sexta-feira, 1 de abril de 2011

10230 - LINGUA GREGA

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Aprendendo o grego
antigo

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Syllabus Aprendendo o grego antigo
SUMÁRIO
A língua grega
Grego moderno X grego antigo
O estudo do grego antigo
Características da língua
Roteiro de estudo

A língua grega
A língua grega está em uso contínuo desde -2000, aproximadamente. Pertence à família das línguas indo-européias, ao lado de línguas extintas como o latim e o sânscrito, língua da antiga Índia, e de línguas "vivas" como o inglês e as línguas neolatinas (francês, espanhol, catalão, italiano, português, romeno, etc.).

N.b.
os links se abrem
em outra janela Eis algumas informações básicas a respeito da língua grega antiga:

Origem e evolução da língua grega
A escrita linear B
A escrita alfabética
O grego clássico


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Grego moderno X grego antigo
O grego moderno é, sem dúvida, uma evolução do grego antigo, notadamente do dialeto ático; mas, embora os fundamentos sejam os mesmos, está muito distante dele e não serve de base para o estudo do grego antigo.

Vejamos os primeiros 11 versos do Auto da Barca do Inferno, do português Gil Vicente, datada de 1517:

Á barca, á barca, hou lá,
que temos gentil maré.
Ora venha a caro a ré:
feito, feito, bem está.
Vae alli muitieramá,
e atesa aquelle palanco, e despeja aquelle banco,
pera a gente que virá.
Á barca, á barca, hu!
Asinha, que se quer ir.
Um falante moderno do português, que vive quase 600 anos depois do autor dos versos, conseguirá distinguir as palavras de grafia arcaica e até o sentido geral dos versos; mas terá, certamente, dificuldade com palavras e expressões como "a caro" ("em frente"), "atesa aquele palanco" ("estica aquela corda") e "asinha" ("depressa").

Imagine-se, agora, a diferença entre um texto em grego moderno e um texto em grego antigo, escrito há mais de 2.500 anos...



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O estudo do grego antigo
A finalidade do estudo do grego antigo é a tradução de documentos e textos literários e não literários escritos na Antigüidade e no início da Idade Média. Verter textos de línguas modernas para o grego antigo é procedimento artificial e não faz sentido.


Estas sinopses, portanto, dão subsídios à tradução de enunciados em grego antigo, criados pelos próprios gregos antigos ou, em certa medida, por contemporâneos que aprenderam o grego como em nossos dias se aprende o inglês, o francês ou o italiano — com os falantes nativos da língua.


Desde os tempos mais remotos o grego se dividia em diferentes dialetos; o mais importante deles, do ponto de vista literário, é o dialeto ático, usado pelos atenienses durante o século -V. O estudo do dialeto ático é uma chave para o conhecimento de todos os outros dialetos; conseqüentemente, a maioria das gramáticas e dos manuais de grego antigo se apóia no estudo da fonética, da morfologia e da sintaxe do dialeto ático.



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Características da língua grega
As gramáticas descritivas insistem, muitas vezes, em aplicar a nomenclatura latina e portuguesa a categorias gramaticais e a funções sintáticas gregas; nestas sinopses, essa prática será utilizada somente quando os conceitos forem comparáveis.

É verdade que a maioria dos conceitos da morfossintaxe portuguesa são aplicáveis ao grego antigo, haja vista que tanto o português como o grego são línguas indo-européias. Eis algumas características comuns às línguas dessa família:


A quantidade de palavras de forma variável excede, de longe, a das palavras invariáveis;
as palavras variáveis têm radical, onde reside a noção básica, e a desinência, que muda de acordo com a flexão;
a flexão de gênero comporta dois tipos, o animado (masculino, feminino) e o inanimado (neutro);
a numeração é decimal e os numerais menores de "5" têm flexão;
o nome, que identifica seres e objetos, é sempre distinto do verbo, que marca a ação;
verbos podem ser formados a partir de noções nominais;
o verbo não tem conjugação completa e constante e muitos são constituídos por mais de um radical.
Quanto mais antiga a língua, mais marcadas são essas características; quanto mais recente, menos marcadas. O grego, naturalmente, é exemplo de língua indo-européia antiga; o português, de língua indo-européia recente....

Há, portanto, algumas diferenças importantes entre as formas e funções do grego antigo e do português. Por exemplo: os conceitos de "objeto direto" e de "objeto indireto" não são aplicáveis ao grego; os particípios gregos ora são simples complementos nominais, ora formam o núcleo verbal de orações adjetivas, ora compõem estruturas sintáticas que não existem mais no português.

Muitos manuais de grego antigo sobrecarregam os estudiosos de informações desnecessárias, como se o grego antigo fosse uma língua moderna... Não se deve perder de vista, nunca, a finalidade primordial do estudo do grego antigo em nossos dias: a leitura e tradução de textos antigos, escritos há séculos.



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Roteiro de estudo
continua na próxima sinopse


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