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Doenças Mentais
1. – O que é Doença Mental?
2. – Como posso saber o que é e o que não é normal em psiquiatria?
3. – As Doenças Mentais têm “cura” ou só podemos falar em controle?
4. – Quais as diferenças entre Neuroses e Psicoses?
5. – Quais as causas das Doenças Mentais?
6. - Homossexualismo é doença?
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1. – O que é Doença Mental?
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.
Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive.Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de bem-estar e mal-estar.
2. – Como posso saber o que é e o que não é normal em psiquiatria?
Quem é louco ou quem é normal é um assunto que tem estimulado discussões infindáveis. Muitas vezes as pessoas afirmam, num desabafo e por razões pejorativas, que “fulano é louco”. Fazem isso não com intenção de atribuir um diagnóstico, como fariam com outra doença, como por exemplo “fulano é diabético”, mas com intenções francamente ofensivas.vezes, de acordo com certas conveniências, as pessoas lançam mão da retórica cansativa sobre a impossibilidade de rotular-se alguém de louco, uma vez que a definição do normal é imprecisa. Mas isso é mentira.
Pelo critério estatístico, normal seria o mais freqüente, numericamente definido, aquilo que é compatível com a maioria. Em medicina, de um modo geral, ao se estabelecer a dosagem normal de glicose no sangue das pessoas, verificou-se a média das dosagens num grupo de indivíduos tomando-a como padrão de normalidade. Da mesma forma como se fez com tantos outros parâmetros antropológicos de normalidades: pulsação, tensão arterial, correspondência peso-altura, duração do ciclo menstrual, acuidade visual, etc.
Este critério estatístico tem um valor complementar e deve servir apenas como um parâmetro de não-normalidade, mas não significa, obrigatoriamente, doença. O termo DOENÇA, por sua vez, implica sempre em prejuízo e morbidade, portanto, precisamos, depois de utilizarmos o critério estatístico, do chamado critério valorativo.
A gravidez de gêmeos, por exemplo, embora não seja estatisticamente normal, jamais poderá ser considerada doença porque lhe falta o critério valorativo.Pelo critério valorativo podemos considerar que, em não havendo prejuízo ao indivíduo, ao seus semelhantes e ao sistema sócio-cultural, toda tentativa de destacar-se dos demais deverá ser sadia e desejável. Interessa, ao critério valorativo, o VALOR que o sistema sócio-cultural atribui à maneira do indivíduo existir. Mas podemos confundir este valor, o qual emana do sistema sócio-cultural, como sendo uma pretensa e exclusiva atribuição tirânica de fiscalização das normas, como sugere o discurso da antipsiquiatria, devemos considerar o sistema sócio-cultural como alguma coisa muito abrangente; os valores abrangem desde as concepções éticas, estéticas, morais, até as concepções científicas e fisiológicas que este mesmo sistema reconhece como válidos.
Download de Critérios de Diagnóstico
3. – As Doenças Mentais têm “cura” ou só podemos falar em controle?
As Doenças Mentais têm cura tanto quanto as doenças da cardiologia, da endocrinologia, da reumatologia, da neurologia e assim por diante. A medicina tem como primeira obrigação definir se a pessoa que a procura É ou ESTÁ doente. Se estiver doente, a possibilidade de cura definitiva é enormemente maior do que nos casos da pessoa ser doente.
Citamos outras especialidades médicas para que se compare os problemas da psiquiatria com, por exemplo, a hipertensão arterial; quando, exatamente, podemos falar em cura da hipertensão arterial? Quando, exatamente, podemos falar em cura da diabetes?... do reumatismo?... da asma?...
, podemos ver que a medicina está cheia de situações onde, felizmente, podemos controlar a pessoa portadora de alguma doença para que viva o mais próximo possível do normal. Em outros casos podemos falar em cura, como por exemplo, na pneumonia (e outras infecções), na cólica de rins, na diarréia... etc. São situações onde a pessoa ESTÁ doente.
Doenças Mentais mais atreladas à maneira da pessoa ser, mais inerentes à sua personalidade, podem ser muito bem controladas pela psiquiatria, enquanto as situações reativas, onde a pessoa apresenta uma alteração repentina em seu psiquismo, podemos falar mais facilmente em cura definitiva.
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4. – Quais as diferenças entre Neuroses e Psicoses?
A grosso modo, podemos dizer que Neuroses são alterações quantitativas dos fenômenos psíquicos, capazes de produzir sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa viver. Isso significa que os neuróticos não apresentam nenhuma novidade ou nenhuma característica psíquica que não exista nas pessoas normais em quantidades mais adequadas. Ansiedade, angústia, sentimentos depressivos, idéias com tendência obsessivas, teatralidade, medo, etc, são ocorrências psíquicas normais mas nos neuróticos elas estariam exageradamente (quantitativamente) alteradas.
Por outro lado, podemos dizer que Psicoses são alterações qualitativas dos fenômenos psíquicos, capazes de produzir sofrimento e/ou prejuízo na maneira da pessoa existir. Nesse caso, as pessoas normais não costumam apresentar os fenômenos psíquicos dos psicóticos, mesmo em quantidades menores. Nenhum normal sente um pouquinho de perseguição, paranóia, catatonia, confusão mental, delírios e alucinações primárias... etc.
5. – Quais as causas das Doenças Mentais?
Assim como as demais doenças, podemos dizer que para se desenvolver uma Doença Mental há necessidade, no mínimo, de 2 fatores; a disposição pessoal para a doença e dos agentes ocasionais.
Disposição Pessoal Original
A disposição pessoal do indivíduo diz respeito a seus Traços de Personalidade, suas características constitucionais. Por constituição devemos entender a configuração permanente do indivíduo, tal como seu fenótipo, ou seja, uma somatória dos elementos genéticos com os elementos acoplados à sua pessoa durante seu desenvolvimento. Fenótipo = Genótipo + Ambiente.
A constituição vai além do genético, como se entende no exemplo de uma pessoa nascida com malformações decorrentes da toxoplasmose congênita. Tais manifestações, embora constitucionais, não podem ser consideradas genéticas, não aparecem nos genes dos ancestrais mas, serão constitucionais.
A disposição psíquica pessoal básica tem lugar nos momentos mais precoces da vida, constituindo a marca característica e perene do relacionamento da pessoa com o ambiente e consigo própria, constituindo a maneira do indivíduo contactar e reagir ao mundo objectual. A este ser, dotado geneticamente de um conjunto de Traços pessoais e de uma série de outras características psíquicas adquiridas durante seu desenvolvimento precoce através da complacência de seus genes, podemos atribuir uma certa Disposição Pessoal Originária, a qual, favorecerá ou não, o desenvolvimento da Doença Mental.
Entram na Disposição Pessoal Original também, todos os perfis constitucionais, tais como suas características metabólicas, endócrinas, neurológicas, etc.
Agentes Ocasionais
Aqui entram os fatores psicogênicos que a existência oferece para o indivíduo, ou conforme diz o DSM-IV, tratam-se dos estressores psicossociais. Estes agentes ocasionais são as vivências mais significativas que colocam em risco a adaptação do indivíduo ao mundo e consigo próprio. São as ameaças ao desequilíbrio de relacionamento da pessoa com sua existência, ameaças capazes de comprometer a relação de ajustamento do sujeito com seu mundo objectual.
O fato de uma experiência ocasionar um conflito psicotraumático relaciona-se com a Personalidade global, a qual, em virtude de suas peculiaridades pode vir a ser perturbada por um determinado traumatismo psíquico. As vivências, em si, não podem ser consideradas traumáticas de maneira absoluta, pois, como sabemos hoje em dia, o conceito de trauma é relativo, dependendo mais de certas sensibilidades constitucionais, do que das experiências vividas, propriamente ditas. As vivências são mais traumáticas para determinados indivíduos mais vulneráveis à superação de conflitos e são, nestes indivíduos, os Agentes Ocasionais produtores das reações neuróticas.
6. – Homossexualismo é Doença?
Atualmente o Homossexualismo é considerado uma "alteração" da orientação sexual. Primeiramente, "alteração" não pode ser considerado doença, como se faz, por exemplo com gravidez de gêmeos (alteração do número de fetos sem ser doença). Em segundo, "da orientação" significa se a pessoa está com sua sexualidade orientada para o sexo oposto ou para o mesmo sexo.
Entretanto, o CID.10 (classificação internacional de doenças) recomenda que se considere o homossexialismo como fator agravante de outras alterações emocionais caso seja considerado Homossexialismo Ego Distônico, ou seja, em distonia com o ego da pessoa, produzindo conflitos pessoais.
Caso seja considerado Homossexialismo Ego Sincrônico, ou seja, em concordância com o ego da pessoa, tratar-se-a apenas de uma opção comportamental.
Homossexualismo - Transtornos da Identidade do Gênero - DSM.IV
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