quarta-feira, 1 de setembro de 2010

3020 - JOHN WICLEF

John Wyclif e a Reforma

por

Norman V. Hope



Resenha do livro “John Wyclif and Reform”, de John Stacey. 169 pp. Philadelphia , Westminster Press, 1964.

John Wyclif é um homem concernente a quem julgamentos históricos têm diferido amplamente. O Protestantismo popular tem lhe chamado de “a Estrela da Manhã da Reforma”, e Dean W.F. Hook o descreveu como “um dos grandes homens que o nosso país produziu”. Mas, por outro lado, Dr. F.J.C. Hearnshaw mantém que Wlyclif não era um homem religioso de forma alguma, visto que ele “não teve nem experiência religiosa, nem senso de pecado, nem consciência de conversão, nem certeza de salvação, nem um coração de amor, nem uma evidente comunhão com Deus”. E .B. McFarlane, um crítico muito recente, contende que Wyclif fez “pouco ou nada para inspirar (a Reforma) e todo o possível para atrasar (ela)”.

Nesse livro, John Stacey procura apresentar uma estimativa mais balanceada do caráter e significância histórica de Wyclif. Ele admite que Wyclif não era religioso o suficiente. Ele concorda que ele foi freqüentemente intemperado em expressar suas visões. Ele aceita que Wyclif teve pouca ou nenhuma atração, tal como, por exemplo, John Wesley teve no século dezoito, e que, de fato, ele (Wyclif) era mais um acadêmico do que um profeta. Ele admite que Wyclif não era um conhecedor dos costumes mundiais, visto que ele “deu pouquíssima importância ao ensino e nunca perturbou sua cabeça sobre se Oxford era por ele ou contra ele. Na realidade, se o Wyclifismo não tivesse sido suprimido em Oxford, a história da Inglaterra teria sido extremamente diferente” (p. 129). Stacey também concorda que Wyclif foi carente de astúcia política, visto que, por sua simpatia com a causa dos Camponeses e seu ataque em cima da profundamente apreciada doutrina da Transubstanciação, ele se alienou da corte e das classes governamentais, os únicos grupos na Inglaterra daqueles dias capazes de persistir no objetivo de tais reformas na igreja como Wyclif advogava.

Mas, por outro lado, Stacey sustenta que Wyclif, em seus escritos e ensinos, focalizou a atenção em vários assuntos que se tornaram mais tarde centrais com os pais fundadores do Protestantismo – com a significante exceção da doutrina da sola fide. Em particular, Wyclif criticou veementemente o abuso que era tão extremo na Igreja Católica Romana contemporânea. Ele estabeleceu a Bíblia como a autoridade objetiva final para a crença e prática Cristã; e ele inspirou, se não diretamente instigou, a tradução da Vulgata Latina para o inglês vernacular. Ele expôs uma interpretação mais bíblica do sacramento da Ceia do Senhor do que a Transubstanciação oferecia. Ele enfatizou a necessidade de um caráter virtuoso entre os crentes Cristãos. Ele enfatizou a importância da pregação; e ele despachou missionários em expedições através da Inglaterra para expor suas visões para o povo e para reunir grupos para o estudo da Bíblia e discussão de seu ensino. E alguns desses grupos, conhecidos como Lollards, sobreviveram em condições subterrâneas até a vinda da Reforma no século dezesseis.

O que o argumento de Stacey significa é isto: que Wyclif expressou muito do mesmo tipo de criticismo contra o Catolicismo Romano que os protestantes do século dezesseis expressaram, e sugeriu algumas linhas de reforma da igreja, as quais foram seguidas durante o curso do movimento da Reforma. Ele pode, dessa forma, ser descrito como, num sentido, um precursor da Reforma. Mas não há evidência que manifeste qualquer influência causal direta sobre os Reformadores Protestantes: não há um desenvolvimento linear entre Wyclif e Lutero. E os seus seguidores que sobreviveram até o século dezesseis, embora tenham dado boas-vindas ao movimento da Reforma quando o mesmo chegou, não fizeram, contudo, nenhuma contribuição distintiva para ele. Essa parece ser uma justa avaliação do lugar e da influência de Wyclif.




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Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT.

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