História e Cultura
Quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
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História Geral
A vida no século XIX
O avanço tecnológico
O avanço tecnológico acelerou a passagem de uma economia essencialmente agrária e artesanal para uma economia industrial, e isso transformou a vida das pessoas no século XIX.
Com a Revolução Industrial as pessoas podiam viajar em trens a vapor, numa velocidade de 150 km por hora, ou em navios também movidos a vapor.
A Revolução Industrial trouxe progresso e inúmeros benefícios materiais e conforto às pessoas. A máquina diminuiu os esforços físicos dos homens. A burguesia chegou ao poder e passou a conduzir a economia. As casas burguesas da Inglaterra, no século XIX, já contavam com iluminação a gás. Luxos como cortinas e tapetes tornaram-se mais acessíveis, sobretudo quando adquiridos nos grandes magazines que surgiram em Londres ou Paris a partir de 1840.
A vida ficou mais interessante com as máquinas fotográficas, os gramofones, as máquinas de escrever e as porcelanas inglesas, entre outros.
Em 1840, a Inglaterra introduziu o selo em seu serviço postal; o famoso Penny Black, lançado pelo governo inglês.
Antonio S. G. Meucci criou um protótipo do telefone, e vendeu a sua criação a Alexander Graham Bell, que o aperfeiçoou em 1876 e o patenteou como invenção sua. Somente em 2002, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma resolução reconhecendo Meucci como o inventor verdadeiro do telefone.
O fonógrafo foi inventado por Thomas Alva Edison, em 1877. O fonógrafo é um aparelho para registrar e reproduzir o som.
Em 1900, a maior parte do mundo estava interligada pelos cabos do telégrafo elétrico.
Com os avanços as notícias difundiam-se com mais rapidez.
As cidades do século XIX
Mas, os benefícios do progresso não eram para todos. As cidades do século XIX, como Londres ou Paris, cresceram sem planejamento. Operários e burgueses já não dividiam a mesma vizinhança; os trabalhadores moravam junto às fábricas enquanto os patrões moravam nos subúrbios mais distantes e arborizados.
As cidades foram surgindo em torno das fábricas. As ruas eram estreitas e formavam labirintos; as casas dos operários eram pequenas e miseráveis, grudadas umas às outras. Os cômodos não tinham janelas.
O ar sufocava com os gases das chaminés e não havia serviços públicos básicos, como água limpa ou rede de esgotos. Essas cidades industriais eram feias, sujas e tristes; seus rios, imundos. Essa situação favorecia a disseminação de epidemias e doenças; cólera, varíola, escarlatina e tifo eram frequentes entre os trabalhadores. O trabalho nas fábricas consumia cerca de 15 horas por dia de homens, mulheres e crianças – algumas com apenas 5 anos. Os salários eram muito baixos, não permitindo aos trabalhadores usufruírem das maravilhas da sociedade industrial.
As aldeias transformaram-se em grandes cidades e parte da população rural deslocou-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas fábricas. Aliado ao aumento da produção e da produtividade houve sensível aumento populacional: entre 1750 e 1850, a população da Inglaterra quase triplicou.
O preço na alimentação foi reduzido com o progresso nos métodos agrícolas – a máquina semeadora é um exemplo -, a importação de mercadorias de outros países, como os Estados Unidos, e o barateamento nos transportes devido às estradas de ferro.
A invenção da comida enlatada, que se conservava por muito mais tempo, mudou hábitos alimentares. Se até o século XIX, o alimento sempre vinha das hortas e plantações locais, a partir de então ele poderia vir de qualquer canto do mundo.
O trabalho nas indústrias têxteis
Com a introdução das máquinas, a força muscular deixou de ser necessária ao trabalhador das indústrias têxteis. Passou a ser aproveitado então o trabalho de mulheres e crianças, com salários que chegavam a ser a metade do que se pagava a um homem adulto. Os dedos finos das crianças eram úteis na manutenção das máquinas e seu porte físico adequado ao espaço apertado entre as instalações.
A disciplina era rigorosa e os acidentes de trabalho eram muito frequentes, reflexos de má alimentação e fadiga. Algumas crianças trabalhavam sobre pernas de pau, para alcançarem os teares. Se adormecessem, podiam ter seus dedos estraçalhados nas engrenagens.
A literatura dessa época fala de personagens pálidos, quase sem vida. A partir de meados do século XIX, houve melhoras nas condições de trabalho, devido e reações e pressões dos próprios trabalhadores organizados em associações e sindicatos.
James Watt
Entre 1769 e 1782, o escocês James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor. Sua máquina logo foi adaptada ao tear, aos navios e fez nascerem as locomotivas.
Locomotiva a vapor: construída em 1804 pelo inglês Richard Trevithick.
Mais tarde, a Revolução Industrial prosseguiu com a metalurgia, a eletricidade, a indústria química, o motor à explosão e a energia nuclear.
Depois da invenção das máquinas, a vida começou a se acelerar. A travessia do oceano Atlântico, que duraria de seis a oito semanas (as naus que descobriram o Brasil demoraram 43 dias para chegar aqui, por exemplo), teve seu tempo reduzido de 8 a 15 dias. Em 1900, esse tempo diminuíra para uma semana. Nos anos de 1940, ainda de navio, fazia-se o trajeto entre Londres e Nova York em quatro dias e meio. Com o advento dos aviões, esse tempo caiu ainda mais: em 1950, os aviões comerciais faziam a travessia em 18 horas, com os aviões supersônicos (hoje, os aviões supersônicos estão limitados apenas a fins militares), pode-se fazer a viagem em apenas três horas.
05/03/09
Fontes consultadas:
Bresciani, Maria Stela Martins. Londres e Paris no século XIX: o Espetáculo da Pobreza, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1994.
Chamberlin, E. R. Cotidiano Europeu no século XIX, Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1994.
Iglésias, Francisco. A Revolução Industrial, Ed. Brasiliense, São Paulo, 1981.
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