Oliver CromwellOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Oliver Cromwell, por Samuel Cooper.Oliver Cromwell (Huntingdon, 25 de Abril de 1599 — Westminster, 3 de Setembro de 1658) foi um militar e político britânico, conhecido como um dos líderes da Guerra Civil Inglesa, movimento que derrubou Carlos I e levou à instauração de uma república puritana na Grã-Bretanha.
Cromwell governou com o título de Lorde Protector da Inglaterra, Escócia e Irlanda, de 16 de Dezembro de 1653 até sua morte, a qual se crê ter sido causada por malária ou por envenenamento.
Quando a guerra civil teve início, Cromwell constituiu uma tropa de cavalaria, que se tornou a base dos seus Ironsides, assim chamados em alusão ao apelido dado pelo Príncipe Rupert a Cromwell, após a Batalha de Marston Moor (1644), na qual o príncipe fora derrotado.[1]
Como líder da causa parlamentar e comandante do New Model Army, Cromwell desempenhou um papel fulcral na derrota das forças leais a Carlos I, pondo fim ao poder absoluto da monarquia britânica.
Índice [esconder]
1 Família e infância
2 No Parlamento
3 Comandante militar
4 Regicídio
5 Escócia e Irlanda
6 Domínio político
7 Restabelecimento da comunidade judaica
8 Ver também
9 Referências
[editar] Família e infânciaOliver Cromwell descendia de Catherine Cromwell (nascida cerca de 1483), uma irmã mais velha do estadista Tudor, Thomas Cromwell. Apesar de ter casado, manteve o seu nome, possivelmente para manter a ligação com o seu tio famoso. Das suas crianças, Richard Cromwell (1500-1544) foi o pai de Henry Cromwell (1524 - 6 de Janeiro de 1603). As tendências extravagantes de Henry deixaram os seus herdeiros, incluindo o seu filho Robert Cromwell, Escudeiro (1560-1617) com uma herança que incluía terra mas nenhum dinheiro. Oliver nasceu do casamento de Robert Cromwell com Elizabeth Steward ou Stewart (1564 - 1654) a 25 de Abril de 1599.
Oliver nasceu em Huntingdon, no distrito de Huntingdonshire, condado de Cambridgeshire, em Ânglia Oriental. Ele foi um fazendeiro fidalgo, mas teve de vender a sua quinta e terras para pagar as dívidas acumuladas. Devoto da seita puritana radical, tornou-se um membro evangélico.
[editar] No ParlamentoConsta que Cromwell estava a ponto de emigrar para junto de seu tio na Virginia, como fizeram muitos puritanos, mas que desistiu pouco antes de fazê-lo. Decidiu então, em 1628, concorrer por Huntingdon a uma vaga no Parlamento - que seria posto em recesso pelo rei no ano seguinte. O seu discurso inaugural foi a defesa de um democrata radical que tinha argumentado a favor do voto universal num panfleto não autorizado.
Cromwell também se destacou na defesa das gentes da região de Fens ante os proprietários ricos que pretendiam expulsá-los das suas terras.
[editar] Comandante militarA influência de Cromwell como comandante militar e político durante a Guerra Civil Inglesa alterou dramaticamente o panorama político das ilhas britânicas.
Tendo aderido ao exército sem qualquer experiência militar com a idade de 43 anos, ele recrutou uma unidade de cavalaria e ganhou experiência e vitórias numa sucessão de batalhas na Ânglia Oriental. Promovido a General em comando da cavalaria no exército New Model Army (Exército de Novo Tipo, assim chamado porque não se compunha de mercenários mas de pessoas que acreditavam firmemente em sua causa), ele treinou os seus homens para rapidamente se reagruparem após um ataque, tática usada inicialmente com grande sucesso na batalha de Naseby. Dessa maneira, acabou substituindo o comandante anterior do Exército, o conde de Essex, que certa vez afirmou, durante a Guerra Civil: "Se vencermos o rei cem vezes, ele ainda será o rei; mas, se ele nos derrotar uma única vez, seremos enforcados". Para Cromwell, essa frase tornava inútil todo o trabalho de luta pelos ideais parlamentares e puritanos. Com o sucesso militar veio o poder político, até que se tornou o líder político do seu tempo.
[editar] RegicídioA chamada Segunda Guerra Civil Inglesa, que teve início em 1648 após a fuga de Carlos I da prisão, sugeriu a Cromwell que não seria possível obter um compromisso com o rei. Houve tentativas nesse sentido, inclusive com Cromwell se opondo aos que primeiro defenderam a deposição ou execução de Carlos I. Finalmente, o rei foi julgado, condenado à morte e decapitado, em Janeiro de 1649.
Costuma-se atribuir a Cromwell a principal responsabilidade pela condenação e morte do monarca, embora ele tenha sido julgado pelo Parlamento - ou pelo que restava deste - e houvesse 59 signatários no mandato de execução. Note-se que o mandado de execução determinava a execução do "rei de Inglaterra", ao contrário do que acontecerá no julgamento de Luís XVI, rei de França, em 1793, quando o ex-monarca será sempre referido como "Luís Capeto". Conforme observou Cromwell na ocasião, "executaremos o rei com a coroa na cabeça".
[editar] Escócia e IrlandaAs ações de Cromwell tornaram-no muito impopular na Escócia e na Irlanda - que, embora nominalmente independentes, eram efetivamente dominadas por forças inglesas. Em particular, a supressão dos monarquistas na Irlanda em 1649 ainda é recordada entre os irlandeses.
Suas medidas contra os católicos irlandeses são consideradas por alguns historiadores como genocidas ou muito próximas disso.[2] Na Irlanda, Cromwell é profundamente odiado.
Em Drogheda, após a tomada da cidade, o massacre de 3.500 pessoas, incluindo 2.700 soldados monarquistas e todos os cidadãos que portassem armas - incluindo civis, prisioneiros e padres católicos - é uma memória histórica que tem alimentado o conflito entre católicos e protestantes e entre irlandeses e ingleses nos últimos séculos. Cromwell justificou o massacre alegando que os defensores da cidade continuaram a lutar, violando as normas de combate, mesmo depois que as muralhas da cidade foram penetradas.
[editar] Domínio político
Estátua de Cromwell no Palácio de Westminster, Londres.Na sequência da vitória, a monarquia foi abolida e, entre 1649 e 1653, o país tornou-se uma república (denominada "Commonwealth of England"), mais de cem anos antes da Revolução Francesa. .
Muitas das ações de Cromwell que se seguiram ao fim da guerra civil parecem-nos hoje pouco sábias ou hipócritas. Ele foi cruel no controle das revoltas que ocorreram dentro do próprio exército no final da guerra (ligadas a falhanços no pagamento das tropas) e mostrou pouca simpatia pelos Levellers, um movimento igualitário que contribuiu fortemente para a causa do parlamento.
A sua política externa levou a um conflito com a República dos Sete Países Baixos, em 1652 - a Primeira Guerra Anglo-Holandesa, que acabou por ser vencida pelo almirante Robert Blake, em 1654.
Uma vez que o rei estava morto, deixou de existir uma causa comum, a unanimidade dissolveu-se e as diferentes facções do parlamento retomaram o combate político. Numa repetição das ações do rei deposto que haviam contribuído para a guerra civil, Cromwell dissolveu o parlamento republicano em 1653 e tomou o controle do Estado, como Lorde Protetor perpétuo.
[editar] Restabelecimento da comunidade judaicaEm 1290, os judeus haviam sido expulsos da Inglaterra, por Eduardo I. Cromwell autorizou o restabelecimento da comunidade judaica, acedendo aos pedidos de Menasseh ben Israel (ou Manuel Dias Soeiro) rabino de origem portuguesa, estabelecido em Amsterdam.
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Ditadura Cromwell
Puritanismo
História da Inglaterra
Referências↑ "Munday we had intelligence that Lieutenant-Gen. Cromwell alias Ironside (for that title was given him by P. Rupert after his defeate neere York) [i.e., Marston Moor] was about Redding with 2500 horse (sic) marching towards Sir William Waller" (Trad.: "Segunda-feira soubemos que o general Cromwell, aliás, Ironside (pois esse epíteto lhe foi dado pelo Prícipe Rupert após sua derrota nos arredores de York [i.e. Marston Moor], estava próximo de Redding, com 2500 cavalos marchando em direção a Sir William Waller"). In Mercurius Civicus, 16-26 Sept., 1644 apud Notes and queries 11th series. Vol. XL. Jan.- Jun., 1915; p. 181.
↑ Ver:
Breton Albert (ed). 1995, Nationalism and Rationality, Cambridge University Press, Chapter Regulating nations and ethnic communities, por Brendam O'Leary and John McGarry p 248. "Oliver Cromwell ofereceu aos católicos irlandeses uma escolha entre o genocídio e a transferência forçada, em massa. Eles podiam ir para o inferno ou para Connaught!'"
Coogan Tim-Pat, . 2002. The Troubles: Ireland's Ordeal and the Search for Peace. ISBN 978-0-312-29418-2. P. 6: "Os massacres de protestantes por católicos, ocorridos durante as guerras religiosas da década de 1640, foram amplificados, para fins de propaganda, de modo a justificar o subsequente genocídio promovido por Cromwell."
Ellis, Peter Berresford. 2002. Eyewitness to Irish History. John Wiley & Sons Inc. ISBN 978-0-471-26633-4. P. 108:: "Foram a justificação para a campanha genocida e a colonização [por ingleses e escoceses protestantes, mediante o confisco de terras dos irlandeses católicos] de Cromwell."
Levene Mark, 2005, Genocide in the Age of the Nation-State, I.B.Tauris: London: "A redução da população irlandesa de 1,5 milhão (ou possivelmente 2 milhões) de habitantes, à época do início das Rebelião irlandesa de 1641, para não mais que 850.000, onze anos depois, representa uma catástrofe absolutamente devastadora. Não há dúvida de que a maior parte dessa mortandade ocorreu não pelo massacre direto da população mas pela fome e depois, pela peste bubônica, especialmente pelo surto verificado entre 1649 e 1652.
Hill, Christopher. O eleito de Deus: Oliver cromwell e a Revolução Inglesa (título original: God's Englishman: Oliver Cromwell and the English Revolution, 1970). Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. ISBN 0-297-00043-8.
Precedido por
Carlos I Lorde Protetor da "Commonwealth" da Inglaterra, Escócia e Irlanda
1653 - 1658 Sucedido por
Richard Cromwell
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