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Publicado em 10/8/1999 pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP
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ESPETÁCULO
Babilônios descobriram como prever o fenômeno
Embora o Sol seja 400 vezes maior que a Lua, também está 400 vezes mais distante da Terra. Essa coincidência matemática é que permite, algumas vezes, a pequena Lua encobrir o Sol totalmente. Há mais de três mil anos, os babilônios descobriram que bastava um simples instrumento de cálculo (o ábaco, então), para se prever um eclipse solar ou lunar.
Aliás, a Astronomia é a mais antiga ciência, tendo regido a construção das pirâmides maias e egípcias, do complexo inglês de Stonehenge etc. Tabuletas assírias de argila registraram o mais antigo eclipse solar de que temos conhecimento detalhado no ano 763 antes de Cristo, mas há um registro ainda mais antigo: nas ruínas da cidade síria de Ugarit foi encontrada uma tabuleta registrando o eclipse ocorrido em março de 1223 aC.
O eclipse considerado mais importante ocorreu no ano 585 aC, durante a batalha entre os persas e os lídios (povos que habitavam o território da atual Turquia). Segundo o historiador Heródoto, o fenômeno fora previsto pelo filósofo grego Thales, e marcou o fim do reino de Lydia, absorvido pelo império persa. A faixa de escuridão do eclipse de amanhã passará novamente por essa área.
Saros 145 – Os babilônios e caldeus descobriram que os eclipses solares ocorrem da mesma forma a cada 223 meses, período que ficou conhecido como Saros, uma transcrição corrompida para o idioma grego da palavra babilônia Saru. Essa palavra significa 3600, mas a razão desse número dar o nome ao intervalo entre tais eclipses se perdeu no tempo, sendo hoje desconhecida.
Saros é o período em que Sol, Terra e Lua retornam virtualmente à mesma configuração no céu. É um período de 6.585 dias e um terço (exatamente 6.585.32 dias de 223 meses sinódicos - intervalos entre duas luas cheias - ou 6.585.45 dias de meses anomalísticos - intervalos entre duas passagens da Lua pelo perigeu). Um novo ciclo Saros começa a cada 18 anos com um eclipse parcial visível de um dos pólos da Terra.
Ocorrem de dois a cinco eclipses solares por ano, mas raros são os pertencentes a uma mesma série Saros. O eclipse de amanhã é o 21º do ciclo conhecido como Saros série 145, que é a definida como iniciando em 6 de janeiro de 1639 (data de um eclipse parcial do Sol, que marcou o início da contagem dessa forma) e terminando no eclipse parcial de 17 de abril de 3009, com um total de 77 eclipses (41 totais, 34 parciais, um anular e um híbrido).
No momento, a cada eclipse dessa série, a duração do período de totalidade (em que o Sol é totalmente encoberto pela Lua) é crescente, e em 25 de junho de 2522 haverá o maior eclipse, quando o período de totalidade durará sete minutos e 4 segundos, mais do que o dobro do tempo que será registrado amanhã. Após 2522, o período de totalidade vai decrescendo até o ano 3009. Veja mais detalhes, a história e a tabela completa.
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