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INTRODUÇÃO
Inglaterra, país e parte constituinte da ilha da Grã-Bretanha que compreende, junto a Gales, a principal divisão do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. A Inglaterra abrange todo o território da ilha a leste de Gales e ao sul da Escócia. A capital é Londres. Também é a capital do Reino Unido e a sede dos escritórios centrais da Commonwealth. Sua superfície é de 130.423 km2, incluindo as ilhas Scilly, situadas no oceano Atlântico, a ilha de Wight, próxima à costa meridional e a ilha de Man no mar da Irlanda, entre a Inglaterra e a Irlanda do Norte.
TERRITÓRIO
Um dos principais traços fisiográficos da Inglaterra são as profundas encostas litorâneas, que criaram excelentes e diversos portos naturais, entre os quais se destacam Newcastle-upon-Tyne, Middlesborough, Southampton, Bristol e Liverpool. A principal região montanhosa, os montes Peninos, é a região mais importante do norte da Inglaterra. A região central é conhecida como os Midlands e abrange os Fens, uma vasta área pantanosa após séculos de obstrução de alguns rios, como o Ouse e o Witham. Ao sul do canal de Bristol situa-se um planalto que culmina nas montanhas e terrenos ermos de Cornwall, Devon e Dartmoor. Desde Salisbury, ao sul da Inglaterra, estendem-se inúmeras cordilheiras em muitas direções. O clima é moderado pelos mares que contornam a ilha e quente devido à corrente do Golfo, mas relativamente temperado para a latitude em que se encontra.
POPULAÇÃO
A maioria dos habitantes descendem dos primeiros povos celtas e das posteriores invasões de romanos, anglo-saxões, dinamarqueses e normandos. Para obter mais informações sobre a língua e literatura. Ver Língua inglesa; Literatura inglesa. A população, em 1991, era de 48.378.000 habitantes. A densidade demográfica, de aproximadamente 371 hab/km2. Em 1991, a população das principais cidades era: Londres com 6.378.600 habitantes, Birmingham com 934.900 habitantes, Liverpool com 448.300 habitantes, Manchester com 432.600 habitantes, Sheffield com 500.500 habitantes e Bristol com 370.300 habitantes. A Igreja anglicana é predominante. A segunda religião mais importante é a católica. Entre as inúmeras confissões protestantes encontram-se a metodista (a mais freqüente), a Igreja reformista unida e a Igreja presbiteriana da Inglaterra. Há também comunidades muçulmanas e judias.
HISTÓRIA
No I milênio a.C., os celtas invadiram as ilhas britânicas submetendo os habitantes das ilhas. Seus sacerdotes, os druidas, dominavam a sociedade. No ano 409, Roma abandonou a Britânia após uma fraca romanização. Os chefes britânicos, principalmente cristãos, governaram pequenos e instáveis reinos. Em meados do século V, os romanos continuaram contratando mercenários germânicos para se defenderem dos povos guerreiros do norte (pictos e escotos). Esses mercenários se rebelaram contra seus chefes britânicos e por volta do século VII começaram a fundar reinos germânicos em toda a ilha. Ver Lenda do rei Artur. Os invasores tinham diversas origens: anglos, saxões, frísios, jutos e francos, mas sua cultura, conhecida como anglo-saxônica, era semelhante. Por volta do século VII havia sete reinos germânicos: Nortúmbria, Mércia, East Anglia, Essex, Wessex, Sussex e Kent. No ano 937, com a batalha de Brunanburh, foi criado um governo unificado para toda Inglaterra. O rei governava com a ajuda de um conselho de assessores que participava na promulgação das leis e supervisionava a eleição dos reis. Guilherme I, o Conquistador, deu à Inglaterra um novo impulso.
O feudalismo normando foi a base da redistribuição da terra entre os conquistadores e na Inglaterra surgiu uma nova aristocracia e uma renovada estrutura social e política. A Inglaterra se afastou da Escandinávia para beneficiar a França, uma orientação que manteria durante 400 anos. Quando Guilherme morreu em 1087, legou a Inglaterra ao seu segundo filho, Guilherme II e a Normandia ao seu filho mais velho, Roberto. Com o tempo, Henrique I (seu terceiro filho), conseguiu ambos os reinos: a Inglaterra em 1100, quando morreu Guilherme II e, em 1106, Henrique conquistou a Normandia. Henrique II, conde de Anjou e neto de Henrique I, subiu ao trono em 1154 (ver Dinastia Plantageneta). Acabou com a anarquia e desenvolveu o direito consuetudinário, que foi aplicado em toda Inglaterra pelos tribunais do reino.
O reino de Henrique abrangia mais da metade da França e o reinado sobre a Irlanda e a Escócia. Seus filhos conspiraram contra ele em várias ocasiões, apoiados pelos reis da França e pela sua própria mãe, Leonor de Aquitânia. João sem Terra, filho de Henrique, perdeu a Normandia em 1204. Em 1213, após uma longa luta com o papa Inocêncio III sobre a investidura de Stephen Langton como arcebispo de Canterbury, reconheceu finalmente que a Inglaterra era um feudo papal. Tudo isso precipitou a disputa com a nobreza que cansada do seu despotismo, negou-se a participar na reconquista da Normandia. Quando João morreu em 1216, os barões admitiram como rei seu filho Henrique III e assumiram o controle do governo, confirmando a Magna Carta em 1225. Com Eduardo I, que reinou entre 1272 e 1307, o antigo conselho feudal do rei foi desenvolvido até ser criado um Parlamento que no século seguinte se dividiu em duas câmaras: Lordes e Comuns. Após a Guerra dos Cem Anos e o conflito dinástico conhecido como a guerra das Duas Rosas (1455-1485), a dinastia Tudor foi instaurada. Henrique VIII, que reinou entre 1509 e 1547, venceu em 1513 os franceses e logo depois os escoceses. Sua esposa, Catarina de Aragão, deu-lhe seis filhos, mas só uma, a futura Maria I, atingiu a idade adulta.
Desejando um filho e entusiasmado por Ana Bolena, Henrique solicitou ao Papa o divórcio mas, como não lhe foi concedido, fundou aIgreja Anglicana, sendo seu principal chefe e rejeitando a autoridade de Roma mas mantendo o dogma católico. Thomas Cromwell, conde de Essex, um dos grandes administradores de Henrique, supervisionou as mudanças revolucionárias que ocorreram a partir de 1530, a ruptura com Roma e a dissolução dos mosteiros, a nova ampliação do Parlamento, principalmente da Câmara dos Comuns, como também a criação de uma nova estrutura burocrática com o Conselho Privado e com outras instituições controladas pelo reino. Ver Reino Unido.
Elizabeth I ajudou os rebeldes protestantes na Holanda espanhola. Seus navios derrotaram a Invencível Armada em 1588 evitando a invasão da Inglaterra. Em 1603 a Irlanda foi conquistada. A ascensão ao trono do rei escocês Jaime I da Inglaterra, que reinou entre 1603 e 1625, uniu as coroas da Inglaterra e da Escócia. Os puritanos estavam cada vez mais insatisfeitos com a Igreja da Inglaterra, que consideravam católica demais. Ver Conspiração da Pólvora. Durante o reinado de Carlos I, entre 1625 e 1649, enfrentaram-se o rei defensor de uma monarquia por direito divino e o Parlamento, que insistia em manter a independência. O presidente do Tribunal Supremo, Edward Coke, apoiou a decisão do Parlamento de processar os ministros do rei (1621) e contribuiu para a criação da Petição de direitos, em 1628. Da mesma forma que a Carta Magna, obrigava Carlos I a admitir que havia limites na sua autoridade. Os parlamentares finalmente ganharam a guerra civil inglesa, graças ao apoio da Escócia e também devido à liderança militar de Oliver Cromwell, que expulsou do Parlamento todos os membros da oposição.
O Parlamento Rabadilla baniu a monarquia junto com a Câmara dos Lordes, estabelecendo um regime republicano (a Commonwealth) na Inglaterra. Um novo Conselho de Estado, que dependia do Exército, foi criado e diante da tão pobre legitimidade do Parlamento, Cromwell tornou-se o dono da situação. Entre 1649 e 1651 ele submeteu a Irlanda e a Escócia, que logo se incorporaram a Commonwealth. Através de um texto adotado pelo Conselho de Estado e apoiado pelo Novo Exército (conhecido como Instrumento de Governo), Cromwell assumiu o poder da nação, com o título de lorde protetor da República da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Após a morte de Cromwell em 1658, o general George Monck, preparou o retorno do exílio de seu filho mais velho, o rei Carlos I. Em 1673, a Test Act excluiu os católicos dos cargos públicos.
A conspiração papal de 1678 e a ação de não incluir Jaime, o irmão católico do rei, no próximo reinado, mostrou duas tendências políticas, os whigs, que defendiam a supremacia do Parlamento e que solicitavam a expulsão dos católicos do trono inglês e os tories, que eram anglicanos, partidários da prerrogativa real e que não estavam contra Jaime, sempre que oferecesse garantias no terreno religioso. O rei morreu em 1685, e o trono passou para Jaime II. Seus opositores, incitados pela Declaração de Indulgência de 1688, que favorecia os católicos, e pelo nascimento de um filho possibilitando uma sucessão católica, pediram a Guilherme III que constituísse um governo provisório. Esta revolução foi chamada de Revolução Gloriosa. Ver Jacobitas. Antes de que a filha de Jaime II, Ana, chegasse ao trono em 1702, todos os seus filhos já haviam morrido. Para evitar o retorno dos Stuart católicos, o Parlamento aprovou em 1701 a Ata de Estabelecimento, que permitia a ascensão ao trono de uma protestante, a eleitora de Hannover, Sofia, neta de Jaime I e seus descendentes. Os escoceses aceitaram as Union Act de 1707, cujo resultado foi a fusão dos reinos e a criação do Reino Unido da Grã-Bretanha.
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