças sem fim. A chamada “ Época da Guerra Civil” que se arrastou de 1863 a 1880, foi sucedida pela “Guerra dos Mil Dias”, de 1899 a 1903, provocando a morte de 60 a 130 mil vítimas. Foi este estado, de quase permanente e inexplicável autodestruição, que o novelista Gabriel Garcia Márques, prêmio Nobel de Literatura, tornou pano de fundo não só do seu clássico livro “Cem anos de Solidão” como da grande parte das suas outras histórias.
O Bogotazo: no século 20 a violência não amainou. Perseguições políticas acompanhadas de chacinas foram comuns. Nem mesmo as medidas reformistas tomadas pelo Presidente Alfonso López adotadas na década dos anos trinta, no sentido de dar garantias às terras dos camponeses, amainou o confronto. Há pouco mais de 50 anos passados, em 1948, a Colômbia presenciou talvez uma das mais terríveis anarquias urbanas da história moderna: o Bogotazo. Milhares de habitantes da capital se amotinaram, saindo às ruas tomados de um inconcebível furor, vandalizando quase tudo a sua passagem, em protesto contra o assassinato do líder liberal Jorge Eliécer Gaitán. Este crime político, cujos tumultos deram um prejuízo de 570 milhões de dólares, desencadeou outra onda de barbarismos que se estendeu, com alguns intervalos, por mais 14 anos, até 1962. Época, com toda a razão, chamada de La Violencia.
La Violencia: a anarquia sanguinária - calcula-se que provocou 200 mil mortes! - só foi contida aos poucos pela ditadura do General Rojas Pinilla em 1953. Em 1957, deposto o ditador, uma junta governativa , a Frente Nacional, organizou uma trégua entre os dois partidos, o liberal e o conservador. Representados por Camargo e Gomes, acertaram um estranho mas compreensível acordo: a Declaração de Sitges.
A conciliação oligárquica: segundo os grandes caciques partidários, para evitar uma nova recaída na violência popular (uma nova onda de matanças de rua) ou na violência institucional ( um retorno à ditadura), celebraram um acordo em que a presidência da república seria alternada, ora ela seria assumida por um liberal, ora por um conservador, fazendo com que o mesmo pacto fosse aplicado eqüitativamente nas demais instâncias do poder, nos ministérios e governos departamentais. Situação esta que se prolongou por 16 anos, até 1974.
O lado negativo da conciliação oligárquica foi desautorizar e desmoralizar o voto popular. De que servia ao povo participar de eleições onde previamente já se sabia quem empalmaria o poder? Isto conduziu a Colômbia a apresentar os mais elevados índices de abstenção eleitoral do continente.
A ausência do partido popular: é também marca da política colombiana a inexistência de um partido popular, com claras inclinações ideológicas e sociais - como o foram, por exemplo, o Partido Justicialista (PJ) na Argentina de Perón, ou o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) criado por Getúlio Vargas no Brasil, ou ainda uma agremiação da dimensão do dos socialistas chilenos, todos eles comprometidos com a reforma social e trabalhista. Esta falta de uma válvula de escape partidária faz com que as reivindicações sociais expludam em grandes fúrias e rebeliões das multidões nas cidades, ou busquem o caminho das guerrilhas, das emboscadas e das matanças no mundo rural. Agrega-se ainda , como combustível para a violência endêmica, o mau costume da elite colombiana de recorrer aos assassinatos de encomenda, à pistolagem, como método regular de eliminação dos adversários da vida política.
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