DeísmoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa Este artigo ou seção possui trechos que não respeitam o princípio da imparcialidade.
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Voltaire (1694-1778) filósofo francês, foi um deísta. Acreditava que para chegar a Deus não se precisa ir à igreja, mas à razão.O deísmo é uma postura filosófica que admite a existência de um Deus criador, mas não nega a realidade de um mundo completamente regido pelas leis naturais e científicas.
Os deístas, portanto, não acreditam num Deus interferente, como apregoam as religiões, nem mesmo acreditam que as religiões possam estar certas quanto a se dizerem conhecedoras da Palavra de Deus, ou da maneira como Deus quer que nós ajamos moralmente. Não há quaisquer comprovações científicas da veracidade de tais argumentos. Por exemplo, a ciência nunca provou que o Alcorão ou a Bíblia e nenhum dos textos ditos divinos são a palavra direta de Deus, e nunca provará (Tendo em vista que a ciência trabalha apenas com objetos materiais e a concepção de deus é metafísica). Como meio de investigação para comprovações metafísicas, os deístas tendem a aceitar totalmente a lógica para tal. Logo, para os deístas, as religiões denominacionais são apenas invenções humanas.
O deísta acredita que a própria estrutura do universo, tão complexa como é, é a prova de que existe um deus criador, entretanto é importante ressaltar que o deísmo permite aos seus seguidores uma livre interpretação disso. Para alguns deístas, por exemplo, Deus pode ser um ser transcedental criador das coisas, para outros pode ser uma força completamente científica, não pensante, não sobrenatural, que gera e mantém o universo. Portanto, a concepção de Deus para um deísta pode ser completamente diferente da concepção que uma pessoa religiosa tem.
O Deísmo pretende enfrentar a questão da existência de Deus, através da razão, em lugar dos elementos comuns das religiões teístas tais como a "revelação divina", os dogmas (crenças sem comprovação científica) e a tradição. Os deístas, geralmente, questionam as religiões denominacionais e seu(s) deus(es) dito(s) "revelado(s)", argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém, nos afazeres do mesmo, embora esta posição não seja estritamente parte da filosofia deísta. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.
É interessante dizer que muitas pessoas erroneamente se consideram deístas simplesmente por não acreditarem na veracidade de nenhuma religião, o que não é correto. Ser deísta não é simplesmente acreditar em Deus e não acreditar em religiões [carece de fontes?], mas sim acreditar em Deus e estar disposto a ver o mundo e a vida dentro de uma perspectiva racional e científica[1], na concepção de que Deus não interfere no mundo, mas deixa seguir seu curso natural com as suas leis científicas. Pessoas que não são seguidoras de religiões mas não estão dispostas a ver a realidade dessa maneira e acreditam num deus interferente não são deístas, mas na verdade irreligiosas.
Deístas não necessariamente descrêem de milagres, eles podem achar que o que as pessoas geralmente acreditam que milagres são na verdade fenômenos completamente naturais com causas puramente científicas, para os quais os cientistas ainda não encontraram explicações[1], mas que no futuro vão encontrar. De todo modo, os deístas sempre se atêm às explicações científicas.[1]
Quanto a questões metafísicas, como a existência ou não de vida após a morte, cada deísta é livre para formar a sua opinião sobre isso. Podem crer, (encontrando para si mesmo alguma explicação científica), não crer (por não encontrarem para si uma explicação científica), ou podem ser incertos sobre isso, achando que não dá para saber ou que ainda não foram encontradas provas científicas que comprovassem ou desmentissem essa ideia.
Um deísta pode ter opiniões bem diferentes de outras pessoas que acreditam em Deus, como achar que Deus não faz questão de ter o seu nome escrito com inicial maiúscula, acreditar que ele não quer ser adorado, acreditar que ele nem mesmo sabe que nós existimos, e outras coisas do tipo, mas isso não é necessariamente comum entre eles, apenas acontece de vez em quando, dependendo da interpretação que cada deísta faz.
Para o deísmo não existem sacerdotes, nem leis morais, nem rituais ou costumes sagrados, nem nenhuma coisa desse tipo. [carece de fontes?] Para os deístas também não existem anjos nem demônios, simplesmente Deus [carece de fontes?]. Anjos e principalmente demônios são apenas fraquezas da mente humana que podem ser vencidas pelo raciocínio lógico.
Deístas não acreditam num Deus que castigue ou premie as pessoas pelos seus atos, acreditando que cada um é responsável pelas atitudes que toma e suas consequências, e não castiga pessoas como homossexuais, pessoas que usam tatuagens, roqueiros e outros. Para ser deísta não se deve seguir nenhum estereótipo.
O mais próximo da ideia de um Deus interferente em que um deísta pode acreditar é a ideia de uma providência geral como Voltaire, por exemplo, disse certa vez a uma senhora: Minha senhora, acredito em uma providência geral, mas não numa providência particular que salvou o seu pássaro que estava machucado.
Quanto à oração, os deístas que oram (pois nem todos precisam acreditar e de fato nem todos acreditam na necessidade de se orar) oram por agradecimento a Deus por tudo, e para que a já mencionada providência geral(na qual nem todos os deístas acreditam) continue e proteja o transcorrer natural das coisas, que para o deísmo é fundamental.
Índice [esconder]
1 História
2 Características
2.1 Afirmações deístas
3 Deístas famosos
4 Ver também
5 Notas e Referências
6 Ligações externas
[editar] História
Edward Herbert, considerado o "pai do deísmo", retratado por Isaac Oliver (1560–1617)As raízes do deísmo estão ligadas aos antigos filósofos gregos, e sobretudo à filosofia aristotélica da primeira causa. Mais tarde este movimento floresce durante o Iluminismo, com o apoio de cientistas britânicos e italianos como Galileu Galilei e Isaac Newton.
As primeiras obras de Críticas a Bíblia, tais como Thomas Hobbes no Leviatã e Spinoza no Tratado Político Teológico, bem como obras de autores menos conhecidos, como Richard Simon e Isaac La Peyrère, pavimentaram o caminho para o desenvolvimento do deísmo crítico.
Edward Herbert, Lorde de Cherbury (1583-1648), é geralmente considerado como o "pai do deísmo inglês", e seu livro De Veritate (na verdade, It Is Distinguished from Revelation, the Probable, the Possible, and the False) (1624) a primeira grande demonstração do deísmo.[2][3]
Herbert apresentou os pontos básicos do deísmo que pode ser resumido na seguinte maneira: "Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo". Outros deístas influentes, como Charles Bloynt (1654-1693), John Tolarndt(1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão; tudo o que não pudesse ser provado pela razão deveria ser descartado.
Entretanto, foi na época do Iluminismo no final do século XVII, que o movimento deísta atingiu o seu apogeu partir dos escritos de autores ingleses e franceses como Thomas Hobbes, John Locke, Jean Jacques Rousseau e Voltaire. O mais famoso dos deístas franceses foi Voltaire, que adquiriu o gosto pela ciência newtoniana, e reforçou inclinações deístas, durante uma visita de dois anos a Inglaterra a partir de 1726.
Thomas Paine, grande divulgador do deísmo nos Estados Unidos.Ao mesmo tempo, com a imigração de deístas ingleses, a divulgação dos escritos deístas e a difusão das ideias iluministas nas Treze Colônias contribuíram para popularizar o deísmo nos Estados Unidos, com os escritos dos norte-americanos, John Quincy Adams, Ethan Allen, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, James Madison, George Washington e, especialmente, Thomas Paine em seu livro A Idade de Razão. Os princípios deístas, especificamente tiveram efeito sobre as estruturas política e religiosa dos Estados Unidos, tais como a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa.
O Deísmo, geralmente considerado como uma influente escola de pensamento, declinou em cerca de 1800. O termo deísta tornou-se raramente utilizado, mas as crenças deístas, suas ideias e influências não. Elas podem ser vistos no século XIX na teologia liberal britânica e na ascensão do Unitarianismo, que adotou muitas das suas crenças e ideias. Mesmo hoje, há um número significativo de sites deístas.
Vários fatores contribuíram para um declínio geral na popularidade do deísmo, incluindo:
o surgimento, crescimento e propagação do naturalismo e do materialismo, que foram ateístas;
os escritos de David Hume e Immanuel Kant (e mais tarde, Charles Darwin), que aumentaram dúvida sobre o argumento da primeira causa e do Argumento Teleológico, transformando muitos (embora não todos) potenciais deístas ao ateísmo ou panendeísmo;
perda de confiança em que a razão e o racionalismo poderiam resolver todos os problemas;
críticas de excessos da Revolução Francesa;
críticas que o livre pensamento levaria inevitavelmente ao ateísmo;
uma campanha antideísta e anti-razão de alguns clérigos cristãos para caluniar o deísmo e equipará-lo com o ateísmo na opinião pública;
revivalismo de movimentos cristãos que afirmavam que uma relação pessoal com uma divindade era possível.
[editar] CaracterísticasOs deístas acreditam na possibilidade da existência de dimensões transcendentais. Contudo, não estão presos a nenhum tipo de mitologia ou dogma. Frequentemente, os deístas se encontram insatisfeitos com as religiões denominacionais, e apresentam, geralmente, algumas afirmações que os diferenciam dos religiosos convencionais ou teístas.
[editar] Afirmações deístas
Percentagem de pessoas que disseram acreditar em algum deus em pesquisa realizada em 2005 na União Europeia.1.Admito uma existência divina, mas com características distintas das religiões.
2.Corroboro que a "palavra" de Deus são as leis da natureza e do Universo, não os livros ditos "sagrados" - escritos por homens em condições duvidosas.
3.Uso apenas a razão para pensar na possibilidade de existência de outras dimensões, não aceitando doutrinas elaboradas por homens.
4.Creio que se pode encontrar Deus mais facilmente fora do que dentro de alguma religião.
5.Desfruto da liberdade de procurar uma espiritualidade que me satisfaça.
6.Prefiro elaborar meus princípios e meus valores pessoais pelo raciocínio lógico, do que aceitar as imposições escritas em livros ditos "sagrados" ou por "autoridades" religiosas.
7.Sou um livre-pensador individual, cujas convicções não se formaram por força de uma tradição ou da "autoridade" de outros.
8.Acredito que religião e Estado devem ser separados.
9.Prefiro me considerar um ser racional, ao invés de um ser religioso.
10.O raciocínio lógico é o único método pelo qual podemos ter certeza sobre algo.
[editar] Deístas famososVer artigo principal: Anexo:Lista de deístas
[editar] Ver tambémPandeísmo
Agnosticismo
Ateísmo
Sem religião
Teísmo
Notas e Referências1.↑ a b c Harris, Sam; "The End of Faith"; pp 64 -65; The Free Press; UK; (2006); ISBN 13: 978-0-7432-6809-7
2.↑ . [S.l.: s.n.].
3.↑ Orr, John. English Deism: Its Roots and Its Fruits. [S.l.: s.n.], 1934. 59 ff. p.
[editar] Ligações externasAssociação internacional dos deístas (World Union of Deists)
União Brasileira dos Deístas
[Esconder]v • ePensamento teológico
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