DISPOSITIVOS DA LINGUAGEM NA ESCRITA DA HISTÓRIA
Marçal Henrique Rossetto Cavallari
Orientadora: Prof.ª Dr.ª: Célia Maria David. Departamento de Estudos Sociais Básicos e Educação, Unesp/ Franca
Resumo: A constituição de uma história comprovada pelo documento demonstra a intenção do homem em construir uma produção historiográfica aproximada à verdade. O registro dos episódios através das fontes escritas atribuiu maior credibilidade à transmissão da história. Anterior a essa prática de registro, o conhecimento histórico dependia estreitamente de relatos. Dessa forma, uma falha de memória, ou a intenção de distorcer o conteúdo dos acontecimentos tornava a alteração da versão narrada mais evidente.No entanto, o documento é produto dos olhares de quem o compôs. Ou seja, na sustância documental encontram- se implícitos os valores e os interesses de seu escritor. Este trabalho sugere a releitura e análise crítica sobre a produção historiográfica, a fim de ampliar a compreensão do processo histórico.
Palavras- chave: concepções da verdade, interpretação, documento, história
Abstract: The history is based on documents which demonstrate the men’s intention of constructing a history close to the truth. The written episodes and sources gave more credibility to the transmission of the history. Before being written, the history was transmitted through speeches. Consequently, a lack of memory or the intention of changing the content of the facts, made the accounted version more evident. Thus, the document is under the influence of the person who wrote it. In other words, the documents show implicitly the values and intentions of their authors. This paper shows the importance of reading the history and its documents critically, in order to understand the history process deeply.
Key- words: The conception of the truth, document, history and interpretation.
1) Introdução
O historiador fundamenta suas investigações em registros escritos ou em vestígios da cultura material deixados por uma civilização. A produção historiográfica representa o resultado da análise interpretativa dessas fontes. Contudo, o pesquisador da história recorre aos registros escritos, com maior freqüência do que as fontes da cultura material. Os motivos da preferência quanto à consulta residem principalmente na facilidade de acesso a este tipo de fonte e à viabilidade econômica da pesquisa.
A preocupação do educador na área de história recai sobre a questão da metodologia de construção e interpretação documental. Até que ponto os documentos servem para esclarecer e restituir ao patrimônio da humanidade os episódios passados, e até onde são utilizados como mecanismos de justificativa à manutenção da dominação de uma civilização sobre outra.
Para ilustrar este assunto, será utilizada uma obra de (Romano,R.1972), intitulada: Os Mecanismos da Conquista Colonial , da qual foram extraídos alguns documentos pertinentes à época da expansão do domínio espanhol sobre os povos e territórios do ”novo mundo”. A análise e a interpretação sobre as circunstâncias, a forma e quem redigiu esses documentos trazem significativas contribuições para a melhor compreensão do processo histórico referente à derrocada e conquista da civilização ameríndia por parte dos ibéricos.
O objetivo deste artigo visa sugerir uma análise meticulosa das fontes construtoras do conhecimento historiográfico, a fim de incentivar uma averiguação interpretativa apurada do conteúdo por elas transmitido.
O processo de interpretação das fontes documentais exige uma análise da linguagem aplicada pelo relator ao escrevê-las e do leitor ao assimilar sua mensagem. Como instrumento desta pesquisa, as concepções de Nietzsche, da língua grega, da latina e da hebraica servirão como síntese do conceito atual da verdade ao qual nos valemos hoje.
2) O homem estabelece seus parâmetros
O conceito é formado a partir de observações. As observações, no entanto, partem de uma visão subjetiva dos elementos físicos. No momento em que a análise de um objeto de estudo, ou de uma circunstância, em se tratando de história, é concebida, as emoções momentâneas e os parâmetros dos valores morais, políticos e sociais inerentes à personalidade de seu criador têm peso considerável na medida em que a formula.
A concepção de uma opinião coletiva a respeito de todo o aspecto mental e material que constitui o universo humano representa, portanto, o conceito. A prática de estabelecer conceitos implica, nesse caso, na caracterização dos indivíduos e de suas atividades, a fim de qualificar o caráter negativo ou positivo de sua conduta.
Para que uma comunidade possa subsistir, é preciso condicionar os hábitos e as vontades daqueles que nela habitam. A elaboração de um conjunto de regras, incluindo deveres, obrigações, e, principalmente, ética e valores morais, faz- se essencialmente presente e consensualmente acatado.
A partir desse instante, o indivíduo é constantemente julgado de acordo com os parâmetros de tudo o quê é ou não permitido fazer para que uma aparente harmonia coletiva tenha manutenção constante.
A fim de melhor compreender o sistema de classificação dos indivíduos e de suas condutas é necessário, entretanto, elucidar os critérios nos quais esse processo foi esculpido. A acepção de verdade como sendo um conjunto das regras que regem o universo humano será o caminho percorrido pela análise proposta por este trabalho.
3) As concepções da verdade e sua importância para o homem
As concepções da verdade podem ter enfoques e origens variados, contudo, a função a elas destinadas é de unificar e atribuir validade ou anulação a todas as idéias elaboradas pelos homens. O significado da verdade atualmente adotado por nós, é resultado do entrecruzamento de diferentes análises (mais especificamente aos significados vindos da língua grega, latina e hebraica) que visam montar uma teoria a respeito do conceito da verdade.
“Nossa idéia de verdade foi construída ao longo dos séculos, a partir de três concepções diferentes, vindas da língua grega, da latina e da hebraica.” (Chaui, M. 1997: 99).
A verdade, de acordo com a concepção dos gregos, refere- se às coisas do presente. O verdadeiro constitui tudo o que está ao alcance dos olhos ou da compreensão. Com isso, todos os aspectos, cuja percepção e explicação estejam palpáveis, não escondidos e não dissimulados correspondem à realidade observada , portanto, à designação da verdade.
De acordo com a concepção da verdade empregada pelo latim, a descrição fiel dos fatos passados, tal qual realmente ocorreram, constitui a autenticidade. A verdade é construída pela narrativa, cujos acontecimentos e pormenores aparecem rememorados com rigor e exatidão.
A veracidade dos fatos, neste caso, depende da memória e da linguagem. As lembranças reconstituirão os episódios ocorridos, enquanto que a linguagem, expressa em letras ou em palavras, os transmitirá com rigorosa precisão.
A compreensão da verdade na língua hebraica está fundamentada na confiança e na esperança de que tudo o que se promete é cumprido.
A fim de exemplificar com uma designação mais atualizada, mas não divergente das três concepções anteriormente citadas, descreveremos a compreensão da verdade deixada por Nietzsche. Este filósofo refere- se à verdade como uma representação do real criada pelos homens, intuindo, dessa forma, a compreensão do universo mental e material . Trata- se, portanto, de uma idéia convencionalmente estruturada, consagrada e de transmissão contínua às futuras gerações de uma civilização.
“Verdade é uma soma de relações humanas, ou seja, implica em uma designação uniformemente válida das coisas, que após longo uso, aparece a um povo sólida, canônica e obrigatória... A verdade é, portanto, uma ilusão, uma representação criada pelo homem a fim de promover o entendimento das coisas do mundo.” (Nietzsche, F. 1999: 54).
4) Elaborando um conceito abrangente e funcional da verdade
A ausência de transparência constitui, de acordo à concepção da verdade utilizada pelos gregos, o irreal, uma vez que o verdadeiro implica em enxergar as coisas como são; conhecer submete- se somente ao ver. A realidade manifesta- se à face da simples disponibilidade e interpretação das coisas elucidadas. A verdade, portanto, projeta- se à sombra da realidade sobre a qual a razão é capaz de explicar.
Já a concepção da verdade adotada pelo latim não incide sobre os próprios fatos, mas à narração com que esses fatos são reconstituídos. Ou seja, o conhecimento da verdade resume à memória e à linguagem. A oposição da verdade não está contida na dicotomia real- irreal, mas à veracidade- falsidade dos fatos contados.
Os hebraicos relacionam a verdade ao sentimento mútuo da confiança. Nesse caso, a dicotomia atribuída à autenticidade corresponde à confiança- esperança, os atos do indivíduo são o fator principal da permanência da verdade.
A consistência teórica mostrada segundo a concepção de Nietzsche, traduz a verdade como um símbolo, cuja adoção é produto das relações e consensos humanos. O uso universalizado assegura incontestável validade a essas representações simbólicas; a incessante repetição possibilita terreno fértil para que tais representações cresçam e se proliferem no interior da sociedade.
O significado adverso à verdade é o da mentira. Toda idéia não cristalizada aos preceitos costumeiros de uma sociedade, ou seja, de valor desconhecido, ou divergente daquele tradicionalmente seguido por seus membros, tem crédito nulo. Isso representa a designação uniformemente válida das coisas apontada por Nietzsche.
A definição de um conjunto das verdades acarreta na invenção dos parâmetros a partir dos quais os valores humanos receberão qualificação positiva ou negativa. O sentido de moral e imoral, ou de certo e errado é extraído, portanto, das experiências coletivas daquela sociedade, embasadas na observação de como obter uma forma propiciadora de uma convivência, onde a subsistência e a “paz comum” para todo o grupo sejam os principais pilares.
De acordo com as descrições apresentadas, a verdade é revestida de duas funções distintas; auxiliar quanto à obediência das regras que envolvem o contato entre os indivíduos, demonstrando-lhes o pleno discernimento de tudo o que é ou não constitucionalizado, a fim de conservar os preceitos anteriormente estabelecidos por seus antepassados, e a tarefa de condenar qualquer um que ouse promover uma ruptura aos velhos moldes.
Os parâmetros enquadram o indivíduo à sociedade, tornando-o digno de convivência entre as pessoas. O homem vem ao mundo despido de valores. O contato social (considera-se contato social as relações dentro e fora do ambiente da família) apresenta as concepções tradicionais de mundo incorporadas pelo indivíduo.
As atitudes convencionais variam desde o modo de vestir- se em determinados locais, a forma de se expressar em ocasiões diferentes, a religião mais justa a seguir e valorizar... Todo esse arsenal estipulado padroniza, sutilmente, o indivíduo, fazendo, dessa maneira com que seja inserido integralmente à sociedade na qual é agente e vítima das normas que controlam sua vida. Em contrapartida, aqueles que relutam em absorver inquestionavelmente tais preceitos, ou hesitam em cumpri-los, são ignorados, punidos, ridicularizados e colocados à margem da convivência em sociedade, até que suas atitudes sejam redirecionadas..
Observa- se, então, que a atual configuração da verdade adotada por nós, deriva da mescla das diferentes concepções anteriormente citadas. Em outras palavras, consideramos que o correto desenha- se sobre as coisas evidentemente palpáveis à compreensão, desde que já tenham pertencido a experiências anteriormente observadas e, com rigor, registradas na memória, a fim de que possam ser revitalizadas a cada transferência às gerações seguintes. Todos os aspectos a que julgamos corretos e nos quais depositamos nossa confiança constituem nossa verdade.
5) A verdade e a transmissão oral da história
Depois de iniciada a prática da comunicação, o intuito de retomar o passado sempre marcou importância entre as diversas preocupações vividas pelo homem.
A memória de tempos já ocorridos era transmitida oralmente por grupos de pessoas denominadas “contadores de história”. Esses indivíduos poderiam ser viajantes que retiravam seu sustento narrando episódios passados, como exemplo dos contadores dos atos dos heróis na Grécia da era Arcaica, ou poderiam ser os mais velhos habitantes da comunidade. Em contrapartida, a fidelidade cronológica, seqüencial e o teor de autenticidade dos fatos dependem de quem das circunstâncias e dos narradores.
6) Os registros escritos, a organização da história e o compromisso com a verdade.
A tentativa de construir uma história comprometida com a verdade é inaugurada mediante o surgimento dos registros escritos, ou seja, o documento. A mudança no método de apreensão dos acontecimentos permitiu uma unificação da consciência histórica. O conteúdo dos acontecimentos apresentava- se preso a provas concretas, quer sejam em palavras ou em vestígios materiais.
O surgimento de fontes escritas conferira um ordenamento das atividades humanas, uma vez que a evolução das diversas formas de organização política, produtiva e cultural seria registrada. Inaugurava- se um meio mais seguro de preservação da memória histórica.
De certa forma, o armazenamento de informações conseguido pela palavra escrita garante uma integridade ao conhecimento sobre a evolução das instituições e ações humanas. Escrito, o conhecimento é imobilizado, visto que a versão, antes transmitida oralmente, prende-se aos limites do texto, tornando-se, pois, fixa e acessível a todos aqueles que desejarem consultar.
A história, a partir do advento do acervo documental, conquista a característica de ciência humana. Ou seja, é registrada sob uma organização cronológica e racionalmente estruturada. A transmissão oral da história tem a credibilidade diminuída, se não for possível comprovar e assegurar o mencionado por uma fonte escrita.
7) A história e suas fontes
É preciso salientar que qualquer prova material constitui um documento. As fontes utilizadas pela historiografia dividem- se em escritas e não escritas. As não escritas recebem o nome genérico de vestígio material: pedaços de cerâmica, argila, vasos, moedas, instrumentos de guerra. As fontes escritas resumem- se aos textos.
O tipo desses textos varia conforme o objetivo da análise e o objeto de estudo escolhido, por exemplo, as atas de reuniões de um órgão administrativo, caso deseja-se descobrir maiores detalhes sobre suas atividades, registros contábeis referentes ao volume de moedas movimentadas pelas exportações e importações, a fim de verificar o balanço fiscal de um governo, em síntese, quaisquer mensagens escritas.
8) O registro e a cristalização dos fatos
Ao elaborar o documento escrito, o conteúdo por ele transmitido adquire maior credibilidade e alcance persuasivo. A palavra, pura e simplesmente mencionada, consegue arrebanhar apenas os ouvintes que estão próximos ao narrador. Além disso, a confiabilidade quanto à origem da informação e a veracidade dos fatos tornam- se debilitadas. O domínio do conhecimento é exclusivamente de quem narra os episódios, privilégio este que lhe permite manipular a opinião dos que o ouvem. Visto que não há provas materiais que invalidem a versão por ele criada, introduz conclusões concebidas de acordo à sua vontade e interesse. Com o aparecimento do documento, as probabilidades dessa indução ocorrer são, aparentemente, menores.
9) Os produtores das fontes e a verdade
O tecido documental é resumido a um conjunto de obras literárias, assim sendo, é um referente produzido por um emissor, que é um indivíduo, a fim de veicular uma mensagem a um receptor; um conjunto de indivíduos. A confecção de um registro escrito exige a observação direta do episódio por parte do indivíduo encarregado por sua produção. A redação do fato terá duas descrições distintas que se misturam em uma única versão. A primeira condiz à disposição do fato como ele se apresenta aos olhos do observador. Na segunda descrição, o observador conduz a natureza do que deve ou não ser publicado, mediante consulta aos valores implícitos de sua criação.
O documento produzido transporta em sua essência, em maior ou menor escala, as características de quem o produziu. A política, os dogmas pessoais, a condição econômica e as emoções vividas no instante da confecção da fonte escrita intervêm no julgamento do emissor para com os fatos e, portanto, no conteúdo do documento.
Restituir ao homem a configuração imparcial do passado implicaria em distinguir o objeto estudado do sujeito que o estuda. Os modelos elaborados para a explanação da produção historiográfica, todavia, têm veracidade comprometida aos valores e representação dos interesses daqueles que os fabricam.
Os episódios passados, apesar de autenticados por um conjunto de provas materiais, apresentam- se tão passíveis à manipulação quanto os expostos em prática verbal de transmissão da memória histórica. Assim sendo, somente as interpretações oficializadas assumem o valor de verdadeiras.
10) A interpretação da verdade sob os olhares de quem produz o registro histórico
“Os espanhóis pagaram aos índios tudo o que tomaram deles com grandes benefícios; e a propósito, tudo o que de bom se cultiva na Espanha, é cultivado lá também [no Peru]: trigo, cevada, plantas e ervas hortenses, legumes de toda a espécie, devido aos cuidados dos espanhóis; laranjas, limões cidras e todas as frutas desse gênero, abundantes em certos lugares, pois a maior parte do Peru apresenta terra quente e úmida. Cultivou- se os pêssegos também... As ovelhas, as vacas, as cabras, os porcos, os cavalos, os burros, os cachorros, os gatos etc, não existiam no Peru- foram importados da Espanha. Eles se multiplicaram em abundância e constituíram um grande benefício, particularmente quanto à galinha de Castela, de que os índios tiraram o melhor proveito.” (Romano, R. 1972: 80 – documento 23).
A descrição acima procura justificar a espoliação colonial espanhola ao território do Peru e menosprezar a cultura dos índios que ali viviam. Ao apontar o êxito na inserção das frutas, legumes e animais cultivados na Espanha, sugere a contribuição da colonização hispânica para o enriquecimento da cultura nativa e não sua extinção. Segundo o trecho, a exploração dos recursos naturais do território foi amplamente recompensada, comparando- se aos benefícios deixados pelos espanhóis.
“É por isso que as feras são dominadas e submetidas ao império dos homens... Constata- se esta mesma situação entre os homens; pois há os que, por natureza, são senhores e outros que, por natureza, são servos. E é justo e útil que sejam servos, e vemos que isto é sancionado pela própria lei divina. Assim são as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos. E sempre será justo e de acordo com o direito natural que essas pessoas sejam submetidas ao império de príncipes e de nações mais civilizadas e humanas, de modo que, graças à virtude dos últimos e à prudência de suas leis, eles abandonam a barbárie e se adaptam a uma vida mais humana e ao culto da virtude. E se recusam esse império, é permissível impô-lo por meio das armas e tal guerra será justa assim como declara o direito natural... Concluindo: é justo, normal e de acordo com a lei natural que os homens probos, inteligentes, virtuosos e humanos dominem todos os que não possuem estas virtudes.”(Romano, R, 1972:85- documento 25).
Nota-se que o relator do documento tece um julgamento pejorativo de povos cujos costumes são divergentes às tradições por ele adotadas, ao denominá-los de nações bárbaras, desumanas e estranhas à vida civil. Os povos indígenas, nesse caso, constituem o “outro”, e, pelo motivo de não comunicarem- se através do idioma dos ibéricos e por desconhecerem a religião cristã, são denominados “estranhos”, além de perderem a condição de homens, pois, de acordo com a descrição do relator do documento; não passam de animais selvagens que precisam ser domados. Dessa forma, constrói- se um mecanismo que atenue a voracidade da dominação. Uma vez que as nações civilizadas, de acordo com as designações divinas, devem auxiliar às desprovidas de vida civil a livrarem- se da condição de barbárie. A anexação territorial e a conseqüente expansão do Império foram obtidas pelo emprego da violência. Qualquer resistência nativa aos conquistadores ibéricos é justificativa à utilização da força das armas. A tarefa dos europeus era de conduzir os bárbaros à civilização.
11) Considerações finais
A ousadia de interrogar sobre a procedência da fonte escrita, bem como a de seu escritor, contribui para uma análise mais detalhada das interpretações a elas oferecidas. Uma compreensão lúcida sobre o material historiográfico fortalece a importância de uma consciência histórica e contribui para a diminuição de teorias que visam justificar a hegemonia de uma civilização sobre outra.
A releitura crítica do processo histórico ajuda buscar soluções às eternas interrogativas sobre passagens obscuras do passado, cuja resposta trará à tona as reais causas dos atuais problemas
que atormentam a estabilidade política, econômica e social de uma nação. O conhecimento desses fatores representa um dos caminhos que assegurariam a eliminação dessas turbulências.
Referências Bibliográficas
CHAUI, M. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1997.
FOUCAULT, M. Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1980.
NIETZSCHE.F. Os Pensadores. São Paulo, Nova Cultural, 1999.
RUGGIERO. R. Os Mecanismos da Conquista Colonial. São Paulo, Perspectiva, 1972.
Biodata: Marçal Henrique Rossetto Cavallari is a graduate student at UNESP- Franca. He is taking a degree in History. He has also been teaching writing and interpretation for teenagers, who want to do the vestibular exam, and that’s why his main interest is to study the history and its documents critically, based on the language used to construct this history.
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