sexta-feira, 30 de março de 2012

região sul

Região Sul do Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Região Sul do Brasil
Região Geoeconômica Centro-Sul
Estados Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Características geográficas
Área 576 409,6 km²
População 27 384 815 hab. (IBGE/2010)[1]
Densidade 47,59 hab./km²
Indicadores
IDH médio 0,831 elevado PNUD/2005[2]
PIB R$ 502.052.000.000,00 (IBGE/2008)[3]
PIB per capita R$ 18.257,79 (IBGE/2008)[3]
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Portal Sul do Brasil
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A região Sul é uma das cinco grandes regiões em que é dividido o Brasil.[4] Compreende os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina,[5] que juntos totalizam uma superfície de 576.409,6 km². A região Sul é a menor das regiões brasileiras[6], possuindo toda a região sul área inferior à do Estado de Minas Gerais, por exemplo. E faz parte da região geoeconômica Centro-Sul.[7] É um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem italiana[8] e germânica.[9] A região Sul apresenta bons índices sociais em vários aspectos: possui o maior IDH do Brasil, 0,831,[10] e o terceiro maior PIB per capita do país, 18.257,79 reais, atrás apenas da Região Sudeste e da Região Centro-Oeste. A região é também a mais alfabetizada, 94,8% da população.

Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com a região Centro-Oeste e com a região Sudeste do Brasil ao norte e com o oceano Atlântico ao leste.

Sua história é marcada pela grande imigração européia,[11] pela Guerra dos Farrapos,[12] também chamada de Revolução Farroupilha[13] e mais recentemente pela Revolução Federalista,[14] com seu principal evento o Cerco da Lapa.[15] Outra revolta ocorrida na história da região foi a Guerra do Contestado,[16] de caráter religioso.

Índice [esconder]
1 Características gerais
1.1 População grande em área pequena
1.2 Paisagens geoeconômicas bem diferenciadas
2 História
3 Geografia
3.1 Relevo
3.2 Clima
3.3 Hidrografia
3.4 Vegetação
4 Demografia
4.1 Colonizadores
4.2 Milicianos, portugueses e espanhóis
4.3 Imigrantes europeus
4.4 Distribuição populacional
4.5 Modo de viver
4.6 Urbanização
4.6.1 Áreas metropolitanas
4.6.2 Cidades mais populosas
5 Política
6 Subdivisões
7 Economia
7.1 Produto Interno Bruto
7.2 Extrativismo
7.3 Agricultura
7.4 Pecuária
7.5 Indústria
7.6 Turismo
8 Infraestrutura
8.1 Educação
8.2 Saúde
8.3 Energia
8.4 Transportes
8.5 Segurança
8.5.1 Segurança nacional
8.5.2 Segurança pública
9 Cultura
9.1 Culinária
10 Problemas atuais
11 Referências
12 Bibliografia
13 Ver também
14 Ligações externas

Características geraisVer artigo principal: Características da Região Sul do Brasil
População grande em área pequenaA região Sul é a menor em superfície territorial do Brasil e a segunda mais desenvolvida,[17] ocupa cerca de 10% do território brasileiro, mas por outro lado, sua população é três vezes maior que o número de habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste. Seus 27.384.815 habitantes[18] representam uma densidade demográfica de 47,59 hab./km². Com um desenvolvimento relativamente igual nos setores primário, secundário e terciário, essa população apresenta os mais altos índices de alfabetização registrados no Brasil, o que explica, em parte, o desenvolvimento socioeconômico da região em comparação com as outras regiões brasileiras.

Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com a região Centro-Oeste e com a região Sudeste do Brasil ao norte e com o oceano Atlântico ao leste.

Sua história é marcada pela grande imigração européia,[11] pela Guerra dos Farrapos,[12] também chamada de Revolução Farroupilha[13] e mais recentemente pela Revolução Federalista,[14] com seu principal evento o Cerco da Lapa.[15] Outra revolta ocorrida na história da região foi a Guerra do Contestado,[16] de caráter religioso.

Localização ao sul do Trópico de Capricórnio. A região Sul é a única região brasileira localizada quase totalmente abaixo do Trópico de Capricórnio e, por isso mesmo, é a mais fria do Brasil. O clima dominante é o subtropical e são frequentes as geadas. Em altitudes elevadas também ocorrem ocasionalmente precipitações de neve. As estações do ano são bem definidas e as chuvas, em geral, distribuem-se em grande quantidade ao longo do ano. O clima regional do sul, em comparação com as demais regiões do país, caracteriza-se por sua homogeneidade, notadamente no que se refere à sua pluviometria e ao ritmo estacional de seu regime. Destaca-se um clima mesotérmico bastante úmido no planalto Meridional e subtropical, e superúmido na faixa litorânea e na encosta atlântica, com temperaturas bastante elevadas. Como característica geral, o clima do Sul é o subtropical, apresentando uma sensível oscilação térmica durante o ano. É possível diferenciar nitidamente duas estações: o inverno, que pode ser frio e o verão, quente, sobretudo nas áreas de baixa altitude dos três estados. Apenas o extremo noroeste do estado do Paraná e os litorais do Paraná e Santa Catarina apresentam invernos amenos e verões quentes, excetuando-se os locais mais elevados do planalto, de clima mais brando.

Na região Sul, mais precisamente em Santa Catarina, foram registradas tanto a mais alta (até 2005), quanto a mais baixa temperatura de todo o Brasil.

Paisagens geoeconômicas bem diferenciadasNo Sul, originalmente, diferenciavam-se duas áreas: a de florestas e a de campos dos pampas. A primeira, colonizada por imigrantes alemães, italianos e eslavos, assumiu um aspecto europeu, com pequenas e médias fazendas voltadas para a policultura. A região de campos, ao contrário, ocupada desde a época colonial por latifundiários escravocratas, foi utilizada inicialmente para a pecuária extensiva e, mais tarde, também para o cultivo de trigo e soja. Hoje em dia, com o êxodo rural e inovações da agricultura, aumentou-se muito a concentração fundiária na região.

Atualmente, além dessas duas paisagens, há também as áreas industriais e urbanizadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Curitiba,[19] no Paraná e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. E também o Pólo Metal-mecânico de Caxias do Sul no Rio Grande do Sul, segundo maior do Brasil e um dos maiores da América Latina, sede de grandes empresas do setor, como a Marcopolo, a Randon e a Agrale.

Um grande destaque também, para a produção de arroz da região oeste do Rio Grande do Sul, a maior produtora do grão na América Latina. A safra no ano de 2006, atingiu mais de 2 milhões de toneladas do grão, num valor de mais de R$940.000.000,00 e representando cerca de 21% da produção nacional.

Também é importante destacar a região norte do Paraná, que compreende como cidades pólo Londrina e Maringá, considerada "celeiro do Brasil" possui a maior produção de grão do país e a terceira maior do mundo, concentrando grande influência no campo agroindustrial. Alem da região sul de Santa Catarina que é uma das maiores produtoras de carvão do brasil. Também em Santa Catarina,temos os maiores polos de criação e cultivo de bois e porcos, além de leite e uma vasta area de cultivo agrícola, neles o que mais se destaca é o de arroz.

Embora distintas, essas paisagens geoeconômicas estão integradas, o que facilita caracterizar a região como a mais uniforme do Brasil quanto ao índice de desenvolvimento humano.

HistóriaVer artigo principal: História da Região Sul do Brasil

Ruínas de São Miguel das Missões.Os primeiros habitantes da região Sul foram os indígenas. Em 1626 vieram os padres jesuítas espanhóis para catequizar os índios. Esses religiosos fundaram aldeias denominadas missões ou reduções. Os índios que habitavam as missões criavam gado, ou seja, dedicavam-se à pecuária, trabalhavam na agricultura e aprendiam ofícios.

Os bandeirantes paulistas atacaram as missões para aprisionar os índios. Com isso, os padres jesuítas e os índios abandonaram o lugar e o gado ficou solto pelos campos. Muitos paulistas foram aos poucos se fixando no litoral de Santa Catarina e Paraná. Eles fundaram as primeiras vilas no litoral.

Os paulistas interessaram-se também pelo comércio do gado. Os tropeiros, isto é, os comerciantes de gado, reuniam o gado espalhado pelos campos. Eles levavam os animais para vender nas feiras de gado, em Sorocaba. No caminho por onde as tropas passavam surgiram povoados. Os tropeiros também organizaram as primeiras estâncias, ou seja, fazendas de criação de gado.

Para defender as estâncias que tinham sido criadas, o governo português mandou construir fortes militares na região. Em volta dos fortes surgiram povoados. Durante muitos anos, os portugueses e os espanhóis lutaram pela posse de terras do Sul. As brigas continuaram e apenas foram resolvidas com a assinatura de tratados. Esses tratados determinaram os limites das terras localizadas no sul do Brasil.

A população da região Sul aumentou muito com a chegada dos primeiros imigrantes europeus. Os primeiros imigrantes foram os açorianos. Depois vieram principalmente os alemães e os italianos. Outros grupos (árabes, poloneses e japoneses) também procuraram a região para morar. Os imigrantes fundaram colônias que se tornaram cidades importantes.

As terras do norte e oeste do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as últimas regiões a serem povoadas. O norte do Paraná foi povoado com a criação de colônias agrícolas financiadas por uma companhia inglesa. Pessoas de outros estados do Brasil e de mais de 40 países vieram para a região trabalhar como colonos no plantio de café e de cereais. No oeste catarinense desenvolveram-se a pecuária, a exploração da erva-mate e da madeira.

GeografiaVer artigo principal: Geografia da Região Sul do Brasil

Neve no planalto Serrano de Santa Catarina.A Região Sul do Brasil está situada na zona temperada do sul, com a parte norte na zona tropical. Seu clima apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em que se alternam florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.

O planalto Meridional é constituído por rochas sedimentares antigas (arenitos) e extensões de rochas magmáticas eruptivas (basaltos). Subdivide-se em:

Planalto Arenítico-Basáltico, uma formação de cuestas, conhecidas como serras — Serra Geral (Santa Catarina) e coxilhas (Rio Grande do Sul);
Depressão Periférica, conhecida como planalto dos Campos Gerais (Paraná) e Depressão Central (Rio Grande do Sul).
O planalto Cristalino Brasileiro é formado por rochas sedimentares antigas junto ao litoral e pela escarpa da serra do Mar. Áreas mais baixas e onduladas ao sul, caracterizando as serras de Sudeste, com suas inúmeras coxilhas.

Na Planície Costeira ou Litorânea, aparecem pequenas planícies fluviais, embutidas nos planaltos, e uma extensa planície costeira, que ora se estreita, ora se torna bastante larga. Nessa planície, há presença de restingas, lagoas costeiras, praias e dunas.

O clima da região Sul é subtropical, na maior parte da região. As temperaturas média oscilam entre 12 °C a 21 °C, com grande amplitude térmica. As chuvas de 1.200mm e 2.000mm são bem distribuídas durante o ano.

A região Sul é representada basicamente por duas bacias:

bacia do Paraná — principais rios: Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, além do Paraná.
bacia do Uruguai — principais rios Ijuí, Ibicuí e Piratini, além do Uruguai.
Na Mata das Araucárias se encontram espécies úteis, como o pinheiro-do-paraná e a imbuia. A Mata Atlântica está localizada junto ao litoral e ao vale dos grandes rios.

Os campos meridionais ou do planalto, também conhecidos como Campanha Gaúcha ou Pampa, no Rio Grande do Sul, que constituem excelentes paisagens naturais.

RelevoO relevo da região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (serras e planaltos do Leste e Sudeste) e o planalto Meridional. Nessa região, o planalto Atlântico é também denominado planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies. O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do Paraná. Porém o Morro da Igreja está situado a 1.822 metros de altitude, sendo o ponto habitado mais alto da região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura mais baixa do Brasil: -17,8 °C, em 29 de junho de 1996.[20]

Os principais acidentes geográficos do relevo sulista são:

Planalto Cristalino: Apresenta-se bastante amplo no estado do Paraná, onde sua escarpa voltada para o oceano forma a serra do Mar, e em Santa Catarina, esse planalto estreita-se bastante. Suas elevações formam os "mares de morros", que caracterizam a espaço da própria forma de relevo das serras e planaltos do Leste e do Sudeste.
Planalto Meridional: Recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de arenito com outras extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origem vulcânica responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por arenitos.

Praia da Guarita, na cidade de Torres (RS).A elevação de maior destaque no planalto Meridional é a serra Geral, que no Paraná e em Santa Catarina, aparece à retaguarda da serra do Mar, mas no Rio Grande do Sul termina junto ao litoral, formando costas altas como as que aparecem nas praias da cidade de Torres, no Rio Grande do Sul. Para facilitar sua caracterização, o planalto Meridional costuma ser dividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica.
Planalto Arenito-basáltico: Nele, a diferença de resistência à erosão entre o basalto e o arenito forma as cuestas, localmente conhecidas como "serras". Exemplo: serra Geral, em Santa Catarina.
Depressão Periférica: Área rebaixada e estreita, como é conhecida pelos nomes de planalto dos Campos Gerais, no Paraná, e Depressão Central, no Rio Grande do Sul. Também semelhantes com uma "canoa"
Escudo Sul-Rio-Grandense: Planalto também conhecido como Serras de Sudeste, localizado no sudeste do Rio Grande do Sul, caracterizado pelas coxilhas, que são formas de relevo onduladas e com colinas.
A região possui ainda pequenas planícies fluviais embutidas nos dois grandes planaltos (Cristalino e Meridional) e uma extensa planície costeira junto ao litoral. No Paraná, a planície de maior destaque é a Baixada Paranaense, e no Rio Grande do Sul, torna-se bem visível a presença de restingas que "fecham" enseadas e formam lagoas costeiras, como a lagoa dos Patos e a lagoa Mirim, na fronteira com a República Oriental do Uruguai. Em Santa Catarina, planície costeira é estreita, principalmente no norte, e dessa forma continua pelo litoral paranaense, onde forma praias, dunas ou ainda restingas.
ClimaVer artigo principal: Clima da região Sul do Brasil
No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 16 °C a 20 °C, mas o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas frequentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se nos meses de verão.

Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20 °C e as chuvas caem principalmente no verão.

Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse vento frio de minuano ou pampeiro.

É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecera.

Hidrografia
Vista aérea das Cataratas do Iguaçu (PR), na fronteira do Brasil com a Argentina.Tanto a serra do Mar como a Serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa forma, o relevo da região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da Bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a segunda maior do mundo). Essa exploração permite ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos nesse local.

Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias secundárias, conhecido como Bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela colonização alemã.

VegetaçãoVer artigo principal: Vegetação da região Sul do Brasil
Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao sul do Brasil, é comum se lembrar da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.


A Mata de Araucárias é a paisagem típica da vegetação de planalto da região Sul.A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais elevadas dos planaltos do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra no planalto Arenito-basáltico, no interior da região.


Folhas de erva-mate: a erva-mate é um dos principais produtos agrícolas da região Sul.Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão. Além dessa mata, a serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua pelo Sudeste até chegar ao Sul.

A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente apenas em trechos. A devastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade madeireira. No Norte e Oeste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado implantar uma política de reflorestamento.

A região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duas áreas distintas. A primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e aparece como uma camada de ervas rasteiras.

Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.

DemografiaVer artigo principal: Demografia da Região Sul do Brasil
Com 27.384.815 habitantes, de acordo com censo demográfico de 2000, o Sul é a terceira região do Brasil em população, embora apresente uma densidade populacional de 47,59 hab./km², mais de duas vezes maior que a do Brasil.

Seu desenvolvimento econômico é muito forte tanto no campo como nas cidades.

Cor/Raça (2006)[21]
Branca 79,6%
Parda 16%
Preta 3,6%
Indígena e amarela 0,7%
ColonizadoresCom o objetivo de catequizar os indígenas, jesuítas espanhóis fundaram várias missões no território do atual Rio Grande do Sul. Essas missões, cuja economia tinha como atividade a dependência da pecuária e da agricultura, sofreram posteriormente seguidas invasões de bandeirantes paulistas, que aprisionavam os índios para vendê-los como escravos. A destruição das missões espalhou pelo pampa os animais criados pelos missionários. A partir do século XVIII, esse gado passou a ser disputado por portugueses e espanhóis que habitavam a bacia do rio Paraná. Essa luta desencadeou a disputa pela posse da terra, o que motivou a formação de grandes latifúndios, ainda hoje comuns no extremo sul.[22]

Milicianos, portugueses e espanhóisAnteriormente, no século XVIII, o Sul do Brasil era uma região disputada entre portugueses e espanhóis. A ocupação iniciou-se de fato com os milicianos, que eram tropeiros de São Paulo e Minas Gerais, sendo reforçada com a vinda de casais açorianos na década de 1750. Essa imigração açoriana foi promovida pela Coroa Portuguesa, para estabelecer o domínio português na região.

Os espanhóis introduziram a criação de gado, que rapidamente tornou-se a economia predominante no Rio Grande do Sul. A população se concentrava nos pampas, tendo havido uma fusão de costumes espanhóis, portugueses, negros e indígenas, que deram origem ao tipo regional gaúcho, existente também no Uruguai e na Argentina. Embora o gaúcho sul riograndense fosse mais português que espanhol, a influência cultural vinda dos países vizinhos tornaram os gaúchos dos pampas bastante hispanizados, a ponto de falarem um dialeto que misturava elementos espanhóis e portugueses.

Imigrantes europeus
Mapa mostrando a dispersão das colônias alemãs no Sul do Brasil em 1905.Os alemães estabeleceram-se principalmente no Vale do rio Itajaí, no norte e nordeste de Santa Catarina, na região metropolitana de Curitiba, na região dos Campos Gerais e também no norte e oeste do Paraná, e no vale do rio dos Sinos no Rio Grande do Sul.[23] Os italianos ocuparam principalmente a serra gaúcha e Sul catarinense, onde introduziram o cultivo da uva e a produção de vinho, posteriormente também o norte do Paraná ocupando-se na colheita do café. Colonizadores de outros países tais como russos, poloneses, ucranianos, e outros grupos imigrantes fixavam-se no oeste de Santa Catarina, no Paraná e em outros pontos da região.[24]

A ocupação da região Sul seria completada como a colonização açoriana (portugueses) ao longo do litoral, incluindo destaque para a ilha de Santa Catarina, onde se localiza Florianópolis, e para Porto Alegre. A segunda iniciou-se na primeira metade do século XIX, com a chegada de imigrantes alemães e de italianos na segunda metade do século. Em menor número, russos, poloneses, ucranianos e outros. Os imigrantes colonizaram os planaltos, deixando a marca de seus costumes no estilo das residências, no idioma e na culinária. Foram responsáveis também pela introdução da policultura e do sistema de pequenas propriedades. É por essa razão que o Sul é a região brasileira que possui maior percentual de minifúndios em sua estrutura fundiária.[24]

Distribuição populacionalEmbora a oposição entre as aglomerações urbanas e vazios populacionais, no Sul, não seja tão definido como em outras regiões, os centros urbanos, incluindo Curitiba, Porto Alegre e cidades do Vale do rio Itajaí, apresentam altas densidades populacionais. Os trechos menos populosos do Sul localizam-se na Campanha Gaúcha, pois a atividade econômica dominante é a pecuária extensiva, que emprega pouca mão-de-obra.[24]

Modo de viverA região Sul se destaca por apresentar as mais elevadas taxas de alfabetização e expectativa de vida do Brasil, tendo também o maior Índice de Desenvolvimento Humano; porém não há grande disparidade entre essa região e outras regiões do Brasil em indicadores sócioeconômicos, sendo os seus índices sociais praticamente iguais aos das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

UrbanizaçãoÁreas metropolitanasFicheiro:Portoalegre.png
A Grande Porto Alegre é a maior e mais importante área metropolitana da Região Sul, e a quarta mais populosa do Brasil.Nome Estado População
Porto Alegre Rio Grande do Sul 3 960 068
Curitiba Paraná 3 168 980
Norte/Nordeste Catarinense Santa Catarina 1 094 570
Florianópolis Santa Catarina 1 012 831
Londrina Paraná 801 756
Vale do Itajaí Santa Catarina 689 909
Maringá Paraná 612 617
Carbonífera Santa Catarina 550 243
Foz do Rio Itajaí Santa Catarina 532 830
Chapecó Santa Catarina 403 458
Tubarão Santa Catarina 356 790
Lages Santa Catarina 350 607

A Grande Porto Alegre é a maior área metropolitana da Região Sul e a quarta mais populosa do Brasil – superada no país apenas pelas Regiões Metropolitantas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente – tendo o quarto maior PIB do Brasil e a 82ª maior aglomeração urbana do mundo.[25]

A Grande Curitiba é a segunda área metropolitana mais populosa do sul do país e a oitava do Brasil. É também a 118ª maior aglomeração urbana do mundo.[26]

Santa Catarina é o estado com o maior número de Regiões Metropolitanas do Brasil. São oito no total.[27]

Cidades mais populosas Cidades mais populosas da Região Sul do Brasil ver • editar
Posição Cidade Estado População Posição Cidade Estado População
Curitiba

Porto Alegre
1 Curitiba Paraná 1.764.540 11 Blumenau Santa Catarina 312.634
2 Porto Alegre Rio Grande do Sul 1.413.094 12 Cascavel Paraná 289.339
3 Joinville Santa Catarina 520.905 13 Santa Maria Rio Grande do Sul 262.368
4 Londrina Paraná 511.278 14 São José dos Pinhais Paraná 268.807
5 Caxias do Sul Rio Grande do Sul 441.332 15 Gravataí Rio Grande do Sul 257.428
6 Florianópolis Santa Catarina 427.298 16 Foz do Iguaçu Paraná 255.900
7 Maringá Paraná 362.329 17 Novo Hamburgo Rio Grande do Sul 239.151
8 Pelotas Rio Grande do Sul 328.864 18 Viamão Rio Grande do Sul 240.302
9 Canoas Rio Grande do Sul 325.188 19 São Leopoldo Rio Grande do Sul 215.664
10 Ponta Grossa Paraná 314.527 20 Colombo Paraná 215.242
Fonte: IBGE, censo 2011[28]
A mecanização da agricultura e a agroindústria favorecem a mudança de famílias do campo para a cidade. Na Região Sul, que apresenta os menores percentuais nas migrações internas do Brasil, 82% da população vive em centros urbanos. A conseqüência imediata desse alto índice de urbanização é a formação de bolsões de miséria nas principais cidades da região. A grande pobreza atinge até mesmo parte da região de Curitiba e Porto Alegre, capitais do Paraná e do Rio Grande do Sul, respectivamente.

PolíticaOs governadores dos três estados da Região Sul do Brasil, com mandato até 2014, são os seguintes:

Unidade da Federação Governador Partido Vice-governador Partido
1 Paraná Beto Richa PSDB Flávio Arns PSDB
2 Santa Catarina Raimundo Colombo PSD Eduardo Pinho Moreira PMDB
3 Rio Grande do Sul Tarso Genro PT Beto Grill PSB

Subdivisões
1 - Paraná
2 - Santa Catarina
3 - Rio Grande do Sul.A região Sul do Brasil é composta por três estados:[29]

Paraná
Abriga o que restou da mata de araucárias,[30] uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo. Na fronteira com a Argentina fica o Parque Nacional do Iguaçu,[31] declarado Patrimônio da Humanidade[32] pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu,[33] a maior do planeta. O estado possui forte colonização polonesa, ucraniana, alemã, italiana e neerlandesa.[34][35]
Santa Catarina
Menor e menos populoso estado da região,[36] Santa Catarina aprecia enseadas e muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste, com mata de araucárias e campos. De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas ao longo do ano, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto.
Santa Catarina tem grande influência de imigrantes alemães[37] no Vale do Itajaí, no nordeste, norte do estado e serra, italianos no sul[38] e açorianos em Florianópolis e em boa parte da faixa litorânea do estado.[39] O estado, aliás, mantém uma posição de liderança na maricultura, com grande produção e exportação de camarão e ostras em cativeiro.
Rio Grande do Sul
No maior e mais populoso estado da região fica um dos pontos extremos do País, o Arroio Chuí.[40] O clima do Rio Grande do Sul é temperado, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro. A vegetação é variada: campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias e restingas.
Os principais colonizadores foram os alemães[37] e os italianos,[41] que se fixaram principalmente na região serrana,[42] no nordeste do estado, os alemães, que ocuparam a região do vale do rio dos Sinos,[43] ao norte de Porto Alegre e os portugueses, entre eles os açorianos, permaneceram no litoral.[44]
Além da influência européia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão,[45] o churrasco[46] e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha[47] (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho[47] e lenço no pescoço.[47]
EconomiaVer artigo principal: Economia da Região Sul do Brasil
No que se refere aos aspectos econômicos da região Sul, a melhor maneira de explicar a distribuição das atividades primárias, secundárias e terciárias é elaborando análises desses três setores econômicos por partes e separadamente, observando cada uma delas.

A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na região Sul. Há o predomínio da grande propriedade e o regime de exploração direta, já que a criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural muito pouco numerosa na região.

Devido à ampliação do mercado consumidor local e extra-regional e ao surgimento de frigoríficos na região, em certas áreas já ocorre uma criação mais aprimorada, pecuária leiteira e lavouras comerciais com técnicas modernas, destacando-se o cultivo do arroz, do trigo e da batata.

A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelo europeus, sobretudo alemães, que predominaram na colonização do Sul. A policultura é a prática comum na região, às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, a soja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para a fabricação de vinhos, a de tabaco para a indústria de cigarros, a de soja para a fabricação de óleos vegetais, à criação de porcos (associada à produção de milho) para abastecer os frigoríficos e o leite para abastecer as usinas de leite e fábricas de laticínios.

Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do Paraná, que está relacionado com a economia do Sudeste, sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu povoamento está ligada à expansão da economia paulista.

O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato de a mata das araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exploração. As espécies preferidas são o pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A erva-mate é outro produto importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas.

A região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Há ocorrência de cobre no Rio Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal produto é o carvão-de-pedra, cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e na siderurgia.

A região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A principal característica da industrialização no Sul é o fato de as atividades comandarem a atividade industrial, onde se localizam indústrias siderúrgicas, químicas, de couros, de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de Curitiba, o segundo maior parque industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras e fábricas de alimentos.

As demais cidades industriais da região são geralmente mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de indústriais, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia), Pelotas (frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos) e Blumenau (têxtil). A exceção é Joinville (setores metal mecânico, químico, plástico, e de desenvolvimento de software), situada no Norte catarinense.

Produto Interno BrutoEm 2003, o PIB do Sul chegou em 386.758.428.000,00 de reais ou quase 20% do nacional, ou seja, a 2ª região em riquezas finais produzidas do país. A tabela a seguir exibe como é distribuído o PIB regionalmente e nacionalmente entre os estados da região:

Produto Interno Bruto da região Sul (IBGE/2006) Estados PIB (em R$ 1000,00) % do PIB nacional % do PIB regional PIB per capita
Paraná 136 681 933 mil 6,4% 34,2% 13 158,00
Santa Catarina 93 193 324 mil 4,0% 21,5% 15 638,00
Rio Grande do Sul 156 883 171 mil 8,2% 44,3% 14 310,00

ExtrativismoO extrativismo na região Sul, apesar de ser uma atividade econômica complementar, é bastante desenvolvido em suas três modalidades:

Extrativismo vegetal: praticado na Mata de Araucárias, da qual se aproveitam o pinheiro-do-paraná, a imbuia, a erva-mate e algumas outras espécies, utilizadas principalmente pelas serrarias e fábricas de papel e celulose;
Extrativismo animal: praticado ao longo da faixa costeira, com uma produção de pescado que equivale a cerca de 25% do total produzido no Brasil, com destaque para a sardinha, a merluza, a tainha, o camarão, etc.;
Extrativismo mineral: destacam-se o carvão mineral, na região de Criciúma, o caulim, matéria-prima que abastece fábricas de azulejos e louças em Santa Catarina e no Paraná e cuja extração na região de Campo Alegre chega a 15 mil toneladas mensais, a argila e o petróleo, explorado na plataforma continental.
AgriculturaPrincipais cultivos, 2005[48] Produto Participação
Arroz 6,68%
Batata 0,31%
Fumo 2,45%
Milho 21,84%
Soja 45,51%
Trigo 11,42%


A plantação de maçãs e a fabricação de sidras no Brasil são características economicamente marcantes da colonização alemã nos estados de SC e RS.A maior parte do espaço territorial sulista é ocupado pela pecuária, porém a atividade econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores é a agricultura. A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados setores:

Policultura: desenvolvida em pequenas propriedades de base familiar. Foi introduzida por imigrantes europeus, principalmente alemães, na área originalmente ocupada pelas florestas. Cultivam-se principalmente milho, feijão, mandioca, batata, maçã, laranja, e fumo;
Monocultura comercial: desenvolvida em grandes propriedades. Essa atividade é comum nas áreas de campos do Rio Grande do Sul, onde se cultivam soja, trigo, e algumas vezes, arroz. No Norte do Paraná predominam as monoculturas comerciais de algodão, cana-de-açúcar, e principalmente soja, laranja, trigo e café. A erva-mate, produto do extrativismo, é também cultivada.
Para compreender mais claramente a distribuição das atividades agrícolas pela região, analise a tabela acima com os respectivos dados sobre os produtos agrícolas.

Também é no sul do Brasil que está localizada a maior cooperativa agroindustrial da América Latina, a Cooperativa Agroindustrial Morãoense, com sede em Campo Mourão, no estado do Paraná.

PecuáriaNo Paraná, possui grande destaque a criação de suínos, atividade em que esse estado é o primeiro do Brasil, seguido do Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se paralelamente ao cultivo do milho, além de abastecer a população, serve de matéria-prima a grandes frigoríficos.

Os campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado bovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou pampa, no estado do Rio Grande do Sul. Desenvolve-se ali uma pecuária extensiva, criando-se, além de bovinos, também ovinos. A região Sul reúne cerca de 18% dos bovinos e mais de 60% dos ovinos criados no Brasil, sendo o Rio Grande do Sul o primeiro produtor brasileiro.

A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região Sul, que detém o segundo ranking na produção brasileira de leite. Parte do leite produzido no Sul é beneficiado por indústrias de laticínio.

IndústriaO sul é a segunda região do Brasil em número de trabalhadores e em valor e volume da produção industrial. Esse avanço deve-se a uma boa rede de transportes rodoviários e ferroviários, grande potencial hidrelétrico, fácil aproveitamento de energia térmica, grande volume e variedade de matérias-primas e mercado consumidor com elevado poder aquisitivo.

A distribuição das indústrias do sul é bastante diferente da que ocorre na região Sudeste. Nesta região predominam grandes complexos industriais com atividades diversificadas, enquanto o sul apresenta as seguintes características:

presença de indústrias próximas às áreas produtoras de matérias-primas; assim, os laticínios e frigoríficos surgem nas áreas de pecuária, as indústrias madeireiras nas zonas de araucárias, e assim por diante;
predomínio de estabelecimentos industriais de médio e pequeno porte em quase todo o interior da região;
predomínio de indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da pecuária.

Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, é o 2º maior PIB e é a 2ª cidade mais populosa da região.
Canoas, no Rio Grande do Sul, tem o 3º maior PIB da região Sul.
Curitiba, capital do estado do Paraná. Cidade mais populosa e com o maior PIB da região.[19] Na foto, o Jardim Botânico de Curitiba.As maiores concentrações industriais situam-se nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Curitiba, no Paraná, merecendo destaque também:

o norte do Paraná, onde estão localizadas cidades como Londrina, Maringá, Arapongas, Apucarana e Paranavaí, entre outras, favorecidas pela grande quantidade de matérias-primas e fontes de energia, rede de transportes desenvolvida e localização geográfica favorecida, ligando os maiores pólos econômicos do país com o interior da região sul;
o oeste do Paraná, onde estão localizadas cidades como Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, entre outras, as cidades são um importante pólo econômico na região sul,Foz do Iguaçu se destaca na produção de energia, com a segunda Hidréletrica do mundo, Itaipu, e as cataratas do iguaçu é a segunda maior cidade turistica do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, Cascavel e Toledo, são uma das principais regiões do agronegócio no Brasil, em Toledo esta localizado o maior frigorifico da América Latina a Sadia;
a cidade de Canoas, na Grande Porto Alegre, onde está localizada a refinaria de petróleo Alberto Pasqualini, a Refap;
a região do vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, na qual se destaca a indústria têxtil, cujos centros econômicos são Blumenau, Itajaí e Brusque, e também de cristais finos e softwares, com sedes em Blumenau;
a região norte catarinense também no setor moveleiro, sendo os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra grandes produtores e exportadores de móveis;
o litoral sul de Santa Catarina, onde desenvolvem-se atividades industriais associadas à exploração do carvão, na região onde ficam cidades como Imbituba, Laguna, Criciúma e Tubarão;
a região de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves e Flores da Cunha, na serra gaúcha, onde estão instaladas as principais indústrias vinícolas do Brasil; na região também estão localizadas a Marcopolo (líder mundial na fabricação de carrocerias de ônibus), a Tramontina (ferramentas e utilidades domésticas), a Agrale (fabricante de caminhões, tratores e jipes, incluindo o novo modelo utilizado pelo Exército brasileiro), a Eberle (talheres, ferramentas, cutelaria) e a Randon (implementos rodoviários e veículos), entre outras;
a cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, com uma expressiva produção de tabaco para a fabricação de cigarros;
a região do Vale do Rio dos Sinos na região Metropolitana de Porto Alegre com destaque nas atividades coureiro-calçadista, principalmente nas cidades de Novo Hamburgo, Estância Velha e Campo Bom;

Erechim, segunda cidade mais populosa do norte do RS é um importante centro industrial do Sul.a porção noroeste do Rio Grande do Sul, incluindo o vale do rio Uruguai, onde merecem destaque as indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas, especialmente trigo, soja e milho. Passo Fundo, Santo Ângelo,Ijuí, Cruz Alta e Erechim são as cidades mais importantes dessa área;
o município gaúcho de Triunfo, no Pólo Petroquímico do Sul, está localizada a Copesul (indústria petroquímica);
a Campanha Gaúcha, onde se destacam Bagé, Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento, cidades que possuem grandes frigoríficos, em geral controlados pelo capital transnacional;
o litoral lagunar do Rio Grande do Sul, onde se destacam Pelotas (indústria de frigoríficos) e Rio Grande (maior porto marítimo da região).
Além dessas concentrações industriais, merecem destaque Ponta Grossa, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná; Florianópolis, Joinville, Lages, Blumenau e Chapecó em Santa Catarina; e Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

TurismoVer artigo principal: Turismo na região Sul do Brasil

Lago Negro em Gramado, uma das cidades turísticas da serra gaúcha (RS).O Parque Nacional do Iguaçu, onde se localizam as Cataratas do Iguaçu, é uma Unidade de Conservação brasileira. Está localizado no extremo-oeste do estado do Paraná, tendo sido criado em 10 de janeiro de 1939 , através do decreto lei nº 1.035. Sua área total é de 185.262,2 hectares. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de Patrimônio Mundial.

Durante os dias quentes de verão, as praias catarinenses são procuradas e freqüentadas por turistas do Brasil inteiro e de outros países estrangeiros. Florianópolis, atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), é uma das capitais brasileiras mais visitadas. Com o fim da crise econômica nos países do Mercosul, parte do movimento de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do turismo de verão, em cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha. São pontos turísticos os patrimônios da humanidade: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná e as Ruínas Jesuítico-Guaranis de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.

As serras gaúcha e catarinense atraem turistas no inverno rigoroso, que aproveitam as temperaturas mais baixas e a neve, em cidades como Gramado (RS), a cidade turística mais representativa do gênero no país, Canela (RS) e Urubici (SC).

Em Cambará do Sul (RS), localiza-se o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho.

InfraestruturaEducação
A Universidade Federal do Paraná, a primeira do Brasil.A Região Sul do Brasil possui a maior taxa de alfabetização do país, com 92,2% e também a menor em número de analfabetos (7,8%). Conta com 587.853 alunos matriculados no ensino infantil, 4.380.912 no ensino fundamental, 1.202.301 no ensino médio e 473.583 no ensino superior.

Suas melhores universidades são[49] a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná (a mais antiga do Brasil), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Universidade Federal de Santa Maria, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual de Londrina, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná, a Universidade do Estado de Santa Catarina, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Universidade Federal de Pelotas, entre outras.

SaúdeO índice de mortalidade infantil é de 20,3 por mil nascidos vivos. Evoluiu o número de estabelecimentos de saúde entre 8.000 e 10.000, já no ano de 1999. O Paraná é o estado que possui o maior número de estabelecimentos da rede SUS com internação, com 469 lugares, ao mesmo tempo que Santa Catarina é detentora do menor índice (207); o Rio Grande do Sul tem um índice equilibrado de estabelecimentos de SUS com internação (379).

Energia
Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo em produção de energia (PR).A região Sul é muito rica em xisto betuminoso e carvão mineral. O carvão mineral é utilizado para produzir energia elétrica nas usinas termelétricas, como a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Além desses minérios, a região possui também energia hidrelétrica em abundância, graças às características de sua hidrografia — os rios caudalosos e os rios de planalto.

A maior usina hidrelétrica do Brasil situa-se na região. Inaugurada em 1983, Itaipu, que aproveita os recursos hídricos do rio Paraná, mais precisamente nas imediações das cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), na margem esquerda e Ciudad del Este, antiga Puerto Presidente Stroessner (Paraguai), na margem direita. Como é considerada a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, sendo a primeira a de Três Gargantas na China,[50][51][52] sua energia é utilizada em partes iguais por ambos países a que pertencem, Brasil e Paraguai.

Além de abastecer a região Sul, a energia da Usina hidrelétrica de Itaipu é imensamente utilizada em outras regiões brasileiras, inclusive na região Sudeste.

A distribuição de energia elétrica na região Sul é controlada pela Eletrosul, com sede em Florianópolis (SC), que estende a atuação ao estado de Mato Grosso do Sul e também a outras áreas do Brasil, devido a interligações com a rede de energia da região Sudeste.

Em relação às usinas hidrelétricas que ainda existem em atividade desde o século XX, entraram em funcionamento entre as décadas de 1990 e 2000, tais como Usina Hidrelétrica de Ilha Grande, no rio Paraná, Usina Hidrelétrica de Machadinho, no rio Pelotas, e Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai.

Transportes
Aeroporto Internacional Afonso Pena, no município de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.O Sul é bem servido no setor de transportes, dispondo de condições naturais que facilitam a implantação de uma boa malha rodoviária e ferroviária. Além disso, o fato de sua população distribuir-se uniformemente, sem grandes vazios populacionais, permite que sua rede de transportes seja mais eficiente e lucrativa.

Embora quase todas as principais cidades da região sejam servidas por linhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), o transporte rodoviário é mais desenvolvido. A região conta com várias estradas, tais como a Rodovia Régis Bittencourt, ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e a Rodovia do Café, alcançando o norte do Paraná até o porto de Paranaguá. Como as demais regiões do Brasil, os transportes ferroviários e rodoviários necessitam de investimentos que permitam a manutenção das vias já existentes e a abertura de outras novas.

Também os mais movimentados aeroportos do Brasil, depois dos aeroportos da região Sudeste e de Brasília, estão localizados no Sul. Esta região possui ainda portos marítimos em atividade: o porto de Paranaguá, que exporta principalmente café e soja; os portos de Imbituba e Laguna, em Santa Catarina, exportadores de carvão mineral; os portos de São Francisco do Sul, Itajaí e Itapoá (o primeiro porto privado do Brasil) também em Santa Catarina, exportadores de produtos da indústria metal-mecânica e frigorífica, além de móveis e madeira beneficiada; e finalmente os portos de Rio Grande e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pelos quais passam mercadorias diversificadas.

SegurançaSegurança nacionalAs principais unidades militares da Região Sul do Brasil são:

Comando Militar do Sul (Exército Brasileiro): formado pela 3ª Região Militar, 3ª Divisão de Exército, e 6ª Divisão de Exército, (Rio Grande do Sul) e pela 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército (Paraná e Santa Catarina). Essa unidade militar tem sede em Porto Alegre e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
5º Distrito Naval (Marinha do Brasil): com sede em Rio Grande e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
V Comando Aéreo Regional (Força Aérea Brasileira): com sede em Canoas e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Segurança públicaAs principais corporações que proveem a Região Sul do Brasil são:

Paraná
Polícia Militar do Paraná
Corpo de Bombeiros do Paraná
Polícia Civil do Paraná
Polícia Científica
Santa Catarina
Polícia Militar de Santa Catarina
Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina
Polícia Civil de Santa Catarina
Instituto Geral de Perícias
Rio Grande do Sul
Brigada Militar do Rio Grande do Sul
Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul
Polícia Civil do Rio Grande do Sul
Instituto Geral de Perícias
CulturaVer artigo principal: Cultura da Região Sul do Brasil

O Jardim Botânico de Curitiba.A cultura artística da região Sul do Brasil é muito rica, justamente por ter recebido influência de diversas colônias de imigrantes, como os alemães, os italianos, os poloneses e os ucranianos. Os colonizadores foram os primeiros a chegar na região anteriormente habitada pelos povos ameríndios.

As missões jesuíticas foram fundadas no oeste do Paraná no século XVI antes dos bandeirantes expulsarem para a região do Rio Grande do Sul e Argentina, levando a cultura do chimarrão para estas regiões. Se chamava República Real del Guairá e sua capital era Ontiveros (atual Guaíra - PR), a terceira maior cidade da América do Sul na época depois de Assunção e Buenos Aires.

A cultura gaúcha é muito forte e influencia toda a região. As principais manifestações estão na culinária, na literatura e na dança.

Curitiba foi eleita em 2003 a "Capital da Cultura das Américas" pela entidade CAC-ACC e sediou o evento COP 8 MOP 3 da ONU de 20 a 31 de março de 2006.

A Região Sul do Brasil já foi retratada como paródia geopolítica na enciclopédia humorística Desciclopédia como o país fictício denominado de Estados Unidos do Sul, nação composta pelos três estados da região com seus respectivos nomes: Nördregion (Paraná), Mittelregion (Santa Catarina) e Südregion (Rio Grande do Sul).[53]

CulináriaO barreado é o prato caboclo típico do litoral paranaense,[54] preparado com carne bovina, toucinho e temperos.[55][56][57][58] A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça.[59] Muitos restaurantes de Morretes oferecem este delicioso prato gastronômico.

O Boi no Rolete, o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes festivais durante o ano todo.

Na culinária catarinense são tradicionais o pirão de peixe no sul e a marrecada no norte. Na capital, o destaque é a seqüência de camarão, uma série de vários pratos preparados com o crustáceo.[60] Na gaúcha o churrasco com sal grosso e o chimarrão são os mais comuns.

O churrasco pode ser feito no forno de chão,na churrasqueira e em diversos lugares,é consumido com muita frequência pelos gaúchos mesmo em dias de semana, e geralmente nos fins de semana pelas pessoas da região sudeste. Já o chimarrão não tem hora para ser consumido, e o seu sabor é semelhante a um chá, porém mais forte e de sabor menos adocicado.

Problemas atuaisOs maiores problemas da Região Sul do Brasil são comuns a todo o país: a acentuada desigualdade na distribuição de renda reflete em todas as regiões, no contraste entre a riqueza de poucos e a pobreza de muitos. Na Região Sul do Brasil, esse contraste não tão marcante quanto no Sudeste ou Nordeste, mas evidencia-se na existência de favelas nos grandes centros urbanos, nos altos índices de analfabetismo em algumas áreas, nas precárias condições de moradia e na assistência médico-hospitalar insatisfatória.

Além desses problemas, a Região Sul do Brasil enfrenta:

Excessos do clima: O clima subtropical, ainda que agradável na maior parte do ano, é responsável por freqüentes geadas, de consequências desastrosas para a agricultura, principalmente para as plantações de café. Além disso, chuvas intensas podem causar inundações incontroláveis, de efeitos muito negativos sobre a sociedade e a economia.
Dificuldades de ordem humana: Grande parte da população ainda emprega técnicas agrícolas e pecuárias primitivas, obtendo um rendimento bastante abaixo do ideal. Além disso, a mecanização das lavouras leva ao desemprego, causando a migração para outros estados brasileiros e o surgimento de boias-frias. Esses trabalhadores rurais sem terra são contratados temporariamente para tarefas que exigem muita mão-de-obra e dispensados em seguida. Suas condições de trabalho, saúde e moradia são absolutamente precárias. Embora os boias-frias não constituam problema específico da Região Sul do Brasil, o estado do Paraná é a unidade federativa com o maior número de pessoas nessas condições.
Para os problemas decorrentes de condições naturais há perspectivas de solução: técnicas para combater o efeito das geadas e obras para conter as enchentes começam a serem desenvolvidas em todas as áreas críticas. No caso dos problemas de caráter social, com raízes históricas, as soluções exigem mais tempo, porém não são impossíveis; atualmente, o progresso dos meios de transportes e a ampliação de comunicações viabilizam projetos de alfabetização e amparo médico-sanitário às populações isoladas. A Sudesul (Superintendência para o Desenvolvimento da Região Sul), extinta em 1990, coordenava e supervisionava boa parte desses projetos e executava programas bastante significativos, aumentando a cada ano a participação da Região Sul no conjunto da economia brasileira.
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MAROTE, João Teodoro d'Olim. Estudos sociais, ciências e programas de saúde: primeiro grau (em português). São Paulo: Ática, 1990. vol. 4.
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