O quê? Onde? Porquê? Quando?
Onde se fala a língua portuguesa?
Com uma pequena excepção - constituída pelo território de Portugal continental e insular (e pelas comunidades emigrantes de França, Canadá, Estados Unidos, etc.) -, a língua portuguesa é falada na zona compreendida entre as duas linhas tropicais. (mapa)
Entre o trópico de Câncer e o Equador encontram-se Cabo Verde, Guiné, Goa e Macau. Nestas regiões, o português é falado por uma parte mais europeizada da população, a par de outras línguas, como os crioulos africanos, o concanim (dialecto do marata) e o cantonês (língua do sul da China). Aí também se encontram Diu e Damão, onde a manutenção do português não está assegurada; mas os crioulos aí desenvolvidos seguirão um processo de desenvolvimento análogo ao que ocorreu no Sri-Lanka e em Malaca. Do outro lado do mundo, na Guiana Holandesa, a província de Surinam alberga uma outra relíquia do passado colonial: o papiamento.
Entre o Equador e o trópico de Capricórnio, o panorama é muito mais amplo e mais complexo. Em São Tomé, português e crioulos mantêm um convívio semelhante ao de Cabo Verde, enquanto em Timor um português de implantação relativamente recente não teve tempo de crioulizar.
Ao lado destas pequenas unidades linguísticas, acham-se os maiores espaços lusofalantes do mundo:
a) o Brasil, país de reduzida variedade dialectal, onde nenhuma outra língua faz concorrência à portuguesa como veículo de comunicação nacional ou regional (ao passo que nos Estados Unidos o inglês reparte essa função com o castelhano e no Canadá com o francês);
b) Angola e Moçambique, onde o português reparte a sua influência com numerosas línguas nacionais e é falado como língua materna por uma parte não maioritária da população. Nestes dois grandes países, a sua importância e as suas perspectivas de futuro vêm-lhe do papel como língua de administração, cultura e ensino, como língua de relação internacional e, principalmente, como língua de relação inter-étnica (papel que, na Guiné-Bissau, por exemplo, cabe ao crioulo).
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