segunda-feira, 2 de agosto de 2010

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COMPORTAMENTO
Sociedade secreta

Como funciona a ordem DeMolay, a misteriosa fraternidade masculina

Thaís Ferraz

Mirian Fichtner/ÉPOCA

A SEDE DA ORDEM NO RIO
Visão distorcida no cinema
As luzes do templo estão apagadas. Rapazes que têm os graus mais elevados dentro da fraternidade secreta entram no recinto, vestidos com longas capas pretas e paramentados com suas medalhas e cordéis de honra. Sobre o altar, está a Bíblia Sagrada e alguns livros escolares circundados por sete castiçais com velas vermelhas, dispostos em meia-lua, numa alusão ao conhecimento oculto, prestes a se tornar cheio, ou pleno. As velas são acesas, uma a uma, e o juramento de fidelidade às Sete Virtudes Cardeais começa: amor à família, reverência pelas coisas sagradas, cortesia, pureza de coração, patriotismo, fidelidade e companheirismo. Um golpe de malhete anuncia que, no recinto, mais um rapaz está prestes a se tornar um novo membro, um DeMolay.

Jacques DeMolay, mártir que dá nome à ordem, foi condenado à fogueira no século XII pelo rei Filipe, o Belo, por não revelar os segredos da seita medieval dos templários, da qual fazia parte, nem o nome de seus companheiros. Seu exemplo é seguido por homens com perfil tão diferente quanto um professor de inglês, um músico, um estudante universitário de filosofia, um médico, Bill Clinton e Walt Disney. Todos são cavalheiros da Ordem DeMolay, uma fraternidade masculina internacional patrocinada pela maçonaria e que tem como um de seus objetivos a formação de líderes.

O DeMolay Rafael Chaves, de 19 anos, iniciado há dois no Capítulo (nome dado às filiais da ordem) Frank Marshall, conta que a família se assustou com a perspectiva de que o jovem professor de inglês e estudante de História pudesse estar envolvido com alguma espécie de ocultismo.

Ter preocupação com o social é característica do DeMolay: "Fazemos filantropia sem divulgá-la. Não precisamos fazer marketing disso, como tantas organizações", alfineta o músico Aldrin Izidoro, de 22 anos, iniciado há sete no Capítulo Caruaru, em Pernambuco, e que é acordeonista das bandas de Zé Ramalho e Belchior.

O novato do grupo, Gabriel de Albuquerque, de apenas 13 anos, vê nos membros mais antigos o grande estímulo para a participação: "Fico contando os dias para chegar a data das liturgias e do encontro com os colegas", diz ele, que também é conhecido como "o terror das menininhas de 5a série". Gabriel começou cedo, mas, nas palavras de Bergson Marques, "já se nasce DeMolay": "É uma questão de espírito. A iniciação é apenas uma conseqüência.

Leia a íntegra da reportagem

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