Afonso V de PortugalOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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D. Afonso V
Monarca de Portugal
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta (1438-1458)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta e de Alcácer em África (1458-1471)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África (1471-1481)
Ordem: 12.º monarca de Portugal
Cognome(s): O Africano
Início do reinado: 9 de Setembro de 1438
regência até 11 de Julho de 1448
Término do reinado: 29 de Agosto de 1481
Aclamação: Tomar,
11 de Setembro de 1438
Predecessor(a): D. Duarte
Sucessor(a): D. João II
Pai: D. Duarte
Mãe: D. Leonor de Aragão
Data de nascimento: 15 de Janeiro de 1432
Local de nascimento: Sintra, Paço Real
Data de falecimento: 29 de agosto de 1481 (49 anos)
Local de falecimento: Sintra
Local de enterro: Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha
Consorte(s): D. Isabel, Infanta de Portugal
Joana, a Excelente Senhora
Príncipe herdeiro: Infante D. João (filho)
Dinastia: Avis
D. Afonso V de Portugal, (Sintra, 15 de Janeiro de 1432 - Sintra, 28 de Agosto de 1481), foi o décimo-segundo Rei de Portugal, cognominado o Africano pelas conquistas no Norte de África. Filho do rei D. Duarte, sucedeu-o em 1438 com apenas seis anos. Por ordem paterna a regência foi atribuída a sua mãe, D. Leonor de Aragão mas passaria para o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra, que procurou concentrar o poder no rei em detrimento da aristocracia e concluiu uma revisão na legislação conhecida como Ordenações Afonsinas. Em 1448 D. Afonso V assumiu o governo, anulando os editais aprovados durante a regência. Com o apoio do tio homónimo D. Afonso I, Duque de Bragança declarou D. Pedro inimigo do reino, derrotando-o na batalha de Alfarrobeira. Concentrou-se então na expansão no norte de África, onde conquistou Alcácer Ceguer, Anafé, Arzila, Tânger e Larache. Concedeu o monopólio do comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de este explorar a costa, o que o levaria em 1471 à Mina, onde descobriu um florescente comércio de ouro cujos lucros auxiliaram o rei na conquista. Em 1475, na sequência de uma crise dinástica, D. Afonso V casou com a sobrinha D. Joana de Trastâmara assumindo pretensões ao trono de Castela, que invadiu. Após fracassar na batalha de Toro, com sintomas de depressão, D. Afonso abdicou para o filho, D. João II de Portugal, falecendo em 1481.
Índice [esconder]
1 Início de vida
2 Reinado
3 Descendência
4 Ver também
5 Ligações externas
[editar] Início de vidaD. Afonso V de Portugal era filho do rei D. Duarte I de Portugal e de sua mulher, a princesa D. Leonor de Aragão. D. Afonso V sucedeu a seu pai em 1438, com apenas seis anos. Durante a menoridade, Portugal foi regido pela sua mãe, D. Leonor de Aragão, de acordo com o desejo expresso em testamento pelo rei D. Duarte. No entanto, por ser mulher e estrangeira, D. Leonor de Aragão não era uma escolha popular e a oposição cresceu. O único aliado da rainha mãe era D. Afonso, irmão ilegítimo de D. Duarte e Conde de Barcelos.
Em 1439, as Cortes decidem retirar a regência a Leonor e entregá-la a D.Pedro, Duque de Coimbra, o tio mais velho de D. Afonso. Como regente, D. Pedro procurou limitar o desenvolvimento de grandes casas aristocráticas e concentrar o poder na pessoa do rei. Por sua ordem, cerca de 1448, foram revistas e concluídas as chamadas Ordenações Afonsinas (embora incluam leis de 1454), a primeira compilação oficial de leis do século XV, resultado de um pedido das Cortes a D. João I para a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça.
O país prosperou sob a sua alçada, mas o ambiente político não era o mais saudável uma vez que D. Pedro interferia com a ambição dos nobres. D. Afonso, Conde de Barcelos, inimigo pessoal de D. Pedro, apesar de serem meios-irmãos, tornou-se no tio favorito de D. Afonso V e começou a conspirar pelo poder. Em 1442, D. Afonso V nomeia este tio como primeiro Duque de Bragança. Com este título e terras adjacentes, D. Afonso I, Duque de Bragança torna-se no homem mais poderoso de Portugal e num dos mais ricos da Europa. Para assegurar a sua influência junto de D. Afonso V, D. Pedro organiza o casamento do jovem rei com a sua filha D. Isabel.
[editar] ReinadoA 9 de Junho de 1448, D. Afonso V atinge a maioridade e assume o governo do Reino. A 15 de Setembro do mesmo ano, desejoso de mostrar independência política, anula todos os editais aprovados durante a regência. A situação torna-se instável e, no ano seguinte, levado por informações que mais tarde viriam a provar-se falsas, D. Afonso declara o tio e sogro D. Pedro rebelde e inimigo do Reino. Juntamente com D. Afonso de Bragança, derrota o Duque de Coimbra na batalha de Alfarrobeira, onde este é morto em combate. Depois desta batalha e da perda deste notável príncipe da Ínclita geração, D. Afonso V passa a ser muito influenciado pelo Duque de Bragança.
O mapa-múndi de Fra Mauro realizado sob encomenda de D. Afonso V em 1457, reunia o conhecimento geográfico da época. Concluído a 24 de Abril 1459, foi enviado para Portugal com uma carta dirigida ao Infante D. Henrique, tio de Afonso V, encorajando a continuar o financiamento de viagens de exploração. Cópia de Andrea Bianco na Biblioteca Marciana (Veneza).Finda a instabilidade interna, a atenção de D. Afonso V concentrou-se na expansão no Norte de África, iniciada por seu avô D. João I em 1415 com a conquista de Ceuta. Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla e o papa Calisto III, em 1456, apela a uma cruzada, a que D. Afonso V responde preparando um grande exército. Mas, frustrada esta missão, D. Afonso V retoma a campanha no Norte de África. O exército real conquistou, nas campanhas que valeram a D. Afonso o cognome de o Africano, Alcácer Ceguer (1458), Anafé (1464) e Arzila (1471); com a tomada desta praça caíram também nas mãos dos Portugueses as de Tânger e Larache. O rei subsidiou ainda as explorações do Oceano Atlântico, concedendo o comércio na Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa de São Jorge da Mina. Organizadas pelo seu tio, o Infante D. Henrique, estas viagens não tiveram continuidade depois da morte deste em 1460. Do ponto de vista administrativo, D. Afonso foi um rei ausente, pouco preocupado com o desenvolvimento do comércio e a administração do Reino.
Com as campanhas africanas terminadas, D. Afonso V encontrou novas batalhas, desta vez políticas, na Península Ibérica e na vizinha Castela, onde um escândalo de consequências dinásticas acabava de começar. O rei Henrique IV de Castela morreu em 1474, tendo como única herdeira D. Joana. Mas a paternidade da princesa era contestada com base na suposta homossexualidade do rei e na relação da rainha, D. Joana de Portugal, irmã de D. Afonso, com um nobre chamado Beltrán de La Cueva. A nobreza e o clero estavam divididos, e uma parte apoiou a irmã de D. Henrique e tia de D. Joana, coroada como rainha Isabel I. É neste ponto que D. Afonso V interfere, casando em 1475 com a sobrinha e assumindo as suas pretensões ao trono. D. Afonso V declara-se rei de Castela e invade o país vizinho. A campanha resulta em fracasso, quando D. Afonso abandona o campo da batalha de Toro, onde as tropas de Castela foram lideradas pelo rei Fernando II de Aragão, recentemente casado com Isabel. D. Afonso procurou ainda o apoio de Luís XI de França, mas ao ver-se traído regressa a Portugal em 1477.
No desenvolvimento da Guerra da Beltraneja assinou com os Reis Católicos o Tratado das Alcáçovas-Toledo, inicialmente na vila portuguesa de Alcáçovas, no Alentejo, a 4 de Setembro de 1479, colocando fim à Guerra de sucessão de Castela (1479-1480) e posteriormente ratificado na cidade castelhana de Toledo, a 6 de Março de 1480. Além de formalizar o fim das hostilidades (pelo qual Joana e seu tio e marido Afonso V de Portugal, desistiam para sempre das suas pretensões ao trono de Castela), o Tratado continha cláusulas concernentes à política de projeção externa de ambos os países, num momento em que os dois reinos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico e das terras até então descobertas na costa africana: Portugal obtinha o reconhecimento do seu domínio sobre a ilha da Madeira, o arquipélago dos Açores, o de Cabo Verde e a costa da Guiné, enquanto que Castela recebia as ilhas Canárias (exploradas por Diego Garcia de Herrera em 1476), renunciando a navegar ao Sul do cabo Bojador, ou seja, do Paralelo 27 no qual se encontravam as próprias ilhas. Regulamentava também as áreas de influência e de expansão de ambas as coroas pelo Reino Oatácida de Fez, no Norte de África.
Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso retira-se para o convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho D. João, futuro D. João II de Portugal. Tendo-se retirado da vida política, morre em 1481 aquando da sua chegada a Sintra. A descrição da sua morte é a de que pediu, e lhe deram, um copo de água, e morreu.
Jaz no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
[editar] DescendênciaRealeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
João I[Expandir]
Filhos
Infante Duarte (futuro Duarte I)
Infante Pedro, Duque de Coimbra
Henrique, o Navegador (Infante Henrique, Duque de Viseu)
Infanta Isabel, Duquesa da Borgonha
Infante João, Senhor de Reguengos
Infante Fernando, o Infante Santo
Afonso, Duque de Bragança (ilegítimo)
Beatriz, Condessa de Arundel (ilegítima)
Netos
Infanta Isabel de Avis, Rainha de Portugal
Duarte I[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal (futuro Afonso V)
Infante Fernando, Duque de Viseu
Infanta Leonor, Sacra Imperatriz Romana
Infanta Catarina
Infanta Joana, Rainha de Castela
Netos
Infante Manuel, Duque de Beja (futuro Manuel I)
Infanta Leonor de Avis, Rainha de Portugal
Bisnetos
Jaime, Duque de Bragança e Príncipe de Portugal
Afonso V[Expandir]
Filhos
João, Príncipe de Portugal
Santa Joana, Princesa de Portugal
João, Príncipe de Portugal (futuro João II)
João II[Expandir]
Filhos
Afonso, Príncipe de Portugal
Jorge, Duque de Coimbra (ilegítimo)
Manuel I[Expandir]
Filhos
Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias
João, Príncipe de Portugal (futuro João III)
Infanta Isabel, Imperatriz do Sacro-Império Romano-Germânico
Infanta Beatriz, Duquesa de Sabóia
Infante Luís, Duque de Beja
Infante Fernando, Duque da Guarda e de Trancoso
Cardeal-Infante Afonso
Cardeal-Infante Henrique (futuro Henrique I)
Infante Duarte, Duque de Guimarães
Infanta Maria, Duquesa de Viseu
Netos
Filipe II de Espanha (futuro Filipe I de Portugal)
António, Prior do Crato (ilegítimo)
Infanta Maria de Guimarães, Duquesa de Parma e Piacenza
Infanta Catarina de Guimarães, Duquesa de Bragança
Bisnetos
Teodósio II, Duque de Bragança
Ranuccio I Farnese de Parma
Trinetos
João II, Duque de Bragança (futuro João IV de Portugal)
João III[Expandir]
Filhos
Maria Manuela, Princesa de Portugal e das Astúrias
João Manuel, Príncipe de Portugal
Netos
Sebastião, Príncipe de Portugal (futuro Sebastião I)
Carlos, Príncipe das Astúrias
Sebastião I[Esconder]
Henrique I[Esconder]
Primeira mulher, Isabel de Coimbra (1432-1455)
João de Portugal (1451), jurado herdeiro da Coroa mas falecido pouco depois da nascença
Santa Joana, Princesa de Portugal (1452-1490)
João II, Rei de Portugal (1455-1495)
Segunda mulher, Joana, a Excelente Senhora, princesa de Castela (1462-1530)
[editar] Ver tambémOrdenações Afonsinas
Árvore genealógica dos reis de Portugal
Tapeçarias de Pastrana
Isaac Abravanel, tesoureiro do Rei Afonso V
[editar] Ligações externasChronica de El-Rey D. Affonso V, Rui de Pina (1440-1522), Lisboa, 1904, na Biblioteca Nacional Digital (em português)
Precedido por
criação do título
Príncipe herdeiro de Portugal
1433 - 1438 Sucedido por
D. Fernando
Precedido por
Duarte I
Rei de Portugal e do
Algarve e Senhor de Ceuta
1438 - 1458 Sucedido por
---
Precedido por
---
Rei de Portugal e do
Algarve e Senhor de Ceuta
e de Alcácer em África
1458 - 1471 Sucedido por
---
Precedido por
---
Rei de Portugal e dos Algarves
daquém e dalém-mar em África
1471 - 1481 Sucedido por
João II
Precedido por
---
Rei de Castela, de Leão, de Portugal,
de Toledo, de Galiza, de Sevilha,
de Córdova, de Jáen, de Múrcia, dos
Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África,
de Gibraltar, de Algeciras,
e Senhor da Biscaia e de Molina
(de jure, com Joana de Castela)
1475 - 1479 Sucedido por
---
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Dinastia Afonsina Afonso I • Sancho I • Afonso II • Sancho II • Afonso III • Dinis I • Afonso IV • Pedro I • Fernando I
Dinastia de Avis João I • Duarte I • Afonso V • João II • Manuel I • João III • Sebastião I • Henrique I
Dinastia Filipina Filipe I • Filipe II • Filipe III
Dinastia de Bragança João IV • Afonso VI • Pedro II • João V • José I • Maria I (com Pedro III) • João VI • Pedro IV • Maria II • Miguel I • Maria II (com Fernando II) • Pedro V • Luís I • Carlos I • Manuel II
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