Fernando I, Sacro Imperador Romano-GermânicoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Fernando I
Sacro Imperador Romano-Germânico
Fernando I
Governo
Títulos Arquiduque e duque da Áustria, duque da Carníola, duque da Caríntia, duque da Estíria e conde do Tirol a partir de 1520. Rei da Hungria e da Boêmia a partir de 1526; rei da Croácia em 1540.
Vida
ver
Fernando I de Habsburgo (Ferdinand, em alemão e tcheco; Ferdinánd, em húngaro) (*Alcalá de Henares, 10 de março de 1503 — †Viena, 25 de julho de 1564) foi imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico de 1556 até a sua morte.
Seus pais foram o arquiduque da Áustria Filipe I de Castela (também conhecido como Filipe I de Espanha, apelidado "o Belo") e a rainha Joana I de Castela, apelidada "a Louca". Seu irmão mais velho era Carlos I de Espanha (e Sacro Imperador como Carlos V).
Índice [esconder]
1 Dados biográficos
2 Rei da Boêmia e da Hungria
3 Sacro Imperador Romano
4 Casamento
5 Descendência
6 Ver também
[editar] Dados biográficosEm 1531, foi eleito Rei dos Romanos, o que fez dele herdeiro do Sacro Imperador Carlos V, seu irmão; Fernando governava o império nas ausências do irmão. Assumiu a dignidade de Sacro Imperador em 1556 (coroado em 1558).
Educado na Espanha, foi o neto favorito do rei Fernando II de Aragão, que previa para ele uma regência espanhola nas ausências do irmão. Mas seu outro avô, Maximiliano, obteve para ele a sucessão dupla na Boêmia e Hungria.
Carlos V reconhecera ao irmão pelo Tratado de Worms (1521) a posse e soberania plena dos cinco Estados hereditários dos Habsburgos: os arquiducados e ducados da Alta e Baixa Áustria, Caríntia, Estíria, Carníola, logo depois o condado do Tirol e possessões hereditárias de sua Casa no sul da Alemanha. Esta partilha constituiu o patrimônio de Fernando. Foi nomeado para governar o ducado de Vurtemberga e integrar o conselho de regência que governava a Alemanha nas ausências do Imperador.
Pelas convenções de Bruxelas em 1522, recebeu o título de governador das regiões da Alemanha do Sul, do Tirol e da Alta Alsácia.
A época era de expansão otomana, desde a queda de Constantinopla em 1453. Em 1529, Viena esteve sob assédio turco. Até o século XVII, a Europa teria que conviver com o avanço das forças turcas, ameaçando a Sicília, Malta e os territórios de Veneza.
[editar] Rei da Boêmia e da HungriaEm 29 de agosto de 1526, morreu seu cunhado Luís II, rei da Boémia e da Hungria, derrotado pelas tropas otomanas do sultão Solimão, o Magnífico, na batalha de Mohács.
Fernando foi escolhido rei da Boêmia e rei da Hungria. Coroado rei da Boêmia em Praga, em fevereiro de 1527, não pôde assegurar a coroa da Hungria, pois ali João Zápolya, príncipe da Transilvânia, apoiado por parte da nobreza e depois pelos turcos, mantinha a resistência, embora compromisso posterior assegurasse a integridade das possessões dos Habsburgos. O reino da Hungria tornou-se objeto de uma disputa dinástica entre Habsburgos e Zápolyas, cada partido sendo apoiado por uma parcela da nobreza húngara. Fernando contava ademais com o apoio de seu irmão Carlos V.
Em 1527, Fernando venceu a Batalha de Tokaj, porém não foi o suficiente para ganhar o controle de toda Hungria. Em todo caso, fez-se coroar rei da Hungria em novembro de 1527, sem tomar posse do país.
Em 1529, suas tropas repeliram com sucesso o ataque de Solimão à capital, Viena (Cerco de Viena), mesmo com Fernando já tendo se retirado para Boêmia. Finalmente, em 1533 Fernando assinou tratado de paz com o Império Otomano, dividindo o reino da Hungria entre os Habsburgos no oeste e João Zápolya no leste. Em 1527 os Habsburgos deram início a um processo histórico que levaria à incorporação das terras das coroas da Boêmia e da Hungria às suas possessões hereditárias.
Em 1538, pelo tratado de Nagyvárad, Fernando tornou-se o sucessor de Zápolya, sendo entretanto incapaz de impor o acordo.
A vida de Fernando ficou marcada por uma luta dupla: contra o Islão, no Danúbio, onde, após a morte de seu cunhado Luís II em 1526, foi eleito rei da Boêmia e Hungria, devendo conter o avanço otomano sobre Viena. Não conseguiu tomar Buda em 1541 e teria que assinar uma trégua de oito anos (1562) pagando tributo anual ao sultão e reconhecimento, na Transilvânia, da dinastia rival de João Zápolya. Sua segunda luta foi contra os protestantes, com uma relativa indiferença. Fernando, aluno e amigo dos jesuítas, deixara-se influenciar em sua estada em Flandres pelos humanistas, sobretudo Erasmo. Participara da Assembleia de Ratisbona em 1524, que decidiu a reforma católica na Alemanha, constituiu com os cinco cantões católicos primitivos da Suíça uma União Cristã, em 1529, para combater a heresia protestante, assinou com a Liga de Esmalcalda o Tratado de Kadan e esmagou revolta dos senhores tchecos na Boêmia. Mas desejava sinceramente reformas na Igreja: tentou obter de Roma a comunhão sob duas espécies em 1554 e esforçou-se por atenuar o conflito religioso, negociando a Paz de Augsburgo em 1555.
Em 1540, João Sigismundo Zápolya, filho de João com Isabel Jagelão, foi eleito rei da Hungria, inicialmente apoiado pelo rei seu tio, Sigismundo II da Polônia e Lituânia, irmão de Isabel. Em 1549 um tratado foi assinado entre os Habsburgos e o soberano polonês: a Polónia ficou neutra no conflito com os Habsburgos e Sigismundo II se casou com Isabel de Habsburgo, filha de Fernando I.
Como soberano da Áustria, Boêmia e Hungria, Fernando I tentou centralizar e construir uma monarquia absoluta moderna. Em 1527, editou uma constituição para seus domínios hereditários (Hofstaatsordnung) e estabeleceu instituições à moda austríaca em Bratislava para a Hungria, em Praga para a Boémia e em Wrocław (Breslau) para a Silésia. Uma forte oposição dos nobres forçou-o em 1559 a declarar tais instituições livres de supervisão pelo governo central em Viena.
Em 1551 chamou os jesuítas a Viena e em 1556 a Praga, reativando o arcebispado desta última. Príncipe católico, apoiou a Contra-Reforma.
[editar] Sacro Imperador RomanoEm janeiro de 1531, Fernando fora eleito rei dos Romanos em Colônia, o que era um passo rumo à coroa imperial. Reconhecido herdeiro de Carlos V ao trono imperial em 1551, a abdicação deste último em 1556 fez com que Fernando fosse coroado Sacro Imperador Romano-Germânico em 1558, em Aachen.
Continuou a enfrentar a ameaça externa da política expansionista do sultão Solimão, o Magnífico. Carlos V havia defendido Viena em 1529, mas as terras foram ameaçadas de novo em 1532 e 1541. Enfrentou ainda, como o irmão, a ameaça interna das divisões entre católicos e luteranos: em 1534, Filipe de Hesse, chefe político dos luteranos, arrancou Vurtemberga do controle dos Habsburgos e Fernando I apoiou o imperador seu irmão na sua campanha de 1546-7 para destruir a Liga de Esmalcalda, formada por protestantes.
Talvez mais realista do que Carlos, deve-se a Fernando a Paz de Augsburgo, de 1555.
Carlos excluiu seu filho o infante Filipe, futuro Filipe II de Espanha, da sucessão imperial germânica, que foi transmitida ao primogênito de Fernando, Maximiliano (1527–1576).
[editar] CasamentoEm 25 de maio de 1521, em Linz, Áustria, Fernando casou-se com Ana Jagelão, filha de Vladislau II da Hungria e da Boêmia e de Ana de Foix-Candale.
[editar] Descendência
Mesa de Fernando I em 1558.Filhos de Fernando e Ana:
Isabel de Habsburgo (1526-1545) - em Maio de 1543 casou com o rei Sigismundo II da Polônia, filho de Sigismundo I, que ao enviuvar casou com a irmã de Isabel, Catarina.
Maximiliano II do Sacro-Império Romano-Germânico (1527-1576) - Casou-se a 13 de Setembro de 1548 com sua prima, a infanta Maria de Espanha (1528-1603), filha de Carlos I de Espanha e de Isabel de Portugal. Tiveram 16 filhos, dos quais 10 varões e seis filhas.
Ana de Habsburgo (1528-1590) - em 1546 casou-se com Alberto V, Duque de Baviera, chamado O Magnânimo. Deste casamento nasceram 7 filhos.
Fernando II da Áustria (1529-1595) - casou morganaticamente em 1557 com Filipa Welser (1527-1580), filha de Francisco A. Welser; tiveram cinco filhos. Enviuvando, Fernando II casou, em 1582 com Ana Catarina de Gonzaga-Mântua (1566-1621), filha de Guilherme Gonzaga, Duque de Mântua; tiveram três filhos.
Maria de Habsburgo (1531–1581) - casou, em 1546, com Guilherme III de Cleves, apelidado o Rico, Duque de Jülich-Cleves-Berg, como sua 2.ª mulher. Tiveram 7 filhos.
Madalena de Habsburgo (1532-1590) - juntamente com as suas irmãs Margarida e Helena fundou o Convento de Hall, construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
Catarina de Habsburgo (1533-1572) - em 1553 casou com o cunhado, o rei Sigismundo II da Polônia viúvo de sua irmã Isabel. Tinha em 1549 casado com Francisco III Gonzaga, Duque de Mântua, morto em 1550.
Leonor de Habsburgo (1534-1594) - casou, em 1561, com Guilherme Gonzaga, Duque de Mântua.
Margarida de Habsburgo (1536-1567) - juntamente com as suas irmãs Madalena e Helena fundou o Convento de Hall, construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
João de Habsburgo (1538-1539) - morreu na infância.
Bárbara de Habsburgo (1539-1572) - casou, em 1565, com Afonso II d´Este.
Carlos de Habsburgo (1540-1590) - casado com Maria Ana de Baviera. Ambos eram pais do imperador Fernando II.
Úrsula de Habsburgo (1541-1543) - morreu na infância.
Helena de Habsburgo (1543-1574) - juntamente com as suas irmãs Margarida e Madalena fundou o Convento de Hall, construção iniciada em 1567 e completada dois anos depois.
Joana de Habsburgo - casou com Francisco I de Médicis, Grão-Duque da Toscana. Pais de Maria de Médicis, rainha de França por se ter casado com o rei Henrique IV de Bourbon.
Bastardos:
Carlos Filipe de Áustria, tido de uma dama francesa, também chamado de Carlos do Pomar por ser fazendeiro próximo a Trieste. Imigrou, com 32 anos, à Itália. Lá, passou a ser conhecido por Carlo Filippo Pomari, e recebeu o título de conde palatino do Sacro Império Romano por seu meio irmão. Foi também o patriarca da Família Pomari.
Lourenço João de Áustria, tido de Violante Aganetti, da família dos Condes de Nice. Sua filha, Margarida de Áustria-Pomari foi esposa do filho de seu meio-irmão, o conde Giacomo Maria Pomari.
Gabriela Júlia de Áustria, tida de Alfonsina Aganetti, prima de Violante. Casou-se com Roffredo Casa de Grimaldi, bastardo de um lorde francês. Foram trisavós de Malannia Grimaldi d'Antibes, condessa de Nice, esposa do conde Enrico I de’ Aganetti.
[editar] Ver tambémSacro Império Romano-Germânico
História da Alemanha
História da Hungria
Lista de reis da Boémia
Precedido por
Carlos V Sacro Imperador Romano-Germânico
1558 — 1564 Sucedido por
Maximiliano II
Precedido por
Luís II Rei da Hungria
Rei da Boêmia
1526 — 1564 Sucedido por
Maximiliano II
Precedido por
Carlos V Arquiduque da Áustria
1520 — 1564 Sucedido por
Maximiliano II
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