Afonso III de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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D. Afonso III
Monarca de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e Conde de Bolonha (1248-1259)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal (1259-1267)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve (1267-1279)
Ordem: 5.º monarca de Portugal
Cognome(s): O Bolonhês
Início do reinado: 1248
Regente desde 24 de Julho de 1245
Término do reinado: 16 de Fevereiro de 1279
Aclamação:
Predecessor(a): D. Sancho II
Sucessor(a): D. Dinis
Pai: D. Afonso II
Mãe: D. Urraca de Castela
Data de nascimento: 5 de Maio de 1210
Local de nascimento: Coimbra
Data de falecimento: 16 de fevereiro de 1279 (68 anos)
Local de falecimento: Lisboa
Local de enterro: Mosteiro de Santa Maria, Alcobaça
Consorte(s): D. Matilde, condessa de Bolonha
D. Beatriz, Infanta de Castela
Príncipe herdeiro: Infante D.Dinis (filho)
Dinastia: Borgonha (Afonsina)
D. Afonso III de Portugal (Coimbra, 5 de Maio de 1210 – id., 16 de Fevereiro de 1279), cognominado O Bolonhês por ter sido casado com a condessa Matilde II de Bolonha, foi o quinto Rei de Portugal. Afonso III era o segundo filho do rei Afonso II e da sua mulher Urraca de Castela, e sucedeu ao seu irmão Sancho II em 1248.
Índice [esconder]
1 Guerra civil e deposição de D. Sancho II
2 Reconquista
3 Segundas núpcias
4 Excomunhão do rei e do reino
5 Descendência
6 Ligações externas
7 Ver também
[editar] Guerra civil e deposição de D. Sancho IIComo segundo filho, Afonso não deveria herdar o trono destinado a Sancho e por isso viveu em França, onde se casou com Matilde II de Bolonha em 1235, tornando-se assim conde jure uxoris de Bolonha, onde servia como um dirigente militar, combatendo em nome do Rei Luís IX, rei de França seu primo. Todavia, em 1246, os conflitos entre Sancho II e a Igreja tornaram-se insustentáveis e o Papa Inocêncio IV ordenou a substituição do rei pelo conde de Bolonha. Afonso não ignorou a ordem papal e dirigiu-se a Portugal, onde se fez coroar rei em 1248 após o exílio e morte de Sancho II em Toledo.
Até à morte de D. Sancho e a sua consequente coroação, D. Afonso apenas usou os títulos de Visitador, Curador e Defensor do Reino.
Para aceder ao trono, Afonso abdicou de Bolonha e repudiou Matilde para casar com Beatriz de Castela. Decidido a não cometer os mesmos erros do irmão, o novo rei prestou especial atenção à classe média de mercadores e pequenos proprietários, ouvindo suas queixas. Por este procedimento, Afonso III ficou conhecido também como o pai do "Estado Português", distribuindo alcaides pelos castelos e juízes pelas diferentes vilas e terras. O objectivo era a implantação de um poder legal com o qual todos os habitantes do Reino português mantivessem uma relação de igualdade.
Em 1254, na cidade de Leiria convocou a primeira reunião das Cortes, a assembleia geral do reino, com representantes de todos os espectros da sociedade. Afonso preparou legislação que restringia a possibilidade das classes altas cometerem abusos sobre a população menos favorecida e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral.
Em 1255, transferiu a capital do Reino de Portugal de Coimbra para Lisboa.
Foram por sua ordem feitas as Inquirições Gerais, iniciadas em 1258, como forma do rei controlar, não só o grande poder da Nobreza, mas também para saber se lhe estavam a ser usurpados bens que, por direito, pertenciam à Coroa.
[editar] ReconquistaCom o trono seguro e a situação interna pacificada, Afonso voltou sua atenção para os propósitos da Reconquista do Sul da Península Ibérica às comunidades muçulmanas. Durante o seu reinado, Faro foi tomada com sucesso em 1249 e o Algarve incorporado no reino de Portugal.
Após esta campanha de sucesso, Afonso teve de enfrentar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia. Seguiu-se um período de guerra entre os dois países, até que, em 1267, foi assinado um tratado em Badajoz que determina a fronteira no Guadiana desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana.
[editar] Segundas núpciasEm 1253, o rei desposou D. Beatriz, popularmente conhecida por D. Brites, filha de D. Afonso X de Castela, O Sábio. Desde logo isto constituiu polémica pois D. Afonso era já casado com Matilde II de Bolonha.
O Papa Alexandre IV respondeu a uma queixa de D. Matilde, ordenando ao rei D. Afonso que abandone D. Beatriz em respeito ao seu matrimónio com D. Matilde. O rei não obedeceu, mas procurou ganhar tempo neste assunto delicado, e o problema ficou resolvido com a morte de D. Matilde em 1258. O infante, D. Dinis, nascido durante a situação irregular dos pais, foi então legitimado em 1263.
O casamento funcionou como uma aliança que pôs termo à luta entre Portugal e Castela pelo Reino do Algarve. Também resultou em mais riqueza para Portugal quando D. Beatriz, já após a morte do rei, recebe do seu pai, Afonso X, uma bela região a Este do Rio Guadiana, onde se incluíam as vilas de Moura, Serpa, Noudar, Mourão e Niebla. Tamanha dádiva deveu-se ao apoio que D. Brites lhe prestou durante o seu exílio na cidade de Sevilha.
[editar] Excomunhão do rei e do reinoNo final da sua vida, viu-se envolvido em conflitos com a Igreja, tendo sido excomungado em 1268 pelo arcebispo de Braga e pelos bispos de Coimbra e Porto, para além do próprio Papa Clemente IV, à semelhança dos reis que o precederam. O clero havia aprovado um libelo contendo quarenta e três queixas contra o monarca, entre as quais se achavam o impedimento aos bispos de cobrarem os dízimos, utilização dos fundos destinados à construção dos templos, obrigação dos clérigos a trabalhar nas obras das muralhas das vilas, prisão e execução de clérigos sem autorização dos bispos, ameaças de morte ao arcebispo e aos bispos e, ainda, a nomeação de judeus para cargos de grande importância. A agravar ainda mais as coisas, este rei favoreceu monetariamente ordens religiosas mendicantes, como franciscanos e dominicanos, sendo acusado pelo clero de apoiar espiritualidades estrangeiradas. O grande conflito com o clero também se deve ao facto do rei ter legislado no sentido de equilibrar o poder municipal em prejuízo do poder do clero e da nobreza.
O rei, que era muito querido pelos portugueses por decisões como a da abolição da anúduva (imposto do trabalho braçal gratuito, que obrigava as gentes a trabalhar na construção e reparação de castelos e palácios, muros, fossos e outras obras militares), recebeu apoio das cortes de Santarém em Janeiro de 1274, onde foi nomeada uma comissão para fazer um inquérito às acusações que os bispos faziam ao rei. A comissão, composta maioritariamente por adeptos do rei, absolveu-o. O Papa Gregório X, porém, não aceitou a resolução tomada nas cortes de Santarém e mandou que se excomungasse o rei e fosse lançado interdito sobre o reino em 1277.
À sua morte, em 1279, D. Afonso III jurou obediência à Igreja e a restituição de tudo o que lhe tinha tirado. Face a esta atitude do rei, o abade de Alcobaça levantou-lhe a excomunhão e o rei foi sepultado no Mosteiro de Alcobaça.
[editar] DescendênciaRealeza Portuguesa
Casa de Borgonha
Descendência
Afonso I[Expandir]
Filhos
Infante Henrique
Infanta Mafalda
Infanta Urraca, Rainha de Leão
Infante Sancho (futuro Sancho I)
Infanta Teresa, Condessa de Flandres e Duquesa de Borgonha
Sancho I[Expandir]
Filhos
Infanta Teresa, Rainha de Castela
Infanta Sancha, Senhora de Alenquer
Infanta Constança
Infante Afonso (futuro Afonso II)
Infante Pedro, Conde de Urgell
Infante Fernando, Conde da Flandres
Infanta Branca, Senhora de Guadalajara
Infanta Berengária, rainha da Dinamarca
Infanta Mafalda, Rainha de Castela
Afonso II[Expandir]
Filhos
Infante Sancho (futuro Sancho II)
Infante Afonso, Conde de Bolonha (futuro Afonso III)
Infanta Leonor, rainha da Dinamarca
Infante Fernando, Senhor de Serpa
Sancho II[Esconder]
Afonso III[Expandir]
Filhos
Infanta Branca, Viscondessa de Huelgas
Infante Dinis (futuro Dinis I)
Infante Afonso, Senhor de Portalegre
Infanta Sancha
Infanta Maria
Dinis I[Expandir]
Filhos
Infanta Constança, Rainha de Castela
Infante Afonso (futuro Afonso IV)
Afonso IV[Expandir]
Filhos
Infanta Maria, Rainha de Castela
Infante Pedro (futuro Pedro I)
Infanta Leonor, Rainha de Aragão
Pedro I[Expandir]
Filhos
Infanta Maria, Marquesa de Tortosa e Princesa de Aragão
Infante Fernando (futuro Fernando I)
Infanta Beatriz, Condessa de Alburquerque
Infante João, Duque de Valência de Campos
Infante Dinis, Senhor de Cifuentes
João, Grão Mestre da Ordem de Avis (futuro João I)
Fernando I[Expandir]
Filhos
Infanta Beatriz, Rainha de Castela e Leão
Primeira esposa, Matilde II de Bolonha:
Roberto de Portugal (1239)
um outro varão, de nome incógnito (1240)
Segunda mulher, infanta Beatriz de Castela (1242-1303)
Branca de Portugal (1259-1321), abadessa dos Conventos do Lorvão e de Huelgas (Burgos)
Fernando de Portugal (1260-1262)
Dinis de Portugal (1261-1325)
Afonso de Portugal (1263-1312), senhor de Portalegre, casou com a infanta Violante Manoel de Castela
Sancha de Portugal (1264-1302)
Maria de Portugal (1264-1304), religiosa no Mosteiro de Santa Cruz
Constança de Portugal (1266-1271)
Vicente de Portugal (1268-1271)
Filhos naturais
Havidos de Madragana Ben Aloandro, depois chamada Mor Afonso, filha do último alcaide do período mouro de Faro, o moçárabe Aloandro Ben Bakr:
Martim Afonso Chichorro (1250-1313)
Urraca Afonso de Portugal (c. 1260- depois de 1290) casada por duas vezes, a primeira em 1265 com Pedro Anes Gago de Riba de Vizela (1240 - 1286) e a segunda em 1275 com João Mendes de Briteiros (1250 -?), filho de D. Mem Rodrigues de Briteiros (1225 -?).
Havidos de Maria Peres de Enxara:
Afonso Dinis (1260-1310)
De outras senhoras:
Fernando Afonso, cavaleiro hospitalário
Gil Afonso (1250-1346), cavaleiro hospitalário
Rodrigo Afonso (1258-1272), prior de Santarém
Leonor Afonso (1250), senhora de Pedrógão e Neiva, casada por duas vezes, a primeira com D. Estevão Anes de Sousa, senhor de Pedrógão (c. 1240 -?) e a segunda com D. Garcia Mendes de Sousa (1175 – 29 de Abril de 1239).
Leonor Afonso (m. 1259), freira em Santarém
Urraca Afonso (1250-1281), freira no Lorvão
Henrique Afonso
[editar] Ligações externasO Commons possui uma categoria com multimídias sobre Afonso III de PortugalChronica do muito alto e muito esclarecido principe D. Afonso III, quinto rey de Portugal, Rui de Pina (1440-1522), Lisboa Occidental, 1728, na Biblioteca Nacional Digital (em português)
Chronica d'El-Rei D. Affonso III, Rui de Pina (1440-1522), Lisboa: Escriptorio, 1907, na Biblioteca Nacional Digital (em português)
[editar] Ver tambémÁrvore genealógica dos reis de Portugal
Precedido por
Sancho II
(como rei)
Regente de Portugal
1245 - 1248 Sucedido por
Leonor Teles de Menezes
Precedido por
Sancho II
Rei de Portugal
1248 - 1249 Sucedido por
Dinis I
Precedido por
Sancho I
(1191)
Rei de Portugal e do Algarve
1249 - 1279 Sucedido por
Dinis I
Precedido por
Matilde II de Bolonha
com Filipe Hurepel
Conde de Bolonha
(com Matilde II de Bolonha)
1235 - 1253 Sucedido por
Matilde II de Bolonha
[Expandir]v • eMonarcas de Portugal
Dinastia Afonsina Afonso I • Sancho I • Afonso II • Sancho II • Afonso III • Dinis I • Afonso IV • Pedro I • Fernando I
Dinastia de Avis João I • Duarte I • Afonso V • João II • Manuel I • João III • Sebastião I • Henrique I
Dinastia Filipina Filipe I • Filipe II • Filipe III
Dinastia de Bragança João IV • Afonso VI • Pedro II • João V • José I • Maria I (com Pedro III) • João VI • Pedro IV • Maria II • Miguel I • Maria II (com Fernando II) • Pedro V • Luís I • Carlos I • Manuel II
Reinos cristãos da Península Ibérica
Astúrias
Reis e Rainhas Leão
Reis e Rainhas Castela
Reis e Rainhas Galiza
Reis e Rainhas Navarra
Reis e Rainhas Aragão
Reis e Rainhas Espanha
Reis e Rainhas
Portugal
Reis e Rainhas
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Categorias: Mortos em 1279Reis de PortugalReis do AlgarveCondes de BolonhaRegentes de PortugalCasa da Borgonha (Portugal)Monarcas católicos romanosPessoas com excomunhão convertidaNaturais de Coimbra
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