quinta-feira, 27 de outubro de 2011

11.012 - HAROLDO I (TAPEÇARIA DE BAYEUX)

Tapeçaria de Bayeux (c. 1070-1080)

Tradução: Profa. Débora Rosa Stein
Supervisão: Prof. Dr. Ricardo da Costa (Ufes)
A Tapeçaria de Bayeux é uma obra de arte bordada entre 1070-1080 pelos artesãos da catedral de Canterbury a pedido do bispo Odo de Bayeux (c. 1030-1097), meio-irmão de Guilherme, o Conquistador. Além de representar magnificamente muitas cenas da vida cotidiana nobre do final do século XI, a Tapeçaria retrata a vitória normanda na batalha de Hastings (1066), que teve como conseqüência a posterior conquista normanda da Inglaterra com a derrota anglo-saxã das forças de Haroldo II, rei da Inglaterra (1066) (veja artigo).

Abaixo, vocês podem observar as cenas do tapete, com um breve comentário sobre os personagens representados e o significado das cenas - na primeira frase, em negrito, encontra-se a tradução do texto em latim bordado no tapete, texto localizado sempre acima das cenas.


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Cena 24
William recebe notícias de Haroldo. Estão colocando fogo no domus. Os milites partem para...
À esquerda, os homens de Guilherme constroem o castro de Hastings (continuação da cena 23). No centro, o duque Guilherme está sentado em seu trono, e recebe de um mensageiro as notícias de Haroldo e seu exército. A seguir, dois homens incendeiam uma casa senhorial - abaixo uma mulher foge com seu filho. À direita, um cavaleiro - que representa todos os de sua ordem - sai de seu castelo completamente preparado - com elmo, espada, cota de malha e lança - para a batalha de Hastings. Ele recebendo de seu escudeiro seu cavalo negro (a seguir).
Cena 25
...para lutar contra Haroldo
À esquerda, o cavalo negro que o cavaleiro recebe para sua partida (cena anterior). Nessa manhã da batalha de Hastings - 14 de outubro de 1066 - em formação cerrada, os cavaleiros normandos vão furiosamente ao encontro das forças inglesas de Haroldo.

Cena 26
O duque William pergunta a Vital se ele está vendo o exército de Haroldo
Em seu cavalo castanho, o duque William pergunta ao cavaleiro Vital (em um cavalo negro, munido de escudo e lança), vassalo do bispo Odo de Bayeux, se ele já conseguiu identificar a posição das forças de Haroldo. A seguir, o exército de Guilherme avança.

Cena 27
Um homem informa a Haroldo sobre as forças do duque Guilherme
A cena (à esquerda) retratada agora é do lado inglês. Um homem observa o campo de batalha, outro informa ao rei Haroldo, em seu cavalo negro, a situação da batalha. Uma árvore divide a cena. A seguir, as forças do duque Guilherme que, em seu cavalo rubro e tendo o cetro em sua mão direita, incentiva (com a mão esquerda) seus cavaleiros, que partem para o combate.

Cena 28
A cavalaria normanda investe contra as forças de Haroldo. Começa a batalha de Hastings. Na cena, são sete cavaleiros, tendo à frente arqueiros.

Cena 29
À esquerda, a cavalaria normanda ataca, arremessando suas lanças contra a infantaria inglesa (à direita). Flechas e lanças voam pelos ares e atingem homens e escudos; há mortos no chão que passam a ocupar o lugar dos seres fantásticos colocados anteriormente nas cenas laterais inferiores. Os soldados ingleses se defendem do ataque que vem de dois lados (a cena continua a seguir).

Cena 30

Queda de Levvine e Gyre
A batalha prossegue. À esquerda, um inglês se defende do avanço da cavalaria normanda com um grande machado. Há muitos mortos no chão, vários com a cabeça decepada. Escudos e espadas também jazem na relva. À direita, Levine e Gire, irmãos do rei Haroldo, são mortos em combate.

Cena 31

Irmãos do rei Haroldo. Na batalha, ingleses e franceses são derrotados
À esquerda, ainda a cena da morte dos irmãos do rei Haroldo. A seguir, a batalha prossegue: homens e cavalos ao chão.

Cena 32
Aqui está o bispo Odo com sua maça encorajando os jovens homens. Aqui está o duque William. Eustace. Os franceses estão lutando...
À esquerda os ingleses se defendem no topo da colina contra os ataques normandos. Na cena seguinte, destacam-se o bispo Odo (o segundo cavaleiro da esquerda para a direita), em seu cavalo negro, brandindo sua grande maça. Ele também comanda seus homens. À direita, o duque Guilherme se vira e abre seu elmo, mostrando seu rosto a seus homens para tranquilizá-los: ele havia caído de seu cavalo. Agora, já montado em seu cavalo negro, ele novamente comanda o ataque para o assalto final. Logo depois do duque, há a representação do conde Eustace, que cavalga a seu lado segurando a bandeira que havia sido presenteada pelo papa. Ele também aponta para os homens, seguindo à frente e incentivando-os para o ataque. Nas cenas da lateral inferior, de um lado os mortos no combate; do outro (à direita), arqueiros fugindo.

Cena 33
...e aqui outros caem...
No centro da cena, há guerreiros de pé com as mãos levantadas. Um deles é golpeado na cabeça, outros dois parecem se render. Um quarto combate com seu machado um cavaleiro, que o golpeia bem no ombro. Ele tem seu escudo cheio de flechas. É o início do fim. Nas cenas laterais inferiores, mais arqueiros correm e disparam suas flechas no inimigo.

Cena 34

...que estavam com o rei Haroldo. Aqui o rei Haroldo é morto e ocorre a fuga...
Trata-se da cena mais famosa do Tapete e que trata da morte do rei Haroldo. Em um primeiro momento, ele está caído, atingido por um cavaleiro normando que o golpeia com sua espada (no centro da cena); seu longo machado cai de suas mãos. A seguir, ele está de pé, atrás de vários guerreiros que tentam inutilmente defendê-lo. No entanto, ele tem uma flecha no rosto, vazando seu olho direito. Nesse momento, a interpretação das duas cenas é dúbia. De qualquer modo, o rei foi morto no final da batalha. Nas cenas laterais inferiores, mais corpos estão estirados no chão, muitos já desnudos (o que indica que já havia começado o botim).

Cena 35

...dos ingleses
Com a morte de Haroldo, os ingleses fogem, sendo perseguidos pela cavalaria normanda. A cena final da Tapeçaria se perdeu; seria a coroação de Guilherme como rei da Inglaterra.






copyright Professora Débora Rosa stein

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