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De Alfredo o Grande a Isaac Newton
Como outros países da Europa Ocidental, a Inglaterra baseou seus primeiros sistemas monetários naquele estabelecido pelo Imperador Carlos Magno por volta de 800 d.C. Era baseado no denarius, nome de uma antiga moeda romana (que deu origem, em português, à palavra dinheiro) definida teoricamente como 1/240 de um librum carolíngio (plural, libra) de 489,6 gramas, isto é, 2,04 gramas de prata 95,8% pura), mas o peso real dos denarii ainda existentes é de apenas 1,725 gramas . A moeda de meio denarius era chamada obolus e um quarto de denarius, quadrans.
Vale lembrar que o reino da Inglaterra foi formado no século 10, quando o reino de Wessex conquistou os demais reinos anglo-saxônicos da ilha da Grã-Bretanha. A Inglaterra juntou-se à Escócia em 1603 quando sua coroa foi herdada pelo rei escocês Jaime IV (Jaime I da Inglaterra), mas foi só em 1707 que os dois países foram formalmente unificados no Reino Unido da Grã-Bretanha, com um parlamento único. Em 1801, seu nome foi mudado para Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, mas em 1922, com a separação do Estado Livre da Irlanda, passou a ter seu nome atual: ser Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Na Inglaterra, onde foi cunhada pela primeira vez no reinado de Alfredo, o Grande (871-899), seu nome popular era penny (plural pence) ou sterling, mas lá, como em toda a Europa Ocidental, a língua oficial era o latim, de forma que os contadores simbolizavam o penny por d e, por algum tempo, o meio penny por ob~ e o quarto de penny ou farthing por q/r . Na Inglaterra, como na maior parte da Europa Ocidental, não se sentiu necessidade de moedas de ouro - ou mesmo de moedas de prata maiores que o denarius - até cerca de 1200.
Eram usadas as denominações solidus (em inglês shilling), representada por s, para uma soma de 12 d, e libra (em inglês pound), representada por £, para 240 d, mas não existiam moedas desse valor: no Ocidente tanto o solidus como a libra eram meras moedas de conta, ou coletivos de denarius. Essas representações continuaram a ser usadas mesmo depois que o inglês substituiu o latim no uso oficial. Assim, desde Alfredo o Grande até a introdução do sistema decimal em 1970, uma soma de 30 pence sempre foi representada como 2s 6d, ou então 2/6. Uma libra medieval - ou seja, um saco de 240 moedas de denários, pesando quase meio quilo de prata pura - era uma pequena fortuna: podia comprar mais de uma tonelada de trigo, ou dois bois gordos.
A partir do final do século 12, o crescimento do comércio dentro da Europa Ocidental e com o Oriente (estimulado pelas Cruzadas) levou as cidades-estados italianas a introduzir moedas de prata de maior valor conhecidas como grossus (nome que generalizou-se para moedas de prata de tamanho médio) e, no século 13, também moedas de ouro de aproximadamente 3,5 g, os florins ou cequins, que seguiam o padrão dos besantes do Império Bizantino e dos dinares árabes. A Inglaterra tentou nessa mesma época cunhar uma moeda de ouro chamada gold penny (de 2,892 g, valendo 20 pence de prata ou Ð 80) em 1257, mas não teve aceitação.
O desenvolvimento do comércio e a ascensão da classe burguesa também trouxe, porém, desequilíbrios comerciais e financeiros, inflação e desvalorizações. O penny da então relativamente isolada e atrasada Inglaterra resistiu melhor que a maioria de seus similares no continente europeu. Na primeira cunhagem onde os pesos foram cuidadosamente atestados por documentos históricos, de 1247, uma tower pound de prata esterlina (isto é, com título de 92,5%), de 349,9144 gramas, rendia 242 pence (que, portanto, tinha 1,446 gramas) mas em 1275 cada penny passou a ter apenas 1,44 g de prata (1/256 de tower pound).
Em 1279, o Reino da Inglaterra declarou com seu único padrão monetário a moeda de prata esterlina cunhada no país, pois a maioria das moedas do continente tinham reduzido seu título para 80% (e em alguns, como Portugal, o dinheiro já estava reduzido a uma mera moeda de cobre), porém, mais tarde, as desvalorizações tiveram que ser retomadas: em 1346 para 1,296 g (1/288), em 1351 para 1,1664 g (1/320), em 1411 para 0,972 g (1/384), em 1464 para 0,7776 g (1/480).
O penny foi novamente desvalorizado em 1526 e ao mesmo tempo a unidade de peso deixou de ser a tower pound para ser a troy pound, de 373,242 g. O penny 1/540 da troy pound ou 0,6912 g. Em 1544, 0,648 g (1/576) e em 1551 0,5184 g (1/720). No final do processo, o penny ou sterling perdeu dois terços do seu peso original, mas a soma de 240 pence continuou a ser chamada de libra esterlina (sterling pound), mesmo se, na realidade, passou a pesar apenas um terço de libra troy.
Em 1344, o rei inglês Eduardo III havia contratado dois florentinos para cunhar as primeiras moedas de ouro inglesas: double leopard ou florim (72 pence, que na época tinham poder aquisitivo de cerca de Ð 324), leopard ou meio florim (36 pence) e helm ou quarto de florim (18 pence). Porém, esses valores nominais (que supunham uma relação ouro/prata de 1/12,4) eram superiores ao seu valor intrínseco em ouro segundo os preços da época (1 parte de ouro valia 11,16 de prata) e os mercadores as rejeitaram. O rei tentou novamente em 1351 quando reduziu o peso das moedas de prata e introduziu as moedas de ouro chamadas noble (de 80 pence, com 7,78 gramas de ouro, com poder aquisitivo de aproximadamente Ð 280), meio noble e quarto de noble ou ferlin, que tiveram mais sucesso. Ele introduziu também a versão inglesa dos grossus, que em inglês tornou-se groat, também de 4 d (cerca de Ð 14) e 6,3 g de prata.
Em 1552, sob Eduardo VI, foi cunhada na Inglaterra uma moeda de ouro no valor de 240 d - originalmente equivalente, portanto, a uma libra esterlina - também conhecida como "soberano" por ter a efígie do soberano em seu reverso, de 1604 a 1662 como unite (unida) em homenagem à união entre Inglaterra e Escócia e a partir de 1663 como guinéu (que representamos por g.) por ser cunhada com metal proveniente da Guiné. O rei também introduziu a cunhagem de moedas de ouro de 30 d (half crown ou meia coroa), 60 d (crown ou coroa), 120 d (angel ou meio soberano), 180 d (royal rose, também conhecida como riyal) e 360 d (conhecida como heavy sovereign, "soberano pesado"); de moedas de prata nos valores de 30 d e 60d (meia coroa e coroa, esta pesando originalmente uma onça troy de prata esterlina). e, a partir de 1561, de 1 s (shilling ou 12 d) e suas frações binárias (¾, 1½, 3 e 6 d).
Nas décadas seguintes, com a introdução de novas técnicas de mineração e a entrada no mercado europeu de enormes quantidades de prata provenientes do Novo Mundo, a prata começou a perder seu valor em relação ao ouro. Alguns países, como Portugal, mantiveram estável o valor em ouro de sua moeda por mais um século. Já na Inglaterra, manteve-se o peso do já desvalorizado penny de prata, mas a partir de 1601 o guinéu de ouro começou a emagrecer. De 11,31 g de ouro de 22 quilates, passou em 1601 a 11,14 g, em 1604 a 10 g, em 1619 a 9,12 g, em 1623 a 9,10 g, em 1663 a 8,53 g, em 1670 a 8,3875 g.
Ao longo desse processo, a relação entre os preços do ouro e da prata também se modificava, de forma que a relação de valor entre o guinéu e o penny variou para baixo e para cima: chegou a cair dos 240 d iniciais para 160 d e subir depois para mais de 300 d, até ser estabilizada em 252 d por guinéu no ano de 1717, pelo célebre físico Sir Isaac Newton, que havia sido nomeado para a função burocrática de Mestre da Cunhagem da Casa da Moeda.
A paridade definida por Newton, porém, pressupunha que uma parte de ouro seria equivalente a 15,2 partes de prata, relação que o mercado não manteve por muito tempo. Nas décadas seguintes, o valor da prata no mercado voltou a subir, de forma que passou a valer a pena derreter as moedas de prata e vender o metal na forma de lingote. O resultado foi que essas moedas quase desapareceram da circulação. Assim, o Reino Unido, quase por acaso, tornou-se o primeiro país do mundo a utilizar, o ouro, na prática, como padrão de valor, situação formalmente reconhecida em 1774 quando deixou de ser obrigatório aceitar moedas de prata no pagamento de somas significativas.
Antonio Luiz M. C. Costa formou-se em engenharia de produção e filosofia, fez pós-graduação em economia e é um entusiasta das ciências sociais e naturais. Ex-analista de investimentos, atua no jornalismo desde 1996.
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Fernando Nunespostado:
27/05/2010 - 19h30
Você leu o título do texto?
'De Alfredo o Grande a Isaac Newton'
Não faltou nada, está excelente! responder | reportar abuso 2 up 0 down
Danielpostado:
20/01/2010 - 11h04
Faltou informações até os dias atuais. responder | reportar abuso 2 up 1 down
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