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Nota: Se procura por outras definições de Egipto ou Egito, veja Egipto (desambiguação).
Coordenadas: 26° 2' N, 29° 13° E
جمهورية مصر العربية
(Gumhūriyyat Miṣr al-ʿArabiyyah)
República Árabe do Egito
Bandeira Brasão de armas
Hino nacional: Bilady, Bilady, Bilady
Gentílico: egípcio (a),
egipciano (a),[1]
egipcíaco (a)[1]
Localização do Egito (em verde) no continente africano
Capital Cairo
26°2'N 29°13°E
Cidade mais populosa Cairo
Língua oficial Árabe
Governo República Semipresidencialista
- Presidente Hosni Mubarak
- Primeiro-ministro Ahmed Nazif
Formação
- Primeira dinastia c. 3150 a.C.
- Independência do Reino Unido 28 de Fevereiro de 1922
- Declaração da República 18 de Junho de 1953
Área
- Total 1.002.450 km² (30º)
- Água (%) 0.632
População
- Estimativa de Julho de 2008 81.713.517 hab. (14º)
- Densidade 74 hab./km² (120º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
- Total US$ 403,961 bilhões (27º)
- Per capita US$ 5.491 (97º)
Indicadores sociais
- Gini (2000) 34,4 – médio
- IDH (2007) 0,703[2] (123º) – médio
- Esper. de vida 71,3 anos (106º)
- Mort. infantil 29,3/mil nasc. (115º)
- Alfabetização 71,4% (132º)
Moeda Libra egípcia (EGP)
Fuso horário GMT (UTC+2)
- Verão (DST) BST (UTC+3)
Org. internacionais ONU
Cód. Internet .eg
Cód. telef. +20
O Egipto (português europeu) ou Egito (português brasileiro) (AO 1990: Egito) (em egípcio Kemet; em copta Ⲭⲏⲙⲓ, transl. Kīmi; em árabe مصر, transl. Miṣr, pronunciado Máṣr pelos egípcios; nome oficial: República Árabe do Egito) é um país do norte da África que inclui também a península do Sinai, na Ásia, o que o torna um Estado transcontinental.
Com uma área de cerca de 1 001 450 km², o Egipto limita a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel. O litoral norte é banhado pelo mar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo mar Vermelho. A península do Sinai é banhada pelos golfos de Suez e de Acaba. A sua capital é a cidade do Cairo.
O Egito é um dos países mais populosos de África. A grande maioria da população, estimada em 80 milhões de habitantes (2007), vive nas margens do rio Nilo, a única área cultivável do país, com cerca de 40 000 kmª. As regiões mais amplas do deserto do Saara são pouco habitadas. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do Delta do Nilo, de maior densidade demográfica.
O país é conhecido pela sua antiga civilização e por alguns dos monumentos mais famosos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. Ao sul, a cidade de Luxor abriga diversos sítios antigos, como o templo de Karnak e o vale dos Reis. O Egipto é reconhecido como um país política e culturalmente importante do Médio Oriente e do Norte de África.
Os gentílicos para o país são "egípcio", "egipciano" e "egipcíaco",[3] sendo que o primeiro é quase exclusivamente usado.
Índice [esconder]
1 Etimologia
2 História
3 Geografia
3.1 Hidrografia
3.2 Clima
4 Demografia
4.1 Religião
5 Política
5.1 Política externa
5.2 Símbolos nacionais
6 Subdivisões
7 Economia
8 Cultura
8.1 Feriados nacionais
9 Referências
10 Ver também
11 Ligações externas
[editar] Etimologia
Consulte também: Os nomes do Egito
km.t (Kemet) em hieroglifos é
Um dos antigos nomes egípcios para o país, Kemet (kṃt), ou "terra negra" (de kem, "negro"), advém do solo fértil negro depositado pelas cheias do Nilo, distinto da "terra vermelha" (dechret, dšṛt) do deserto. O nome passou às formas kīmi e kīmə na fase copta da língua egípcia e aparece no grego primitivo como Χημία (Khēmía). Outro nome era t3-mry ("terra da ribeira"). Os nomes do Alto e do Baixo Egipto eram Ta-Sheme'aw (t3-šmˁw), "terra da junça", e Ta-Mehew (t3 mḥw) "terra do norte", respectivamente.
Miṣr, o nome árabe moderno e oficial para o país (na pronúncia egípcia, Maṣr), é de origem semita, directamente relacionado com outros termos semíticos para o Egipto, como o hebraico מִצְרַיִם (Mizraim), literalmente "os dois estreitos" (referência ao Alto e Baixo Egiptos).[4] A palavra possuía originalmente a conotação de "metrópole" ou "civilização" e também significa "país" ou "terra de fronteira".
O termo português "Egipto" foi recebido do grego antigo Αίγυπτος (Aígyptos), por meio do latim Aegyptus, e já era registado no vernáculo no século XIII.[5] A forma grega, por sua vez, advém do egípcio Ha-K-Phtah, "morada de Ptá", denominação de Mênfis, capital do Antigo Império.[6]
[editar] História
Ver artigos principais: História do Antigo Egito, História do Egito.
Pirâmides de Guiza (ou Gizé),[7] um dos monumentos mais emblemáticos do Antigo Egito.Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilo desde o Paleolítico assumem a forma de artefactos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura de caçadores-recolectores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8000 a.C., mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egipto, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.[8]
Por volta de 6000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o Neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egiptos. A cultura badariense e a sua sucessora, a nagadiense, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egipto, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egiptos coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contactos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefactos de cerâmica de Nagada III datados de cerca de 3200 a.C.[9]
tAwy ('Duas Terras') em hieroglifos é
Em cerca de 3150 a.C., o Rei Mena fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milénios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se a seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida, kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egipto unificado seguiriam-se o período do Império Antigo (c. 2700-2200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a pirâmide de Djoser (III Dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV Dinastia).
A Grande Esfinge e as pirâmides de Gizé, erguidas durante o Império Antigo, são hoje ícones nacionais no centro da indústria egípcia do turismo.O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Império Médio (c. 2040 a.C.), que atingiu o zénite durante o reinado do Faraó Amenemhat III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egipto, a dos hicsos semitas. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egipto por volta de 1650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egipto chefiada por Amósis I, quem fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas.
O Império Novo (c. 1550-1070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egipto como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés II. A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos.
Construída pela primeira vez no século III ou IV, a Igreja Suspensa é a mais famosa igreja ortodoxa copta do Cairo.A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas em 343 a.C. Posteriormente, o Egipto foi conquistado pelos gregos e, em seguida, pelos romanos, num total de mais de dois mil anos de controlo estrangeiro.
O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da era cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedónia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.[10]
Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egipto foi tomado pelos árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje.[11] Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo Califado islâmico e mantiveram o controlo do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egipto foi a sede do Califado fatímida. Com o fim da dinastia aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucos tomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egipto pelos turcos otomanos em 1517.
A breve invasão francesa do Egipto em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo.[12] À retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controlo do país e foi nomeado vice-rei do Egipto pelos otomanos em 1805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projectos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.
A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo.[13] A abertura do canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1869, tornou o Egipto um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o país contraísse uma pesada dívida junto às potências europeias. Como resultado, o Reino Unido tomou o controlo do governo egípcio em 1882 para proteger os seus interesses financeiros, em especial os relativos ao canal.
Logo após intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do país. Tecnicamente, o Egipto permaneceu como uma província otomana até 1914, quando o Reino Unido derrubou Abaz II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o Egipto um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abaz, foi então nomeado sultão do Egipto.[14]
Entre 1882 e 1906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adoptar uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local. Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de Março de 1919, o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a independência do Egipto, em 22 de Fevereiro de 1922.[15]
O novo governo egípcio promulgou uma constituição em 1923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924. Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egipto e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egipto na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1952. Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a abdicar em favor do seu filho Fuad.
A República do Egipto foi proclamada em 18 de Junho de 1953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal Abdel Nasser – o verdadeiro arquitecto do movimento de 1952 – forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser assumiu a presidência e declarou a total independência do Egipto com relação ao Reino Unido, em 18 de Junho de 1956, com a conclusão da retirada das tropas britânicas. Em 26 de Julho daquele ano, nacionalizou o canal de Suez, deflagrando a chamada Crise do Suez.
Vista do Cairo, a maior cidade da África e do Oriente Médio.Nasser faleceu em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e ocupou a peninsula do Sinai. Sucedeu-o Anwar Sadat, que afastou o país da União Soviética e aproximou-se dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1972. Promoveu uma reforma económica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.
Em 1973, o Egipto, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa contra as forças israelitas que ocupavam a península do Sinai e as colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.
A histórica visita de Sadat a Israel, em 1977, levou ao tratado de paz de 1979, que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egipto da Liga Árabe, embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios.[16] Um soldado fundamentalista islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1981. Sucedeu-o Hosni Mubarak. Em 2003, foi lançado o "Movimento Egípcio pela Mudança", que busca o retorno à democracia e a ampliação das liberdades civis.
[editar] Geografia
Ver artigo principal: Geografia do Egito
Imagem de satélite do Egito, parte da The Map Library.Com uma área de 1 001 450 km²,[17] o Egito é o 29º maior do mundo, um pouco maior do que o estado brasileiro do Mato Grosso e duas vezes o território da França. Entretanto, devido à aridez do clima do país, os centros urbanos estão concentrados ao longo do estreito vale do rio Nilo e no Delta do Nilo, razão pela qual 99% da população egípcia usam apenas 5,5% da área total.[18]
O Egito faz fronteira com a Líbia a oeste, o Sudão a sul e Israel e a Faixa de Gaza a nordeste. O país controla o canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao mar Vermelho e, por conseguinte, ao oceano Índico.
Também pertence ao Egito a península do Sinai, na Ásia, a qual, ligada ao restante do país pelo istmo de Suez, caracteriza-o como um Estado transcontinental.
Fora do vale do Nilo, a maior parte do território egípcio é composto por desertos de areia, onde os ventos criam dunas que podem ultrapassar 30 m de altura. O país inclui partes do deserto do Saara e do deserto da Líbia, a "terra vermelha", como os chamavam os antigos egípcios, que protegia o reino dos faraós de ameaças a oeste.
Além da capital, Cairo, as outras cidades importantes do Egipto são Alexandria, Almançora, Assuão, Assiut, El-Mahalla El-Kubra, Gizé, Hurghada, Luxor, Kom Ombo, Port Safaga, Porto Said, Sharm el Sheikh, Shubra El-Khema, Suez e Zagazig. Os principais oásis são Bahariya, Dakhleh, Farafra, Kharga e Siwa.
[editar] Hidrografia
Trecho do Rio Nilo, próximo a Aswan.A grande bacia hidrográfica do país é a do Nilo, cujo curso total, com 6.696 km de extensão, é único a atravessar os desertos do NE africano até atingir o Mediterrâneo. A região do vale do Nilo, situada ao sul de Assuan, é quase desértica. A partir de Assuan, onde se localizam a primeira catarata e a grande represa do mesmo nome, o rio corre num leito estreito (2 a 10 km de largura), atingido sua largura máxima em Kom-Ombo (15Km). Nessa região, o vale é ladeado por uma cadeia de colinas rochosas com altitude média de 300m. A 5 km ao norte do Cairo, o rio divide-se em dois braços principais, formando um dos delta mais férteis do mundo.
[editar] Clima
A precipitação é baixa no Egipto, excepto nos meses de Inverno.[19] Ao sul do Cairo, a precipitação média é de apenas cerca de 2 a 5 mm ao ano, em intervalos de muitos anos. Numa faixa estreita do litoral norte, chega a 410 mm,[20] concentrada principalmente entre Outubro e Março. As montanhas do Sinai e algumas cidades litorâneas ao norte, como Damieta, Baltim, Sidi Barrany e, mais raramente, Alexandria, vêem neve.
As temperaturas médias situam-se entre 27º e 32 °C no verão, chegando a 43º no litoral do mar Vermelho, e entre 13 e 21 °C no inverno. Um vento constante de noroeste ajuda a baixar a temperatura no litoral mediterrâneo. Outro vento, o Khamsin, sopra do sul na primavera, trazendo areia e poeira, e pode elevar a temperatura no deserto para mais de 38 °C.
[editar] Demografia
Ver artigo principal: Demografia do Egito
Alexandria, a segunda cidade mais populosa do Egito.A população do Egipto, concentrada nas margens do Nilo, no Delta e na região próxima ao canal de Suez, é estimada em 81 milhões de habitantes (2008), o que o faz o segundo mais populoso de África.
A esperança média de vida ao nascer é de 71,85 anos (estimativa de 2008), distribuída em 69,3 anos para homens e 74,52 anos para mulheres.
Os egípcios são um grupo étnico resultante da fusão dos descendentes da população autóctone do Antigo Egito com gregos, árabes (a partir do século VII) e turcos.
Cerca de 42% dos egípcios vivem em cidades. As mais populosas são o Cairo (a cidade mais populosa do continente africano com 6 789 000 habitantes, segundo dados de 1998) e Alexandria (3 328 000 habitantes). Ao longo do século XX verificou-se uma migração das populações rurais para as cidades, o que se traduziu no surgimento nestas de problemas de saneamento básico, poluição e falta de habitações condignas.
Os núbios são um grupo minoritário do país, oriundo de uma região corresponde ao sul do Egipto e ao norte do Sudão. Quando as suas terras foram submergidas pelo Lago Nasser, tiveram que mudar-se para Kom Ombo. No século XIX fixaram-se no Egipto comunidades estrangeiras compostas por gregos, italianos, britânicos e franceses; desde que se deu a independência do país, estas populações têm diminuído. A outrora vibrante comunidade judaica egípcia praticamente desapareceu; alguns judeus visitam o país em ocasiões religiosas.
[editar] Religião
Uma das várias mesquitas egípcias.Segundo dados oficiais, 90% dos egípcios são islâmicos sunitas, 8% são cristãos, e menos de 1% muçulmanos xiitas.[carece de fontes?]
A população cristã egípcia habita sobretudo no sul do país e nas cidades do Cairo e de Alexandria. A maioria destes cristãos pertencem à Igreja Ortodoxa Copta. Outras comunidades cristãs presentes no país são a arménia apostólica, a católica, a grega ortodoxa e a síria ortodoxa.
[editar] Política
Ver artigo principal: Política do Egito
Mohamed Hosni Mubarak, o atual presidente do Egito, durante o Fórum Econômico Mundial de 2008.O Egito é uma república desde 18 de Junho de 1953.
Mohamed Hosni Mubarak assumiu a presidência do país em 14 de Outubro de 1981, após o assassinato de Anwar Sadat, e, em 2008, estava no seu quinto mandato. Mubarak é o chefe do Partido Democrático Nacional, no poder.
Embora o país seja formalmente uma república semipresidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro, na prática o presidente controla o governo e tem sido eleito como candidato único há mais de cinquenta anos. A última eleição presidencial ocorreu em Setembro de 2005.
Em Fevereiro de 2005, Mubarak anunciou uma reforma na lei eleitoral, de modo a permitir uma eleição presidencial multipartidária. Entretanto, a nova lei instituiu restrições draconianas para as candidaturas a presidente, impedindo que políticos conhecidos se candidatassem e permitindo a reeleição de Mubarak em Setembro daquele ano.[21] O pleito foi criticado por alegadas acusações de interferência governamental, fraude e violência policial contra manifestantes da oposição.[22] Como resultado, muitos egípcios parecem cépticos quanto ao processo de redemocratização, já que menos de 25% dos 32 milhões de eleitores compareceram às urnas em 2005.
Em 19 de Março de 2007, o parlamento aprovou 34 emendas constitucionais que proíbem os partidos de usar a religião como base para actividades políticas, autorizam o presidente a dissolver o parlamento e impedem a supervisão judicial das eleições.[23]
O poder legislativo é exercido pela Assembleia Popular, um parlamento unicameral composto por 454 membros. Destes, 444 são eleitos por voto popular para um mandato de cinco anos; os restantes 10 são nomeados pelo presidente da República. Entre as funções da Assembleia Popular estão aprovar o orçamento, fixar os impostos e aprovar os programas de governo. Para além da Assembleia, existe um Conselho Consultivo composto por 264 membros, 176 dos quais são eleitos através de voto popular e 88 nomeados pelo presidente.
Diversas organizações locais e internacionais de direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, criticam o histórico egípcio referente aos direitos humanos. As violações mais sérias incluem tortura, detenções arbitrárias e julgamentos perante tribunais militares e de segurança do Estado.[24] Também há críticas relativas ao estatuto da mulher e das minorias religiosas.
[editar] Política externa
Ver página anexa: Missões diplomáticas do Egito
Missões diplomáticas do Egito.O Egito exerce uma grande influência política na África e no Médio Oriente[carece de fontes?] e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.
O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1978.
O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1991 e 1996.
[editar] Símbolos nacionais
Ver artigos principais: Bandeira do Egito, Brasão de armas do Egito, Hino nacional do Egito.
A bandeira nacional é composta por 3 faixas horizontais de mesmo tamanho. As faixas são vermelha, branca e preta. A origem dos elementos desta bandeira está no Império Turco-Otomano.
O brasão de armas (em árabe: شعار مصر) é composto por uma águia dourada a olhar para a esquerda (dexter). A "águia de Saladino" detém uma inscrição nas suas garras em que o nome do estado aparece escrito em árabe, Jumhuriyat Misr al-Arabiya ("República Árabe do Egipto"). A águia carrega no seu peito um escudo com as cores da bandeira - mas com uma vertical, em vez de uma configuração horizontal.
"Bilady, Bilady, Bilady" (Minha Pátria, Minha Pátria, Minha Pátria) é o hino nacional do Egito, composto por Sayed Darwish.
[editar] Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões do Egito
O Egito divide-se administrativamente em 27 províncias (mohafazat, em árabe); administradas por governadores nomeados pelo presidente:
Províncias do Egipto.No. Nome Área (km²) População (2006) Capital
1 Dakahlia 3 471 4 985 187 Almançora[25]
2 Mar Vermelho[26] 203 685 288 233 Hurghada
3 Al-Buhaira[27] 10 130 4 737 129 Damanhur
4 Faium[28] 1 827 2 512 792 Faium
5 Garbia[29] 1 942 4 010 298 Tanta
6 Alexandria 2 679 4 110 015 Alexandria
7 Ismaília[30] 1 442 942 832 Ismaília
8 Guizé[31] 85 153 6 272 571 Guizé
9 Monufia 1 532 3 270 404 Xibin El Kom
10 Minya 32 279 4 179 309 Minya
11 Cairo 214 7 786 640 Cairo
12 Qaliubia 1 001 4 237 003 Banha
13 Luxor 55 451 318 Luxor
14 Vale Novo[32] 376 505 187 256 Kharga
15 Xarqia[33] 4 180 5 340 058 Zagazig
16 Suez 17 840 510 935 Suez
17 Assuão[34] 679 1 184 432 Assuão
18 Assiut[35] 25 926 3 441 597 Assiut
19 Beni Suef 1 322 2 290 527 Beni Suef
20 Porto Said[36] 72 570 768 Porto Said
21 Damieta 589 1 092 316 Damieta
22 Sinai do Sul 33 140 149 335 el-Tor
23 Kafr el-Sheikh 3 437 2 618 111 Kafr el-Sheikh
24 Matruh 212 112 322 341 Marsa Matruh
25 Qina 1 851 3 001 494 Qina
26 Sinai do Norte 27 574 339 752 Alarixe[37]
27 Sohag 1 547 3 746 377 Sohag
[editar] Economia
Ver artigo principal: Economia do Egito
Centro da cidade do Cairo à noite, o mais importante polo econômico do país.A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, media, exportações de petróleo e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. A construção da barragem de Assuão e do lago Nasser, em 1971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.
O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas económicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do canal de Suez.
O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600 000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás nas regiões desérticas a oeste, no golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1 100 000 metros cúbicos nos anos 1990, e o país exporta GLP.
O turismo é uma grande fonte de renda para o Egito. Na imagem, turistas em um barco tradicional do Nilo.Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adopção de políticas económicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de acções em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egipto como um dos principais países do mundo a empreender reformas económicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novo código tributário, promulgado em 2005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2006.
A captação de investimento estrangeiro directo (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 mil milhões de dólares em 2006, devido às medidas de liberalização económica. Espera-se que o Egipto ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2007.
Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.
O PIB do Egito alcançou 107,484 mil milhões de dólares em 2006.[38] Os principais parceiros comerciais do Egipo são os EUA, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha.
O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".
[editar] Cultura
Ver artigo principal: Cultura do Egito
[editar] Feriados nacionais
Feriados Data Nome em português Nome local Observações
13/04 Festa da Águia Aguy Misr Pap
Referências
↑ a b Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos
↑ PNUD, http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3324&lay=pde, 05 de Outubro de 2009
↑ Dicionário Houaiss.
↑ Biblical Hebrew E-Magazine. Janeiro de 2005
↑ Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa.
↑ Enciclopédia Mirador Internacional, verbete "Egito".
↑ Este artigo tem como referência, em relação aos nomes de lugares e de pessoas, a grafia adoptada na obra Dicionário do Antigo Egipto, dir. Luís Manuel de Araújo. Lisboa: Editorial Caminho, 1999. ISBN 972-21-1447-6.
↑ Midant-Reynes, Béatrix. The Prehistory of Egypt: From the First Egyptians to the First Kings. Oxford: Blackwell Publishers.
↑ Bard, Kathryn A. Ian Shaw, ed. The Oxford Illustrated History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000. p. 69.
↑ Kamil, Jill. Coptic Egypt: History and Guide. Cairo: Universidade Americana do Cairo, 1997. p. 39
↑ El-Daly, Okasha. Egyptology: The Missing Millennium. London: UCL Press, 2005. p. 140
↑ Vatikiotis, P.J. The History of Modern Egypt. 4a. edição. Baltimore: Johns Hopkins University, 1992, p. 39
↑ Jankowski, James. Egypt: A Short History. Oxford: Oneworld Publications, 2000. p. 83
↑ Jankowski, op cit., p. 111
↑ Jankowski, op cit., p. 112
↑ Vatikiotis, p. 443
↑ Lista ordenada de países, CIA
↑ Hamza, Waleed. Land use and Coastal Management in the Third Countries: Egypt as a case. Accessed= 2007-06-10.
↑ Soliman, KH. Rainfall over Egypt. Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society, vol. 80, issue 343, pp. 104-104.
↑ Marsa Matruh, Egypt. Weatherbase.com. Acessado em 12 de Fevereiro de 2008.
↑ Lavin, Abigail. Democracy on the Nile: The story of Ayman Nour and Egypt's problematic attempt at free elections. 27 de Março de 2006.
↑ Murphy, Dan. Egyptian vote marred by violence. Christian Science Monitor. 26 de Maio de 2005.
↑ Anger over Egypt vote timetable. BBC News.
↑ Human Rights Watch. Egypt: Overview of human rights issues in Egypt. 2005
↑ Forma vernácula para o árabe المنصورة al-manṣūrah ({{subst:Bots/Lang|inglês|El Mansoura|em inglês, El Mansoura}}), que o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa (DOELP), de José Pedro Machado, registra como topônimo. Este vocábulo árabe é a forma feminina de منصور manṣūr ("vencedor").
↑ O nome da província é, literalmente, "Mar Vermelho", ou البحر الأحمر El Bahr El Ahmar.
↑ Do árabe البحيرة al-buhairâ, "lago", "lagoa". Segundo o DOELP, em português, o termo árabe deu origem ao substantivo masculino "albufeira" (isto é, laguna ou lago artificial) e a pelo menos cinco topônimos em Portugal chamados Albufeira (Algarve, Borba, Elvas, Mourão e Sesimbra).
↑ Forma vernácula para o topônimo preconizada pelo DOELP.
↑ Forma vernácula para o árabe الغربية al-garbia ("ocidental"), registrada pelo DOELP como topônimo. O nome completo da província, محافظة الغربية Muhāfazat al-Gharbiyya, significa "província ocidental".
↑ Forma vernácula preconizada pelo DOELP. A língua portuguesa recebeu-a por intermédio do francês Ismaïlia. Trata-se de homenagem a Ismail Paxá, quediva do Egipto.
↑ Segundo o DOELP, forma vernácula do árabe الجيزة al-jizâ, pronunciado guizé no Egipto. A língua portuguesa recebeu-a por intermédio do francês Guizé. Também são comuns em português a grafia e a pronúncia Gizé.
↑ O nome da província é, literalmente, "Vale Novo", ou البالوادى الجديد al-Wādī al-djadīd.
↑ O nome completo da província, محافظة الشرقية Muhāfaza a-Xarqiia, significa "província oriental". O DOELP (verbete "sarracenos") translitera como "xarqii" o termo para "oriental" em árabe.
↑ Ou "Assuã", em português do Brasil.
↑ Única forma vernácula registrada pela Mirador.
↑ Forma registrada pela Mirador. O DOELP registra apenas a alternativa Porto Saíde. A língua portuguesa recebeu esta forma por intermédio do francês Port-Saïd. Trata-se de homenagem a Said Paxá, filho de Mehemet Ali.
↑ Forma vernácula para o árabe العريش al-ʿArīx ("vinha"), segundo o DOELP.
↑ Banco Mundial, World Development Indicators database, 11 de Abril de 2008.
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Categoria: Egito
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