Home História Do Chile (Página 2) Voltar História do Chile
A História do Chile divide-se comumente em doze períodos históricos que cobrem o intervalo de tempo compreendido entre o começo do povoamento humano no atual território chileno (c. 10500 a.C.) até os dias atuais. De acordo com a teoria da passagem do Homem pelo Estreito de Bering através da ponte de Beríngia, durante a última glaciação conhecida com o nome de Würm pelos europeus e Wisconsin pelos americanos, o Chile - localizado na parte mais meridional da América do Sul e na zona ocidental da mesma, sobre o oceano Pacífico - foi a última região da América a ser ocupada.
A glaciação Wurm-Wisconsin durou cerca de cinquenta mil anos. Segundo os cientistas, a Ponte Terrestre de Bering teve condições de ser transitada durante quatro mil anos na primeira fase e quinze mil anos na segunda. A partir de então, o homem foi andando para o sul, até chegar ao atual território chileno.
Chile pré-hispânico
O território atual do Chile, o menos povoado de todo o continente americano, foi habitado por diversos grupos indígenas antes da chegada espanhola. No início, estes estavam organizados em grupos tribais nômades, o que se conhece por sociedade primitiva, evoluindo logo após sua chegada para sociedades aldeãs sedentárias. Os restos arqueológicos mais antigos do país foram encontrados em Monteverde, próximo a Puerto Montt e datam de cerca de 10.500 ac. Alguns restos encontrados na cova Fell, um sítio arqueológico na Terra do Fogo (região mais austral do país), indicam que a presença humana remonta de cerca de 7.000 a.C..
As mudanças climáticas do 6º milênio antes de Cristo alteraram drasticamente os costumes dos paleoindígenas chilenos que tiveram que se adaptar a um novo contratempo: a formação do deserto de Atacama, ocasionando o desaparecimento de muitas espécies, e o oceano Pacífico delimitando as atuais costas marítimas. Estes indígenas tiveram que se adaptar a um clima muito mais quente do que estavam acostumados, motivo pelo qual muitos se deslocaram do norte para o litoral e o vale central. Assim, se formaram os principais grupos indígenos chilenos: atacamenses e aimaras na porção mais setentrional; diaguitas um pouco mais ao sul; os changos na costa setentrional; a grande família dos mapuches no vale central até o seno de Reloncaví e os tehuelches, chonos, alacalufes, onas e yámanas na Patagônia.
De alguns milhares de paleoíndios existentes em VII a. C., a população aumentou até cerca de 1.200.00 indígenas no século XV. Durante o século XV a cultura dos povos indígenas foi influenciada pela expansão do império Inca sobre o norte do atual território chileno, iniciando com o Sapa (Imperador) Inca Pachacútec, e foi culminada sob a direção dos Sapas Incas Túpac Yupanqui e Huayna Cápac. Estes últimos avançaram até o sul subjugando a povos aimaras, atacamenses, diaguitas e picunches; não conseguindo derrotar as tribos mapuches, estabeleceram finalmente a fronteira meridional do Império Inca ao norte do rio Maule.
Descobrimento
O primeiro europeu a reconhecer o território chileno foi o português Fernão de Magalhães, na sua tentativa de circunavegação do planeta sob as ordens de Carlos I, Rei da Espanha.
Após zarpar de Sanlúcar de Barrameda em 26 de Setembro de 1519, e de reconhecer grande parte do litoral brasileiro e argentino, Magalhães descobriu o estreito que liga o Pacífico ao oceano Atlântico, em 1 de Novembro de 1520, data que a historiografia chilena considera como a do descobrimento do território do país. Em um primeiro momento, Magalhães nomeou o local de Estreito de Todos os Santos, tendo posteriormente levado o seu nome.
Diego de Almagro, pioneiro na exploração do território
chilenoO primeiro explorador de grande parte do território chileno foi Diego de Almagro, sócio de Francisco Pizarro na conquista do Peru. As disputas que teve com Pizarro pela divisão das riquezas do destruído império Inca levaram-no a se aventurar nas terras do sul. Almagro partiu de Cuzco em julho de 1535. Muitos historiadores acreditam que uma das razões da viagem de Almagro eram os rumores da existência de um reino muito mais rico que o Inca ao sul, o qual poderia haver surgido de forma intencionada como forma de debilitar as investidas conquistadoras e assim permitir uma rebelião nativa.
Após percorrer o caminho do Inca (cruzando territórios correspondentes às atuais Bolívia e norte da Argentina), Almagro realizou a travessia da cordilheira dos Andes com terríveis resultados: grande parte de sua comitiva morreu durante a travessia devido à hipotermia. Após mais de nove meses, Almagro finalmente chegou ao vale de Copiapó, em 21 de março de 1536.
Almagro organizou o reconhecimento de sua governância denominada Nova Toledo (como havia sido chamado o território cedido ao conquistador por parte do monarca espanhol), sem encontrar as riquezas que tanto buscava. Um enfrentamento em Reinohuelén entre os indígenas e uma das patrulhas é considerado a primeira batalha da denominada Guerra de Arauco. Decepcionado e cansado da desastrosa viagem decide voltar ao Peru, em 1536, tomando a rota de Arequipa até Cuzco, onde se rebela contra Pizarro.
Dominação Espanhola
A Conquista
Em 1540, Pedro de Valdivia levou a cabo uma segunda expedição, com a qual se iniciou o período da conquista. Ao contrário de Diego de Almagro, tomou a rota do Deserto de Atacama.
Ao chegar ao vale de Copiapó, torna solene possessão do território, em nome do rei da Espanha e a nomeia Nova Extremadura, em homenagem à sua terra natal. Renova a marcha até o vale do Aconcágua, onde o cacique Michimalongo tentou o deter sem êxito. Em poucos meses Valdívia foi proclamado pelo cabildo como Governador e Capitão Geral da Nova Extremadura. Inicialmente rechaçou a idéia, porém aceita o cargo em 11 de junho de 1541.
Nesta primeira etapa lutou contra os indígenas do norte do país, tentando consolidar a dominação espanhola naqueles territórios; quando dispôs de mais tropas iniciou a ocupação dos territórios situados mais ao sul. Também iniciou a fundação de outras cidades: La Serena (1544), Concepción (1550), La Imperial (1552), Valvídia (1552), Villarica e Los Confines (1553).
Em 1553 o país parecia definitivamente pacificado, mas os mapuches, dirigidos por Lautaro e Caupolicán iniciaram uma insurreição, e Valdívia perdeu a vida em um dos combates. O novo governador, García Hurtado de Mendoza y Manríquez (1557), posterior vice-rei do Peru (1589-1596), reconstruiu as cidades destruídas, mas não teve sucesso em vencer a resistência dos indígenas. Cabe destacar que em 1557 desembarcou no Chile, junto com o novo governador, seu amigo de infância, o poeta-soldado Alonso de Ercilla y Zúniga, que inspirado em toda essa sangrenta epopeia viria a ser o autor da primeira grande poesia épica americana : "La Araucana", onde retrata o heroísmo e tenacidade dos mapuches (araucanos) na defesa de suas terras, e "apresenta" o próprio Chile ao mundo, em verso heróico. "La Araucana" viria ser reconhecida por Miguel de Cervantes, no inmortal "Dom Quixote", como uma das maiores obras escritas em verso heróico castelhano.
Pedro de ValdiviaNo governo de Rodrigo de Quiroga, em 16 de dezembro de 1575, um terremoto acompanhado de um tsunami assolou a região sul, destruindo as cidades de La Imperial, Villarrica, Valdivia e Castro. Estudos recentes calculam, a partir de descrições do fenômeno e danos produzidos, uma magnitude perto de 8,5 graus na escala Richter. Em 1598 os mapuches se revoltam novamente e se produz o desastre de Curalaba, que quase acaba com a tentativa de colonização do Chile. As cidades ao sul do rio Biobío são destruídas, exceto Castro. Após sucessivos combates da Guerra do Arauco, se estabelece uma fronteira tácita entre a colônia espanhola e as terras sob dominação mapuche no rio Biobío, de onde se iniciaram depois perigosas revoltas.
A Colônia
Finalizada a etapa de Conquista, inicia-se um período que durará mais de dois séculos, durante os quais se ampliaria e consolidaria a dominação espanhola no território, apenas resistida pelos mapuches. O Reyno de Chile constituía administrativamente uma Capitania Geral com capital em Santiago. O controle efetivo do território embarcado por esta se reduzia ao Vale Central até o rio Biobío. À frente da capitania se encontrava o governador e o capitão geral, assessorado pela Real Audiência, presidida pelo mesmo governador. A Audiência, além de servir de órgão de consulta do governador, tinha também as funções de tribunal de apelações do reino.
Como toda Capitania Geral, Chile era uma região especial de administração, mas com base no sistema de controle recíproco de autoridades, o rei Felipe II sujeitou ao governador a vigilância do vice-rei do Peru, ao expressar em uma cédula real de 1589 que deveria "guardar, cumprir e executar suas ordens, e o avisar de tudo que ali se oferecesse de consideração". A partir de tal norma, os vice-reis entenderam que a relação entre ambos era de efetiva dependência, além de, em alguns casos, a relação do governador ser direta com o rei e em outras passar pelo vice-rei entre a capitania e o vice-reinado. Por exemplo, mediante cédulas reais, só se autorizou a vice-reis intervirem no Chile em caso de "alvoroço e tumulto"; facultou-se aos vice-reis colocar em prática táticas militares na Guerra de Arauco (defensiva) e, depois, ordenou-se diretamente ao governador do Chile implanta-las (ofensiva). Também se autorizou aos vice-reis remover o governador e, posteriormente, se negou a eles tal atribuição.
A Cordilheira dos Andes, grande empecilho na colonização
do Chile. Em respeito a recursos militares e abastecimento comercial, a capitania dependeu do vice-reinado. A administração de justiça da capitania era autônoma do vice-reinado, exceto a Inquisição que correspondia a um delegado de Lima e os juízos de comércio, que dependeram do consulado de Lima até 1795. No Governo a relação foi flutuante, dependendo do período, as instruções que enviava o rei e inclusive as personalidades das respectivas autoridades (vice-reis e governadores), nunca havendo uma anexação formal da capitania ao vice-reinado. Além disso, em certos períodos, por questões estratégicas de segurança do Vice-reinado - por exemplo, diante de ameaças de corsários - os vice-reis interviam diretamente no governo do Chile, inclusive por própria iniciativa. Mesmo assim, alguns governadores se acostumaram a consultar ou pedir conselhos sobre temas urgentes ao vice-rei, devido à grande distância que os separava do rei, na Espanha. Finalmente, em 1798, por conta de uma disputa entre o vice-rei O’Higgins e o governador Avilés, o rei Carlos III declarou que o Chile era independente do vice-reinado, "como sempre deveria ter sido entendido".
A Guerra do Arauco tenderia, ao longo do período da Colônia, diversas etapas de alta beligerância e outras mais pacíficas: guerra ofensiva, guerra defensiva e parlamentos. Além disso, os governadores espanhóis tiveram que enfrentar, durante a segunda metade do século XVII, a repetidas incursões de corsários ingleses. Para a sustentação do exército se estebeleceu, em 1600, o Real Situado, uma subvenção da coroa paga com cargo ao tesouro do vice-reinado do Peru. A situação geográfica do Chile, apertado entre as principais rotas terrestres e marítimas, foi um dos inconvenientes maiores com o qual lidou a colonização do país. Isto, somado ao constante estado de guerra em que se encontrava a capitania, converteram o Chile em uma das regiões mais pobres do império Espanhol na América. Os intercâmbios com o Peru foram a base da atividade comercial da capitania; posteriormente, ainda que legalmente proibido, se estabeleceu um comércio regular com Buenos Aires.
O século XVII foi caracterizado economicamente como o século do sebo, pois este artigo, junto ao couro e o charque, se converteu no principal produto de exportação para o Peru, o que permitia a obtenção de importantes dividendos a uma economia precária, de escassa capacidade de produção em diversas áreas ao gado. O século seguinte, XVIII, foi chamado de século do trigo, já que neste século se formou uma nova estrutura social agrária, que permitiu um amplo desenvolvimento da agricultura e uma importante quantidade de exportações deste cereal ao vice-reinado. De fato, em 1687 o Chile se converteu no "celeiro do Peru", pois nesta data o país foi assolado por uma praga que afetou grande parte dos vales cultiváveis. Também se desenvolveu a mineração, com exploração de ouro, prata e cobre.
Ainda que existisse um sistema de monopólio, o contrabando se tornou ativo e de forma ostensiva durante o século XVIII, com a chegada de navios procedentes da França, Estados Unidos e Inglaterra. Apenas o estabelecimento da liberdade de comércio com a Espanha, em 1778, permitiu um intercâmbio mais contínuo com a metrópole.
Durante esse período ocorreram vários terremotos de grande magnitude. Entre outros, o ocorrido em 13 de maio de 1647, que destruiu grande parte da cidade de Santiago; o de 15 de março de 1657, que danificou completamente Concepción e gerou um tsunami; e o de 8 de julho de 1730, que voltou a danificar seriamente Santiago e Valparaíso.
A Independência do Chile
No ano de 1808 o Império Espanhol vivia um crescente estado de agitação. Chegaram ao Chile as notícias da invasão napoleônica na Espanha, e o cativeiro de Fernando VII na época em que havia assumido García Carrasco como governador do Chile. Depois de um tumultuado caso de contrabando, renunciou em 1810. O militar mais antigo do Chile nesta época era Mateo de Toro y Zambrano, que assumiu interinamente o mandato. Ao mesmo tempo, havia se propagado fortemente entre os criollos o movimento juntista - trocar o governo espanhol por uma junta de notáveis que conservaria o governo enquanto durasse o cativeiro do Rei.
O governador Mateo de Toro y Zambrano aceita a convocatória em um cabildo para decidir o estabelecimento de uma junta de governo. Assim, em 18 de setembro de 1810, se forma a Primeira Junta Nacional de Governo, ficando Mateo como presidente e dando início ao período denominado Pátria Velha. Em pouco tempo se convocam e se elegem os membros do Primeiro Congresso Nacional - tendo uma ampla maioria o movimento dos moderados, que propunham uma maior autonomia, sem chegar à completa separação do Império Espanhol, enquanto os exaltados, que pregavam a independência absoluta e instantânea, ficaram com a minoria.
A priori, o governo transitório estabelecido se manteve sem intenções de obter independência. Porém, com o correr dos meses, tomou outros rumos, especialmente com a ascensão ao poder de José Miguel Carrera. São editados os primeiros textos constitucionais e leis próprias, e são criadas novas instituições, como o Instituto Nacional do Chile, a Biblioteca Nacional e o primeiro jornal chileno, a Aurora de Chile. Por vez, inicia a Guerra da Independência contra as tropas reais.
As tropas enviadas pelo vice-rei do Peru, José Fernando de Abascal y Sousa, junto aos apoiadores da Coroa que habitavam o território, finalmente derrotam as tropas patriotas na Batalha de Rancagua, em 2 de outubro de 1814, dando início à Reconquista Espanhola. Neste momento se restauram as instituições coloniais, com os governos de Mariano Osorio e Casimiro Marcó de Pont.
Com o Desastre de Rancagua, a maioria dos líderes independentistas teve que fugir para Mendoza, na Argentina. Ali foi formado o Exército dos Andes, a cargo do general argentino José de San Martín, do qual participava Bernardo O’Higgins, líder das milícias chilenas. Este Exército Libertador, que inicialmente contava com 4.000 homens e 1.200 militantes da tropa de auxílio para condução de mantimentos e munições, cruzou a Cordilheira dos Andes e em 12 de fevereiro de 1817 derrota as tropas reais na Batalha de Chacabuco, dando início à Pátria Nova.
O'Higgins foi nomeado Diretor Supremo e, em 12 de fevereiro de 1818, primeiro aniversário da Batalha de Chacabuco, declara formalmente a independência do Chile, que se confirmaria com a vitória do exército chileno na Batalha de Maipú, em 5 de abril do mesmo ano.
Sob seu governo realizaram-se diversas obras de infra-estrutura, organizou-se a Esquadra Libertadora que se dirige até o Peru, realizou-se a captura da cidade de Valdivia, que ainda se encontrava nas mãos dos espanhóis, por parte do almirante Thomas Cochrane e se promulgam duas cartas fundamentais, a Constituição de 1818 e a Constituição de 1822; O'Higgins, porém, ganha a antipatia do povo devido ao seu autoritarismo, suas tentativas de se manter no poder indefinidamente e a ordem de morte, por influência da Logia Lautarina, a Carrera e a Manuel Rodrígues. Para evitar uma guerra civil, O’Higgins renuncia em 28 de janeiro de 1823, e em julho do mesmo ano se exila no Peru.
A Organização da República
Com a renúncia de Bernardo O'Higgins, o país entrou em um longo período de instabilidade política, que durou uma década. O general Ramón Freire, que se assume como Diretor Supremo sendo assessorado por Mariano Egaña, dedica-se a acabar com o último foco de resistência colonial em Chiloé, mas a constante desordem política em que se encontra o país é um grave obstáculo ao seu governo. Como forma de solucionar o problema, é redigida a Constituição Moralista de 1823 - porém sua complexidade gera um grande rechaço na população que, somado à crise econômica imperante, provoca a caída do governo Freire.
Em um ambiente dominado pelas disputas entre políticos, Manuel Blanco Encalada é eleito como primeiro Presidente do Chile. Seu curto governo esteve marcado pelo domínio do grupo federalista e a promulgação das Leis Federais de 1828. Mas novamente essa legislação é rechaçada e provoca o caos no país. Blanco Encalada renuncia e se estabelece uma sucessão de presidentes de curto período de governo.
Em 1828, Francisco Antonio Pinto consegue aprovar a Constituição de 1828, de linha liberal. Nas eleições, Pinto é reeleito, mas o acusam de fraude eleitoral. Além disso, o Congresso Nacional designa como vice-presidente Francisco Ramón Vicuña, cargo que deveria ser efetivado por eleição popular. Isto provocou o levante do exército, no comando de José Joaquín Prieto, que controla rapidamente o sul do Chile, dando início à Revolução de 1829.
Pinto e Vicuña renunciam aos cargos para evitar uma guerra civil, mas já é demasiado tarde. A união entre conservadores, produtores de tabaco e partidários de o’Higgins, com a Batalha de Ochagavía, produz a queda do regime liberal e se instaura um governo revolucionário sob comando de José Tomás Ovalle. Finalmente, a batalha de Lircay outorga a vitória definitiva dos revolucionários e o fim do regime liberal.
República Conservadora
Após a vitória na Revolução de 1829, José Joaquin Prieto assumiu como Presidente da República em 1831. Com ele, o poder de Diego Portales aumentou de tal forma que este último se converteu no homem mais importante do país.
Seguindo a ideologia de Portales, de caráter autoritário - "governo obedecido, forte, centralizador, respeitado e respeitável, impessoal, superior aos partidos e a os prestígios pessoais" -, é promulgada a Constituição chilena de 1833, que entrega fortes poderes ao Presidente da República, eleito por sufrágio censitário por um período de 5 anos e reelegível por outros 5. Isso permite que o país acabe com o período de anarquia dos últimos anos, estabelecendo um período de estabilidade (só abalado momentaneamente pelas revoluções posteriores de 1851 e 1861), enraizado nas bases institucionais em que se desenvolveram os regimes posteriores, e começando a se recuperar da crise econômica.
O descobrimento de cobre em Chañarcillo e a venda de trigo para mercados externos começaram a outorgar riqueza ao país. Além disso, a rivalidade dos portos de Valparaíso e de Callao no Peru pelo domínio do Pacífico se agravou com a criação da Confederação Peru-Boliviana de Andrés de Santa Cruz. Portales, um dos mais ferrenhos inimigos desta confederação, foi um dos promotores da guerra contra a união de Peru e Bolívia. Em sua posição de Ministro da Guerra, conseguiu que o Congresso chileno declarasse guerra contra a confederação em 28 de setembro de 1836. Grande parte do povo e do exército não estava convencida da ida à guerra; porém o assassinato de Portales, em 6 de junho de 1837 foi o alicerce necessário para a participação da população na guerra e a vitória na batalha de Yungay, a mando do general Manuel Bulnes, em 20 de janeiro de 1839.
Puerto Montt, 1895Em 1841, Bulnes é eleito como sucessor de Prieto. Durante este período, a economia do Chile segue em crescimento. Inaugura-se a Universidade do Chile e começa uma ascensão da cultura com a Sociedade Literária de 1842 de José Victorino Lastarria e Francisco Bilbao, entre outros. Também se deu início a um período conhecido como Época de Expansão, com o estabelecimento de uma colônia no Estreito de Magalhães. Ao fim de seu mandato uma tentativa revolucionária para evitar a ascensão de Manuel Montt foi aplacada pela Batalha de Loncomilla, em 8 de dezembro de 1851.
Junto ao seu ministro, Antonio Varas, Montt seguiu a linha de seu predecessor: construção de estradas de ferro, pontes e estradas; elaborou-se o Código Civil de Andrés Bello e inicia-se a colonização do sul do Chile, através da imigração alemã nas regiões de Valdivia e Llanquihue, coroada pela fundação de Puerto Montt.
Porém a estabilidade do regime conservador começou a ruir. A Questão do Sacristão deu origem a um conflito entre a igreja católica e o Estado, deixando Montt em uma encruzilhada. Diante desta situação, muitos conservadores se afastam do Presidente e se unem aos opositores do governo, dando origem à fusão Liberal-Conservadora. Antonio Varas, representando o Partido Nacional, finalmente é derrotado pela Fusão Liberal Conservadora, em 1851.
1234
Sobre o Portal | Politica de Privacidade | Fale Conosco | Anuncie | Indique o Portal América do Norte
Canadá
Estados Unidos
México
América Central
Antígua e Barbuda
Bahamas
Barbados
Belize
Caribe
Costa Rica
Cuba
Dominica
El Salvador
Granada
Guatemala
Haiti
Honduras
Jamaica
Nicarágua
Panamá
Porto Rico
República Dominicana
Santa Lúcia
São Vicente e Granadinas
São Cristovão e Nevis
Trinidad e Tobago
América do Sul
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colombia
Equador
Guiana
Guiana Francesa
Paraguai
Peru
Suriname
Uruguai
Venezuela
COPYRIGHT AUTOR DO TEXTO
Nenhum comentário:
Postar um comentário